Castelo de pedra

By filhadatrindade

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Anya perdeu tudo que tinha muito cedo. Chuck sempre teve tudo e até mais do que merecia. Quando os dois se en... More

Prólogo ❤
Capítulo 01 - Beijo roubado ❤
Capítulo 02 - Grata por sua estupidez ❤
Capítulo 03 - Nos olhos dele ❤
Capítulo 04 - O amor te encontra❤
Capítulo 05 - Gata borralheira ❤
Capítulo 06 - Uma história nada feliz ❤
Capítulo 07 - Nunca poderei lhe pagar ❤
Capítulo 09 - Mulher perigosa ❤
Capítulo 10 - Ela é diferente ❤
Capítulo 11 - Extravasar ❤
Capítulo 12 - Sendo levada por ele ❤
Capítulo 13 - O que eu fiz? ❤
Capítulo 14 - Ele não é meu pai ❤
Capítulo 15 - Pelo bem dele ❤
Capítulo 16 - O que eu tenho? ❤
Capítulo 17 - Sinal verde ❤
Capítulo 18 - Quando você me pedir... ❤
Capítulo 19 - Se é importante para você... ❤
Capítulo 20 - Eu vou me permitir ❤
Capítulo 21 - A fé ❤
Capítulo 22 - Quebre sua promessa ❤
Capítulo 23 - Cansei ❤
Capítulo 24 - Ingratidão ❤
Capítulo 25 - A alegria vem pela manhã ❤
Capítulo 26 - O tempo cura? [Ultimo Capítulo] ❤
Epílogo ❤

Capítulo 08 - Isso é amor ❤

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By filhadatrindade

Chuck

Era real. O cabelo dela não era dos melhores, mas não era tão feio quanto eu disse ser. Talvez não devesse ter dito isso, ela nem ao menos me contrariou e nem me ofendeu depois, como sempre faz.

Sua pele também era muito bonita, apesar de ter olheiras por não dormir muito, mas quem é que estudando dorme bem?

Eu levei ela no salão que minha mãe sempre falava para mim quando chegava do mesmo, nunca dei muita importância a isso, mas agora me foi muito útil. Deixei ela lá enquanto fiquei andando pelo shopping, olhando as vitrines para comprar algo para ir à festa. Eu tinha que convencê-la a ir.

Ah, eu achava isso incrível. Eu. Chuck Wolves, tentando convencer alguém a fazer algo para mim. Ela realmente estava me dando novas experiencias. E eu não sei se gosto disso ou não.

Eu sempre vou rir na companhia dela, afinal, tudo nela me faz rir. Desde o cabelo oleoso até as meias de panda, mas ela também me faz ter muita raiva de eu ter que falar mais de uma vez a mesma coisa quando eu nunca fiz isso.

— Oi Charles – A voz de Fernanda perfurou meus ouvidos.

Apertei meus olhos antes de me virar com o sorriso mais forçado do mundo.

— Oi Fernanda – Ela estava com bolsas de compras na mão.

— Que coisa te encontrar aqui. Nunca gostou do shopping – Ela cruza os braços.

— Eu vim com minha namorada. – Ela riu de desdém.

— Ah é? – Meneio a cabeça afirmando. — E onde está ela? – Ela finge procura-la.

— No salão. Estou aqui apenas fazendo hora. – Dou um sorriso breve.

— Que coisa. Ela tem dinheiro para isso? Ah! Eu aposto que usou o seu. Ela é uma interesseira, mas tudo bem. Logo você vai ver isso. – A menina se aproxima de mim e coloca a mão no meu ombro. — Vamos ver quanto tempo consegue manter essa farsa.

— Não é uma farsa. Eu dei dinheiro a ela porque eu quis e faço o que quiser porque ela é minha namorada. – Arranco a mão dela de mim.

— Você não vai desistir dele, Fernanda? – Olho para trás.

Anya estava com algumas ondas e alguns centímetros a menos no cabelo. Tinha deixado seu rosto mais alegre e destacado um pouco seus olhos castanho. Ela estava com os braços cruzados e sobrancelha arqueada olhando para Fernanda.

— Claro que vou. Quando eu achar que devo, afinal, eu não acredito nada que vocês dois estão realmente saindo. Levar alguém para passear no shopping não é namoro. – Fernanda rebate.

— Ela vai à festa comigo hoje. Assim todo mundo vai conhece-la – Eu vou até Anya e seguro sua mão.

— Ha Ha. Essa eu não vou perder. – Fernanda deu de costas e saiu andando.

Na mesma hora desprendi minha mão de Anya.

— Festa Chuck? Eu disse que não iriamos a essa festa – Resmungou.

— Só por hoje. O pessoal precisa te conhecer e acreditar que estou mesmo namorando – Peço a ela.

Ela bufa, mas no fim, não contesta mais.

— Se vista bem, por favor, com uma dessas roupas que eu comprei. – Estendo a mão com as bolsas que estavam comigo e dou para ela.

— Claro meu amor – Respondeu, revirando os olhos.

Depois de colocar as coisas no carro e sair do estacionamento, o clima no carro parecia bem pesado. Ela estava quieta novamente e aquilo estava começando a me incomodar bastante.

— Porque está quieta? – Pergunto.

— Chuck – Olho de soslaio para ela. — Posso te pedir um favor?

— Pode.

— Enquanto estivermos nessa coisa de namoro de fachada, pode, por favor, não sair com ninguém? – Seu tom de voz era sério.

— Eu já não ia fazer isso. Mas porque está me pedindo? E tão séria...

— Meu pai traiu minha mãe, mesmo que nós dois nos odiemos, não quero pensar em saber como era. – Concluí, com um pouco de água nos olhos.

Eu não faço mais perguntas, provavelmente ela não quer responder nenhuma das minhas dúvidas sobre seu passado. Eu ainda quero saber quem é que ela acha que matou em seu pesadelo. Porque ela dormia numa cafeteria e porque parece sempre não estar feliz e dizer isso firmemente.

Aquele olhar dela para fora da janela estava me enchendo de um sentimento de empatia. Pela primeira vez eu quis, de alguma forma, consolá-la.

— Ei, ei! Chega dessa cara – Baguncei seu cabelo.

— Você está bagunçando o cabelo caro que mandou eu fazer? – Ela me deu um soco.

Em seguida eu ri dela arrumando o cabelo no espelho do carro.

— Você é ridículo – Rosna guardando o espelho.

— Se acostume, você irá passar muito tempo comigo – Aperto suas bochechas, mas ela empurra minha mão dela.

Nos separamos cada um indo para eu quarto. Fui ao meu e tomei um longo banho. Coloquei minha calça jeans preta que era rasgada, com meu tênis preto. Peguei uma camisa polo cinza com apenas um bolso e vesti.

Sequei meu cabelo e deixo-o bagunçado.

Túlio entrou no quarto quando eu estava pronto para sair.

— Ei, espera aí! – Ele me puxa para dentro de novo.

— O que foi cara? – Pergunto e ele me solta.

— A Fernanda disse que você está com uma "mulherzinha" por aí dizendo que é sua namorada – Reviro os olhos.

— Não é nenhuma "mulherzinha" – Finge que me importava com seu tom de voz. — E sim, é minha namorada.

— Charles. Charles Wolves namorando? – Túlio caí na cama rindo.

Cruzo meus braços com a feição séria esperando ele parar com o show.

— Está falando sério? – Quando ele vê que eu não ri, pergunta sério.

— Estou dizendo que sim – Pego no armário, um perfume qualquer e coloco.

— Não acredito. Você não se amarra mano. – Ele diz. — Endoidou?

— Túlio, meu irmão. Isso é amor. – Dou umas batidinhas nas costas dele e depois abro a porta e saio.

Começo a dar risada no corredor descendo as escadas. "Amor" não era bem o que podia descrever a relação entre Anya e eu.

Fui descendo e mandei uma mensagem para ela dizendo que já estava pronto. Eram quase dez da noite. A festa, em tese. Começaria às oito, mas nunca é assim. De longe vi minha mãe vindo e me escondi atrás da pilastra que tinha ali.

— O que está fazendo? – Olhei para cima, de onde vinha a voz.

Me surpreendi. Anya estava com um vestido azul e uma jaqueta preta por cima. Uma bota com salto preto e com um pouco de maquiagem. Seus lábios estavam rosados e seus cabelos ondulados estavam mais brilhantes agora. Ela estava linda, como nunca tinha reparado antes, suas curvas estavam bem ressaltadas, assim como seu busto.

— O que foi? – Ela me tira do meu transe.

— Como é? – Pergunto, desviando meu olhar. — Ah, nada. Vamos logo – Eu saio em disparada na sua frente, sem deixa-la perceber minha cara de idiota.

— Você até que está bem. – Ouço seu elogio, mas não olho para ela.

— Ah, eu sei. Sempre estou – Respondo. — E você, com as coisas que comprei, parece mais um ser humano. – Sinto um soco nas minhas costas e paro para alisar e ela passa a minha frente. — Você não devia ser dançarina e sim lutadora de MMA. – Resmungo.

Antes de ir a festa, decido parar com ela para mostra-la um lugar que, talvez, a animaria, pois, mesmo depois de um tempo, ela ainda parecia bem triste.

— Que lugar é esse?

— Não consegue adivinhar pela roda gigante e a placa escrito "Parque de diversões" bem na entrada? – Aperto meus olhos para ela apontando para os brinquedos.

— Seu idiota. Porque me trouxe aqui? Pensei que íamos há uma festa e não num parque de diversões parado e assustador. – Ela diz passando longe do carrossel.

— Tem medo? – Seguro minha risada.

— Não, mas... É que tem tarados que agarram mulheres por aí – Ela sorri para mim.

— Você nunca vai esquecer esse beijo, não é? – Arqueio a sobrancelha.

— Queria muito, mas é que foi o pior momento da minha vida – Ela finge estar chorando. — Ainda não me respondeu porque me trouxe aqui – Muda de assunto.

— Vem cá – Pego-a pela mão e arrasto para dentro da barca que estava parada.

Sentamo-nos nos bancos mais altos e um vento bate de leve em nós.

— Minha mãe sempre me trazia aqui quando eu era mais novo. Sempre que eu adquiria medo de alguma coisa ou ficava triste. Sempre, só nessa barca. E aí ela dizia: Assim como seu medo e sua tristeza, é essa barca. Pode se mover e deixar você tonto, e até com vontade de pular antes da hora, mas uma hora vai parar e você vai conseguir se livrar dela. – Olhei-a com um meio sorriso.

A luz da lua parecia forte agora. Ela me olhou fixo sem dizer uma palavra, mas um sorriso singelo surgiu nos seus lábios e eu tive a sensação de dever cumprido.

— Obrigado. – Murmura.

Eu apenas fico quieto, esperando ela terminar de analisar tudo a sua volta.

Sempre que estou com ela é assim: tudo parece encantador, por mais simples ou até inútil que seja. Ela sempre para e olha tudo a volta como se fosse muito precioso.

— Vamos ou não? Temos uma chata para convencer – Ela se põe de pé e pula para fora da barca.

Vou atrás dela. E vamos para a festa.

Chegando ao local, cheio de luzes e uma música eletrônica bem alta. Eu a deixo sentada numa mesa mais afastada e vou procurar alguma bebida para nós dois. De longe avisto Fernanda e Túlio que estavam conversando sobre algo.

Me aproximo dos dois, pois os mesmos estavam perto do bar.

— Finalmente chegou Charles – Fernanda diz, tomando um pouco do seu drink.

Eu apenas suspiro sem responde-la.

— Onde você estava mano? Você sumiu depois da conversa bizarra. – Ele estende um copo para mim e eu viro de uma vez só.

— Eu estava com a minha namorada – Aponto para a mesa onde ela está sentada olhando a tela do celular.

— Vai mesmo continuar com isso? – A voz de Fernanda saí um pouco alta devido ao som alto na balada.

— Namorando. Claro. – O garçom vem até nós. — Um suco por favor.

— Suco? É isso que ela bebe? – Fernanda arqueia a sobrancelha.

— Ela tem que manter a boa forma – Retalho.

Pego o suco que o garçom me dá e saio sem dizer mais nada para eles. Coloco a bebida na frente de Anya e me sento ao seu lado.

— O que foi? Sua raiva é bem aparente – Ela diz, depois dá um gole no seu suco.

— Fernanda me dá raiva – Jogo meu cabelo para trás.

— Percebi. Ela te afeta. – Comentou.

Eu não gostei do jeito que ela pensou sobre isso. Provavelmente pensa que Fernanda tem algum poder sobre mim e meus sentimentos, mas não. Eu só quero me livrar dela.

— Posso tirar uma dúvida? – Balancei a cabeça afirmando. — Porque você não pediu a uma amiga mais intima para fingir ser sua namorada?

Eu pensei um pouco. Naquele momento eu caí em mim, eu não pensei em ninguém a não ser ela. Talvez pelas circunstâncias ou por nenhuma garota na qual eu saí parecer uma namorada de verdade.

— Você é a mais "namorável" – Gesticulo aspas e ela sorri.

— Eu? Pensei que eu era feia. – Ela bebe mais um pouco do seu suco.

— Não é pela aparência que estou falando – Comento, olhando para os lados. — Vamos dançar.

— Ah não – Ela puxa seu corpo para baixo.

— Como assim? Você é do departamento de dança – Continuo a puxá-la.

— Dança clássica. Esse é meu estilo e não essa coisa eletrônica sem letra, eu nem sei como dançar isso. – Eu a venço, puxando-a para o meio da pista de dança.

— É fácil, é só mexer seu corpo sensualmente. – Ela fica parada e eu danço um pouco na frente dela. — Vamos, é fácil. Não vai nem tentar? – Pego em sua mão trazendo-a para mais perto de mim.

Coloco as mãos dela em volta do meu pescoço e seguro em seu quadril guiando ela. Depois de alguns minutos ela começa a se soltar e termina dançando bem, como esperado.

O sorriso estava estampado em seu rosto. Comecei a dançar com ela e ficamos assim por várias horas. 

Continua...

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