Meu amigo não tão imaginário...

By nicolypachecos

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Clínicas, psicólogos e sessões com os orientadores do colégio resumiam grande parte da infância de Jeon Jeong... More

♡ avisos ♡
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By nicolypachecos

Falta apenas um.

Uma pessoa...

Por que ela só não vai embora?

— Olha, se você quer falar com ele... — olhei para Eunbi. — Só vai e fala.

Eu dei risada, dando de ombros.

— Não é isso, é que... — cocei a bochecha com o indicador. — Estou esperando a outra garota sair.

— Por quê?

— Porque eu não conheço ela.

— Mas você conhece ele, então, só vai.

— Não, não... — neguei duas vezes com a cabeça e ela riu da minha cara.

— É por isso que você ainda tá aqui, né? — Eunbi revirou os olhos. — Fala sério! Eu achei que você estivesse aqui para me fazer companhia.

— Mas eu 'tô aqui para te fazer companhia.

— Nem vem que você não me engana. Tu só tá esperando os amiguinhos do Minnie irem embora pra você ir lá falar com ele. — ela praticamente rosnou. — Imperdoável.

Como é sexta-feira, minha aula acabou há mais ou menos trinta minutos. Eu planejava apenas ir para casa, mas quando passei aqui pelo pátio e vi Jimin, quis ficar mais um pouco. Ele estava com seus amigos e foi só por isso que não me aproximei, contudo, ao perceber que seus colegas estavam indo embora, um por um, decidi que iria esperar mais um pouco e ir até ele. Aproveitei que Eunbi ainda estava aqui — completando um relatório de história — e fui me sentar ao lado dela.

Bem, eu tinha que esperar ele ficar sozinho, né. Eu não gosto e muito menos consigo falar direito com Jimin quando tem outra pessoa que eu não conheço por perto. Fico muito tímido e nem consigo dizer nada. Uma vez eu estava conversando com Jimin e Minji apareceu e puxou papo com ele, e até que ela também falou comigo, mas como não chego a ser sequer um colega dela, talvez apenas conhecido, fiquei super nervoso e calado. É horrível, de verdade.

Por isso devia esperar os amigos do Park irem embora para ir até ele. Isso seria melhor, bem melhor.

— Me perdoa. — eu falei, um pouco risonho pela face amargurada da minha amiga. O seu mau humor era enorme quando estava com as apostilas de história nas mãos. Ela odeia a matéria. — E aliás, ele prefere que o chamem de Jimin ou Jiminnie. Ele não curte mais esse apelido.

— Ok. — soltou a caneta sobre mesa. — Não. Eu não perdoo você. Agora compra um refrigerante de limão sem açúcar para mim. — eu ri, confirmando com a cabeça. — Com o seu dinheiro, valeu?

— Tá bom. — fui sem retrucar ou discutir. Eunbi me emprestou um dinheiro para o lanche na quarta passada, então, nada mais justo eu pagar um refri para ela.

Fui até a máquina de bebidas que ficava do outro lado do pátio. Fiquei fitando por cima do ombro o Jimin toda hora, porque eu não queria que ele fosse embora antes de falar comigo. Ou melhor, antes de eu falar com ele.

Eu o vi hoje de manhã, mas tenho tido um sentimento grande de saudade quando penso nele. E é doido, porque surge rapidinho, até mesmo quando acabamos de nos falar e vamos para caminhos diferentes. Deveria demorar pelo menos alguns dias para eu sentir tanta falta assim, não é?

Mas, cara, a saudade vem em menos de dois minutinhos...

É doideira.

Mas tive que parar de pensar nessas coisas e também de espiá-lo para escolher o refrigerante de limão da Eunbi. Fiquei confuso, porque tinha a opção refrigerante zero e sem açúcar. Bom, é melhor pegar o sem açúcar mesmo. Na minha cabeça ambos parecem ser a mesma coisa...

Já com a latinha em mãos, voltei a caminhar devagar para a mesa onde Eunbi estava e me surpreendi ao olhar para o canto no qual Jimin antes estava e não vê-lo.

Antes de suspirar magoado por perder a chance de falar com ele — pois ele provavelmente tinha ido embora já que não estava mais ali —, meus ombros se remexeram pelo pequeno susto por sentir um sopro na nuca. Depois pequenas mãos cobriram meus olhos.

— Adivinha quem é. — forçou uma voz grossa e eu quis rir, pois eu descobri quem era assim que as mãozinhas estavam na frente dos meus olhos.

— Mingyu? — disse, só para caçoá-lo mesmo. Mingyu era duas vezes mais alto que ele e eu tinha a leve impressão de que Jimin estava na ponta dos pés só para cobrir meus olhos.

— O quê? Não! Sou eu. — ele enfim tirou os dedos e se colocou na minha frente, o capuz do casaco preto gigante estava sobre seu cabelo, que tampava sua testa inteira em uma franjinha adorável.

— Eu sei. — eu toquei sua testa com o indicador brevemente, vendo-o cruzar os braços. Jimin entendeu que eu tinha o caçoado? Pfft.

— Como?

— Aqui. — eu peguei sua mão, sorrindo. — Sua mão é reconhecível.

— "Reconhecível", que palavra estranha... — ri um pouco, ainda mais porque ele estava todo emburrado.

— Eu pensei que você tivesse ido embora. — falei, cessando o riso.

— Já deu o horário, né? — confirmei com a cabeça, trocando o refrigerante de mão pois estava muito gelado. — Mas você estava me esperando, não?

— É. Como você sabia?

— Você ficou olhando para mim e quando eu vim para a parte de trás, ficou me procurando. — ele deu risada, acho que foi porque fiz um bico. Ah, qual é? Ele sabia exatamente de tudo, isso é frustrante. — Você deveria vir falar comigo, porque você espera eu ficar sozinho sempre?

— Você sabe... Eu... — fiz uns movimentos com as mãos, tentando dizer o porquê. No fim ele fez uma expressão confusa e eu não consegui me expressar corretamente. — Ah, sei lá, eu me sinto estranho. É desconfortável.

— Ah... — ele pareceu entender. — É por que não os conhece, certo?

— Exatamente.

— Hm... — quando comecei a andar, ele veio junto. Eu ia entregar a latinha para Eunbi. — Deveria conhecê-los, então.

— Ah, não... Eu... Não. — ri nervoso.

— Deixa de ser tímido, vai, qual é... — cocei a nuca. Só de pensar naquilo eu já queria me esconder dentro de um quarto e nunca mais sair. Sério.

— Acho que não consigo. — murmurei. Chegamos na mesa da Eunbi. — Aqui. — entreguei o refrigerante e ela só acenou, nem olhou na minha cara. Ok, ela estava mesmo de mau humor. — Já vou, ok?

— Ok. — ela disse, sem tirar os olhos das folhas. Peguei minha mochila e voltei até Jimin, que tinha ficado parado um pouco atrás.

— Você consegue sim. Não está falando comigo? É a mesma coisa. — Jimin continuou enquanto caminhávamos para a saída do colégio.

— Ah, mas... São seus amigos... — ri de nervoso.

— Quer ir para uma festa comigo? — ele disse de repente e eu o fitei, enquanto descemos alguns degraus.

— Que tipo de festa?

— Uma festa legal e que toca música boa.

— Defina música boa. — eu só estava enrolando, pois não queria ir em uma festa. Não sem pelo menos o Tae ou Hoseok... Eu provavelmente apenas ficaria excluído em um canto.

— Aish, Jeonggukie, sei lá. Só sei que é boa. — eu ri e ele me deu um empurrão.

— Não sei... Quando é? — perguntei, o vendo pegar o seu celular. Talvez se a festa fosse com ele, eu poderia curtir...

— É agora. Vamos comigo? Por favor.

— Hyung, eu...

— Por favor, vamos... — fez um biquinho.

— Jimin, é que... Sei lá. Sabe? — uh, se ele ficasse falando "Por favor" eu iria acabar indo.

— Vamos, vai ser divertido. — sorriu e abraçou meu braço. — Por favor.

Ele tá abraçando meu braço...

— T-Tá. Sim, eu vou. — mesmo que não quisesse ir e tivesse a leve impressão de que eu seria um anti-social excluído numa festa onde eu só conhecia ele, cacete, o Jimin estava abraçado no meu braço. Não dá pra negar nada quando uma coisa dessas acontece. — Que horas? Onde?

— Agora. — sorriu.

— Tipo, agora, agora?

— Sim, agora.

— Agora? Eu preciso tomar um banho antes. — falei e o Park de repente ficou na ponta dos pés. Parei de andar porque ele havia parado também.

E depois ele segurou meu ombro com força e eu acabei me inclinando para seu lado e abaixando. Fiquei na altura exata dele e foi quando ele, literalmente, deu um cheiro no meu pescoço. O nariz tocou minha pele e era quente, e depois o local ficou levemente úmido, o que me fez pensar que a boca alheia também havia deslizado por ali, mesmo que sem querer. Literalmente, tudo em mim ficou arrepiado em seguida.

— Jimin hyung-

— Você está cheiroso, relaxa. Só vamos.

Confirmei silenciosamente com a cabeça ao que sentia a ardência subir das maçãs do meu rosto até as orelhas. O meu pescoço estava arrepiado demais e talvez pelo frio que faz hoje, a fungada com sua respiração quente teve um embalo maior em meu corpo. Ou só esteja arrepiado desse jeito porque foi ele. Eu juro que estou realmente muito arrepiado.

— P-Preciso jantar algo também, hyung. — mudei de assunto, notando como ele estava começando a me puxar para sabe-se lá onde. Estava olhando o celular e ainda agarrado ao meu braço.

— Eu te faço um sanduíche lá, certo? — então ele finalmente guardou o telefone no bolso do casaco e voltou a olhar para mim.

— Mas... Eu não conheço ninguém, provavelmente ficarei sozinho em um canto. — murmurei.

Eu queria sim ficar com ele — acho que isso é um pouco óbvio demais —, mas em uma festa? Infestada de colegas dele que eu não conheço? Nossa, não me parece bom.

— Não, não. Eu vou ficar do seu lado, tá bom? Não vou sair de perto de você. Juro. — aish, com ele falando desse jeito... — Você acha que estou te convidando para uma festa porque quero ficar com outras pessoas? Não, né. Estou te chamando porque quero passar um tempo com você. — nós paramos sob uma árvore, esperando o sinal ficar vermelho para atravessarmos.

— Ai, hyung, você me convence rápido demais. — resmunguei, vendo-o sorrir para mim. Oh, esse sorriso.

— Eu sei. — e então ele se virou totalmente e enfiou o rosto no meu peito.

E eu o abracei. Porque adoro abraçar Jimin. E foi muito bom não me sentir envergonhado e só tranquilo com aquilo.

Acho que depois de um tempo, ficou comum nos abraçarmos. Fico feliz que eu tenha tido uma atitude na primeira vez, porque depois daquilo, ele passou a me abraçar sempre. Quando a gente se despedia, ou até enquanto andávamos juntos, e isso é realmente bom. Meu peito esquenta e as bochechas também. Mas é uma ardência que não incomoda, pois me sinto bem e... Nossa, é maravilhoso.

O sinal ficou vermelho e nós voltamos a caminhar lado a lado. Jimin passou em uma loja de conveniência para comprar vinho branco e queijo rosa. Eu pensei que ele iria comprar cervejas como Hoseok sempre faz quando vai para festas, mas não. Jimin disse que era aquilo que o dono da festa, Taemin, pediu para ele levar. Depois andamos mais umas duas quadras e, após descer uma rua, chegamos em uma casa que estava silenciosa.

— É aqui? — perguntei.

— Sim. Se a música ainda não começou a tocar, é porque Sooyoung ainda não chegou.

— Sooyoung?

— Uma universitária amiga nossa. Ela nunca deixa de vir e traz umas caixas de som muito legais. — ele começou a bater na porta de um jeito engraçado. — É uma batida secreta.

— Sério? — eu ri, surpreso.

— Uhum. — e ele sorriu, batendo mais uma vez na porta. Eu juro que era muito engraçado.

— Hyung, você está fazendo uma cara muito engraçada. — comentei, rindo mais alto quando ele voltou com as caretas em uma intensidade maior.

A porta se abriu um pouco e um cara com cabelo preto apareceu. E depois ele abriu a porta inteira e notei que ele usava uma regata, e seu braço era cheio de tatuagens; ele era muito magro e alto.

— MinMin! — disse, sorridente.

— Jaebeom! — E eles se abraçaram brevemente.

— Finalmente apareceu. Eu quero esse queijo aí, ow. — o Jaebeom disse e Jimin riu, negando com o dedo.

— Esse queijo não é seu. Então fica na sua! E, olha, este é o Jeonggukie. Ele veio comigo e ó, trata ele direitinho, hein! — Jimin disse e depois sorriu, olhando para mim.

— Jeongguk! — Jaebeom me puxou para um abraço. Sério! Foi estranho e engraçado e eu fiquei um pouco chocado, mas o abracei mesmo assim. — Jeon Jeongguk! O protegido de Park Jimin finalmente está aqui, então.

— O-Oi, Jaebeom... Hyung? — perguntei. Tinha quase certeza de que ele era mais velho que eu, mas, vai que não, né...

— Isso aí. — ele me abraçou de lado e começamos a entrar na casa.

— Eu falei pra tratar ele direitinho, hyung. — Jimin puxou meu braço suavemente quando cheguei perto.

Isso me fez pensar do que Jaebeom me chamou há alguns segundos atrás. "Protegido do Jimin". Até que fazia muito sentido agora, pois o Park parecia realmente me proteger.

Ele sabe que eu sou tímido...

Depois que Jimin me puxou para o lado dele, eu quis rir. Jaebeom ficou olhando para mim e fazendo caretas, como se quisesse caçoar o loiro e isso me fez rir mais. Ele parecia legal.

— Me dá meu vinho e queijo, vai. — Jaebeom pediu e Jimin o entregou a sacola.

— Isso é do Taemin, hein. — Jimin disse, o outro só ignorou e saiu andando. — Espera um pouco, Gguk. Vou tirar o casaco. — ele disse, retirando o casacão preto e jogando em um lugar onde tinha um bolo de roupas. — Lá na sala deve estar quente. Quer tirar o seu?

— Sim. — falei, retirando o moletom azul que eu usava, jogando no mesmo lugar que ele colocou o dele.

— Sua blusa é realmente fina. — disse passando a mão pelo ombro e confirmei com a cabeça.

— É bem fina e eu só coloquei pro caso de ficar muito calor de repente, porque o dia amanheceu frio.

— Verdade. — voltou a abraçar meu braço e me senti mais confortável com isso. Jimin usava uma blusa meio larga e branca também. — Vem. O que quer primeiro? Um sanduíche ou conhecer o Taemin? Ele é muito legal.

— Ah eu- — o toque soou na porta e então Jaebeom apareceu mais uma vez. E agora ele estava só de cueca o que foi muito estranho.

— Sooyoung! Gata. Finalmente. — Jaebeom disse assim que abriu a porta. Uma menina de cabelo vermelho entrou e parecia séria e meio badass, embora tenha abraçado o Jaebeom de um jeito muito atrapalhado e engraçado. Depois uns caras começaram a entrar com caixas de som.

— Podemos conhecer o Taemin, então. — respondi a Jimin, que confirmou com a cabeça.

Passamos por algumas pessoas e fomos parar em uma sala. Jimin acenava para umas pessoas, e não me soltava, o que me fez ficar um pouco menos tímido, sendo mais fácil cumprimentar os desconhecidos que apareciam perto do mais velho. Sempre que iam puxar papo com Jimin, este dizia quem eu era, meu nome e depois se despedia. Isso foi muito bom, porque nem dava tempo de eu me sentir desconfortável.

Nos aproximamos de uma mesa e Jimin se sentou do meu lado. Havia outra menina ali, que sorriu para mim.

— Oi, Jeon. — ela fitou meu rosto por poucos segundos. Dei um meio sorriso envergonhado. Eu não sabia o nome dela. — É Jeon, né? Sou Yuji.

— Sim! É... sou o Jeongguk — eu disse, tímido.

— Ah sim. Jeongguk oppa...?

— Na verdade, vocês têm a mesma idade. — Jimin disse ao meu lado.

— Ai, Jimin, deixa o garoto falar. — Yuji reclamou e Jimin se esparramou na mesa pra dar um peteleco na testa dela. — Ugh, oppa!

— Essa é a Yuji. Ela é do segundo ano e é um pouco doida, mas ela até que é legal.

— Não me chama de doida.

— Tu é doida, garota.

— É, eu acho que sim. — Yuji finalmente desistiu e eu ainda estava tentando absorver toda a informação. De certa forma, era engraçado como eles conversavam.

Depois mais um menino chegou e ele estava dançando enquanto andava e parecia realmente animado. Não notei quando, mas teve uma hora que a música começou a tocar dentro da casa.

— Taemin! — Jimin se levantou para abraçar o menino dançante. Que na verdade é o tal de Taemin.

E se abraçaram.

Se abraçaram...

E se abraçaram mais...

— Há algo na sua boca, Jeongguk? — Yuji perguntou, cortando meus pensamentos. Tirei os olhos dos garotos que pareciam adorar se abraçar, fitando a menina.

— Hm? — parei de coçar a parte interna da bochecha com a língua. Uma coisa que nem vi quando fiz. Eu só fiz. — Não, não.

— Ah, sim. — ela riu.

Os olhei de volta e eles estavam sorrindo um para o outro. Jimin estava com um sorriso tão lindo.

Por um motivo, fiquei amargurado por causa disso. Por que eles têm de se abraçar por tanto tempo e na minha frente?

Desconfortável. Aqui está começando a ficar um pouco (muito) desconfortável.

— Jeongguk, este é o Taemin. — Jimin disse, e Taemin se sentou ao meu lado. E Jimin se sentou lá do outro lado.

Poxa...

Por que depois que esse Taemin chegou ele foi para longe?

— Ah, olá, Taemin.— murmurei.

Me senti muito incomodado de repente. É sério, parecia surreal, porque eu estava muito tranquilo há segundos atrás. Foi só esse cara chegar que tudo ficou meio...

— Gguk! Oi. O Jimin bem que me disse que viria. — ele acariciou minha cabeça. Por que ele estava me chamando de Gguk e acariciando a minha cabeça como se fôssemos melhores amigos? Eu nem conhecia ele. — Oh, você é muito bonito.

— Ah. — Jimin se levantou de onde estava. — Sai, hyung. Eu tô sentado aqui. — Jimin puxou Taemin pelo braço, o tirando do assento. Em seguida, se sentou mais uma vez ao meu lado. Ainda bem.

— Olha os ombros dele! São muito fortes. — Taemin estava mesmo atrás de mim? E tocando meus ombros, ainda por cima. Cara, eu me senti muito incomodado.

— Hyung! Não toca nele assim, vocês não se conhecem... — Jimin disse, me olhando, procurando ver se eu estava me sentindo bem ou não. Ele deu um tapinha em Taemin. — Desculpa, Jeonggukie, ele está um pouquinho bêbado...

— Tudo bem... — eu disse, suspirando.

— Aw, Jimin... Sua mão é pesada. — Taemin se sentou lá do outro lado, e com um bico. — Ah, você finalmente sorriu. — Taemin disse, me fitando, e eu cocei a nuca.

Eu não estava lá muito afim de simpatizar com ele, mas até que ele parecia legal quando não estava me tocando. Acho que ele é legal, mas... está bêbado. E eu estou sendo um pouco idiota por sentir essas coisas ruins por vê-lo com Jimin.

Depois Taemin iria dizer algo, mas alguém lhe chamou e ele saiu. Yuji sorriu para um ponto atrás de mim e também foi. Então apenas eu e Jimin ficamos na mesa.

— Desculpe pelo Taemin. — ele disse. Se levantou e pegou duas latinhas de refrigerante, ambas no freezer. — Ele é um pouco amável demais, ainda mais quando tá altinho...

Amável...

— Você o ama? — meio que saiu do nada, mas eu estava pensando no abraço e na palavra "Amável" que ele usou para definir aquele garoto. Então só saiu.

E acho que depois de um tempo, eu e o Park nos tornamos próximos o suficiente para eu lhe fazer perguntas como essa.

Jimin deu risada, colocando ambas as latinhas na mesa, voltando a se sentar do meu lado.

— Sim, eu o amo muito. — abriu a latinha de refri. — É como um irmãozão meu. O conheço há muito tempo.

— Hm... — peguei a latinha em minha frente, abrindo-a.

Foi aí que Jimin enfiou o rosto na frente da minha mão e começou a sorrir.

— Não pode ser.

— O que foi?

— Você está com um bico gigante. É ciúme? — ele estava sorrindo muito.

— Não é.

Jimin parou de sorrir assim que neguei. Agora, nem meio sorriso permanecia em seus lábios.

— Por que ficou emburrado de repente, então? Não gosta daqui? — ele se afastou e pareceu preocupado de repente.

— Não é isso...

— Desculpa... se quiser, podemos ir embora.

— Não é isso, Jimin hyung...

— O que foi, então?

De repente ele pareceu muito preocupado. Aish, droga...

— Fiquei com ciúmes. — enfim, admiti. Ainda bem, ele ficou feliz novamente. Jimin começou a sorrir e, melhor ainda, as bochechas ficaram vermelhas. — Desculpa... eu não queria! É um mal meu... — falei, bebendo um pouco do refrigerante depois.

Eu acho que estava com ciúmes sim. Eu não costumo sentir muitos ciúmes. Havia pessoas especiais em minha vida que também tinham outras pessoas, como eu, nas suas próprias vidas. E eu entendia as relações que as pessoas especiais tinham com as outras e isso não me deixava ficar amargurado ou enciumado. Como Taehyung. Eu não sinto ciúmes dele com Hoseok, pois reconheço a relação deles e sei como é importante. Tanto para meu primo quanto para o Hobi. Isso não me deixa ficar bravo ou enciumado. Acho que isso é bom, afinal.

Tenho certeza de que só conheço mesmo o que é sentir ciúmes por causa de Yoongi hyung e Yein. Eu costumava sentir muitos ciúmes de Yoongi por conseguir fazer minha irmã rir tanto, ela mal sorria para mim. Sentia o mesmo com Yein, pois ela conseguia conversar com o Gi tranquilamente, e eu não. Isso é todo o ciúme que senti na minha vida inteira, eu acho.

O abraço em si me deixou enciumado. E como Taemin e Jimin se olhavam também. O olhar de Jimin era muito simpático. Taemin também tinha dado dois tapinhas na bunda do Park. É, eu vi aquilo... foi íntimo e amoroso. Eu não devia ter me sentido assim, de qualquer forma... eu não sou possessivo, e não quero ser, nunca. Mas não posso evitar sentir isso...

— Jeonggukie...

Vi ele coçar a parte de trás das orelhas e a cabeça inclinar. Os ombros também estavam inclinadinhos.

— Hyung...

Suas bochechas...

Estavam muito coradas.

Meu Deus, muito fofo. Fofo. Ele é fofo.

— Oh... Oh, você não deve pedir desculpas assim. — ele cobriu suas bochechas com as mãozinhas. — Ahh... O que eu faço?

Minha boca estava cheia de refri, mas eu comecei a querer sorrir. Ele ficava mexendo a cabeça de cá a lá. Murmurava repetidamente e bem baixinho: "O que eu faço?". Por Deus, era muito fofo.

— Hyung, você está muito fofo agora. — eu disse e minhas bochechas coraram também. Como ele estava sem capuz, o cabelo estava caindo em seu rosto. — Eu sinto ciúme sem querer. Eu sinto muito.

Então ele fechou os olhos com força e cobriu mais o rosto com as mãos. Ah, ele estava envergonhado.

Tirei o fio de cabelo que provavelmente iria pinicar seu olho de sua face, pondo-o atrás de sua orelha. Meu rosto nunca esteve tão próximo ao do hyung, mas não me importei em olhá-lo, porque os olhos alheios estavam fechados, as bochechas vermelhas e ele parecia não querer me encarar.

Pensei em como Jimin tinha razão sobre a música dessa festa ser boa. Estava tocando "I won't share you" do The smiths e, cara, a melodia era realmente muito boa. Eu sempre fui fã dos Smiths e agora provavelmente ficarei mais apaixonado pela banda, pois estava olhando para Park Jimin bem de pertinho ao som deles. Isso é insanamente bom.

E ele continuou de olhos fechados. E teve o momento em que as bochechas ficaram muito vermelhas, tanto que o rubor foi para o nariz e eu pensei comigo mesmo se as orelhas também ficariam avermelhadas. Jimin nunca ficava embaraçado daquele jeito na minha frente, pelo menos não por minha causa. Ele costumava apenas rir de mim e me provocar aquela mesma reação. Só me lembro de uma ou duas vezes que isso aconteceu. Sempre era muito lindo de se ver.

Algo dentro de mim dizia para eu tomar a oportunidade para observá-lo de perto. As mãos dele cobriam os lábios e um pouco do nariz, estava tentando se esconder de mim, mas não dava, pois eu estava bem na sua frente.

Eu afastei a franjinha de sua testa, colocando seu cabelo para trás. Depois suspirei surpreso, muito entretido com as pintinhas em sua testa. Tinha... Uma, duas, três, quatro. Estavam todas espalhadas pela pele bonita. Uma era pequena e clarinha, a outra um pouco maior e mais visível e notei que tinha uma bem no cantinho, perto das madeixas.

Pela primeira vez notei como suas sobrancelhas eram loirinhas e um pouco bagunçadas, combinavam com seu rosto e eram bem alinhadas. Oh. Mais uma pintinha em sua sobrancelha. Era minúscula. Era mesmo uma pintinha?

Foi quando ele abriu os olhos que eu continuei parado, mas agora meio que petrificado. Ainda estávamos muito perto. E eu nunca olhei nos olhos castanhos alheios assim, isso me transformou numa estátua assustada. E um pouco corada também...

Mas Jimin só olhou para a mesa e jogou a cabeça ali. E começou a rir de um jeito muito gostoso. Deitado nos braços, ele levantou o olhar de um jeito que eu só conseguia ver seus olhos. Ficou me olhando assim por um tempo e eu não desviei o olhar, peguei o refri e bebi um gole, o tendo me observando enquanto isso.

— Sua... Sua testa é bonita, hyung. — eu disse para quebrar o silêncio.

Então ele enfiou o rosto nos braços outra vez e eu vi apenas suas orelhas ficarem vermelhas.

E quando eu pensei que não poderia ficar melhor, ele se ergueu rápido e me assustou porque se aproximou. Se aproximou muito e foi muito rápido, tanto que eu dei um pequeno salto na cadeira.

E simplesmente beijou minha bochecha.

— Por favor, fique envergonhado comigo. — sussurrou ainda perto. Senti sua respiração sobre minha bochecha, o hálito de bala doce de cereja surgiu. Outro arrepio.

Eu virei meu corpo para o lado dele, e vi como as bochechas ainda estavam vermelhas. Na verdade, ele ainda estava todo vermelho. Ardeu, ah, como ardeu minha cara toda. Eu iria ficar muito vermelho, se não já estivesse.

— Jimi-

— Jimin oppa! Você vai querer cerveja? — de repente Yuji, vidrada em seu celular, perguntou, se aproximando de nós.

Foi o suficiente para eu olhar para o lado oposto. E ele também se afastou muito rápido.

— N-Não. — ouvi Jimin responder. Depois suspirei fundo, observando a garota ainda vidrada no celular para perceber o que estava acontecendo.

Toquei minha própria bochecha e de verdade, eu ainda podia sentir a textura dos lábios dele ali. Ficamos tão próximos naquela hora... Porra.

— Jeongguk, o que você acha de me ajudar a trazer algumas cervejas? — Taemin apoiou as duas mãos no meus meus ombros. Ele apareceu do nada, mas eu me sentia um pouco mais calmo em relação a ele depois do que aconteceu aqui.

Na verdade, eu me sentia mais calmo em relação a tudo.

— U-uhum. — murmurei, prestes a me levantar.

Mas então Jimin segurou meu braço com força.

— Ei... — ele disse ao Taemin. Fitei seu rosto e estava menos corado. Só um pouco das bochechas agora. Ugh, eu ainda estou com a cara toda vermelha... — Eu acho... bem, você quer ir lá, Ggukie?

— Eu... — Pensando bem, eu não queria. Seria... estranho.

Por isso, eu neguei com a cabeça sutilmente. Jimin hyung percebeu, e pode parecer frescura, mas... eu não queria ficar sozinho com pessoas que eu não conhecia. Por isso neguei.

Jimin me entendeu com um olhar.

— Eu preciso de ajuda, ow. — Taemin fez um biquinho. Ele estava cambaleando. — Divide ele, deixa de ser possessivo!

Me dividir?

— Não é isso, ele não quer! Então pede pra outra pessoa. — Jimin disse, aumentando seu tom de voz.

— Desiste, Taemin oppa. — Yuji que estava no canto, falou. — Você sabe que o Jimin gosta muito dele...

— Yuji... — Jimin murmurou, olhando-a. Suas bochechas estavam vermelhas. Taemin segurou meu braço e depois começou a apertá-lo. Tipo, meus ombros, e depois parecia até que ele queria sentir meus músculos ou... Fazer uma mensagem?

— Olha, ele é forte. Pode trazer seis fardos de uma vez. — Taemin disse. E eu só deixei ele ficar apertando meu braço porque não conseguia ter reação nenhuma com todos eles falando ao mesmo tempo. E, ah, ainda estava muito desnorteado pelo beijinho do Park.

— Não, hyung. Pare de tocar ele. Ele não vai com você porque ele não quer. Ele vai ficar aqui, comigo. — Jimin ia afastar Taemin, mas este desviou.

— Deixa o Jeongguk, oppa. — Yuji falou, risonha. Jimin parecia realmente irritado.

— Pode deixar... tudo bem, Jimin. É sério. — eu, finalmente, disse. Aquela confusão era muita... e não tinha problema, mesmo que eu não quisesse, eu podia fazer aquilo pra ajudar. Não queria que o hyung ficasse constrangido...

Imaginei que o Park provavelmente estava negando aquilo pois prometeu que não ia me deixar sozinho nem nada.

Não, Jeongguk. — Jimin sacudiu meu braço e me olhou. O bico dele foi enorme, de verdade. — Eu não vou deixar você se sentir mal aqui... nem um segundinho.

Meu coração palpitou. Jimin hyung...

Ah, cara. Eu estou derretendo...

Depois disso, ele se levantou e deu uns tapinhas no Taemin.

— Deixa que eu vou te ajudar, ok? — o Park disse para o outro. — Eu já volto. Tá bom? — Jimin disse para mim. Eu não via problema em ele sair por um momento pois estava muito bem. E feliz. Então, confirmei com a cabeça.

— Tá bom... — sorri.

Assim que ele saiu, meio constrangido com Taemin que parecia irritado, eu olhei para Yuji ao meu lado e dei um meio sorriso, vendo-a se aconchegar na cadeira. Ela revisava entre olhar seu celular e meu rosto.

— Ei, olha aqui, Jeongguk. — mostrou a tela acesa de seu celular, se aproximando. — Qual você acha melhor?

Observei o que parecia duas capas de álbuns. Álbuns de música.

— Acho que esse. — apontei para o que achei mais bonito. Era preto e branco, me lembrava algo da Lykke Li.

— Oh. Também acho, muito bom, muito bom. — ela sorriu e voltou a mexer no celular ao meu lado. — Esse refri é seu?

— Aham. Quer?

— Sim, só um gole. — ela disse e pegou a latinha. Depois sorriu e agradeceu com um aceno.

Depois, ficamos ali, um tempo. Yuri pigarreou e disse:

— Você não tá com fome? Eu tô faminta...

— Eu também estou, eu admito... — eu disse, percebendo uma coisa. — Ali tem comida.

— Vamos lá pegar comigo? — ela começou a se levantar.

Sorri. Sim.

— Sim...

Nos levantamos. Yuji e eu caminhamos até a mesinha, e ela pegou alguns salgadinhos com as mãos. Peguei uns também e vi algo que parecia delicioso, sentindo meu estômago roncar de primeira...

Olhei o prato e vi como os pequenos pedaços de bolo Yakgwa pareciam fofos e apetitosos. O mel por cima era brilhoso e dourado... hmm.

Um rapaz chegou, e quando me viu fitando o bolo, deu uma risadinha. O fitei.

Era o Minsuk.

Minsuk... eu apenas sabia seu nome pois ele fazia coisas realmente ruins no ano passado. Taehyung sempre me contava como esse Minsuk era travesso enquanto apontava para o rosto alheio no refeitório. Mas eu não entrei na defensiva ou fiquei incomodado quando ele parou na minha frente. Não quis julgá-lo e não o julguei. Só sorri, o fitando, que apontou para o bolinho.

— Por que não pega um pedaço? — perguntou. — Fui eu que fiz.

— Posso mesmo?

Ele deu um grande sorriso.

— Claro que pode.

Humm...

Eu olhei para o bolinho. Eu estava com muita fome, porque sempre jantava quando chegava em casa depois do colégio. E até agora não comi nada. Lembrei do sanduíche que Jimin disse que iria fazer para mim e isso apenas me deixou com mais fome. Peguei o Yakgwa, o mordi e o sabor era meio estranho, mas ainda era um Yakgwa, então eu gostei.

— É muito bom... — eu disse... meio... distante. — Valeu...

Minsuk sorriu quando saiu andando depois de me ouvir, sem dizer mais nada.

Não vi quando ele sumiu e Yuji apareceu de novo, me levando de volta pro lugar em que estávamos. Eu sei por que... na verdade, não muito.

Foi o Yakgwa. Acho que não era um Yakgwa comum.

Depois de alguns minutos, a sala começou a girar. Eu estava falando com Yuji e de repente me pareceu engraçado como ela movia a boca. Estávamos sentados no mesmo lugar de antes. Meus olhos arderam, então comecei a piscar muito, a olhar em volta e a música parecia mais baixa e suave. Era bom.

Hum, parecia que eu estava com bastante sono. Já estou ficando cansado? Mas é sexta.

Jimin voltou e, quando me viu, falou com o Yuji:

― O que é que aconteceu? — Franziu as sobrancelhas. — Ai meu Deus... você deu alguma coisa pra ele?

― Eu não! Minsuk que disse pra ele comer o bolinho dele. ― Yuji disse e ela estava um pouco engraçada.

Ri.

Jimin me fitou, o cenho levemente franzido.

Engraçado.

Ri novamente.

― Tudo bem? — Jimin indagou, me fitando.

― Tranquilo.

Jimin se sentou do meu lado e pegou minha mão, que estava fria. Ou quente. Não sei, err, não sei não...

― Você deixou ele comer algo que Minsuk preparou? Yuji... ― Jimin parecia irritado.

― Poxa, foi mal. Não pensei que ele ia colocar as coisas dele na comida, eu nem vi direito... — Yuji parecia triste.

― Ah, puta merda. Que droga. ― Jimin parecia irritado. ― Está vendo alguma coisa, Jeongguk? Ou você tá bem?

― Estou vendo você. ― Jeongguk parecia tranquilo. Eu parecia tranquilo, quero dizer. Na verdade, eu estou tranquilo.

― Está se sentindo mal?

― Não estou.

Taemin apareceu.

― Ele tá chapado? ― o que acabou de chegar perguntou.

― Tá. ― o menino loiro na minha frente respondeu. ― O filho da puta do Minsuk deixou ele comer aquele bolinho ridículo...

Hyung Jimin, não fique bravo. ― eu reclamei, dando um soco no seu peito. Era um soco leve leve, porque eu não queria machucar o hyung. Eu gosto muito dele. ― Quem tá... Chapado?

― Você. ― Yuji disse.

E eu ri. E Taemin também riu. E todo mundo riu, menos Jimin.

— Eu tô com muita fome... — eu disse, suspirando. — Jiminnie... e meu sanduíche? — choraminguei.

Taemin segurou a risada. Eu não estava mais bravo com ele e isso era bom. Então olhei para Taemin e sorri e isso o fez rir de verdade. Yuji também estava dando risada. Eu queria que Jimin risse também, mas ele só parecia frustrado. Eu só não sei o porquê.

― Vamos. Vou fazer um sanduíche pra você... ― Jimin hyung disse. E segurou minha mão e isso foi bom.

Fiquei de pé. E fiquei um pouco desnorteado. Sentimento engraçado, eu ri disso.

O hyung segurou minha mão com força e começamos a andar por alguns cômodos. Vi ele conversar com pessoas, mas não ouvi direito por estar prestando muita atenção na letra da música. Amor, onde você está? Você está no lago? Nos meus olhos? No céu? Hum, que letra de música bonita.

Jimin e eu fomos para a cozinha e ele acendeu a luz. Uau! Era muito brilhante, quase inacreditável.

― Gguk... Me desculpa por isso. Sei que não gosta dessas coisas. ― ele começou a falar. Fiquei bem confuso, não fazia ideia do que Jimin estava falando. ― Nem de cerveja você gosta... Ugh, o Minsuk é um idiota! Droga. Eu não devia ter te deixado sozinho.

― Quê? ― ergui uma das sobrancelhas e o hyung só negou com a cabeça, ainda emburrado. ― Você pode sorrir para mim, por favor?

E Jimin sorriu, mesmo que pouco e só com os lábios. E eu também sorri, porque ele estava sorrindo. Eu só queria que ele ficasse contente.

― Como você comeu... O efeito vai durar mais. Ugh... Aquele babaca. ― mas o que eu comi? Jimin estava falando umas coisas nada a ver, eu estava com medo. Mas também achava engraçado. ― Se seu coração acelerar muito, me diga. Certo? Vou te colocar debaixo do chuveiro frio depois que você comer.

― Você está bravo comigo? Por que quer me dar um banho de água fria? Isso é maldade. ― falei.

Ah, mas Jimin se virou e a luz refletia sobre seus olhos. Eles eram castanhos e pequenos.

― Não é isso, Jeongguk, é que-

― Eu gosto tanto dos seus olhos... os olhos castanhos, mas também gosto das lentes, gosto de todas as versões de olhos que você tem. Você tá me entendendo?

Ele se afastou e eu ri um pouco, pois estávamos em uma cozinha, mas lá havia um sofá, e isso me pareceu engraçado.

― Tudo bem, eu vou fazer um sanduíche... — Jimin disse, colocando algumas coisas que ele pegou na geladeira sobre o balcão. Ele até coçou a nuca.

Fui até o sofá e me sentei nele. Depois, eu saí do sofá e sentei em uma das banquetas próximas ao balcão. Era como se o balcão nos separasse, mas eu ainda estava próximo o bastante de Jimin, então estava tudo bem.

Observei ele dar um espirro bonitinho. E depois começou a coçar suas bochechas e sacudir o rosto, com um biquinho nos lábios.

Biquinho... Beijo.

Hum, foi tão bom lembrar do selinho na bochecha que ele me deu.

Oh.

― Ei, hyung. Me dê outro beijo.

Eu queria. Então eu pedi.

Ele continuou tirando coisas da geladeira, o que eu descobri serem ingredientes para o meu sanduíche. Tinha queijo, mostarda e alguma coisa que eu não sei se era presunto ou não. Ele me ignorou, hm...

― Você gosta de maionese?

― Sim.

Então ele pegou a maionese e algumas verduras, tipo tomate e alface.

― O que você vai querer beber, Jeongguk? ― ele perguntou.

― Eu posso beber o que você quiser que eu beba. ― respondi e Jimin ergueu as sobrancelhas, mas não parecia surpreso de verdade.

― Tudo bem, então você vai beber água. ― ele riu um pouco. Depois colocou um copo de água com exatamente três cubos de gelo na minha frente. Os gelos flutuavam lindamente. Era muito bonito, então não consegui parar de olhar. Minhas bochechas doeram de repente. Foi quando percebi que eu estava sorrindo. ― Minha nossa. Olha como você está sorrindo para o copo de água...

― Olha, hyung! O gelo é bonito e flutua bem. ― eu ainda sorria, mesmo quando Jimin riu e bagunçou meu cabelo.

― Ok, você tá muito chapado. ― ele parou de mexer no meu cabelo. Depois ficou na ponta dos pés e começou a penteá-los com os dedos. ― Você está uma bagunça.

Jimin...

Oh, Jimin hyung.

Park Jimin.

Park Jimin hyung...

Jimin hyung... É a pessoa mais encantadora que eu conheci. Ughh... Fica lindo até xingando uns palavrões chulos. Minha mente... Wow, tá muito louca, meus pensamentos viraram uma bagunça. A culpa é dele.

― Você é que me bagunça, hyung.

Jimin deu risada.

Então resolvi olhar para cima. E vi a boca dele. Pela primeira vez me permiti olhar para os lábios rechonchudos.

Nossa, como eram cheinhos...

― Eu... De repente, eu quero muito que você me beije. ― eu murmurei, apoiando o queixo em minha mão, o cotovelo no balcão.

Fiquei com vontade de dizer de repente, então disse. Acho que não tem problema.

Ele deu meia volta, em silêncio. Pegou o pão no armário e começou a coçar muito a nuca.

― Err... Ei, não diga essas coisas. ― se virou para mim. ― Eu não quero que se arrependa depois. Então tente dizer apenas o que quer realmente dizer e o que você costuma dizer normalmente.

Hã?

― Isso é uma negação ao pedido do beijo?

― Sim. Também.

Hm, isso dói...

― Ah... Tá bom. ― suspiro.

Jimin parou de se mexer. E pareceu uma pedra. Mas quando me olhou, ficou estranhamente agitado.

― Não, espera- ― ele se remexeu no meio da cozinha. ― Não, é que... Gguk, você não diz essas coisas normalmente, é por isso que estou lhe alertando.

― Hã? Eu não digo?

― Não. Nunca diz.

Eu não dizia? Bem, eu não me lembro.

― Tá.

Jimin ficou me olhando.

― Jeongguk, deixe-me esclarecer as coisas. ― ele parecia sério e fiquei com um pouco de medo do que ele iria dizer.

Ele vai me rejeitar? Hm...

― Hum?

O hyung ficou de costas novamente.

― Só não vou te beijar porque você não está sóbrio. ― me olhou por sobre o ombro. ― Entendeu?

Hm...

― Entendi.

Ficamos quietos. Ele continuou fazendo o sanduíche e eu lhe observei enquanto isso.

Depois de um tempo, meus olhos passaram a doer quando eu tentei acompanhar com os olhos ele andando pela cozinha. E comecei a ficar um pouco paranóico. Senti que tinha alguém atrás de mim, mas não havia ninguém. Meu coração acelerou e minha boca... Eu não estava a sentindo direito.

― O que está acontecendo comigo, hyung?

Jimin que estava perto da pia, me fitou.

― Você comeu algo... Que te deixou bem doido.

― Isso faz mal para a minha saúde? Vou ter uma overdose e morrer? ― Jimin riu, secando as mãos com o pano de prato.

― Não, você não vai morrer. E não faz mal, esse tipo de coisa só faria mal para a sua saúde se você usasse muito.

― Se eu morrer, eu quero que você vá no meu enterro.

― Jeongguk, você não vai morrer-

― Quero que você cante algo também. Enquanto me enterram, s-sabe?

O Jimin só riu bastante de mim. Maldade fazer isso. Eu estava morrendo de medo.

― H-Hyung, meu coração está muito acelerado.

Minhas mãos começaram a tremer e o coração acelerar. Foi quando vi que estava amedrontado de verdade.

Jimin deu a volta pelo balcão e ficou perto de mim. Ele não disse nada. Fiquei olhando para seu rosto e ele parecia calmo demais. Pegou o copo de água e colocou em minha mão.

― Beba um pouco. ― murmurou.

― T-Tá.

Bebi metade do copo de uma vez. A água estava gelada.

― O hyung promete que você não vai morrer, tá bom?

Confirmei com a cabeça ao que as mãos dele acariciavam desde meus ombros, passavam pelos meus braços e paravam nos pulsos. E subia novamente. E afagava mais uma vez. Isso me deixou um pouco mais calmo.

― Minha boca está seca... ― falei ao perceber esta parecia ressecada e um pouco mole. Dormente? Parecia dormente. Minha boca nunca ficou dormente antes, era bem estranho.

― Tudo bem, sem problema. ― Jimin disse e pegou o copo de água, colocou o indicador dentro do copo, umedecendo seu dedo. ― Está dormente também?

― Uhum. ― ele começou a deslizar a ponta do indicador pelos meus lábios. Estava gelado e úmido, foi umedecendo minha boca, como se passasse um batom. ― Hyung...

― Você quase não sente, não é? ― confirmei com a cabeça, apesar de achar bom ter um toque seu em meu lábio inferior.

Mas por algum motivo eu não conseguia sentir direito, não completamente. Isso era uma merda.

― Hyung... Eu mal sinto.

― Eu sei, eu sei. Sua boca perdeu um pouco da sensibilidade. Logo você vai ficar extremamente relaxado. Não se assuste. ― ele acariciou minha cabeça com a outra mão. ― Minsuk já deve ter feito isso com todo mundo daqui. Inclusive eu. Sei como se sente. As pessoas têm reações diferentes sob isso, mas parece que a nossa foi parecida... Vai passar.

― De verdade?

― Claro. De verdade.

Ele colocou o copo em minha frente.

― Eu vou acabar de fazer o seu sanduíche. Beba o resto.

― Você vai comer comigo? ― perguntei.

― Sim. ― sorriu. E agora estava fazendo dois sanduíches ao mesmo tempo.

Depois ele fez café. E eu tentei prestar atenção em tudo que o Park fazia, seus movimentos, suas mãos, o cabelo. Eu queria me distrair. O tempo parecia passar rápido demais, como se tudo que aconteceu hoje tivesse sido há muito tempo atrás. A sensação não era boa.

― Café. Tome puro, ok? Pode ser difícil porque é muito amargo, mas... Tenta. ― ele colocou os sanduíches no balcão e uma pequena xícara também.

Eu estava com muito fome mesmo, então agarrei o sanduíche e o mordi rapidamente. Nem deu tempo de Jimin vir se sentar do meu lado.

― Que delícia, hyung. ― murmurei, dando outra mordida. ― É o melhor sanduíche que eu já comi. ― peguei o café, dando um gole grande. Amargo, mas não me incomodou. Depois enfiei quase metade do sanduíche da boca.

― Algo me diz que isso não vai saciar sua fome... ― riu baixinho, pegando seu sanduíche. E mordeu de um jeito gracioso.

― Com o tempo, eu percebi que você come de um jeito muito bonito. ― eu disse.

― Huh?

― É, parece até uns atores aí de filme, você come muito graciosamente. ― eu disse e depois tirei um alface gigante que estava na minha bochecha, o comendo. ― É diferente de como eu como. Tá vendo? Eu só sei fazer bagunça.

― Pfft, não. Você come bem também. ― ele passou o dedão em minha bochecha, limpando alguma coisa. ― Ah, sim, eu estava para te perguntar. E o seu primo? O Taehyung. Já voltaram a se falar? ― balancei a cabeça em negação. ― Por quê?

― Eu ainda não tive a atitude de falar com ele. E ele também não.

― Façam as pazes logo, poxa. ― ele ajeitou meu cabelo brevemente.

― Eu quero voltar a falar com ele. Mas sempre que lembro de tudo que ele disse, fico de mal novamente. ― fiz um bico, comendo o último pedaço do meu sanduíche.

― Quer sorvete?

― Quero.

Jimin se levantou e pegou uma colher na pia. Depois trouxe um pote de sorvete de flocos do congelador. Abriu, colocou a colher ali e pôs na minha frente.

― Pode comer até saciar sua fome. ― disse, e depois voltou a morder seu sanduíche. ― Mas... Hum, o que ele disse demais para você ficar tão magoado? Eu não me lembro dele ter dito nada grave.

― Ele disse que eu beijei todos os meninos do meu prédio, que meu cabelo era um lixo, que eu era carente, e que eu não me perfumo direito. A culpa não é minha se ele toma banho de perfume todos os dias. Eu não sou igual a ele, perfume demais me faz espirrar. ― resmungo. ― Também disse que eu era doido. Ele não devia me chamar de doido, ele sabe disso.

― Ah, Gguk. Eu mesmo chamei Yuji de doida há um tempinho atrás, lembra? Não é como se fosse sério.

― É diferente, hyung. ― o fitei. ― Eu já tive muitos problemas quando menor. Fiquei muito tempo pensando comigo mesmo se eu era louco e, quando digo muito tempo, me refiro a anos duvidando de mim mesmo e meus pensamentos. ― disse, vendo-lhe prestar atenção conforme comia. ― Eu posso até ter superado aqueles tempos, mas ouvir alguém como o Tae, que me conhece tão bem, me chamar de doido, machuca. Machuca de verdade. ― falei apenas o que sentia, comendo do sorvete em seguida.

― Talvez ele não tenha o falado para magoar. Talvez tenha sido apenas no calor do momento, sabe?

― Hm. Talvez. ― cocei a nuca.

― E por que ele estava tão bravo, hum? ― perguntou, bebendo o suco que estava ali para ele. ― O que você fez para ele ficar daquele jeito?

― Eu apenas não contei coisas a ele. ― falei, bufando.

― Que tipo de coisa?

― Eu não contei sobre ter ido até seu apartamento e cuidado de você. Isso o deixou muito irritado.

Jimin tombou a cabeça para o lado, sua expressão facial estava confusa.

― Mas... Por que ele ficaria bravo? Não entendo.

― Depois que comecei a andar com os meninos da minha sala, ele ficou meio magoado. E muito grudento e ciumento. Então quando você disse que eu havia lhe ajudado com sua febre, ele passou a achar que, além de estar passando menos tempo com ele, eu estava deixando de lhe contar as coisas também. ― Jimin pareceu entender, pois confirmou com a cabeça.

― Oh. Eu entendo agora. ― disse, seu riso foi baixo. ― E por que você não contou a ele, afinal? Não foi nada demais.

O quê?

Estou indignado, agora.

― Aquele dia foi muito especial para mim, hyung. Taehyung sabe disso. Não sei como, mas ele sabe. Se fosse algo banal, ele não ficaria bravo por eu não lhe contar. ― eu disse, vendo suas bochechas avermelharem. Mas não entendi o porquê de terem ficado vermelhas.

― M-Mas... Custava contar para ele? ― coçou a nuca.

― Não queria contar a ninguém, porque foi especial de verdade. Era algo que eu não queria que alguém comentasse a respeito ao meu lado, ou desse uma opinião sobre. Era uma memória minha. Eu queria que ficasse guardado no meu coração e ninguém estragasse isso, então não disse para ninguém.

Jimin apoiou o cotovelo na mesa, coçando de leve a sua cabeça. Ele estava pensativo.

― Quando vocês conversarem sobre isso, diga o que acabou de me dizer. Sobre o momento e querer que fosse apenas seu. ― ele disse. ― Ele com certeza vai entender.

Confirmei com a cabeça, enfiando um pouco mais de sorvete na boca.

― Certo.

Fiquei um tempo apenas comendo quase todo o pote enquanto Jimin só me olhava, apoiado daquele mesmo jeitinho no balcão. Fiquei olhando para o relógio na parede e vendo a hora passar embaçada. Sério. Não era rápida ou devagar. Era embaçada.

[...]

Depois de comer um pouco, Jimin me levou para um banheiro. Ficamos um tempo apenas jogando água gelada no meu rosto pois o hyung disse que ajudaria. Não tanto quanto uma chuveirada, mas ele disse que não iria me colocar embaixo de um chuveiro frio naquele inverno. Em algum momento, grande parte do meu cabelo também ficou molhado e nós começamos a rir disso. Joguei água nele e ele em mim. E ficamos um pouco mais molhados do que deveríamos. Brincamos muito.

Em seguida ele me mostrou a casa de Taemin inteira. E eu fiquei bem cansado enquanto andava, meu corpo parecia dormente. Na verdade, tudo em mim parecia meio dormente, mas ele ficou acariciando meus braços e ombros e dizendo-me para não me preocupar. Então tentei não ficar assustado pela sensação super estranha e diferente.

Teve a hora em que entramos em uma sala de ginástica, e Jimin mandou eu levantar alguns pesos. Fiquei levantando os que eu conseguia e ele ficou observando. Se não estou ficando louco, tenho quase certeza de que ele estava mordendo o lábio naquele momento. Mas acho que foi só imaginação minha.

― Isso ajuda? O efeito vai passar mais rápido? ― perguntei, soltando um dos pesos e arregaçando as mangas. Jimin estava sentado em uma cadeira de pernas cruzadas no canto da sala, me alisando com a mão sobre o queixo.

― Sim. Pode arregaçar mais essas mangas.

― Tá bom.

E eu levantei mais alguns pesos. Foi muito engraçado como ele ficou olhando em silêncio.

Voltamos a andar pela casa algum tempo depois. Minsuk apareceu. Quando olhei seu rosto me lembrei de quando ele me deu o Yakgwa e comecei a pensar direito sobre como tudo aconteceu. Consegui entender que foi por causa daquele bolo que eu tinha ficado esquisito. Antes eu meio que sabia e não sabia disso, porque não chegava a conseguir pensar direito.Mas agora sei mesmo. Compreender me fez ficar um pouco mais calmo.

Jimin hyung jogou um dicionário ― não sei da onde aquilo surgiu ― grosso na cara dele. Fiquei assustado porque foi do nada, e o nariz do Minsuk começou a sangrar, mas Jimin não pareceu se arrepender de nada. Minsuk não retrucou, só abaixou a cabeça e saiu. Acho que ele sabia que tinha culpa e não se protegeu por causa disso.

Enquanto andávamos mais um pouco pela casa, comecei a ter consciência das coisas que havia falado para o Park. E foi aí que pensei em como fui esquisitão, dei em cima dele, falei coisas estranhas! Pior foi ter me lembrado de pedir um beijo na boca. E receber um não. Porra. Era isso que chamavam de arrependimento pós ressaca?

Eu sentia minha mente ficando menos nublada, mas o sono e a dormência ainda permaneciam no corpo. Eu acho que estava passando de certa forma...

Agora estávamos no gramado da parte de trás. Tinha uma piscina e muitas pessoas deitadas na grama. Jimin disse que a maioria estava doidona, mas alguns se deitavam ali só por deitar. Achei legal.

Yuji se aproximou. E ela estava fumando.

― Quer um, oppa? ― ela perguntou a Jimin, estendendo um cigarro.

― Não, valeu.

Depois ela me olhou e não ofereceu e acho que é porque sabe que eu não gosto daquele tipo de coisa.

― Você tá melhor? ― me perguntou e confirmei com a cabeça. ― Isso é bom, o Minsuk-

Uma barulhada veio da sacada de trás e nós paramos para olhar. Ouvi uma voz gritante e de repente, a reconheci.

― JEON JEONGGUK!

A sacada foi aberta e lá estava ele.

Por que estava aqui?

― Taehyung?

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