100 Cuecas!

By FabioLinderoff

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Toda história tem um começo, meio e as vezes precisa ter um fim. Após uma década de espera, Fábio Linderoff e... More

Vem aí...
Dedicatória
Nota do autor
Prefácio
Fábio Linderoff apresenta
100 CUECAS!
Momento 1
Momento 2
Momento 3
ALMEJANDO OS HOLOFOTES
ATO I - CRAVING FOR THE SPOTLIGHTS
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
O SHOW CONTINUA
ATO II - THE SHOW GOES ON
Interlúdio 1
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Interlúdio 2
Lições de vida
100 Cuecas! Book Soundtrack

Capítulo 9

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By FabioLinderoff

1.

Depois que a nossa versão da música On the floor de JLo terminou, a galera continuou cantando a capela. Estavam todos agitados e enlouquecidos mesmo após quase duas horas de show.

Durante todo o tempo que passei com a banda Labeless o público sempre foi receptivo não só com a banda, mas principalmente comigo também. Eu não era o vocalista oficial e nem tinha a intenção de fazer parte da banda. Mas o fato era que com a saída de Thomas, mais conhecido como Tom, houve uma ruptura na formação original. E isso para o restante da banda era visualmente ruim porque Tom fazia o papel da figura que chamava atenção pela vestimenta e pela presença de palco. Ele que interagia entre as músicas com o público.

Eu estava longe de ser o frontman que ele era, mas o sonho dos caras era ir longe com ou sem a presença de Tom. Ele acreditou piamente que tudo acabaria quando saiu da Labeless. Entretanto, os shows continuaram agendados e os caras perseveraram.

Kai foi quem percebeu que o atrativo da banda não era Tom com o seu timbre tenor lírico-spinto e nem seu jeito espalhafatoso de performar e sim o fato da banda ser composta por "homens-trans". A maior parte do público da banda eram gays e lésbicas que curtiam a versão rock and roll das músicas pop internacionais. Fora isso, a interatividade com o público durante a apresentação fazia tudo parecer um grande circo. Para alguns um grande circo de horrores feito aquele criado por Phineas Taylor Barnum na Nova Iorque de 1840.

You're in the psycho circus

I say welcome to the show, baby

Uma banda de sucesso precisa chamar a atenção. Porém, diante de tudo o que já existia o que mais podia ser feito para ter destaque? Pintar a cara e usar uniformes já tinha sido feito. O jeito era trabalhar na autenticidade. O que é mais autêntico do que um bando de pessoas nascidas biologicamente mulheres que decidem dar a cara a tapa e invadir o mercado predominantemente masculino que é o rock and roll? E o que é melhor, sendo elas mesmas, ou seja, sem rótulos. Labeless.

Geralmente, quando uma banda é contratada por uma gravadora, a mesma coloca um fonoaudiólogo à disposição do cantor, para alavancar o desempenho vocal, e dar possibilidade dele evoluir gradativamente. No caso de Tom, a evolução era nítida, muito embora ele não desse a devida importância às consultas médicas e exagerasse consideravelmente ao vivo, gritando a plenos pulmões sem suporte técnico para isto.

Embora ainda possuísse algumas dificuldades nas regiões dos graves, isso podia ser trabalhado com os outros integrantes da banda. Tom se sobressaia com os seus agudos imponentes e de difícil reprodução.

Apesar de Tom conhecer exercícios que fortaleciam a musculatura de suas cordas vocais, exagerava muito ao vivo. Gritava até quando não precisava, e pagaria um preço caro por isto no futuro todos lhe diziam, principalmente Kai. Da forma como cantava, era absolutamente natural pensar que um dia a sua voz iria apresentaria problemas. Tom abusava exageradamente dos falsetes. Sem conhecimento prévio para isto. Além disso, ele cantava por intermédio da garganta, e não do palato mole, o que para alguns especialistas é um verdadeiro suicídio para qualquer cantor.

O que indiscutivelmente acabou culminando com a saída de Tom da banda foi a sua personalidade difícil e planos divergentes. Pelo menos foi isso que fora divulgado na época. A realidade foi outra. Nos últimos tempos ele se apresentava bêbado e tinha um temperamento explosivo, chegava a ser violento algumas vezes, principalmente com Kai. Além disso, por conta do seu jeito performático que os fãs adoravam e do seu timbre invejável, achava que a banda girava em torno dele. Embora a ideia inicial de inclusão e a intenção de conquistar espaço no mercado sendo uma banda excêntrica formada por transexuais fosse boa, com o passar do tempo o ego de Tom mais atrapalhava do que colaborava com o crescimento da Labeless. E o que antes motivava a inclusão transformou-se em exclusão.

Era óbvio que a Labeless jamais se transformaria em uma grande banda de rock nacional e quem sabe internacional sem músicas originais. Inicialmente eles teriam que fazer covers e era óbvio que sendo a banda composta por transexuais elas trariam de forma inerente algum repertório do mundo LGBT. E talvez esse fosse um ponto negativo com relação ao desligamento de Tom. Ele era o único criativo capaz de escrever letras envolventes e criar arranjos inéditos. A presença de alguém assim pouparia gastos. Embora tivessem duas ou três músicas próprias, eles nunca tocaram as composições ao vivo para saber a reação do público e depois com a saída de Tom a possibilidade reduziu a zero já que ninguém estava disposto a entrar em uma batalha judicial caso a aceitação do público se transformasse em algo rentável.

Por mais que preferissem rock and roll a músicas pop e isso tivesse motivado Adriel, Alisson, Kai e Sasha a tocarem instrumentos musicais desde cedo, todos frequentaram baladas gay na adolescência e sabiam o tipo de música que agradava o público gay em que estavam inseridos e do potencial lucro que teriam se pudessem trabalhar com eles dentro de um contexto que ainda não era tão explorado. Eles queriam abrir mais o leque. Eles queriam oferecer algo diferente sem ter que rotular para que público aquela música estava sendo feita. Isso nós tínhamos em comum, eu também achava que música não tinha idade, sexo, religião, raça e nem sexualidade.

Música não divide, música une.

"Music makes the people come together yeah"

A ideia de tocar músicas pop ao vivo com uma levada rock and roll, tocada por uma banda de homens-trans era um chamariz com certeza. Isso se comprovava na ascensão do público para assistir a banda. Isso porque eles nem investiam em propagandas. Não ia demorar para que alguma gravadora soubesse do burburinho. Isso era o que todos esperávamos. Mas nada disso estaria acontecendo se o principal não estivesse sendo entregue, a música. Eles eram muito dedicados. Ensaiavam exaustivamente aos finais de semana e as vezes durante a semana a noite como se fossem se apresentar no Rock in Rio e não em bares onde algumas vezes as pessoas não estavam nem aí para eles dependendo da região do país.

A prática os levaria a perfeição. E por ver a dedicação e o carinho que eles tinham com a banda que construíram, além da oportunidade que me deram para fugir dos meus problemas e evitar algo pior é que eu estava ali tentando me manter forte até o fim.

Sempre em nossas apresentações, próximo do fim do show, cantávamos o célebre "Parabéns para você" pois sempre alguém estava comemorando aniversário. Chamávamos essas pessoas para perto do palco distribuíamos cortesias e fazíamos piadas. As vezes perguntávamos alguma coisa do tipo quantos anos a pessoa estava fazendo e o que ela gostaria de ganhar de aniversário. Ao final cantávamos "Com quem será que o fulano vai casar" e jogávamos um buquê para o alto. A pessoa que pegasse o buquê podia trocá-lo no bar por um drink especial por conta da casa.

— Hoje quem vai jogar o buquê é o solteirão mais cobiçado da Labeless, Fábio Linderoff! — Kai anunciou.

Eu nunca senti vergonha quando era escolhido para jogar o buquê, mas daquela vez eu fiquei. Provavelmente porque meus amigos estavam na casa aquele dia.

Fui até o baú e peguei o buquê. Na hora cheiro de flores chegaram as minhas narinas. Flores sempre têm cheiro de cemitério na minha opinião. Senti cheiro de flores e velas derretidas de verdade. Senti o cheiro do que havia dentro de mim. Certamente era coisa da minha cabeça, mas o que estava dentro de mim era verdadeiro. Olhei para o buquê de alstroemérias cor-de-rosa e respirei fundo. Não tinha nem como elas exalarem cheiro já que eram de plástico. E flores de plástico não morrem.

Fui ao centro do palco com o buquê nas mãos. Olhei para os meus amigos. Dani apontava para as flores e para ela mesma. Mas eu não podia jogar simplesmente o buquê em suas mãos. Ao lado dela estava o Paulo. Érica abraçava-a por trás. Jean, Lucas e Bianca estavam do outro lado e ao lado de Bianca estava o Daniel e o namorado dele, Fabiano, lhe encoxando por trás. Virei de costas para a plateia e esperei a contagem do "um, dois, três" antes de arremessar o buquê para trás.

Ainda deu tempo de virar e ver as alstroemérias cor-de-rosa girarem no ar em câmera lenta e cruzarem a pista de dança formando um arco. Várias mãos se ergueram, mas apenas uma conseguiu pegar o buquê. Uma mão masculina.

2.

Uma noite de verão quase dois anos antes daquele último show da Labeless no Hello There decidi ir para São Bernardo do Campo tirar satisfações com o Daniel. Cheguei na república onde morei com mais quatro cuecas quase uma hora da madrugada.

Muitas lembranças permeavam minha memória quando parava para pensar no tempo em que vivi naquela casa. Nenhuma delas se comparava as que eu tinha com o Daniel. Por mais que ele tivesse ficado com o Paulo e que os nossos caminhos tivessem tomado rumos distintos, era inegável que a sua presença na minha vida foi fundamental para eu definir de qual lado do "armário" eu queria ficar.

— Entra ae, Mané. — Daniel falou abrindo mais a porta.

O cheiro da casa ainda era o mesmo. Um misto de sofá velho e cera de assoalho. Ele ainda estava bocejando quando começou a dizer:

— Você não saiu no meio da festa para vir até São Bernardo só para tirar satisfações do que eu e o Paulo decidimos ou não fazer, certo?

Do jeito que ele falou, me fez refletir e cheguei a conclusão que estava realmente fazendo papel de idiota. Nem mesmo eu soube classificar o que me levou a gastar quase metade da grana que a minha mãe havia me dado para tirar satisfações com o Daniel. E nas entrelinhas o que ele quis dizer foi: "cuide da sua vida e não se meta na minha". O que naturalmente era o mesmo que eu pensaria se a situação fosse inversa.

Fiquei mudo e sem graça. Daniel não era idiota, percebeu o falou:

— Senta ae, véi. Quer tomar alguma coisa?

Daniel se espreguiçou e eu pude ver cada músculo do seu corpo delineado. Ele arrumou a rola dentro da cueca. Ela estava visivelmente começando a endurecer por conta da provável vontade de mijar que estava sentindo. Quando eu era pequeno e estudava de manhã, minha mãe batia na porta do meu quarto e dizia "Fábio, xixi-café". Esse era o meu alarme para despertar. O famoso "xixi-café". Isso queria dizer que era para eu levantar, mijar, escovar os dentes e sentar a mesa para tomar o café da manhã. Obviamente eu não bebia café com oito anos de idade. Quando eu sentava para comer, sempre o copo de Nescau estava ao lado das bisnaguinhas com frios e requeijão ou pão de forma torrado com manteiga. Eu comia enquanto minha mãe se trocava, eu me trocava enquanto ela arrumava a minha lancheira e sempre saíamos os dois juntos. Ela me deixava na escola e depois ia para o trabalho.

— Eu to de boa. — Falei.

Daniel coçou a bunda e foi até a cozinha, abriu a geladeira e deu umas goladas no gargalo de uma garrafa de Coca-cola. Depois do arroto, falou:

— Dá um tempo ae que eu preciso mijar.

Daniel foi para o banheiro e soltou um peido alto antes de sair da sala. Cuecas. Tinha até me esquecido de como era a rotina de uma casa cheia de testosterona. Na "goma", como chamávamos a casa, não havia privacidade, respeito e educação, mas havia companheirismo e lealdade. O que acontecia na goma, ficava na goma. Éramos uma família. Cansei de ver os caras pelados. Privacidade enquanto alguém estava cagando ou tomando banho não existia. Nem para punhetar havia paz. No começo achava estranho entrar no banheiro e pegar alguém sentado no vaso, batendo uma bronha vendo uma revista de mulher pelada, mas depois me acostumei. Eu mesmo batia punheta antes de dormir e algumas vezes eu sabia que o Japa, meu companheiro de quarto, estava acordado. Reclamar era o que mais sabíamos fazer. Reclamávamos de tudo. Mas os motivos mais corriqueiros para discussões eram a respeito da louça que ainda não tinha sido lavada, as cuecas trocadas, a merda no vaso que não tinha sido despachada com a descarga, as guloseimas dos outros que "sumiam", entre outras coisas. Mas dávamos muitas risadas, jogávamos muito baralho, bebíamos muita cerveja, falávamos muita merda. Passei muita raiva dentro daquela casa, mas o tempo deixou apenas a saudade.

Comecei a ouvir o mijo do Daniel atingindo a água da privada. Naquela hora da noite, parecia o som das cataratas do Iguaçú. Peguei uma folha esquecida sobre a poltrona da sala. Era um panfleto da agência de viagens CVC anunciando uma dessas promoções imperdíveis para passar seis dias e sete noites no Egito. Atrás de um casal sorridente estavam Quéops, Quéfren e Miquerinos, as grandes pirâmides de Gizé construídas há cerca de 2.700 anos antes de Cristo.

Sentei na poltrona e a minha cabeça rodou por conta da bebedeira. Fechei os olhos por um instante, mas o suficiente para a minha mente dar uma apagada. Algo me chamou a atenção, mas o conforto da poltrona velha e a temperatura dentro da casa estavam tão agradáveis que eu nem me importei. Era um barulho de estática, desses que a gente ouve quando a televisão é ligada mas está sem volume. Enxerguei uma claridade mesmo com as pálpebras fechadas e aquilo fez com que eu abrisse os olhos.

Em frente a poltrona, sobre o móvel velho de madeira cerejeira lascada, estava a televisão de tubo de vinte e nove polegadas ligada. Ela tinha ligado sozinha. Na tela uma imagem com qualidade de fitas VHS dos anos 80. Era a imagem de uma plateia. Fiquei alguns segundos com o olhar perdido naquela imagem tentando entender de que canal era aquele programa que exibia a imagem de uma platéia da perspectiva de alguém que está no fundo de um palco. Olhei nos olhos das pessoas sentadas nas primeiras filas. Não reconheci ninguém. Provavelmente por conta da qualidade da imagem. O brilho estava um pouco saturado e não havia muita definição. Olhei novamente para a foto com as pirâmides do Egito e ouvi risos. Mas eram risos que não estavam saindo de uma caixinha de som de uma tv de vinte e nove polegadas. Eram risos de verdade, próximos a mim. Como se alguém além de mim estivesse na sala da "goma". Quando eu ergui os olhos a tv não estava lá, nem o móvel velho de cerejeira, nem a parede. Havia uma abertura imensa e luzes impediam com que eu visse a profundidade do local, mas a plateia estava a minha frente. Olhei para os lados e as paredes da goma continuavam ali, a cozinha estava ali atrás, mais a frente o cômodo se expandia e haviam pessoas me assistindo, pessoas me observando. Pessoas que eu nem conhecia, na verdade. E que estavam possivelmente me avaliando, me julgando, me analisando.

Olhei ao redor. Enxerguei os detalhes da sala daquela casa antiga que eu conhecia tão bem e meus olhos se fixaram em uma das fotografias presas com durex desorganizadamente na parede a minha direita. Me levantei e fui até elas. Eram fotos dos moradores da goma. Tinha fotos do Negão no dia que fizemos a festa de despedida dele em casa e eu acabei transando junto com a Tábata e o Daniel. Tinha fotos do Japa vestindo uma camisa de futebol, do Alemão sem camiseta e dormindo no sofá com a boca aberta e com espuma de barbear espalhada pelo corpo inteiro. Tinha uma foto do Rodrigão, que não morava com a gente, mas vivia lá enchendo o saco. Ele estava abraçado com o Daniel e ambos estavam com a língua para fora fazendo careta e mostrando o dedo do meio.

Olhei uma outra foto só do Daniel e me veio todas as lembranças de experiências que tivemos juntos de uma vez só, desde os risos e das lágrimas até as infinitas idas até a padoca perto da goma para comer x-salada.

Estava completamente absorto nas minhas lembranças quando eu ouvi uma risada vindo de um um dos quartos. Era uma risada conhecida. Era a risada do Negão. Mas aquilo era impossível porque o Negão era do Rio de Janeiro e ele já tinha voltado para casa há muito tempo. Logo em seguida ouvi um burburinho e antes que eu pudesse ir ver o que estava acontecendo, ouvi barulhos de salto alto correndo pela casa.

E foi o Negão realmente que surgiu na sala, na minha frente e em frente a todos da plateia do Somnium, totalmente diferente do que eu o conheci. Ele usava uma bota plataforma, um macacão de pele de onça aberto na frente. Usava um sutiã preto com enchimento de seios que pareciam ser muito verdadeiros. O seu cabelo estava comprido e muito armado, na frente dois coques pareciam dois cones e atrás o cabelo volumoso e esvoaçante estava solto. Atrás dele veio o Japa, de cabelos compridos, amarrados em um rabo de cavalo. Estava usando uma mini-blusa de alcinhas e calça esporte, dessas com três listras dos lados. Usava tênis esportivo e chegou dando um mortal para frente. Logo atrás dele veio o Alemão correndo com cuidado usando botas plataformas e um vestido curto com a estampa da bandeira da Inglaterra. Seus cabelos estavam compridos, lisos, tingidos de vermelho, exceto por duas mechas loiras na frente. E atrás dele veio Rodrigão com o cabelo liso em chanel com bico, usando um vestido tomara que caia bem curto com scarpin de salto fino. E por último veio Daniel usando um tênis plataforma com uma meia branca até o joelho, usava um vestido rosa e tinha os cabelos longos, lisos, loiros presos por duas chuquinhas acima das orelhas que lhe davam o aspecto de uma criança viada fã da Xuxa nos anos 80.

Foi Negão que chegou rindo e cantando:

"Yo, I'll tell you what I want, what I really, really want"

E o Alemão atrás dizia:

"So tell me what you want, what you really, really want"

E o Negão cantou:

"I wanna really, really, really wanna zigazig ah"

O Japa entrou na frente, fez passinhos de street dance e melodiou:

"If you want my future, forget my past"

O Daniel veio perto de mim, com um pirulito na boca e enrolando os cabelos loiros nas pontas dos dedos. Passou o indicador pelo meu queixo e cantou:

"If you wanna get with me, better make it fast"

Rodrigão surgiu, desfilando até a ponta do palco, com cara de desdém e cantou olhando para a plateia com uma mão na cintura:

"Now don't go wasting my precious time"

E o Alemão ergueu a mão direita formando um v com o dedo médio e indicador, completou cantando:

"Get your act together we could be just fine"

Os cinco, lado a lado, olharam para a plateia e cantaram:

"I'll tell you what I want, what I really, really want

So tell me what you want, what you really, really want

I wanna, (ha) I wanna, (ha) I wanna, (ha) I wanna, (ha)

I wanna really, really, really wanna zigazig ah"

Daniel apontou para mim, deu uma piscadela e cantou:

"If you wanna be my lover, you gotta get with my friends"

(Gotta get with my friends) — os outros em uníssono ecoaram.

"Make it last forever..."

(friendship never ends) — o coro completou.

"If you wanna be my lover, you have got to give

Taking is too easy, but that's the way it is."

Quando abri os olhos ainda ouvia o som do mijo do Daniel no banheiro e logo em seguida a descarga sendo dada. Levantei rapidamente da poltrona, jogando o panfleto onde achei e passando a mão no rosto para acordar e me livrar daquela visão horrível dos "Spice Holes". Coloquei a palma da mão sobre a tv. Ela estava fria e desligada. Na parede todas fotos que eu tinha visto no palco do Somnium estava lá. Daniel surgiu ajeitando o elástico da bermuda e insistiu:

— E aí, Mané. Fala aí a real. O que está fazendo perdido em São Bernardo?

— Ah mano, eu queria te ver. A gente é parceiro. Preciso marcar horário agora?

— Não, claro que não. Mas é que é uma hora da madrugada. Não deu para esperar até amanhecer o dia?

Olhei para ele e para o sorriso dele e tentei ser o mais objetivo possível:

— Você está em um relacionamento abusivo, Daniel.

O sorriso dele sumiu e ele ergueu as sobrancelhas com os olhos fechados como se dissesse "lá vem a ladainha". Sentou no sofá e falou:

— Fábio, se você veio até aqui para falar sobre o meu relacionamento com o Paulo...

Cruzei os braços e olhava ele de cima para baixo.

— Daniel, algumas semanas atrás você viu ele beijando a Vanessa na Parada Gay, sem dar a mínima para o seu sentimento. Nem para o sentimento da namorada dele. Ele pegou a cunhada dele! Da última vez que nos vimos você até disse que tinha vontade de abrir o jogo com a Tati e falar para ela que o Paulo é um bissexual filho da puta. Se lembra?

— Eu sei, eu sei. A vontade é essa, mas você sabe que não é tão simples assim. Eu não vou destruir a vida do cara. Eu não conseguiria viver sabendo que fui responsável por desgraçar a vida de alguém.

Puxei a poltrona para perto e a posicionei de frente para ele. Sentei e segurei seus dois joelhos falando:

— E ele pode desgraçar a sua? Fazer você de estepe? Controlar quando ou com quem você deve ou não sair?

Ele olhou nos meus olhos e em seguida para as minhas mãos sem suas pernas. Fiquei sem graça e recuei. Ele ficou pensativo e levantou dizendo:

— Por que está fazendo isso? Por que se importa?

— Porque eu gosto de você. — Admiti ficando em pé novamente — Não quero te ver sofrer. E parece que ao dizer isso para você, de alguma maneira eu também estou falando para mim mesmo.

— Como assim?

Respirei fundo, baixei a cabeça e expliquei:

— Eu e o Roger, cara. As vezes sinto que não vai dar certo.

— Como assim? Não faz nem um mês que estão juntos. Não é muito cedo para tirar conclusões?

— Pode ser. Mas tem outra coisa também.

— O que é?

— Vamos sair que eu conto. Vou precisar de mais cerveja para fazer as verdades saírem.

— Já está tarde, cara. E eu disse para o Paulo...

— Foda-se o Paulo! — Falei rispidamente.

Ele cerrou o cenho e inclinou a cabeça num gesto de indagação.

— Foda-se o Roger! — Acrescentei. — Vamos sair. Só eu e você. Como nos velhos tempos. Topa?

Ele hesitou por alguns segundos e falou:

— Só se eu puder escolher o lugar.

— Não pode ser balada GLS.

Tenho um protocolo a seguir. — Pensei rapidamente.

— Não é gls. É que toca as músicas que eu gosto.

— Firmeza. Vamos só dar o fora daqui logo e beber umas.

Ele abriu um sorriso e falou:

— Vou me trocar.

— Precisaremos de mais dinheiro para o táxi. Gastei uma fortuna vindo até aqui.

— Deixa comigo. Tenho as minhas economias. — Ele falou.

Quarenta minutos depois eu e Daniel estávamos dentro da The History, uma balada que ficava na Vila Olímpia famosa por misturar músicas novas com flashbacks. Daniel embora tivesse seus vinte e poucos anos e vivido a adolescência no final dos anos 90, início dos anos 2000, adorava músicas antigas. Principalmente da década de 70 e 80. Ele dizia que eram as únicas músicas que seus pais deixavam ele escutar quando não insistiam em colocar fitas K7 de forró e carimbó. Como gostava de músicas internacionais, desenvolveu uma paixão por flashbacks e foi o que o incentivou a se dedicar nas aulas de Inglês da escola. Embora nunca tenha feito cursos caros de Inglês ou intercâmbio como eu já tinha feito, Daniel mandava muito bem no "the book is on the table".

Tinha deixado a máscara e o terno na goma e tinha ido apenas de calça, camisa e um all star que peguei do Daniel emprestado para ficar mais fortável. Ele foi de tênis, jeans, camiseta e boné.

— Vocês precisam conversar. — Daniel falou dando um gole em seu mojito depois de me ouvir contar tudo o que estava acontecendo no meu relacionamento. — Talvez Roger tenha algum trauma de infância que ainda não conseguiu superar e por isso tem essa trava na cama.

— Será? Mas a gente conversa sobre tudo, Dan. — Falei bebendo minha caipirinha. — Não teria o porquê ele esconder uma coisa dessas de mim.

— Falar sobre isso envolve reviver, lembrar e se de fato ele passou por um trauma não deve ser fácil voltar a cutucar a ferida. Há pesquisas que dizem que homens vítimas de abuso levam mais de vinte anos para denunciar o caso.

— Mas ele não tem o estereótipo de alguém que foi abusado. Ele não é tímido, recluso, introspectivo, violento. Ao contrário.

— E quem disse que há esteriótipo para isso? Cada um responde de uma forma.

— Vou chegar e perguntar na lata. Se há um problema é melhor resolver o quanto antes.

— Se ele não falou nada até agora pode ser que não seja isso, ou então seja algo difícil até para ele trabalhar dentro dele. Se perguntar ou querer forçá-lo a tocar nessa ferida pode fazê-lo se fechar completamente ou pior, pode fazê-lo se afastar ainda mais de você.

Fiquei mudo, sem saber o que fazer. Voltei a estaca zero.

— Mas acho que vocês precisam conversar, mano. Você precisa falar o que sente e deixá-lo a vontade para poder conversar contigo sobre o que quer que seja. Se mesmo sabendo que você gosta de sexo, ele decidiu tentar fazer esse relacionamento dar certo é porque ele sente que pode contar com você. Não seria justo simplesmente dar o pé na bunda do cara sem ao menos conseguir entender o que está acontecendo ou tentar ajudá-lo se implicitamente ele demonstra precisar. Namoro é isso, meu velho, vai muito além do sexo. Se o sexo é a prioridade número um, você não precisa de um namorado, precisa de pessoas que topam transar sem compromisso, tá ligado? Compromisso é você estar junto na alegria e na tristeza, no ônus e no bônus.

Virei de costas para o bar e apoiei meus cotovelos no balcão e fiquei olhando as pessoas dançando na pista.

— Você tem razão. E eu preciso te pedir desculpas.

Ele se aproximou para ouvir direito por conta do som alto.

— Como é?

— Eu te devo desculpas. Eu falei muita merda, fiz muita merda contigo no passado.

— Esquece isso, cara. Já passou, estamos bem, cada um tem o seu namorado. Eu fui muito chato e afobado no passado. Não soube lidar com aquele turbilhão de sentimentos. E morando juntos, tudo fica mais intenso, "mais pior".

— Aquele dia na Bubu Lounge eu queria ter dito tudo o que eu estava sentindo, saca?

— Eu sei.Você não precisou dizer nada. Eu já sabia tudo que ia me dizer só pelo jeito que me olhava. Mas eu também estava magoado, machucado e muito carente e o Paulo apareceu. Sei que deve pensar que isso foi uma traição, mas juro que não foi.

— Apenas queria que soubesse que sinto muito por tudo o que eu fiz e falei na época que moramos juntos.

Ele me olhou, sorriu, colocou o copo de mojito vazio sobre o balcão e correu para o meio da pista.

Assim que ele parou e se virou para mim, um facho de luz acendeu acima dele como se fosse algo ensaiado. Do meu lado esquerdo a visão daquela plateia lotada de gente voltou. Do outro lado do palco do Somnium Daniel ergueu um braço na minha direção e cantou e uma orquestra inteira o acompanhou:

"The scars of your love remind me of us

They keep me thinking that we almost had it all

The scars of your love they leave me breathless, I can't help feeling"

Todos se juntaram ao lado de Daniel e como se fossem as bailarinas do Faustão dançaram uma coreografia bizarra onde simulavam punhaladas no peito, arranhamentos nos braços, seguravam o estômago como se estivessem sem ar e a passos curtos e rapidos recuavam para depois se juntarem ao Daniel novamente que cantava o refrão:

"We could have had it all" — Daniel cantou apontando para mim.

O balé cantou em coral: (You're gonna wish you never had met me)

Rolling in the deep — Dan cantou atingindo um agudo cristalino.

(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

You had my heart inside of your hand — Agora foi a vez dele fechar o punho do lado esquerdo do peito como se arrancasse o próprio coração e abriu a mão dramaticamente.

(You're gonna wish you never had met me)

And you played it to the beat — Dan finalizou batendo uma mão na outra como se as estivesse limpando com pouco caso.

(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

Virei para o bar para terminar minha caipirinha e só por segurança olhei para o lado e a plateia do Somnium se fora da mesma forma que surgira. Senti Daniel me puxar e relutante fui à pista de dança ainda sentindo ressaca do papo que tivemos e de ter lembrado da época em que moramos juntos e de tudo que passamos e sentimos um pelo outro.

No telão, cenas do filme de 1996, escrito e dirigido por Tom Hanks, That thing you do, traduzido para o português como The Wonders - O sonho não acabou, acompanhava a clássica trilha sonora que lembrava os Beatles.

Daniel virou a aba do boné para trás, mordeu a língua no canto da boca e batendo palmas e mexendo os pés de uma forma que eu nem sabia como era capaz de fazer começou a dançar.

You doing that thing you do!

Breaking' my heart into a million pieces

Like you always do.

And you, don't mean to be cruel.

You never even knew about the heartache

I've been going through.

Eu estava tímido no começo. A pista estava cheia e quase não tinha lugar para dançar, mas foi a conta de Daniel começar a fazer aquilo que ele fazia com a cintura e com o corpo quando começava a dançar e acabou chamando atenção de pessoas que estavam ao redor. A verdade era uma só, Daniel era sexy pra caralho. Tinha um remelexo que fazia a gente parar e ficar olhando para cada parte do seu corpo. Quando reparei que ele estava chamando muito a atenção, eu não pude ficar para trás, ainda mais depois da caipirinha ter se juntado a todas as outras que eu já tinha bebido na festa a fantasia.

Well I try and try to forget you girl

But it's just so hard to do.

Every time you do that thing you do!

Comecei a bater palmas no ritmo da música e Daniel ficou parado dançando no mesmo lugar, jogando o corpo de um lado para o outro e também batendo palmas. Dei uma volta ao redor dele só na palminha. Agora ele ia ver o poder do Linderoff na pista de dança. Parei ao lado dele e olhei para frente. Lá estava a plateia do Somnium novamente a nossa frente e eu e Daniel começamos a dançar como se tivéssemos os passos coreografados.

I know all the games you play

And I'm gonna find a way to let you know

That you'll be mine someday.

Agarrei ele pela cintura e ele caiu sobre meus braços e quando se levantou, deu um rodopio e começou a pular e bater palmas. Eu fiz o mesmo.

Cause we, could be happy can't you see?

If you'd only let me be the one to hold you

And keep you here with me.

'Cause I try and try to forget you girl

But it's just so hard to do.

Every time you do that thing you do!

Um olhando nos olhos do outro pulávamos de um pé para o outro jogando os braços para frente como se estivessemos dando braçadas em uma piscina imaginária. O resto da casa se juntou a gente e eu e Daniel nos afastamos e para a surpresa da plateia, descemos as escadas que haviam nos cantos do palco e cantando e dançando e seguidos pelos inúmeros dançarinos percorremos dois corredores do teatro Somnium e puxando as palmas dos espectadores. Por um momento vislumbrei a quantidade incontável de pessoas acompanhando a minha história com um sorriso bobo no rosto.

I don't ask a lot girl but I know one thing's for sure.

It's the love that I haven't got girl.

And I just can't take it anymore.

Cause we, could be happy can't you see?

If you'd only let me be the one to hold you

and keep you here with me.

Daniel e eu nos encontramos em um corredor que ficava paralelo ao palco bem no meio do teatro. O lugar já tinha se transformado em um pandemônio de gente em pé nas cadeiras para tentar nos ver e não tinha uma pessoa que não estava sorrindo e batendo palmas. O som alto e as luzes estroboscópicas transformaram todo o recinto em uma balada. Os mais velhos batiam palmas e arriscaram uns passinhos pelos corredores junto com os dançarinos.

Eu e Daniel nos abraçamos e nos afastamos passando as mãos ao longo do peito um do outro, do braço estendido e só nos separamos quando os dedos passaram pela mão do braço erguido. A música continuou e eu voltei para o palco pelo corredor que Daniel viera e ele fez o mesmo voltando pelo outro corredor. Meninas pularam nele com os olhos cheios de água. Do outro lado do teatro pude ouvir elas gritando "Você é um fofo". Em cima de mim ninguém veio. Mas piscavam para mim e abriam um sorriso imenso conforme eu passava. Subi as escadas no final do corredor e novamente estávamos sobre o palco.

Cause it hurts me so just to see you go

Around with someone new.

And if I know you, you're doing that thing.

Every day just doing that thing.

I can't take you doing that thing you do.

Corremos na mesma direção e começamos a girar segurando um na mão do outro. Tudo ao nosso redor era um borrão e a única coisa nítida na minha frente era Daniel e seu sorriso de bobo no rosto. Quando paramos a música acabou e o teatro desapareceu. Todos na The History continuavam dançando como se não existíssemos.

Eu estava sentindo algo tão estranho que em palavras eu não conseguiria descrever. Eu estava feliz, correção, estava extremamente feliz, feliz pra porra. Não sei se alguém tinha batizado a minha bebida ou o acúmulo de álcool no sangue tinha atingido o seu ápice, mas o fato é que eu sentia uma euforia e bem estar que há muito tempo não sentia.

Depois que a música dançante acabou, as luzes multicoloridas deu lugar ao brilho do enorme globo de vidro que pendia do teto da The History. Era um globo de vidro exageradamente grande. Cabia um carro popular dentro dele, sem exageros. Luzes azuis coloriam a pista de dança e nos telões eu podia ver imagens de Laura Dern e Nicholas Cage no filme incompreendido de David Lynch, Wild at Heart (Coração Selvagem). Pessoas começaram a formar pares quando uma versão da icônica Wicked Game de Chris Isaak começou a tocar.

The world was on fire and

No one could save me but you

It's strange what desire make foolish people do

I'd never dreamed that I'd meet somebody like you

And I'd never dreamed that I'd lose somebody like you

Começou a ficar um clima estranho, pois eu e Daniel estávamos eufóricos e o DJ tinha acabado com a nossa alegria. Os parzinhos começaram a dançar agarradinhos. E Daniel colocou as mãos no bolso e deu meia volta em direção ao bar, com os lábios apertados e sobrancelhas erguidas.

— Daniel. — Chamei.

Ele parou e apenas virou o rosto para mim. Ergui a mão em sua direção. Ele virou o corpo duvidando que eu o estava convidando para dançar. Olhou para os lados relutando por alguns instantes, mas não me deixou pagar o mico de ser deixado sozinho no meio da pista de dança.

No, I don't want to fall in love

(This love is only gonna break your heart)

No, I don't want to fall in love

(This love is only gonna break your heart)

With you

Ele pegou na minha mão e eu puxei seu corpo na direção do meu. Minhas mãos se juntaram ao redor de sua cintura e os braços dele ao redor do meu pescoço. Senti sua orelha gelada na minha bochecha direita. Senti os pelos de sua barba por fazer roçando no meu rosto liso. Senti o cheiro de sua pele e o seu coração batendo acelerado. Dançávamos para lá e para cá sem sair do lugar. Não ligamos para os olhares de uns e outros ao redor. Sim, éramos dois gays numa balada hétero e estávamos dançando agarradinhos, como dois melhores amigos.

What a wicked game you played

To make me feel this way

What a wicked thing to do

To let me dream of you

What a wicked thing to say

You never felt this way

What a wicked thing to do

To make me dream of you

Resisti o quanto pude, mas não aguentei. Deixei minha mente me levar e comecei a lembrar de todas as vezes que eu e Daniel transamos. Com ele não tinha pudores e nem restrições. Além de se permitir, ele deixava que seu corpo fosse minha propriedade para que eu tirasse prazer da forma que eu quisesse. Lembrei do primeiro boquete debaixo do chuveiro quando eu cheguei bêbado da rua. Lembrei quando deixou eu meter no cu dele a primeira vez. Aquela bunda não me sai da cabeça até hoje. Lembrei até de quando ele deixou eu comer a Tábata, namorada dele na época para satisfazer o meu desejo.

No, I don't want to fall in love

(This love is only gonna break your heart)

No, I don't want to fall in love

(This love is only gonna break your heart)

With you

Sentir ele nos meus braços foi fazer uma viagem ao passado. E a viagem inevitavelmente me deixou excitado. Quando a rola deu uma pulsada mais forte, ele a sentiu no corpo dele. Desencostei rapidamente, afinal de contas não era para ir tão longe assim.

— Estou com sede. — Disse ele disfarçando e olhando para o volume dentro da minha calça. — Venha, vamos pegar alguma coisa para beber.

No I...

Nobody loves no one

A música terminou e pedimos cerveja para manter o equilíbrio alcoólico.

— Eu não me divertia assim há muito tempo. — Falei para disfarçar.

— Essa balada é muito boa.

— Sim, apesar desse povo todo velho, até que toca umas músicas legais.

— Pelo menos esse povo velho não fica enchendo o saco igual o povo de outras baladas fazem. Ficam puxando papo e querendo te pegar a qualquer custo. Gosto de balada para dançar.

Fiquei quieto e não soube o que dizer. As vezes o Daniel parecia ser bem mais velho do ele era.

— Você é um cara velho no corpo de um moleque novo. Pode ser isso.

— Eu não sou velho. - Ele contestou.

— Você só gosta de coisa de velho, de música de velho, dança igual velho. Você é um velho no corpo de um moleque novo.

Ele deu risada e falou:

— Eu danço igual velho?

Ele gargalhou e me lançou um olhar indignado meneando a cabeça em sinal de discórdia. Deixou o copo de cerveja sobre o balcão, subiu na cabine do DJ que ficava no fim da pista e falou alguma coisa para ele. Aparentemente, o DJ cedeu a solicitação e a música mudou na hora.

Daniel caminhou até o centro da pista de dança mais vazia por causa da música lenta. Apontou para mim com uma mão e com a outra puxou a barra da camiseta e a prendeu entre os dentes. Seu abdômen ficou a mostra. A música explodiu pelos alto falantes da balada com uma batida contagiante. Era um funk que dizia:

Sabe esses dias que tu acorda de ressaca

Muito louco, doidão

Tua roupa tá cheia de lama e a cachorra tá na cama

É o dia que a orgia tomou conta de mim assim

Daniel deu uma piscadinha e abriu as pernas e flexionou os joelhos e começou a tremer a bunda como se estivesse com pó de mico no cu. Ele virou de costas e deixou a bunda apontada na minha direção e começou a treme-la descendo até o chão. Uma das mãos segurava a aba do boné virado para trás. O corpo suado e a bunda dele marcada na calça me fez salivar. Fechei a boca para disfarçar.

Ele me olhava de esguelha como se dissesse "Veja como eu danço igual velho, Mané". Abri um sorriso malicioso sem conseguir tirar os olhos do rabo dele.

Ui, o bagulho tá sério

Vai rolar um adultério!

Mamma Mia! — Pensei comigo.


***

Músicas que inspiraram esse capítulo:

Adultério (4x4) - Mr. Catra

Letra:

Parapaparaparapara

Sabe esses dias que tu acorda de ressaca?

Muuuiiito louco, doidão

Sua roupa "tá" cheia de lama e a cachorra tá na cama

É o dia que a orgia tomou conta de mim...assim...

Eu saio com o léo o edgar e o denis vem o sandrinho...vamo pra onde..

Na 4 por 4 a gente zoa

Wisky e energético

quanta mulher boa...ahahaha

Uii,o bagulho tá sério

Vai rolar um adultério...

parapaparaparapara

Sua mina só reclama e tira sua paz,

Ela é chata demais..

Procura a profissional

meu mano, que ela sabe o que faz...

É uma coisa louca que quica, quica em cima de mim

Assim... Antes, durante e depois ééé

Até o fim..vamo lá

Sentada no meu colo a gente zoa...

Gata que delícia...boaa

Ui,o bagulho ta sério, vai rolar um adultério





Wicked Game - Chris Isaak

Lyric:

The world was on fire and no one could save me but you

It's strange what desire make foolish people do

I never dreamed that I'd meet somebody like you

And I never dreamed that I'd lose somebody like you

No, I don't wanna fall in love

(This love is only gonna break your heart)

No, I don't wanna fall in love

(This love is only gonna break your heart)

With you

(This love is only gonna break your heart)

What a wicked game to play, to make me feel this way

What a wicked thing to do, to let me dream of you

What a wicked thing to say, you never felt this way

What a wicked thing to do, to make me dream of you and

I don't wanna fall in love

(This world is only gonna break your heart)

No, I don't wanna fall in love

(This world is only gonna break your heart)

With you

The world was on fire and no one could save me but you

It's strange what desire make foolish people do

I never dreamed that I'd love somebody like you

And I never dreamed that I'd lose somebody like you

No, I don't wanna fall in love

(This love is only gonna break your heart)

No, I don't wanna fall in love

(This love is only gonna break your heart)

With you

(This love is only gonna break your heart)

No, I

(This love is only gonna break your heart)

(This love is only gonna break your heart)

Nobody loves no one


Tradução:

O mundo estava em chamas e ninguém podia me salvar a não ser você

É estranho o que o desejo faz as pessoas tolas fazerem

Eu nunca sonhei que conheceria alguém como você

E eu nunca sonhei que perderia alguém como você

Não, eu não quero me apaixonar

(Este amor vai despedaçar seu coração)

Não, eu não quero me apaixonar

(Este amor vai despedaçar seu coração)

Por você

(este amor vai despedaçar seu coração)

Que jogo malvado de se jogar, para me fazer sentir assim

Que coisa malvada para se fazer, permitir que eu sonhe com você

Que coisa malvada para se dizer, você nunca se sentiu assim

Que coisa malvada de se fazer, fazer eu sonhe com você e

Eu não quero me apaixonar

(Este mundo só vai despedaçar seu coração)

Não, eu não quero me apaixonar

(Este mundo só vai despedaçar seu coração)

Por você

O mundo estava em chamas e ninguém poderia me salvar, a não ser você

É estranho o que o desejo faz as pessoas tolas fazerem

Eu nunca sonhei que conheceria alguém como você

E eu nunca sonhei que perderia alguém como você

Não, eu não quero me apaixonar

(Este amor vai despedaçar seu coração)

Não, eu não quero me apaixonar

(Este amor vai despedaçar seu coração)

Por você

(Este amor vai despedaçar seu coração)

Não! Eu

(Este amor vai despedaçar seu coração).

(este amor vai despedaçar seu coração)

Ninguém ama ninguém


That thing you do - That thing you do soundtrack

Lyric:

You doing that thing you do

Breaking my heart into a million pieces

Like you always do

And you don't mean to be cruel

You never even knew about the heartache

I've been going through

And I tried and tried to forget you, girl

But it's just so hard to do

Everytime you do that thing you do

I know all the games you play

And I'm gonna find a way to let you know

That you'll be mine someday

'Cause we could be happy, can't you see?

If you'd only let me be the one to hold you

And keep you here with me

Cause I try and try to forget you, girl

But it's just so hard to do

Everytime you do that thing you do

I don't ask a lot, girl (I don't ask a lot)

But I know one thing is for sure (Know one thing is for sure)

It's the love that I haven't got, girl

And I just can't take it anymore

(Woah!!)

'Cause we could be happy, can't you see?

If you'd only let me be the one to hold you

And keep you here with me

'Cause it hurts me so just to see you go

Around with someone new

And if I know you, you're doing that thing

Everyday just doing that thing

I can't take you doing that thing you do


Tradução:

Você, fazendo aquilo que você faz

Partindo meu coração em milhões de pedaços

Como você sempre faz

E você, não pretende ser cruel

Você nunca nem soube sobre a dor no coração

Pela qual tenho passado

Porque eu tento e tento te esquecer, garota

Mas isto é muito difícil de fazer

Toda vez que você faz aquilo que você faz

Eu conheço todos os jogos que você joga

E eu vou achar um caminho para fazer você saber que

Você será minha um dia

Porque nós podemos ser felizes, você não vê?

Se você apenas me deixar abraçá-la

E manter você aqui comigo

Porque eu tento e tento te esquecer, garota

Mas isto é muito difícil de fazer

Toda vez que você faz aquilo que você faz

Eu não peço muito, garota (eu não peço muito)

Mas de uma coisa eu tenho certeza (uma coisa tenho certeza)

Este é o amor que eu não consegui, garota

E eu simplesmente não aguento mais

(Woah!!)

Porque nós podemos ser felizes, você não vê?

Se você apenas me deixar abraçá-la

E manter você aqui comigo

Porque me dói tanto ver você andando

Por aí com um cara novo

E se eu conheço você, você está fazendo aquilo

Todo dia apenas fazendo aquilo

Eu não posso aguentar você fazendo aquilo que você faz


Rolling in the deep - Adele

Lyric:

There's a fire starting in my heart

Reaching a fever pitch and it's bringing me out the dark

Finally, I can see you crystal clear

Go ahead and sell me out and I'll lay your shit bare

See how I'll leave with every piece of you

Don't underestimate the things that I will do

There's a fire starting in my heart

Reaching a fever pitch and its bringing me out the dark

The scars of your love remind me of us

They keep me thinking that we almost had it all

The scars of your love, they leave me breathless

I can't help feeling

We could've had it all

(You're gonna wish you never had met me)

Rolling in the deep

(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

You had my heart inside of your hand

(You're gonna wish you never had met me)

And you played it to the beat

(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

Baby, I have no story to be told

But I've heard one of you and I'm gonna make your head burn

Think of me in the depths of your despair

Making a home down there, as mine sure won't be shared

(You're gonna wish you never had met me)

The scars of your love remind me of us

(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

They keep me thinking that we almost had it all

(You're gonna wish you never had met me)

The scars of your love, they leave me breathless

(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

I can't help feeling

We could've had it all

(You're gonna wish you never had met me)

Rolling in the deep

(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

You had my heart inside of your hand

(You're gonna wish you never had met me)

And you played it to the beat

(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

Could have had it all

Rolling in the deep

You had my heart inside of your hand

But you played it with a beating

Throw your soul through every open door

Count your blessings to find what you look for

Turn my sorrow into treasured gold

You pay me back in kind and reap just what you sow

(You're gonna wish you never had met me)

We could've had it all

(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

We could've had it all

(You're gonna wish you never had met me)

It all, it all, it all

(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

We could've had it all

(You're gonna wish you never had met me)

Rolling in the deep

(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

You had my heart inside of your hand

(You're gonna wish you never had met me)

And you played it to the beat

(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

Could've had it all

(You're gonna wish you never had met me)

Rolling in the deep

(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

You had my heart inside of your hand

(You're gonna wish you never had met me)

But you played it

You played it

You played it

You played it to the beat


Tradução:

Tem uma chama surgindo no meu coração

Tomando conta de mim e me tirando da escuridão

Finalmente, eu posso te ver claramente

Vá em frente e venda-me e direi os seus podres

Veja como deixarei cada pedaço seu

Por isso, não subestime as coisas que farei

Tem uma chama surgindo no meu coração

Tomando conta de mim e me tirando da escuridão

As cicatrizes do seu amor lembram-me de nós

Eles ainda me fazem pensar que quase tivemos isso tudo

As cicatrizes do seu amor me deixam sem fôlego

Não posso deixar de sentir

Que poderíamos ter tido tudo

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

Rolando nas profundezas

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Você teve o meu coração em sua mão

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

E você brincou com o que eu sentia

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Meu bem, eu não tenho história para contar

Mas soube de uma sua e farei sua cabeça ferver

Pense em mim nas profundezas do seu desespero

E trate de construir um lar por lá, já que o meu, é certo, não será dividido

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

As cicatrizes do seu amor lembram-me de nós

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Eles ainda me fazem pensar que quase tivemos isso tudo

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

As cicatrizes do seu amor me deixam sem fôlego

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Não posso deixar de sentir

Que poderíamos ter tido tudo

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

Rolando nas profundezas

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Você teve o meu coração em sua mão

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

E você brincou com o que eu sentia

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Poderíamos ter tido tudo

Rolando nas profundezas

Você teve o meu coração em sua mão

Mas você brincou com a batida

Jogue a sua alma através de cada porta aberta

E conte suas bençãos para encontrar o que procura

Transforme a minha mágoa em ouro precioso

E pague-me na mesma moeda e colha o que plantou

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

Nós poderíamos ter tido tudo

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Nós poderíamos ter tido tudo

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

Tudo, tudo, tudo

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Nós poderíamos ter tido tudo

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

Rolando nas profundezas

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Você teve o meu coração em sua mão

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

E você brincou com ele, no ritmo

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Poderíamos ter tido tudo

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

Rolando nas profundezas

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Você teve o meu coração nas mãos

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

Mas você brincou com ele

Brincou

Brincou

Brincou com o que eu sentia


Wannabe - Spice girls

Lyric:

Yo, I'll say you what I want, what I really really want

So tell me what you want, what you really really want

I'll tell you what I want, what I really really want

So tell me what you want, what you really really want

I wanna, I wanna, I wanna, I wanna

I wanna really really really wanna zig-a-zig, ah

If you want my future, forget my past

If you wanna get with me, better make it fast

Now don't go wasting my precious time

Get your act together, we could be just fine

I'll tell you what I want, what I really really want

So tell me what you want, what you really really want

I wanna, I wanna, I wanna, I wanna

I wanna really really really wanna zig-a-zig, ah

If you wanna be my lover, you gotta get with my friends

Make it last forever, friendship never ends

If you wanna be my lover, you have got to give

Taking is too easy, but that's the way it is

What do you think about that?

Now you know how I feel

Say you can handle my love, are you for real?

I won't be hasty, I'll give you a try

If you really bug me, then I'll say goodbye

Yo, I'll tell you what I want, what I really really want

So tell me what you want, what you really really want

I wanna, I wanna, I wanna, I wanna

I wanna really really really wanna zig-a-zig, ah

If you wanna be my lover, you gotta get with my friends

Make it last forever, friendship never ends

If you wanna be my lover, you have got to give

Taking is too easy, but that's the way it is

So here's a story from A to Z

You wanna get with me, you gotta listen carefully

We got Em in the place who likes it in your face

We got G like MC who likes it on an

Easy V doesn't come for free

She's a real lady

And as for me, ha, you'll see

Slam your body down and wind it all around

Slam your body down and wind it all around

If you wanna be my lover, you gotta get with my friends

Make it last forever, friendship never ends

If you wanna be my lover, you have got to give

Taking is too easy, but that's the way it is

If you wanna be my lover, you gotta

You gotta, you gotta, you gotta

You gotta slam, slam, slam, slam

Slam your body down and wind it all around

Slam your body down and wind it all around

Slam your body down and wind it all around

Slam your body down and zig-a-zig, ah

If you wanna be my lover


Tradução:

Ei, eu te direi o que quero, o que eu realmente quero

Então, diga-me o que você quer, o que você realmente quer

Eu te direi o que quero, o que eu realmente quero

Então, diga-me o que você quer, o que você realmente quer

Eu te direi o que quero, o que eu realmente quero

Eu realmente, realmente quero um zigue-zague, ah

Se você quer meu futuro, esqueça meu passado

Se você quer ficar comigo, é melhor ir rápido

Agora não vá desperdiçar meu tempo precioso

Componha-se, nós podemos ficar bem juntos

Eu te direi o que quero, o que eu realmente quero

Então, diga-me o que você quer, o que você realmente quer

Eu te direi o que quero, o que eu realmente quero

Eu realmente, realmente quero um zigue-zague, ah

Se você quer ser meu namorado, tem que estar com meus amigos

Faça durar para sempre, amizade nunca acaba

Se você quer ser meu namorado, tem que conseguir se entregar

Conquistar é fácil demais, mas é assim que isto é

O que você acha disso?

Agora que sabe o que eu sinto

Diga que pode lidar com meu amor, você é real?

Eu não serei apressada, eu te darei uma chance

Se você realmente me incomodar, então eu direi adeus

Ei, eu te direi o que quero, o que eu realmente quero

Então, diga-me o que você quer, o que você realmente quer

Eu te direi o que quero, o que eu realmente quero

Eu realmente, realmente quero um zigue-zague, ah

Se você quer ser meu namorado, tem que estar com meus amigos

Faça durar para sempre, amizade nunca acaba

Se você quer ser meu namorado, tem que conseguir se entregar

Conquistar é fácil demais, mas é assim que isto é

Então, essa é a história de A a Z

Você quer ficar comigo, você deve ouvir com atenção

Nós temos um lugar que gostamos no seu rosto

Nós temos G como MC que gosta disso sobre um

Fácil V não vem de graça

Ela é uma verdadeira dama

E quando à mim, ah, você verá

Jogue o seu corpo e gire-o ao seu redor

Jogue o seu corpo e gire-o ao seu redor

Se você quer ser meu namorado, tem que estar com meus amigos

Faça durar para sempre, amizade nunca acaba

Se você quer ser meu namorado, tem que conseguir se entregar

Conquistar é fácil demais, mas é assim que isto é

Se você quer ser meu namorado, você tem

Você tem, você tem, você tem

Você tem que se jogar, se jogar, se jogar, se jogar

Jogue o seu corpo e gire-o ao seu redor

Jogue o seu corpo e gire-o ao seu redor

Jogue o seu corpo e gire-o ao seu redor

Jogue o seu corpo e gire-o e faça um zique-zague, ah

Se você quer ser meu namorado

***

HOMOFOBIA É CRIME SIM. DENUNCIE.

Polícia Federal: denuncia.pf.gov.br

Direito Homoafetivo: www.direitohomoafetivo.com.br

ABGLT: www.abglt.org.br

CVV | Centro de Valorização da vida: https://www.cvv.org.br/

DISQUE 100

***

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