Para sempre, Juliet

By EllenLopez-

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Eu sempre fui invisível, mas você me enxergou, Evan. Em meio a uma multidão, você me notou, como se eu fosse... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 24
Capítulo 25 - Evan
Capítulo 26
Epílogo
Agradecimentos
Tarde demais, Mary
OLHOS DE DIAMANTE

Capítulo 23

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By EllenLopez-

Cinza.

Foi assim que o dia estava. A manhã chegou, e não havia sequer um raio de luz no céu.

Você havia saído daqui de casa cedo. Beijou a minha testa, segurou a minha mão, e sussurrou no meu ouvido pedindo para eu sempre me lembrar que você me ama.

Eu ainda estava sonolenta, portanto só fiz falar: "eu também te amo."

E assim, você saiu de minha casa.

Mal eu sabia que naquele dia, você não estava apenas saindo de minha residência, e sim da minha vida. Aquele sussurro no meu ouvido na verdade foi uma despedida, e eu me arrependo amargamente por não ter acordado naquele momento, te dado um abraço forte e apertado,e sussurrado no seu ouvido que sempre te amaria.

Mas isso não foi possível, e agora não adianta mais pensar no que eu poderia ter feito.

Essa carta é o ápice, Evan. Esse dia foi o fim, o fim de nosso relacionamento.

Acordei e olhei para o lado esquerdo da cama, e não vi ninguém. Apenas o seu travesseiro ainda com seu cheiro, e o lençol recém dobrado.

Imaginei que você havia ido cedo para ir treinar, ou estudar. Eu não poderia estar mais errada.

Peguei um casaco que fosse capaz de me aquecer bem, pois o dia estava extremamente frio. Então, entrei no carro e enfim fui para a faculdade.

Chegando lá, tudo parecia normal. Exceto por uma coisa.

O zelador estava em frente ao seu armário, que estava sem enfeite algum na parte de fora, então me aproximei, e vi que não havia nada dentro do armário.

— O Evan pediu para que o senhor limpasse? — perguntei ao zelador.

— Não. Eu recebi a ordem da secretária que era para limpar o armário 2022, isso geralmente acontece quando o aluno sai da faculdade.

Isso não pode passar de um engano — pensei naquele momento.

E novamente, eu não poderia estar mais errada.

Andei pelos corredores desesperadamente, procurando por qualquer vestígio seu. Não te encontrei.

Encontrei apenas o Aber, sentado na arquibancada da quadra, junto aos outros jogadores do time. Eles estavam cabisbaixos, seguravam a sua camisa, sim, a sua camisa. Eu a reconheci por conta do número estampado na parte de trás: 03.

Me aproximei.

— O que houve? — perguntei.

— O Evan deixou isso na sala da secretária, e pediu para que entregassem a nós. — Aber respondeu.

A ventania fazia com que as folhas das árvores caíssem, o céu estremeceu com uma trovoada. O céu anunciava o acontecimento, e eu apenas me negava enxergar a realidade.

— O que isso significa? — Minha voz mal saía,  estava quase chorando, pois no fundo, Evan, eu sabia.

— Ele foi embora, Ju. Não disse para ninguém para onde iria, ou quando iria. Segundo informações de terceiros, ele esteve aqui ao raiar do dia, entregou a camisa a secretária que cuida da papelada de transferência, e foi embora.

— Isso… não… é…. possível. — Minha fala saiu pausadamente entre os soluços do choro, eu me ajoelhei no chão da arquibancada e chorei como nunca.

Os jogadores, incluindo Bryce, me olharam envergonhados. Talvez finalmente tivessem percebido o que fizeram, e o quão culpados são por essa situação.

Segundos se transformaram em horas, e ali, ajoelhada no chão chorando sem parar, eu não via mais nada ao meu redor. Eu apenas desejava que isso não passasse de mais uma das brincadeiras do Bryce, e que você apareceria xingando-o por brincar de tal forma. Mas isso não aconteceu.

E a verdade doeu.

Doeu tanto que dilacerou meu coração em pedaços,  eu sequer sei descrever o que eu senti naquele momento. No entanto se eu fosse descrevê-lo em uma palavra, ela seria "morte".

Parte de meu ser morreu um pouco quando você foi embora. Você levou junto consigo a minha parte otimista, a parte que aprendeu a se amar, e não se culpar pelo fracasso das coisas.

Você levou consigo a minha parte que ainda tinha esperança de ser amada, a parte que acreditava fielmente que o amor é capaz de mudar, de curar, de transformar a dor em um belo arco íris no céu.

Mas a esperança morreu, e sobrou apenas um grande vazio existencial em meu peito.

Você me matou.

Você me dilacerou.

Você me amou.

Aber me ajudou a levantar, e eu ainda desacreditada que você me deixaria dessa forma covarde, fui andando até a sua casa. Eu não era capaz de dirigir, sequer era capaz de pensar em alguma coisa que não fosse você.

E quando cheguei à porta da sua casa, tudo estava silencioso. Bati na porta, ninguém atendeu.

Uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito. Bati na porta exatamente oito vezes, e ninguém aparecia.

O desespero tomou conta de mim. Eu continuei batendo na porta, até que comecei a socá-la sem parar, a dor emocional me impedia de sentir a física, e a este ponto, eu já nem ligava mais para o que estava sentindo.

Parei apenas quando Aber me alcançou correndo, retirando-me da porta, e tirando a camisa, para limpar o sangue presente em minhas mãos. A porta que antes era branca, estava com a marca de meu sangue vermelho.

Aber sentou comigo na escada da varanda de sua casa, e tentou me consolar, obviamente ele não obteve resultados.

Eu apenas chorava, e mais nada.

A minha mão estava ferrada, o meu coração e a minha vida também.

Você me arruinou.

Como última tentativa, tirei o celular do bolso da calça e mandei inúmeras mensagens para você. Mas você não estava recebendo as mensagens.

Então tornei a ligar, e uma voz robótica dizia que este número não existia mais.

A cada tentativa fracassada de falar com você, eu morria mais um pouco por dentro.

Aber me levou para casa, e ficou lá comigo. A cada centímetro que eu andava, para qualquer lugar que eu olhasse, eu lembrava de você. Na cozinha, as memórias constantes dos abraços enquanto eu cozinhava, ou enquanto você vez ou outra arriscava-se a cozinhar, e na maioria das vezes, fracassava. Isso nos rendeu boas gargalhadas, que sempre terminavam em beijo.

No banheiro, a memória constante de nós dois tomando banho juntos. A água fria molhando nosso corpo quente, que permaneciam grudados em pleno fogaréu, enquanto a gente se beijava como se não houvesse amanhã.

Na sala, o sofá, que nos era de extrema serventia para as sextas e sábados à noite, quando comíamos pizza, e de sobremesa sorvete de chocolate, enquanto assistíamos algum filme legal.

E o quarto, acho que eu nem preciso citar. Acredito que seja impossível esquecer tudo que já aconteceu lá.

A minha vontade era de me mudar. Ir para qualquer outro lugar que não lembrasse de você, mas do que isso adiantaria? Até o meu próprio corpo me lembrava você. Quando eu me olhava no espelho, e tentava sorrir, as bochechas grandes que você sempre beijava ficam em evidência. E aí eu novamente me lembrava de você.

Aquele foi o fim de tudo, Evan?

Evan, eis aqui o décimo segundo motivo, e o último, pelo qual nós não demos certo.

Você me deixou.

Você foi embora sem pensar duas vezes, sequer se despediu de mim. Eu entendo o fato de você ter ido embora, mas não consigo compreender o fato de você sequer ter me dito isso.

E foi assim, Evan, que nós terminamos.

Vários fatores foram decisivos para a nossa separação, mas o último e fatal motivo, você foi o responsável.

Afinal, foi você quem fez as malas, foi embora, e me deixou aqui.

E na última palavra que eu ouvi de você pessoalmente, disseste para eu nunca me esquecer que você me ama. Então me diga, Evan, como lembrar disso?

Essa não será a minha última carta, não ainda.

Você ainda precisa saber o motivo pelo qual eu escrevi estas cartas. Mesmo que talvez não ligue, mesmo que tudo que eu vi tenha sido uma miragem de minha mente que espera desesperadamente que você ainda se lembre de mim, ou melhor, de nós.

Nota da autora: Olá meus amados! Enfim chegamos ao último motivo pelo qual eles não deram certo.
Esse é o fim de um cliclo do passado, mas o livro não termina aqui não. Não terão mais tantooooos capítulos assim, está bem perto da reta final.

Sei que ultimamente tenho respondido poucos comentários, mas realmente estou sem tempo. Tanto que o ritmo de postagem que antes era 2x por semana, se tornou 1 vez só. Mas prometo que vou responder todos assim que puder.

Amo cada um de vocês. Essa história é muito especial para mim, e de longe, a minha história preferida.

Cada comentário que vocês deixam aqui me alegra. Teve uma época que eu estava frustrada com o crescimento demorado da história, dado ao esforço que tenho por ela. Por isso, cada feedback é importante. Cada comentário é importante, por pouco que seja. Eu leio todos, e me divirto, saibam disso. É isso, beijos 😘

Curiosidade: Sabiam que o Bryce é inspirado numa pessoa real? Sim gente, existem pessoas tão babacas quanto o Bryce kkkkkk

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