Carry Your Home - Camren

By IceQueen5h

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Camila Cabello é a filha mais nova do casal Cabello, conhecidos como a realeza da tecnologia robótica no mund... More

Apresentação
Parte I - A Dor
1973
High
I'll Take Everything
Superstar
Cry
Annie
Primavera In Anticipo
I Really Want You
Tears And Rain
These Are The Words
Stay The Night
The Only One
Billy
You're Beautiful
Parte II - A Cura
Over
Goodbye My Lover
No Bravery
Wisemen
Give Me Some Love
Out Of My Mind
Same Mistake
Calling Out Your Name
Heart Of Gold
I'll Be Your Man (Woman)
If Time Is All Have
I Can't Hear The Music
Turn Me On
So Long, Jimmy
Parte III - O amor
No Tears
So For Gone
Dangerous
Carry You Home
Shine On
Tribute To Fifth Harmony

Best Laid Plans

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By IceQueen5h

Esse é o último capítulo que vou postar hoje, os próximos será no final de semana que vem porque terei provas na faculdade.

Boa leitura!

Pov Camila Cabello

Ouvir aquelas palavras de Lauren, não haviam me machucado tanto como achei que machucaria, quer dizer... Um pouco antes dela acordar, uma psicóloga havia nos orientado a como agir diante daquela situação. Porém, eu havia perdido toda e qualquer paciência que restava dentro de mim e isso fez com que, de alguma forma, eu tivesse sido egoísta com ela e sua dor.

Em minha defesa, eu estava cansada. Lauren havia dormido praticamente um dia todo e foi um dia todo em que minha família e eu cuidamos para que nada desse errado.

Foi lógico que a gravadora quis saber o que estava acontecendo com ela principalmente quando boatos sobre o que havia acontecido começaram a ser compartilhados na internet, mas quando nossos advogados entraram em contato para falar sobre a nossa atual situação em si, Simon e Reid começaram a trabalhar arduamente para tentar afastar seus nomes daquele provável escândalo. Só que diferente do que eles imaginavam, aquilo estava longe de ter um fim. Embora houvessem tentando evitar à todos os custos, a delegada que estava trabalhando no caso havia pedido um mandato obrigando eles à comparecer a delegacia junto aos advogados para responder algumas perguntas.

Então, assim que sai do quarto onde Lauren estava descansando, fiz questão de deixar claro que ninguém poderia entrar por que ela precisava de espaço e não de pessoas para fazer perguntas indesejadas ou olhares piedosos para faze-la se sentir mal.

Foi claro que a família se opôs, mas eu não estava nem aí para a opinião deles.

O bem estar de Lauren sempre seria importante e sempre viria em primeiro lugar.

- E como foi lá? - Mark perguntou assim que entrei na sala que era ocupada pelos meus pais. Em algumas horas, minha mãe teria sua saída assinada pelo médico. Olhei bem para meu irmão mais velho quase sorrindo por saber que eles nem imaginavam que eu sabia sobre aquilo.

- Desastroso. - Disse enquanto todos me olhavam. - Acabamos brigando, da forma que a psicóloga disse que aconteceria, eu me sinto tão esgotada fisicamente que acabei me deixando levar pelo calor do momento e disse coisas que não queria, então eu acabei mencionando que iria embora de sua vida. - Isso expliquei com meus olhos vermelhos para eles. - Pedi que ninguém fosse até ela porque daria um tempo para que ela pensasse, enquanto isso as meninas estão aonde?

- Arrumando as coisas para que todos achem que seja mais um show. - Sofi disse me fazendo lembrar que elas teriam um show marcado para hoje.

- Ela falou mais alguma coisa? - Minha mãe perguntou.

Agora viria a bomba a coisa que eu jamais gostaria de poder dizer para aquelas pessoas tão importantes para mim.

- Sim, confirmou que foi ele e mais alguns amigos, nós só precisamos ter acesso a lista de convidados e ver as fitas de segurança para termos certeza. - Olhei para Mark. - Pode conseguir pra mim, por favor?

- A lista já está em mãos e as fitas de segurança, consigo em segundos porém, não poderei acompanhar vocês no vôo, como você bem sabe estarei ajudando a polícia com o que for preciso. - Eu sabia que sim.

- Certo, mas não podemos ir em algum dos nossos aviões, a mídia poderá descobrir e isso nos trará mais problemas. - Nós sabíamos que mesmo em casos como aquele, a indústria poderia virar muito bem os lados e distorcer toda a história e isso era a última coisa que nós poderíamos querer nesse momento.

- Posso conseguir um vôo onde apenas vocês cinco possam ir e os nomes de vocês nem ao menos estarão na lista de passageiros. - Sofi cruzou o braço sobre o peito e tanto quanto Mark, minha mãe e eu olhamos para ela.

- Como você consegue essas coisas? - Minha mãe perguntou matando nossa curiosidade.

- Dormi com a filha do dono da Airlines.  - Disse na cara mais lavada o possível.

Mark riu, mas eu fiz questão de ignorar totalmente esse tipo de coisa.

- Eu desisto de você, menina! - Minha mãe disse puxando ela para mais perto e a abraçando apertado. - Mas sinto tanto orgulho de vocês três...

Olhei para ela.

- Três? - Minha pergunta fez o sorriso de Mark morrer e tanto Sofi quanto minha mãe ficarem tensa.

Eu senti o clima mudar totalmente e notei que eles se entreolharam, eu já estava cansada de todos esconderem as coisas de mim para que eu me mandasse segura, eu queria que eles fossem sinceros naquele momento então nada mais justo, eu revelar a verdade.

- Vocês não precisam ficar nervosos por isso. - minha mãe abriu a boca confusa com minhas palavras. - Eu sei de tudo!

Mark ficou inquieto, como das poucas vezes em que havia ficado em toda sua vida. Sofi apenas continuava me olhando como se eu fosse um alien recém chegado de Júpiter.

- Do que você está falando, Kaki? - Minha mãe se fez de desentendida. Sofi revirou os olhos para encarar a mesma.

- Mama, Camila é a mais inteligente do que todos nós juntos. Acha mesmo que ela nunca iria desconfiar que Mark faz parte da família? - Debochada, minha irmã cruzou os braços sobre os seios.

- Você contou para ela? - Minha mãe perguntou brava.

- Lógico que não, eu tinha garotas demais para transar do que me preocupar se Camila iria descobrir que o Brutamontes é nosso irmão ou não. - Minha mãe sentou um tapa em Sofi e a mesma resmungou. - Que porra, mãe.. Isso dói!

- Como descobriu? - Mark estava atrás de minha mãe e Sofi, parecia com medo da minha reação.

- Papa guarda sua certidão no escritório dele. - Eu sorri e minha mãe começou a xingar meu pai em espanhol. - Eu quero que você saiba que não importa os motivos que te levou a fazer isso, mas sei que você os teve... Eu já te via como um irmão mais velho e agora que sei que você realmente é, me sinto muito melhor por poder falar em voz alta.

- Eu me sinto muito feliz por saber que meus três bebês estão juntos e unidos. - Minha mãe abriu os braços e esperou que todos fossemos até ela para que o abraço pudesse ser coletivo. - Eu estou tão emocionada por isso!

- Achei que haveria gritaria e choros. - Sofi disse assim que se afastou.

Todos ali sabiam que ela não gostava de coisas melosas como aquele momento.

- Não há motivos para isso! - Respondi. - antes poderia até cogitar, mas agora entendo que brigas desnecessárias tornam nossos laços estúpidos. Não sou mais a garotinha que tinha medo do que os outros poderiam dizer à meu respeito, eu sou uma mulher que me aceita da forma que eu sou e com todas as partes intactas do meu corpo. Lauren precisa disso para enfrentar as coisas que possam vir à frente, eu preciso disso mais do que qualquer coisa!

- Eu estou tão orgulhosa por poder ouvir isso, meu amor. - Mama sorriu com lágrimas nos olhos. - Para a alegria ficar completa, só falta Sofi e Taylor se entenderem.

Pronto, lá estava minha mãe com sua ajuda imperceptível para tentar juntar minha irmã e minha cunhada.

- O problema, mãe é que eu dei meu amor para alguém imaturo demais. - Minha irmã disse e eu me perguntei se ela estava sobre algum efeito de drogas. - O problema não está em mim por manter distância, mas sim nela por ter desconfiado de mim mesmo que eu tenha deixado claro que não haveria outra mulher que eu quisesse do meu lado.

- Deixe ela saber disso! - Meu irmão comentou e Sofi suspirou.

- Do que adianta? - Ela olhou para ele. - As desconfianças não estão em mim, Cabeçudo!

- Mas... - Ele tentou.

- Que horas saí o vôo de vocês? - Sofi mudou de assunto.

- Sai as 22:00hrs. - Eram 17:12h.

- Suas coisas estão prontas? - Minha mãe quem perguntou.

Fiz uma careta. Nem ao menos tinha me lembrado daquilo.

- Acho melhor você ir pra casa e arrumar suas coisas, ao que me lembre todas as roupas que permaneciam na casa foram doadas. - Eu suspirei.

Droga, havia esquecido daquilo.

- Qualquer coisa, vocês me dão notícias? - Olhei esperançosa para Mark porque sabia que ele seria o único que se importaria com isso.

- Claro, ficarei atento a tudo. Qualquer passo, você saberá! - Me assegurou.

- Ótimo, vou indo... Até mais tarde!

Me despedi dos três e fui saindo, pronta para lidar com todos os fofoqueiros de plantão que estavam na frente do hospital esperando por qualquer mínima notícia.

O tempo passou de uma forma que eu jamais poderia compreender, quando dei por mim, meu celular tocava dizendo que a van que me levaria para o aeroporto já me esperava lá em baixo e as meninas já estavam no mesmo me esperando.

Dei uma olhada no meu apartamento tendo noção de que não estava esquecendo nada de importante e desci sem falar com ninguém.

Eu não precisava de pessoas falando sobre minha vida.

Por sorte, não haviam nenhum paparazzi e a viagem de ida até meu destino foi totalmente em silêncio. Agradeci por isso também.

Até que houve uma notificação em meu celular, era do Twitter e Instagram de Lauren onde ela havia postado uma foto dizendo que estava aproveitando o máximo aquele dia com Taylor, a foto era uma em que ela estava de biquíni e com um olhar sério e sensual para a câmera.

Engoli em seco por que eu me lembro daquele dia, foi em Miami.

Logo outras notificações das meninas apareceram em minha time line, todas delas fazendo coisas diferentes e em lugares diferentes. Eu logo entendi a jogada delas, achei bastante inteligente também porém nem tanto, já que diversos fãs sabiam que elas teriam um show para aquela noite.

- Senhorita, chegamos! - Olhei para frente e vi que estávamos estacionados em uma área privada, mas aberta.

- Eu não deveria fazer o check-in? - Eu estava confusa.

- As outras já estão no avião. Isso poderá fazer com que acabe tendo algum imprevisto. - Ele me olhava pelo retrovisor. - Mark deixou tudo pronto, não se preocupe.

Apenas concordei enquanto ele saia e abria a porta para mim, pegamos minhas coisas no porta mala e eu caminhei ainda de cabeça baixa em direção ao avião. Parecia que eu era a última passageira a entrar naquele vôo.

Uma moça estava lá, me esperando com um sorriso discreto no rosto.

- Senhora, poderia me mostrar seu passaporte? - Estendi o mesmo e ela olhou para ele por alguns minutos, seguindo o olhar para mim. - Tudo certo, seu lugar é na primeira classe. A aeromoça mostrará para você, tenha uma boa viagem!

- Obrigada. - Ela sumiu com minha mala me deixando apenas a bolsa de mão que eu tinha.

Logo que entrei no avião, a aeromoça me levou até onde as meninas estavam. 

Dinah e Normani estavam sentadas lado à lado, Lauren estava sentada olhando para a janela ao lado de Ally e mais um pouco afastada das meninas, estava uma mulher com fone nos ouvidos e um notebook aberto em sua frente. Ela parecia empenhada em seja lá o que for que estivesse fazendo.

- Oi, Mila. Você demorou! - Dinah foi a primeira que me notou.

Acabei dando de ombros e me sentei perto dela, gostei do estilo desse avião. O pessoal da primeira classe tinha mais liberdade para sentar onde quisesse já que as poltronas ficavam uma de frente para as outras.

- Precisei ver algumas coisas, acabei perdendo a noção do tempo. - Disse encarando Lauren que em nenhum momento olhou para mim. - Quanto tempo estão aqui?

- Tem um tempinho, parece que poucas pessoas vão para Nova Zelândia. - Ela respondeu.

Normani bocejou.

Ela estava muito cansada.

- Ainda teremos mais um vôo depois desse... - Eu me lembrava que a viagem era cansativa.

- Pra onde vamos, exatamente? - Ally se meteu na conversa.

Ela também estava perto o suficiente.

- Ilhas Cook. - Dei de ombro. - Meus pais são donos e eles faziam estudos lá. Vocês irão se apaixonar pelo lugar.

Lauren bufou fazendo com que o clima ficasse estranho entre nós.

Eu até quis dizer alguma coisa, mas logo recebemos o aviso de que levantaríamos vôo então me prendi na poltrona e lá fiquei apenas observando ela de longe.

Eu odiava aviões com uma intensidade que eu nem sabia explicar, mas elas pareciam tão acostumadas com aquilo que parecia até como respirar.

Quando estávamos a uma boa altura, recebemos outro aviso de que poderíamos transitar livremente pelo mesmo.

Foi quando vimos a mulher que eu havia mencionado antes se levantar do lugar onde estava e gemer de dor ao esticar sua costa. Ela parecia ter ficado tanto tempo daquele jeito que tudo pareceu fora do lugar.

Quando ela se aproximou do lugar onde estávamos, ela disse uma frase que fez com que eu tremesse na base.

- Aí, meu Deus! - Foi em português.

Fechei meus olhos porque nosso plano havia saído por água abaixo.

- O destino é uma vadia mesmo! - E riu.

Abri meus olhos e vi que Lauren havia aberto um sorriso enorme para ela.

Alguma coisa me corroeu por dentro.

Quem era ela e porque Lauren estava sorrindo?

- Juro que quase não havia reconhecido você! - Lauren disse se movendo com cuidado.

Dinah, Mani com Ally e eu apenas víamos a interação de boca aberta.

- Já faz um tempinho desde a última vez em que nos vimos! - A mulher respondeu e eu engoli em seco.

Até Dinah pigarrear.

Lauren pareceu perceber nós quatro ali.

- Oh, eu sinto muito... - A filha da mãe até corou!!! - Meninas, essa é Eliza. Médica do hospital onde estávamos e...

- Escritora! - Meu pescoço quase quebrou quando ouvi o nome dela. - Você ficou responsável pelo meu pai quando ele deu entrada.

Ela sorriu e concordou com a cabeça.

- Isso mesmo. - olhou para as três. - É uma honra conhecer vocês, meninas. Sou uma grande fã do trabalho de vocês!

Ela agia normalmente.

Agradeci por ela não ter feito nenhuma pergunta inconveniente sobre o estado de Lauren, provavelmente era porque trabalhava no mesmo hospital.

- O que você está fazendo aqui, mulher? - Ela e Lauren pareciam ter uma enorme intimidade e eu me senti muito incomodada por isso.

Quer dizer, Lauren disse que não queria ninguém ao seu lado e como de repente, de uma hora para a outra ela se sentia tão alegre daquele jeito? Não que ela agir daquela forma fosse errado, quer dizer... Merda, eu estou me corroendo de ciúmes!

- Tô indo para Nova Zelândia em busca de uma das melhores clínicas especializada em cirurgias de redesignação sexual. - Explicou e eu tremi mais uma vez em menos de 5 minutos.

Eu ainda não havia pesquisado sobre aquilo, porém embora tenha um diploma de médico exposto no escritório dos meus pais. Eu acabei seguindo outros caminhos, mas ainda sim eu sabia o que ela queria dizer.

- Calma, acho que me perdi. - Dinah disse fazendo ela sorrir.

- Estou me referindo a mudança de sexo de pessoas trans. - Ela explicou de forma simples. - porém não chame dessa forma, é horrível e embora o termo original seja complicado de ser pronunciado, é bem melhor.

- Você vai mudar de sexo? - Dinah perguntou na lata e Ally acertou um tapa nela, não sei como mais a baixinha conseguiu esse feito.

Tanto Lauren quanto eu e Mani ficamos chocadas com Dinah. A médica que estava em pé do nosso lado apenas sorriu.

- Não, alguns pacientes que vieram me procurar para ter informações sobre, mas tenho um amigo que pretende fazer em breve e eu preciso ter certeza de que é seguro. - Fiquei admirada.

- Deve ser estranho.. - Lauren disse. - Não consigo me ver com um pênis.

Olhei para ela.

- Você pode sentar se quiser. - Mani apontou para o lugar do meu lado, afastei e ela logo se sentou ali. - Parece que você acabou despertando a curiosidade de Dinah e eu realmente espero que não estejamos atrapalhando você.

- Não, eu na verdade estou legal por estar conversando com vocês... - Ela sorriu, seu sorriso parecia cansado. - Sempre é bom trocar ideias com pessoas que trabalham em outras áreas. Usar termos médicos o tempo todo não parece tão legal quanto nos filmes. - Rimos.

- Você parece muito diferente.  - Lauren fez a observação em voz alta. - Mudou muita coisa desde...?

Eu queria saber sobre o quê elas estavam falando.

- Se for pra falar em códigos, nem falem. - Dinah estava com a corda toda.

- Quando vi Lauren pela primeira vez, ela me ajudou a lidar com o fato da mulher que eu amava ter me procurado para trazer o filho dela com outro cara ao mundo. Era madrugada quando eu estava chorando na calçada do hospital no mesmo momento em que ela foi lá e me fez falar sobre isso. - Então eu entendi, os sorrisos que elas trocavam era simplicidade e gratidão. Eu não tinha motivos para sentir ciúmes. - Voltando a pergunta, sim... Eu tive mais trabalho, na verdade... - Deu de ombros. - Encontrei uma mulher que virou meu mundo de cabeça para baixo, mas de uma forma boa...

- Nossa, que ex filha da puta! - Dinah me matava de vergonha.

- Mudando de assunto, eu me senti curiosa sobre a cirurgia que você disse. - Ally, vou beijar seus pés. - É de risco?

A médica concordou.

- Pra ser honesta, até a aplicação de pontos em um corte simples tem seus riscos. - Nós estávamos atentas. - Precisei ver uma cirurgia onde uma mulher nascida no corpo de um homem optou pela mesma, pra ser sincera? Foi a coisa mais incrível que meus olhos tiveram a chance de ver, por que o corpo humano é tão cheios de soluções simples, que sempre achamos que será um dragão de sete cabeças lidar. A cirurgia em si é difícil e cansativa, principalmente porque precisa ter o tempo todo a atenção redobrada já que a pessoa que possui o órgão sexual masculino tem o mesmo praticamente desmontado. - Ela explicava de uma forma que seus olhos brilhavam. - Para quem não sabe, os testículos são removidos. Depois, a glande (cabeça do pênis) é usada para criar um clitóris. Durante a cirurgia, o escroto é usado para os lábios vaginais e o canal da vagina.

- Então, todos os problemas são resolvidos? - Mani perguntou.

- Digamos que ainda nem é o começo. - Ela voltou a falar. - O paciente fica em torno de duas à quatro semanas, dependendo da sua recuperação com uma... bolsa para o xixi, conseguem me entender?

Todas nós concordamos.

- Quando a sonda é removida, o paciente precisa beber bastante água e ficar bem atento já que, como tudo é novo, ele pode sim acabar fazendo xixi na roupa sem ao menos perceber isso.

Dinah riu, riu não. Ela gargalhou!

- Imaginei Camila fazendo isso. - Meu coração foi parar na garganta. - Já faz xixi na roupa só por rir, imagina se ela...

- Pode ficar tranquila! - Eliza disse baixinho pra mim. - Seu segredo também está guardado comigo.

- Você já guarda segredos demais nossos! - Lauren interviu quando percebeu que eu estava sem graça.

Mani e Dinah perderam todo o riso e eu suspirei.

- Isso faz parte do meu trabalho, porém o que as pessoas tentam esconder não me diz respeito. - Deu de ombros. - Além do mais, que tipo de pessoa eu seria se não guardasse os segredos dos outros?

- Nós não sabemos nada a seu respeito! - Ally lembrou. - Como podemos confiar?

Eliza pareceu pensar sobre aquilo por um bom tempo. Pensou muito até que simplesmente sorriu.

- Minhas queridas, harmonias... Direi algo que deixará vocês chocadas! - Lauren pareceu até animada. - Eu já tive um curto caso com a mulher do meu chefe!

- O que, viada? - Dinah parecia de longe a mais satisfeita com aquela informação.

- Nada demais, foi apenas uma conferência na Inglaterra e eu não fazia nem idéia de quem ela era. Porém, duas semanas depois, eu quase tive um taquicardia quando ele me apresentou a mesma.

- Chocada em Cristo! - Ally disse me fazendo rir.

- Vocês ainda tem algo? - Mani foi quem perguntou.

- Não, como eu disse... Encontrei alguém que me fez perceber que não valia a pena dormir com pessoas diferentes todas as noites. - Ela sorriu mais ainda. - Vou pedi-la em casamento!

Nós ficamos felizes, ela explicou que parecia ser cedo e por isso sempre ficava relutante sobre a outra mulher aceitar. Porém, explicamos que se ela achava ser o certo, não precisava se importar com a opinião dos outros  e foi o suficiente para deixá-la nas nuvens.

Lauren se moveu de forma desconfortável e todas olhamos para ela.

- Algum problema? - perguntei.

- Eu preciso ir ao banheiro. - Ela respondeu calma. - Pode me dar licença, Ally?

- Claro! - a baixinha se levantou.

- Vou com você, era isso que eu iria fazer quando parei aqui! - Eliza disse e tudo passou a fazer muito sentido.

Ambas se levantaram e a médica ajudou Lauren quando as duas sumiram no final do corredor.

Eram três cabines para o banheiro e vi quando cada uma, entrou em uma diferente.

Não que eu estivesse desconfiada, eu só gostava de ver o modo que a bunda de Lauren se movia quando ela andava.

- Adorei essa mulher, será que se eu pedir um pedaço do bolo de casamento dela, ela me dá? - Olhei para Dinah, mas não consegui segurar a gargalhada.

- Que gulosa você, amor! - Normani puxou ela e deu um beijo em sua testa.

Acabamos puxando outros assuntos, até que eu também senti vontade de ir ao banheiro.

Pedi licença e me coloquei em pé quando já estava próximo das cabines, ouvi quando Lauren e a médica conversavam baixinho.

Pareciam que nenhuma delas gostaria que alguém ouvisse suas palavras, mas eu fui capaz de ouvi.

Ouvi a frase que fez meu corpo esfriar e nada... Nada teve sentido depois disso.

-... Eu sinto dores no corpo, mas estou receosa sobre os medicamentos que devo tomar por causa da gravidez. Acha que se eu tomar, pode prejudicar de alguma forma o meu bebê?

Lauren estava grávida?

Eu prendo a respiração tentando não surtar ali dentro e ainda ouvi a resposta da médica, eu estava com medo. Muito medo, talvez fosse por isso que ela estava tentando me manter longe?

A criança era minha? Eu tinha certeza que sim, mas eu ouvi coisas e lembrava dos boatos dela com aquele estúpido. Eu não poderia acreditar que... Aí meu Deus!

Eu devo ter me mijado todinha porque saí tão apressada daquela pequena cabine que devo ter chamado a atenção das duas mulheres, então me sentei no lugar em que Lauren estava sentada e Allyson perguntou se estava bem, será que elas sabiam sobre aquilo?

- Você pode sentar no lugar em que eu estava antes? - Perguntei baixinho vendo que Lauren vinha toda sorridente com a médica.

- Porque?

- Eu preciso conversar com Lauren e se for deixar isso para depois, vou acabar surtando muito. - Expliquei e ela bufou.

- Eu sabia que iria segurar vela, puta que pariu! - Resmungou enquanto se levantava e ia para onde antes eu estava sentada.

Acabei rindo ao ouvir suas palavras e Lauren olhou de forma estranha ao sentar ao meu lado, ela pareceu não gostar tanto da ideia e mais uma vez, eu me senti mal por ela não me querer ali.

- Bom, meninas... Conversaremos depois! - Eliza disse sorrindo e todas nós concordamos. - Eu preciso dormir ou vou acabar tendo uma síncope aqui mesmo.

- Bons sonhos, garota! - Dinah disse e apenas concordamos desejando o mesmo para ela.

- Porque mudou de lugar, Ally? - Lauren perguntou ao sentar do meu lado e a baixinha olhou para ela daonde estava.

- Porque Camila é sua namorada, se fosse Mark, eu gostaria de me sentar ao lado dele. - A baixinha colocou os fones e se preparou para dormir também.

Lauren ficou em silêncio apenas ingerindo aquelas palavras, olhei para Norminah e ambas estavam tão concentradas na bolha que pertencia à elas que eu senti uma pontinha de inveja.

Lauren ficou em silêncio por um bom tempo e eu aproveitei esse mesmo tempo para tomar coragem e falar o que eu tinha vontade.

Até que simplesmente saiu:

- Pretende me contar quando? - Eu não olhei para ela, mas pelo cantos dos olhos eu percebi seu olhar em mim.

- O q-que?

- Laur... - Eu disse um pouco mais baixo me virando em sua direção, se ela queria manter aquilo em segredo iria continuar à fazer suas vontades. - Há um bebê entre nós agora e você escondeu isso de mim!

Ela permaneceu em silêncio e aquele silêncio continuava a me matar aos poucos. Eu não sabia pelo o quê estava passando, mas sabia que de alguma forma, ela ficaria bem, nós duas só precisávamos voltarmos à ser a equipe de sempre.

- Estou grávida de três semanas. - Ela sussurrou.

Então, meu coração disparou e eu senti meus olhos ficar úmidos. Lauren realmente estava grávida, grávida de um bebezinho bem pequenino.

- Tem realmente um bebê aí dentro? - Apontei com cuidado para sua barriga e ela engoliu em seco concordando, notei que também haviam lágrimas em seus olhos. - Então você está grávida porque tem um bebê aí dentro. - Eu respirei fundo. - Caralho, Lo!

Eu quase berrei ali dentro de tanta emoção que meu corpo sentia.

- Como você se sente com isso? - Ela me perguntou e me fez olha-la estranha.

- Como assim, como eu me sinto? - Eu mudei totalmente minha feição. - Você é idiota? - Perguntei baixinho e Lauren fez uma careta. - Quer dizer, eu é quem te pergunto como você se sente, meu amor?

- Amor? - Ela parecia não acreditar em minhas palavras. - Eu ainda estou ferida, Camz... Sinto muito que tenha te tratado daquela forma, mas eu acabei de descobrir também entende? Eu realmente não consigo acreditar que... Eu eu vou ser mãe, sabe? Eu tenho apenas 19 anos e uma carreira pela frente, temos um contrato e eu nem sei se ainda temos uma gravadora depois disso tudo.

Encarei ela e vi todos os seus medos, aquele era o momento de mostrar que eu sempre estarei ali para tudo.

- Pode prestar atenção em mim, um momento? - Ela me encarou. - Meus pais e eu andamos conversando sobre nosso futuro. - Comecei. - Eu tenho alguns laboratórios e muitas pesquisas, caso você não saiba... Embora você e eu nunca tenhamos conversado sobre como seria o dia do amanhã, acho que esse é um bom momento para isso...

- Camila, é um bebê! - Ela me interrompeu.

- Eu o fiz também, não é? - nossos batimentos pararam, mas tudo voltou ao normal quando ela concordou com a cabeça e eu sorri. - Pode ser até dois e eu ainda irei continuar aqui. A questão, Lauren é que mesmo vivendo separadas eu planejo um futuro para a gente, sabe? Eu posso ter a idade de Taylor, mas eu irei arcar com minhas responsabilidades. Então, como disse; meus pais andaram planejando como seria caso um deles houvessem à faltar, pensaram isso depois do acidente e o susto que ambos nos deram. Eu tenho uma enorme facilidade em trabalhar em qualquer coisa, Mark é militar e vai saber se virar perfeitamente bem com a parte da herança dele.. - Lauren já sabia sobre ele ser meu irmão, falei pra ela em uma das noites em que passamos acordadas juntas. - O problema é Sofi, fez faculdade de administração e por incrível que pareça, ela é boa em comandar as coisas. Eu não sei o que tocou o coração dela, mas disse que abrirá uma gravadora com sua parte e... Que assim que esse inferno acabar, comprará a marca Fourth Harmony e então vocês serão contratadas dela.

- Você está brincando? - Eu neguei e com cuidado, ela se aproximou de mim e selou os nossos lábios pela primeira vez naqueles três dias. - Eu te amo tanto!

- Fico feliz por saber disso, saiba que também é recíproco para mim! - beijei sua boca mais uma vez. - Eu sei que você precisará de apoio psicológico e terá tudo o que precisar, estamos entendidas? Eu só quero que você me permita ficar em sua vida, Lolo e que não tente me afastar nenhuma vez.

- Me perdoe por isso...

- Não precisa pedir perdão, apenas esteja ciente de que passaremos por isso juntas e que eu sempre estarei aqui para lidar com tudo!

Lauren e eu ficamos muito tempo conversando sobre prováveis nomes, pensávamos sobre o futuro, sobre como as coisas seriam porém em momento algum falamos sobre o que aconteceu e Lauren até chegou a dizer que gostaria de poder não lembrar mais sobre aquilo, aceitei as suas vontades porque sabia que em algum momento ela iria se abrir. Era óbvio que ela ainda estava debilitada, ainda precisava de repouso e que deveríamos começar com urgência o pré natal do bebê, eu me sentia tão feliz só de pensar que ele existia.

- Como que fizemos ele? - Ela me perguntou e eu devo ter feito uma careta, ela logo gargalhou e Dinah resmungou, ela havia acabado de acordar. O avião estava quase pousando em Nova Zelândia e dali, pegariamos um jatinho particular para que fossemos até às ilhas. - Quero dizer, sei que transamos pra ele vir parar aqui, mas não pensou em qual foi das vezes em que...

- Nós transamos muito, Lolo. - Disse colocando meu rosto em seu pescoço, ela soltou uma risadinha. - Talvez tenha sido no meu apartamento?

- Pode ter sido, mas eu não consigo lembrar se foi no banheiro ou na sua sala. - Corei mais ainda.

- Por quê quer saber disso? - Questionei.

- Curiosidade, apenas. - Deu de ombros.

- Se fazem três semanas e um espermatozoide leva em torno de 72h pra chegar no óvulo e fecundar... - Eu pensei em todas as vezes que transamos no meu apartamento. - Talvez ele tenha ido parar aí enquanto transavamos no carpete!

Conclui meu pensamento e Lauren bufou.

- Sempre transamos sem camisinha e eu nunca engravidei, mas bastou que você usasse uma vez e olha só... - Ela foi interrompida pela voz eletrônica que avisou que estávamos pousando, deveríamos prender os cintos de segurança.

- Não importa, tudo vai melhorar daqui pra frente. - Disse sorrindo e ela segurou firme em minhas mãos.

O mundo era nosso e se havia uma coisa que eu sabia é que o amor sempre vencia.

Porém, tudo desabou em nossas cabeças quando saímos do avião e formos em direção à saída do aeroporto. Haviam uma multidão de fotógrafos, repórteres e fãs gritando nossos nomes. Acabamos precisando da ajuda dos seguranças do local e a polícia para nos ajudar a sair dali em segurança. O motivo?

Todos sabiam sobre o que haviam acontecido. Todos sabiam sobre Dinah e Normani ter um relacionamento. Todos sabiam sobre Allyson manter uma relação sexual com Mark por que alguém tinha filmado e publicado da mesma forma que fizeram com Dinah e Mani. Todos sabiam que Lauren e eu estávamos juntas e que seríamos mães. Foi um baque tão grande lidar com aquela realidade que eu vi Lauren desmaiar diante dos meus próprios braços e eu disse que abriria mão do mundo para cuidar dela, e eu abri.

Tudo o que mais importava era o amor que eu nutria por ela e por aquele novo ser que se aproximava. Eu manteria eles bem, custe o que custar!

Até logo...

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