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Com essas simples palavras Peter se desencosta bruscamente e derruba um livro pesado, fazendo um barulho alto.
Ele se aproxima de mim em silêncio e me observando detalhadamente.
O silêncio é tanto, que escuto apenas o som da minha respiração.
Então ele gargalha, com vontade.
- Vampiro? Sério, Laura?
Ele tá debochando de mim? Eu sei que é mais uma mentira e não vou me deixar levar.
Olho em seus olhos e trinco meus dentes, fechando minha mão com força.
- Tentando mentir Peter? Não consegue. Eu já esperava que você não respondesse positivamente mesmo. Só vim avisar e deixar claro que vocês não me enganam mais.
Meu sangue ferve e eu estou preste a sair do quarto, quando Peter bloqueia meu caminho, se colocando na minha frente e apoiando a mão sobre a parede.
Eu inclino a cabeça para cima surpresa.
- Você acha que somos vampiros e vai continuar aqui? Parece uma decisão estúpida você não acha?
- Você não me assusta e não acho uma decisão estúpida.
Ele solta uma risada sem humor.
- Vocês humanos sempre tomando decisões sem pensar... Estúpidos e fácies de matar.
Ele se aproxima ainda mais de mim e sua voz se torna um sussurro me acariciando.
- Você tem ainda muita coisa para descobrir e lutar contra. Não pense que somos assim, afinal, estamos mortos.
- Você acabou de admitir que é um vampiro mesmo...- digo em um fio de voz. Sua aproximação me deixa confusa.
Ele aproxima seu rosto do meu.
Seus olhos ficam vermelhos e seus caninos crescem.
- Você não tem nenhum medo!? Você não tem nenhum instinto de sobrevivência!?
- Eu já disse e repito, não tenho medo de você Peter! Eu só queria te conhecer, mas cada vez fica mais difícil!
- Você deveria ter medo de mim! Não pelo fato de ser um vampiro, mas também pelo mal que faço a todos a minha volta!
Ele suspira tentando se controlar. Nos seus olhos vejo uma série de emoções, uma delas confusão.
Ele pisca algumas vezes depois de um tempo me encarando e toda aquela dúvida, sumiu.
Ele não tira o braço que está me impedindo de sair e se inclina sobre mim. Seu rosto se aproxima da base do meu pescoço.
Meu coração começa a bater como louco e eu nem ouço olhar para ele. Seu corpo alto está dominando o meu.
- Você cheira tão bem... - A ponta do seu nariz toca meu pescoço.- Você não sabe o que isso significa para mim, sua presença, a vida que está fluindo dentro do seu corpo... Eu gosto tanto quanto odeio.
O que ele está querendo dizer? Ele sussurra como se tentasse se controlar.
Sua respiração fresca contra meu pescoço me trás bons arrepios.
Eu deveria ter medo de Peter e o afastar, afinal, ele é um predador, mas me sinto segura com ele.
Seus lábios encostam suavemente no meu pescoço e seus cabelos macios encostam no meu rosto.
Ele desliza uma mão sobre minha bochecha acariciando ela, subindo logo depois para meu cabelo.
Sinto sua respiração se descontroladar já que ele ainda continua com o rosto na curva do meu pescoço.
Estremeço com suas carícias e desejo por mais. Eu sinto que ele quer mais, mas se mantém assim.
Ele recua um pouco, e seus olhos encontram os meus.
- Você é tão cheia de vida, tão boa... Por que quer conhecer alguém tão sem vida como eu?
Ele está realmente me perguntando isso?
(Vim mais cedo e deixo com vocês essa imagem maravilhosa.)