(Presente)
Por que tinha que ser assim sempre? Ela não vê o quão mal esse garoto faz a ela?
E eu, mais uma vez aqui, esperando ela tarde da noite no outro lado da rua do apartamento daquele idiota.
Já é a terceira vez que ela vem em dois meses que não se falam...
Sinceramente? Acho que ela ta pagando os pecados da vida passada com papel de trouxa...Não é possível...
Porém, o que fazer quando se gosta dessa trouxa? Pra mim, a resposta é: seja trouxa por ela.
Permaneço apoiado na grade da rua olhando para a portaria do prédio esperando que ela saísse, que quando ela surge no portão, parece já esperar que eu estivesse ali a esperando.
-Suas provas começam amanhã...Não deveria estar dormindo? -Pergunto quando ela atravessa a rua se aproximando de mim.
-Como sabia que eu vinha?- ela pergunta com a voz baixa. Nitidamente ela estava chateada com a situação.
- Um, você disse que eu deveria dormir cedo...- Começo a contar nos dedos- Sendo que você é quem mais pede para mim madrugar vendo Netflix com você.- Ela sorri- Dois, você disse que ia dormir. Mas pegou a jaqueta pendurada na porta e vestiu...- Ela ri um pouco mais alto e eu sorrio- Três, você faz muito barulho quando sai de casa...é quase como uma manada de bufalos trotando no piso de madeira. Não sabe ser discreta.
-Idiota..- Ela ri e me dá um soquinho em meu ombro.- Vamos para casa...
Concordo e desço da grade a acompanhando enquanto caminhamos direção ao meu carro.
-E ai gostosa?! - Um homem nitidamente bêbado diz se aproximando um pouco.
-Me deixa em paz...- Ela revira os olhos e continua a andar. Ele me incomoda um pouco, mas como ela o ignorou, fiz o mesmo mas mantendo a atenção- Qual é? Não vai me dizer quanto é o programa?!- Ele se aproximou e tentou segurar o braço dela. Ela não teve reação a nao ser se assustar.
Corri até eles e empurrei o homem para longe.
-A garota disse pra ir embora- Digo a deixando atrás de mim.
-Ah...O namoradinho bosta dela- O rapaz embriagado diz rolando os olhos- Ah vamos aproveitar ela juntos! O que me diz?
-Isso aqui...- Meu sangue fervia de raiva daquele imbecil. E a única coisa que me faria acalmar, era um soco. O que não demorou pra ser realizado com gosto.
Defiro o soco em seu rosto com toda a minha força o fazendo cair desacordado. O olho cair de cara no asfalto úmido pelo sereno da madrugada e seguro o punho de S/n
-Vamos...- Digo a puxando para o carro- Não quero você aqui de novo de noite entendeu?!- Ela apenas concorda com a cabeça e permanece quieta. Provavelmente pelo mal estar de ter passado por aquilo mais cedo.- Vai ficar tudo bem...- Sorrio e acaricio suas costas abrindo a porta do carro, logo entrando no mesmo.