hesitate.

By st4rius

190 37 33

"Como um hábito, quando eu te vejo, eu começo a sorrir. E eu hesito de novo." Oneshot inspirada na letra de "... More

hesitate

190 37 33
By st4rius

Era um final de tarde.

Eu andava pelo caminho no qual costumava seguir.

Você estava lá, como de costume.

Minhas mãos começaram a suar, meu corpo a tremer. Já não obedecia meus comandos.

Eu fui em sua direção.

Eu cumprimentei-o como sempre. E você me respondeu com um belo sorriso, como sempre.

Já havia virado rotina. Desde o meu primeiro dia aqui, em Mokpo, eu seguira por esse caminho. Desde então, passava por você e recebia um sorriso seu todos os dias, tornando aquele, meu caminho favorito.

Eu não sabia como, nem quando tudo isso havia começado. Como um hábito, quando eu te via, eu começava a sorrir (mesmo que de forma discreta, para que você não percebesse).

Você estava sempre ali, sentado naquele banco. Sozinho. Sempre.

Todos dos dias, no final da tarde.

Teve um dia, no qual eu me senti encorajado o suficiente para falar algo além de um simples "oi" tímido, mas hesitei.

Fracassei novamente.

Me perguntei se deveria tentar me aproximar de novo.

(...)

Eu estava em casa, deitado.

Minha cabeça estava perturbada naquele dia novamente.

Estava pensando em maneiras de me aproximar. Mas todas pareciam ser um fracasso.

Isso estava realmente me enlouquecendo.

Pensei no quão idiota eu era por ficar criando expectativas. Me sentia um bobo.

O que eu faria?

Uma imagem sua me veio em mente. Uma imagem na qual eu capturei, e me sentia orgulhoso por isso.

Foi um momento em que você estava distraído com uma cachorrinha que estava por perto, ela era branquinha e pequena, estava com uma moça.

Você sorria espontaneamente.

Com certeza, umas das cenas mais lindas que eu já presenciei.

Naquele dia, você resolveu brincar com o meu coração. Olhou diretamente para mim, desmanchou seu sorriso e mordeu os lábios, me fitando de forma séria.

Permaneceu me encarando até eu desviar o olhar para outro lugar.

Naquele dia, eu também me perguntei como alguém podia mudar tão rapidamente como você mudou.

Foi um dia cheio.

(...)

Já havia amanhecido.

Como de costume, me levantei arrastando meus pés no carpete macio e parei em frente a grande janela de vidro de meu quarto.

A cortina já estava aberta, pois gostava de acordar com a bela vista do céu, até mesmo quando estava chovendo.

O tempo estava bom. O sol não estava tão forte, o céu se encontrava em tons pastéis. Como em um fim de tarde. O que era estranho, porém, não deixava de ser belo.

Ao pensar em que iria vê-lo em pouco tempo, meu coração acelerava. A ansiedade aumentava.

E minha vontade de ir trabalhar havia se tornado presente. Mas apenas porquê eu iria vê-lo depois.

(...)

Eu estava voltando para casa. Nervoso.

A cada passo que eu dava, meu coração ficava ainda mais inquieto.

Suspirei diante da rua que me levaria à seu encontro.

Eu parecia mais nervoso do que das últimas vezes. Era uma sensação estranha.

Mesmo de longe, eu pude enxergá-lo.

Eu só precisava de vinte segundos de coragem.

Estava me aproximando, pouco a pouco. Eu olhava para meus pés, estava envergonhado.

Percebi que já estava perto o suficiente, levantei a cabeça para olhá-lo.

Eu estava pronto para dizer um "oi", como de costume. Mas hesitei novamente.

Você me olhou nos olhos e sorriu, eu fiquei em choque.

Como você havia ficado belo com os fios dourados.

Eu não soube o que dizer. Eu estava parado feito um otário, encarando-o.

Virei-me para ir embora, porém, você foi mais rápido e disse:

- Oi.

- Oi. - lhe respondi, finalmente olhando-o nos olhos.

Meu coração estava acelerado. Eu não sabia o que viria depois.

- Até amanhã. - você disse, com um belo sorriso no rosto.

Esta foi a conversa mais estranha da minha vida.

- Até. - dei um pequeno sorriso.

Quando virei as costas, o sorriso foi inevitável.

Eu sentia vontade de sair pulando! De gritar!

(...)

Eu passei o resto da noite me sentindo bem, você me passava uma energia tão boa...

Isso havia me motivado.

Me perguntei. Como era seu nome?

Eu iria perguntar.

Irei me aproximar e falar com você.

Não de repente, mas lentamente.

(...)

2 semanas depois

Me aproximei de onde você costumava ficar, fixei meus olhos ali, porém não te encontrei.

Fiquei triste por um instante, mas logo esse sentimento foi eliminado quando te vi atravessando a rua correndo e acenando para mim.

Eu fiquei parado, claro. Apenas esperando você chegar até mim.

Você chegou bem perto.

- Oi! - você disse.

- Oi. - lhe respondi.

- Eu me atrasei, desculpa - você disse ofegante. Eu fiquei confuso.

- Se atrasou? - sem ter compreendido o que você quis dizer, eu perguntei.

- Sim. Para ver você. - quando você disse isso só faltava meu coração sair pela minha boca.

Eu sorri e encarei o chão.

Você soltou um pequeno riso, o que me fez olhar para você.

Nessas duas semanas, eu descobri seu nome. Não, descobrir não era a palavra certa, eu perguntei.

Youngjae. Esse era seu nome. Choi Youngjae.

Um belo nome.

Você perguntou o meu e a partir daí, tivemos diálogos mais longos, mas ainda, simples e formais.

- Quer dar uma volta? - você chamou minha atenção.

- Eu? - eu estava todo bobo.

- Sim. - você riu.

- Ok. - eu estava totalmente sem graça.

Nós seguimos pelo meio da praça.

Era sempre uma praça, afinal.

Era estranho usar "nós", estava acostumado com "eu" e "você".

- Então, quando iria criar coragem pra falar comigo? - o vi colocar as mãos dentro dos bolsos de sua jaqueta. Eu fiquei envergonhado com a pergunta. Fingi não entender.

- O quê?

- Se não fosse eu tomar a iniciativa, o que você faria?

Essa pergunta havia me machucado um pouco, de certa forma. Me senti um fracassado.

- Provavelmente continuaria no mesmo ritmo. Hesitando sempre. - respondi.

Você ficou quieto.

Continuamos andando, em um silêncio confortável apenas com a calmaria do canto dos pássaros e o vento soprando nas folhas das árvores.

Meu deus. Como você era belo!

Mesmo que eu tenha muito o que te falar, eu irei esperar.

Esperar ansiosamente para dizer o quão belo você era apenas com simples detalhes.

Era incrível, perturbador. Você estava no meio de todas minhas imaginações.

Não! Você é o ponto principal das minhas imaginações.

Imaginei você em meus braços. Deve ser bom.

Deve ser ótimo.

(...)

Haviam se passado mais alguns dias. Nós trocamos os números de celular.

Conversávamos através de mensagens. Mensagens divertidas.

Eu apenas ria sempre.

Eu não era muito bom com assuntos. Era hesitante até com isso.

Eu queria convidá-lo para sair, porém não sei se você iria aceitar. Eu devia tentar?

É, eu vou.

(...)

Com o celular em minhas mãos, eu me perguntava se devia ou não convidá-lo para sair. Dependendo de sua resposta tudo podia mudar.

Era uma decisão difícil. Eu podia estar me precipitando.

Larguei o aparelho sobre meu colo e me joguei para trás.

Eu queria gritar.

Ah, Youngjae...

Pensar no quão próximos nós nos tornamos ao passar do tempo faz nascer uma ponta de coragem em meu peito.

Só vinte segundos.

Eu não vou hesitar. Desta vez não.

"Hey! Eu estava pensando em dar uma volta mais tarde, você quer ir comigo?"

Foi essa a mensagem que eu lhe mandei. Péssima.

Já havia me arrependido, eu ia apagar, porém, você já havia respondido.

"Claro! ~ Que horas?"

"Às 19:00 está bom pra você?"

"Sim. Nos encontramos no lugar de sempre ~"

Larguei o aparelho novamente, desta vez com um sorriso no rosto.

Youngjae você está me deixando maluco!

(...)

Eu estava me arrumando. Meu coração estava animado, pois eu iria vê-lo.

Eu sorria sem parar, me sentia um completo idiota. Estava mesmo me precipitando.

Não sabia que roupa usar, não podia ser exagerado, mas também, não muito simples.

Devia apenas me vestir normal? Como todo dia?

Por que estou me preocupando com isso? Ah, Youngjae...

Esse nome não saía da minha cabeça. Assim como seu dono.

(...)

Eu o procurava pelo meio das pessoas que estavam por ali. Não o achei.

Olhei em meu relógio. Eu não estava atrasado. Na verdade, cheguei na hora exata.

Você estava atrasado?

Segui andando e me sentei no banco onde você costuma sentar.

Quantas vezes não passou por minha cabeça apenas chegar e sentar-me em seu lado. Mas eu sempre hesitava.

Acabei sorrindo com meus pensamentos.

Ouvi alguém chamar meu nome. Era você.

Você veio correndo até mim, eu me levantei e ficamos frente à frente.

Você era ainda mais belo de perto.

- Oi - eu comecei.

- Oi. - você deu uma pequena risada. - Onde vamos?

(...)

Essa com certeza foi a melhor noite da minha vida! Tudo foi perfeito.

Nossa conversa foi boa, foi confortante.

Eu estava nas nuvens, feliz. Há tempos que não me sentia desse jeito.

Foi muito bom conhecê-lo melhor, saber sobre seus gostos e sobre seus medos.

Ao lembrar do seu jeitinho atrapalhado meu peito ardia de amor.

Até com uma pequena piada sua, eu não sabia como parar meu coração.

Eu era mesmo um bobo!

Um bobo confuso.

(...)

Algumas semanas depois

Nos tornamos mais próximos.

Vez ou outra íamos na lanchonete perto dali, para beber um suco e conversar.

Confesso que não prestava muito a atenção no que você falava. Me perdia completamente nas linhas de seu belo rosto.

Era inevitável.

Em todas as vezes em que saímos, você era quem sempre tomava a iniciativa para quase tudo.

Era você quem me chamava, era você quem iniciava o assunto.

Era sempre você.

Me sentia chateado. Era eu quem devia fazer tudo isso, mas eu não consigo.


(...)

Havia se passado algum tempo desde a última vez em que eu te vi, eu não sabia o motivo do seu sumiço.

Você não mandou mais mensagens, não me avisou nada.

Me pergunto se havia feito algo de errado.

Eu sabia que estava me precipitando em relação a você, seria melhor se eu ficasse em meu canto desde o começo.

Estava tarde, eu havia chegado em casa há pouco e mais uma vez, você não estava lá.

Jogado em minha cama eu pensava em você.

Uma imagem sua sorrindo me veio a cabeça. Você estava sorrindo para mim e eu me sentia extremamente feliz por ser o motivo.

Um barulho estridente tomou conta do meu quarto, meu celular tocava em um volume alto fazendo eu sentar-me rapidamente na cama para atender de uma vez.

Um número desconhecido.

- Alô? - com certo receio, eu disse.

"Oi." eu conhecia bem aquela voz.

Mesmo notando o tom triste eu sua voz, eu perguntei:

- Como você está?

Eu estava confuso.

"Depois eu conto. Você pode vir aqui? No lugar de sempre."

- Sim, estou indo. - desliguei.

(...)

Lá estava eu, indo à seu encontro.

Eu corri, e finalmente cheguei.

Você estava lá, porém havia algo de errado.

Você estava encarando o chão, a atmosfera estava diferente, não parecia você. Mas, por quê?

Me preocupei por um instante.

Me aproximei e fiquei de frente para você.

Quando você ergueu seu rostinho meu coração ficou despedaçado. Seus olhinhos estavam cheios de lágrimas, você tinha um olhar caidinho, cansado.

Inúmeras coisas passaram por minha cabeça nesse segundo, porém nada se encaixava. Por quê?

Eu estava perdido demais em seu olhar procurando por algum sinal, algo que me diga quem ou o que fez isso a você, e eu continuava sem respostas.

Seus braços curtos me envolveram de forma quente, pareciam buscar por segurança.

Me surpreendi com seu ato.

Eu queria saber o que estava acontecendo, o porquê de você estar desse jeito. Você parecia tão triste, algo que eu jamais pude imaginar.

- Eu não me entendo. - sua voz estava fraquinha e isso me machucou ainda mais.

Eu tentei falar algo mas nada saía da minha boca, então apenas o abracei de volta, sem hesitar.

Eu podia ouvi-lo chorar baixo em meu ombro.

Era doloroso. Era indecifrável.

Por esse momento, onde estava de pé na sua frente, eu me sentia sem chão.

Os papéis inverteram.

Era eu quem tomava a iniciativa agora.

Sem hesitar, tomei seu rosto delicadamente com uma das mãos, enquanto olhava em seus olhos.

Eu não podia continuar em silêncio, não sabia o que perguntar e nem como, então eu apenas disse:

— Eu não sei o que aconteceu com você, mas você pode contar comigo para qualquer coisa. Ficarei em seu lado em todos os momentos, sendo eles bons ou ruins. — deixei um pequeno selar em uma de suas bochechas, como uma forma de demonstrar carinho.

Você sorriu, ainda olhando em meus olhos, ignorando completamente as lágrimas que insistiam em escorrer sobre suas bochechas.

— Obrigado.

Senti você me abraçar ainda mais forte, como se eu fosse capaz de fugir a qualquer momento, mas agora, Youngjae, você pode ter certeza de quê eu não irei à lugar algum.

Como os princípios do magnetismo, você subtrai e eu adiciono, estarei sempre ao seu lado.

Mesmo que agora você não saiba como me sinto.

💌

espero que tenham gostado dessa oneshot!

lembrando que essa oneshot faz parte do projeto "1music1shot" onde fazemos oneshots baseadas em letras de músicas.

quem quiser participar, é so me chamar no twitter @/94bbom ou no instagram @/prdsjdef, ou só mandar o número na dm, para entrar no nosso grupo no wpp :) ♡

Continue Reading

You'll Also Like

66.2K 280 6
venha conferir meus contos eróticos. Lembrando que são baseados em fatos reais, ou não. sou iniciante então ja peço perdão pelos erros de ortografia...
366K 2.4K 24
Uma coletânea de contos eróticos dos mais variados temas para os mais variados gostos e prazeres que irão dominar sua imaginação e sentidos.
57.8K 939 43
Conteúdo + 🔞 Obra repostada! Livro de contos eróticos 🔥 Recomeço: 13/03/23
39.3K 3.7K 33
Minha vida é um abatedouro. E eu? Sou o prato principal. Chanel Campbell está encrencada. A bela garota presenciou algo que não deveria, e agora pr...