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Chego na mansão um pouco cansada, respiro fundo e escuto não muito longe o que eu podia jurar ser um uivar de um lobo.
Sinto um vento frio que me fez estremecer, abracei meus próprios braços e entrei rapidamente dentro da mansão.
Nicolae está no fundo das escadas, parece que estava me esperando, o que não é uma coisa incomum, sempre que eu saio ele me esperava chegar.
Hoje seus olhos tinham uma coisa diferente, preocupação?
Subo as escadas devagar de cabeça baixa, preciso manter a calma e fingir que tá tudo bem.
- Laura, está tudo bem? Sua noite foi boa?
Eu não quero alongar o assunto, mesmo que sua preocupação me toque. Sorrio fraco para ele e só consigo pensar em ir para meu quarto e digerir tudo que aconteceu hoje.
- A noite só foi um pouco agitada, afinal, é Halloween, não teria graça se fosse diferente. Não se preocupe.
Mentira pura, preferia que nada tivesse acontecido.
Seu sorriso era fraco, como o que eu lhe lancei, ele não parece acreditar.
- Se tiver qualquer problema, você pode contar comigo.
O Nicolae é tão gentil, como ele poderia ser aquelas criaturas sangrentas que o professor Jones disse?
Ele suspira, passa as mãos pelos cabelos e sorri novamente.
- Eu acho que você precisa descansar. Tomei a liberdade de lhe preparar um banho. Boa noite, Laura.
Sou muito grata a ele.
Eu deveria me recompor. Eu vou tomar banho, eu realmente preciso. Tomara que amanhã eu me esqueça de fantasmas e vampiros.
Termino de subir as escadas esgotada. Suspiro e olho para a porta do meu quarto, Peter está curvado e parado sobre ela, olhando para o nada.
Meu coração começa a bater forte.
Ao chegar perto dele, ele olha para cima. Seu rosto não tem expressão nenhuma e me pergunto o que ele quer.
Ele não espera que eu pergunte e fala por mim.
- Eu só queria dizer que eu não quis...- ele se corrige - Eu não deveria ter feito aquilo que eu fiz no bar. Me desculpa, e por favor não comenta sobre isso mais.
Ele olha para mim mais uma vez e faz um movimento para sair dali, tentando fugir, como de costume.
Pego seu pulso e sinto sua pele fria como a morte.
Ele olha para minha mão sobre seu punho e arregala os olhos. Do que ele tem medo?
- Bem, eu queria agradecer, o Loan é insistente demais e foi rude comigo e você só impediu ele de me machucar...
Ele olha para mim. Seus olhos verdes estão me olhando com tanta intensidade que me sinto fraca.
Ele puxa sua mão com delicadeza, escapando do meu aperto e me lança um olhar duvidoso.
- Ainda sim você estava muito perto dele, no bar...
- Ele não me deu escolha!
Ele olha para mim por um momento e depois de um tempo, sacode a cabeça, como se não quisessem pensar em alguma coisa.
- O Loan não deve te causar problemas agora.
Sinto que tem alguma coisa incomodando ele.
- Na próxima, seja mais cuidadosa, não deixem que os meninos pensem que eles tem chance com você, se não tiverem. Se eles tiverem uma impressão errada, eles vão se sentir confiantes e vão agir assim...
Estamos falando do Loan?
Sua acusação me afeta, não sou assim...
- Não foi minha culpa ele ter agido daquele jeito comigo...!
Peter percebeu que suas palavras me machucaram. Ele franzi a testa e morde o lábio inferior irritado com ele mesmo.
- Desculpa Laura, não foi isso que eu quis dizer....
Ele solta um longo suspiro e passa a mão por seus cabelos pretos.
- As vezes eu não me expresso bem. Eu leio muitos livros, mas realmente não me ajuda muito no mundo real. Estou apenas preocupado com você. O Loan é um idiota, ele age como se tudo e todos fossem dele.
Ele da uma leve pausa.
- Eu nunca deixaria ele te machucar, uma menina tão linda como você deveria se preocupar com ele e com o tipo de caras como ele.
Ele suspira.
- Ele poderia tentar outras maneiras de conseguir o que quer.
Fico chocada, ele me acha bonita?
- V-você me acha bonita? - pergunto me arrependendo logo depois, eu e essa minha mania.
Eu sorrio para ele, feliz por isso, ele me olha hesitante e sorri de volta.
Eu nunca o vi sorrindo sinceramente antes e meu coração se derreteu.
Quando ele sorri o rosto dele fica mais leve e se ilumina, o tornando ainda mais magnífico.
- Você deveria sorrir mais vezes, Peter. Combina com você.
Ele parece nervoso com minha afirmação e me olha longamente. Vejo seus olhos brilhando.
Ele se aproxima de mim, como se fosse impossível de controlar a si mesmo.
- Eu também, Laura, gosto de ver você sorrindo. O mundo a minha volta parece até melhor. Eu só não quero que um idiota como o Loan estrague isso.
Isso mexeu comigo profundamente.
Com a morte de meus pais, minha mudança para cá e todas as dificuldades que eu enfrentei, ouvir ele dizendo que meu sorriso é importante para ele me deixa feliz.
De repente, ele desliza seus dedos sobre os meus. Eles são frios, mas seu toque é gentil.
Palma contra palma e nossos dedos entrelaçados. Seu gesto é bom e possessivo.
Nossos olhares se encontram e sinto por dentro de mim uma sensação de formigamento que eu nunca senti.
Ele solta minha mão e aproxima seu rosto do meu.
Meu coração bate a mil e parece que vai sair pela minha boca.
Ele está preste a me beijar?
(Oi coisinhas, surpresas? Devo ficar a semana sem postar, por isso, fui bem boazinha e fiz um capítulo com mais de 900 palavras. Espero que gostem! Beijos)