Amor em Istambul - AMAZON

By ShayNuran

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APENAS CAPÍTULOS DE DEGUSTAÇÃO . . Sinopse: Murat e Ayla viviam em pé de guerra. Como seu tutor, Murat era o... More

Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13

Capítulo 1

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By ShayNuran

- Günaydın - Disse Ayla.

- Günaydın - Respondeu Murat, seu primo - Sente-se vamos tomar café da manhã juntos nem que seja por uma única vez ao ano.

- Ah! Por favor, deixe de drama! - pediu Ayla se sentando e admirando a bela paisagem.

Istambul, o berço da civilização. Com seus quase dois mil anos de história encantava até os mais experientes viajantes.

Ayla nascera em Istambul. A vida toda vira aquela paisagem pela manhã e mesmo assim não se cansava de tanta beleza.

Morava em um bairro chamado Örtakoy, muito frequentado principalmente à noite por possuir cafés, bares e restaurantes, tudo em frente ao Bósforo, estreito que liga o Mar Negro ao Mar de Mármara e marca o limite dos continentes asiático e europeu.

- Terminou? - Perguntou Murat, que a observava.

- Sim, vou pegar minha bolsa.

- Estou lhe esperando no térreo.

Ayla morava em uma casa estilo otomano com três andares, tudo muito bem dividido. No térreo a garagem e um terraço. No primeiro a sala de estar, a lavanderia e a cozinha de inverno. No segundo, os quartos. No terceiro, a cozinha de verão, uma suíte, um escritório, uma pequena sala e uma linda varanda onde faziam suas principais refeições.

Encontrou o primo a aguardando na garagem. Ayla cursava engenharia e ele medicina na Universidade de Istambul. Murat morava com os pais em Sultanahmet um dos bairros mais tradicional de Istambul, porém só voltava para casa nos fins de semana, durante os outros dias ficava com seus tios, já que era o responsável por Ayla e outros dois, Derya Irmã dele e Ozan seu primo que morava com o avô e a mãe no lado asiático de Istambul.

A família de Ayla tinha esse costume, na juventude, o homem mais velho cuidava dos mais novos, esse era o "cargo" de Murat. Cuidar não é bem a palavra certa, Murat a controlava, obrigava a fazer atividades que ela não queria e a seguir regras e horários. Tudo isso com o aval de seus pais e claro avô, o patriarca era extremamente rígido e o que ele dizia nunca era contestado.

Ayla não era mais criança, tinha dezenove anos e sabia se virar sozinha. Nunca gostou de ter Murat controlando seus passos, mas tinha sido assim desde que ele completara a idade necessária para se tornar tutor. Ayla tinha nove anos quando recebeu a notícia que além de seus pais ela também devia satisfação e obediência a Murat então com quatorze anos, hoje com vinte e quatro ele pouco lembrava o garoto alegre e sorridente que era na infância.

Murat foi adquirindo responsabilidades com o tempo. Muito cobrado por seu avô na educação dela e dos outros, ele tinha se tornado implacável no cumprimento das regras. Ela já havia perdido as contas de quantas vezes teve discussões por conta disso. Ela adorava quebrar regras e ele adorava segui-las.

Chegando à universidade Ayla seguiu para seu curso e encontrou sua prima no corredor, Derya cursava pedagogia e era o orgulho do seu avô já que tem tudo que uma mulher deve ter na opinião dele. A prima era meiga, calma, estudiosa, obediente e se interessava por assuntos femininos como culinária e bordado, um dia dará um ótima esposa. Diferente dela, Derya não precisa de assistência vinte e quatro horas já que segue tudo que Murat dita sem questionar.

- Olá moça bonita - disse Derya dando um grande abraço na prima.

- Olá sexy - retribuiu Ayla.

- Se Murat ouve você falando assim... - alertou-a.

- Quem liga para o chato do seu irmão? - deu de ombros - Trouxe o que pedi?

- Claro! Se não trouxesse você me mataria! - disse dramática.

- Ainda bem que você sabe. Daqui a quinze minutos nós encontramos lá fora, tem muita gente aqui e não quero testemunhas.

- Tem certeza que você quer fazer isso Ayla?

- Toda certeza desse planeta.

Seguiram para suas respectivas salas e após a aula encontraram-se no jardim da universidade como tinham combinado. Vários estudantes se espalhavam pelo local.

- Venha! - chamou Ayla saindo de perto de um grupinho que conversava animadamente.

- Aqui está! - disse Derya entregando um papel nas mãos de Ayla - E nunca mais me peça nada. Tive que comprar um óleo perfumado caríssimo para que a Gulsen pedisse ao irmão que assinasse isso e estou me sentindo uma criminosa. Não quero nem imaginar se Murat descobrir, ele vai arrancar nossas cabeças e jogar no fundo do Bósforo.

- Deixe de drama Derya, ele não vai saber! - falou Ayla toda feliz olhando para o papel em suas mãos.

Tinha pedido a Derya que conseguisse um atestado de consulta médica para entregar ao professor e ser liberada da aula. Iria para Avenida İstiklal o centro de compras e lazer mais famoso de Istambul, e iria sozinha, sem as rédeas de Murat.

- Que maravilha! - Pensou ela.

Derya e Ayla não costumavam sair sozinhas, mais uma regra da sua conservadora família, sempre Murat estava ao lado delas ou ficava de longe as observando. Às vezes ela conseguia escapar. Na calada da noite já se encontrou com suas amigas para ir a uma boate ou a praça apenas para conversar. Já foi pega chegando em casa pela manhã e teve que contar ela mesma aos pais que fizeram um discurso de como era perigoso uma jovem sair sozinha a noite, mas geralmente não eram muito severos, nem tão conservadores quanto seu avô.

Ela sabia que não era dócil, às vezes se perguntava de que havia herdado todo esse gênio. Seu avô sempre dizia que ela parecia com uma irmã dele que já havia falecido, geniosa e caprichosa. Ele quem tinha escolhido seu nome assim como os dos outros netos. Seu avô achava seus pais muito tranquilos então ele lhe deu um nome forte para balancear a família, os turcos tinham esse tipo de superstição.

O avô dizia que se pudesse voltaria no tempo para escolher outro nome para ela, pois esse não teve o efeito esperado. Ayla é um nome hebraico que quer dizer carvalho e assim como a árvore ela era difícil de "derrubar", quanto mais tentavam controlá-la mais desafiadora se tornava. Sabia que seu avô Mustafá a amava e se preocupava muito com ela, mas sempre agia com mais firmeza quando as decisões se tratavam da vida de Ayla. Ela sabia convencer os pais e algumas vezes seu primo, mas o seu avô não facilitava.

Ayla entrou na sala de aula e falou com o professor, mostrando o documento assinado de que ela teria consulta médica naquele dia, então ele lhe deu uma liberação por escrito que ela entregou na portaria e saiu se sentindo muito feliz. Ninguém iria estragar aquele dia.


◤₪₪₪₪₪₪₪₪ Δmor em Istambul ₪₪₪₪₪₪₪₪◥


Murat estava concentrado em sua atividade de biologia quando seu amigo de sala sentou-se a seu lado lhe perguntado:

- Você e Ayla estão mal outra vez?

Sem desviar a atenção do que fazia ele respondeu:

- Qual o dia que não estamos? - curioso olhou para o amigo - Mas por que a pergunta?

- Por que ela acabou de passar pela portaria sozinha!

Murat fez cara de surpreso. Não acreditava que ela tinha aprontado mais uma. Pediu licença ao professor e foi à sala de Ayla, olhou pelo pequeno vidro da porta e constatou que ela não estava lá. Pegou o celular e ligou para ela que não atendeu. Lembrou de Derya, se alguém sabia onde ela poderia está era sua irmã, subiu as escadas já discando o número, ela atendeu falando baixinho:

- Irmãozinho, eu estou na aula, não posso falar!

- Saia! Eu já estou no corredor.

Derya levantou-se já sabendo que vinha bomba por ai. Encontrou o irmão furioso:

- Onde ela está? - perguntou sério.

- Ela quem Murat?

- Ayla! - disparou - Não se faça de boba Derya, ela não está no campus, saiu e eu sei que você sabe para onde ela foi!

- Ela não está no campus? - fez cara de surpresa - Quem te disse essa bobagem? Claro que ela está, deve ter ido ao toalete. Por que você não liga para ela e pergunta?

- Derya! - disse Murat aumentando o tom da voz e fazendo-a perceber que ele não iria descansar enquanto não soubesse onde Ayla estava. Droga, sabia que aquilo não daria certo, mas não poderia entregar a prima se não seria uma mulher morta, mas se não entregasse também seria morta por Murat - Que situação - pensou nervosa!

Murat percebeu que Derya estava hesitante, com certeza não queria entregar a prima e melhor amiga, então ele decidiu agir com sabedoria:

- Você não vai me dizer pra onde ela foi?

- Eu já disse que não sei Murat e você está atrapalhando minha aula!

- Certo, não vou mais tomar seu tempo. Preciso ligar para papai, ele vai saber como encontrá-la.

Derya gelou, se seu pai soubesse que Ayla tinha saído sozinha e com ajuda dela seria o fim para as duas.

- Espere! - gritou.

Murat virou e ela se aproximou:

- Você não precisa fazer isso, ela vai voltar logo, só foi resolver um problema - disse pronta para enfrentar a fúria do irmão sobre ela também.

Ele a olhou desconfiado e chateado com as "traições" frequentes da irmã. Tirou o celular de suas mãos.

- Ela terá um problema muito maior quando voltar! - disse virando de costas e falando - E você também não vai escapar dessa Derya - descendo as escadas se foi.

Já de volta a aula ele não conseguiu mais se concentrar, estava furioso com Ayla, não entendia seu comportamento pouco adequando. As outras jovens eram tão diferentes dela, sempre meigas, tranquilas, obedeciam aos pais, se interessavam por assuntos femininos como costura, cozinha, artesanato.... Mas ela era muito diferente, gostava de festas, assistia ao futebol, odiava crochê ou qualquer trabalho artesanal, não tinha medo de sair sozinha, era teimosa, sempre tinha uma opinião e uma resposta.

Ayla não perdia a chance de desafiá-lo, não gostava de receber uma negativa em resposta. Certa vez eles estavam em uma comemoração de família quando, apesar das restrições, Ayla saiu do local, Murat procurou por ela em todos os lugares sem sucesso, até que um amigo lhe disse que ela estava em outra festa. Tinha saído de lá com alguns amigos do colegial, eles estavam passando e lhe convidaram ela então seguiu com eles.

Murat sem saber o que fazer, contou ao pai e ao avô o que ela fizera, eles foram buscá-la, lhe deram uma bronca das grandes, compararam ela com as outras moças, dizendo-lhe que ela sempre era inadequada aos padrões e junto com os pais dela decidiram trocá-la de escola para que ela não tivesse mais contato com esses amigos que julgavam ser más influências para a já tão rebelde garota.

Na época Ayla ficou desolada e chorou muito, para uma adolescente de dezesseis anos aquilo era um duro golpe, a atitude da família a ferira muito. Cortaram sua comunicação com Derya e com seus outros amigos. No começo ela se fez de forte, mas passando uns dias começou a reclamar da nova escola e a falta que sentia da prima, mas sempre era repreendida, ouvia tudo calada, mas se trancava no quarto e chorava muito.


Murat sempre ouvia o choro de Ayla, já que seu quarto era ao lado do dela, se sentira culpado. Desde então ele decidiu que só levaria um problema com ela ao avô em último caso, quando já não tivesse esperanças de lidar com a situação. Muitos problemas surgiram desde os dezesseis anos de Ayla, cada dia ela parecia estar mais independente, ou, pelo menos, tentava ser, ele não achava aquilo ruim, uma mulher tinha que saber se cuidar, mas regras são regras e não questionava as decisões de seu avô, ele sabia bem o que estava fazendo, tinha muito mais experiência que eles, sabia bem mais sobre a vida.


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*Gunaydim = Bom dia!

Para quem está começando agora, seja bem vinda (o). Amor em Istambul é minha segunda obra e fala sobre uma cultura pouco falada, mas muito rica, a cultura turca que não deve ser confundida com a Árabe apesar de ter algusn traços. Espero que curtam muito a leitura pois foi um livro escrito com muito amor...

Beijos,

Shay



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