good read!
SEM REVISÃO.
***
Anteriormente em Angel...
- Sério? Então quer dizer que você está em coma também? - ele perguntou animado, um sorriso já se formando em seus lábios finos.
- Eu não sei. Na verdade eu nem sei onde está o meu corpo. - falou sem dar muita importância, balançando a mão de forma inquietante. Ele franziu o cenho, abrindo e fechando a boca sem saber o que dizer, parecia assimilar as palavras que a outra alma tinha lhe dito.
- Ora, mas como isso é possível? Uma alma não pode passar tanto desconexa de seu corpo se não estiver em coma, a não ser que...
O polegar de Camila pulsou, fazendo-a levar o mesmo a boca, sem se importar se havia sangue ou não sobre a carne. Preocupada, a morena ao seu lado levou a mão até seu ombro, mas logo se perdeu na sensação prazerosa que começou a sentir em seu dedo. Sem saber o porquê daquilo, levou o polegar à frente de seu rosto, o mesmo também sangrava.
Louis, que assistia tudo aquilo, entortou a boca para o lado, confuso com o fato de que a alma de olhos verdes podia tocar em uma humana, e mais confuso ainda em ver uma alma sangrar, mesmo sem ter sangue. Foi quando uma lâmpada estourou atrás de sua cabeça e ele sorriu e arregalou os olhos, batendo na própria coxa e erguendo mais uma vez os indicadores, agora para as duas garotas, que o encararam como se ele fosse louco.
- Mas é claro! Vocês duas são soulmates...
— Nós somos o que? — Lern e Camila perguntaram em uníssono, fazendo com que Louis rolasse os olhos nas órbitas.
— Aí meu Deus... Como é que eu posso explicar pra vocês... — começou a andar de um lado para o outro, uma de suas mãos em seu queixo, dando a entender que ele estava pensando em uma solução. — Já sei! Olha só, você é o caroço do angu da Camila... — apontou para Lern. — E a Camila é a sua metade da laranja. — apontou para latina.
— Mas como ela vai ser a minha metade da laranja, se eu sou um caroço de angu? — a morena tombou a cabeça para o lado, sua testa franzida. Louis suspirou frustrado em ver que sua explicação não tinha levado em nada, mas logo se pôs a pensar novamente.
— Eu estou tentando simplificar pra vocês, mas não vai ter jeito. — disse por fim, as mãos na cintura enquanto encarava o casal a sua frente. — Vocês duas sã-
— Por que isso está trancado? — uma voz do outro lado da porta de metal atrapalhou a fala de Louis. — Cabila, você está aí? — Karla reconheceu que era Ally quem a chamava, e foi correndo para abrir a entrada do banheiro. — Ah, oi. — sorriu. — O Sr. Prescott bandou vir te chamar. Estabos formando grupos para o trabalho e ele não quer te deixar de fora.
— Trabalho? Que trabalho? — indagou pasma, não se lembrava de trabalho algum.
— Ora, o trabalho sobre aquele conteúdo que ele estava explicando lá na sala. Você não ouviu? — Camila negou, ela já andava ao lado de Allyson pelos corredores. Louis e Lern logo atrás, conversando sobre algo aleatório. — Bom, não se preocupe. Dinah já deixou claro que você irá fazer conosco, bas o Sr. Prescott disse que a decisão era sua, e não dela. É por isso que eu estou aqui.
— Não me diga que ela está fazendo escândalo? — questionou, dando-se conta do que a loira queria dizer.
— Veja você besbo. — murmurou, ambas já estavam próximas a sala e com um certo receio, Camila abriu a porta.
— ...se eu estou dizendo que ela vai fazer comigo, é porque ela vai. — Dinah estava de braços cruzados ao lado de sua carteira, toda a sala olhava para ela naquele momento.
— Mas a decisão não é sua, eu não posso deixá-la no seu grupo sem o consentimento dela. — Sr. Prescott parecia cansado de rebater, suas feições eram de tédio enquanto ele tinha a mão sustentando o queixo. — Agora se fizer o favor de se sentar Srta. Hansen, eu agradeço.
— Não até o senhor colocar a Karla Camila no meu grupo. — o homem, que estava sentado em sua mesa, respirou fundo. Parecia pedir ajuda ao universo para suportar o furacão Dinah, quando Camila pigarreou. — Pronto, aí está ela. Agora a coloque no meu grupo.
— Umpft, você é muito irritante garota. — espalmou as mãos no rosto, levando-as até seus cabelos e os arrumando. Após isso, ele encarou Camila, que se mantinha em silêncio ainda na porta da sala. — Srta. Estrabão, pelo amor de Deus, me diga se a senhorita quer fazer parte do grupo da Srta. Hansen.
— Sim, senhor. Quero sim. — respondeu rapidamente, para o alívio do homem que parecia revoltado com a situação. Dinah lançou um sorriso convencido para o professor, que negou e foi fazer a seguinte inquirição da latina ao grupo da morena de madeixas loiras.
— ...e foi assim que o Lula Molusco abraçou, pela primeira vez, o Bob Esponja. — Louis entrava na sala ao lado de Lern, que ouvia atentamente a história do rapaz. — Entendeu?
— Tá, mas quem é Lula Molusco? — indagou, suas sobrancelhas unidas em dubiedade. Louis a encarou incrédulo, ele havia mesmo perdido cinco minutos da sua não-vida falando algo que Lern nem sabia o que era?
— Se você não estivesse morta, eu juro que te mataria. — falou, batendo em sua testa e rindo da bagunça que era sua nova alma amiga.
Tão logo ambos se sentaram no chão e engataram em uma conversa sobre coisas bobas, sempre ao olhar atento de Karla que, disfarçadamente, procurava saber se Lern estava bem e estava à seu alcance. E assim como a garoa que caía ao lado de fora de Ruffalo, as aulas passaram rapidamente e o sinal para o intervalo soou por todo o colégio. A latina foi praticamente arrastada por Dinah até o refeitório, sendo seguida por Ally e por Normani, na qual Lern e Louis tiveram que correr para não perdê-las de vista.
Quando finalmente os seis, incluindo as almas vagantes, estavam respectivamente sentados na mesa com a coloração vermelha e desbotada do movimentado refeitório, Karla começou a comer de forma tranquila, mas logo sua tranquilidade foi ao fim quando percebeu o olhar avaliativo que a polinésia a lançava.
— O que foi? — perguntou, enquanto terminava de mastigar um pedaço de seu sanduíche de frango.
— Onde eles estão? — começou a olhar ao redor da mesa, embaixo dela, e em cima dela. Allyson, Normani e Camila a encaravam como se ela estivesse enlouquecendo.
— Eles quem?
— Os seres que estão em volta da sua áurea. — voltou o olhar para a latina, que pareceu ter dificuldade para engolir seu lanche naquele exato momento.
— De que diabos você está falando, linda? — Hamilton, que estava sentada entre Jane e Brooke, questionou erguendo as sobrancelhas.
— Cala a boca Mani, que a conversa ainda não chegou até você. — respondeu firme e grossa, sem deixar de encarar Camila. — Vamos lá, eu sei que eles estão aqui.
Louis estava gargalhando ao lado de Allysson, mas não por causa do pequeno questionamento que a polinésia fazia a cubana, e sim por causa da baixinha ao seu lado, que pela quinta vez, tentava espirrar mas não conseguia. Lern estava a frente de Tomlinson, e também estava rindo de Brooke.
— Eu... Realmente não sei do que você está falando. — Camila respondeu dando de ombros, sua atenção agora no garoto de olhos azuis que fazia cócegas no nariz da baixinha ao lado de Normani.
— Ok, então... — os olhos de Dinah estreitaram-se mostrando sua desconfiança, ao mesmo tempo em que mordia de forma voraz seu sanduíche de carne. O silêncio logo reinou na mesa, todas pareciam concentradas demais em se alimentar, até que Karla engoliu em seco quando Louis ameaçou derrubar o chá de Allysson.
— Não faça isso! — exclamou, chamando a atenção das garotas na mesa. Normani, que estava prestes a dar uma mordida em sua maçã, encarou Camila com o cenho franzido.
— Mas é saudável. — falou, dando de ombros. Jane ergueu as sobrancelhas duas vezes seguidas, e sorriu de canto, ela ainda tinha o olhar avaliativo sobre a latina a sua frente.
— Ah... Er.. Tem razão, desculpe. — sorriu amarelo, fuzilando Louis que prendia a risada com uma das mãos, não muito diferente de Lern, que também tentava se segurar.
Tão logo o intervalo acabou, assim como as aulas e por fim, as garotas estavam no Golf de Dinah. Louis havia conversado com Lern e Camila, um pouco antes de se aproximarem do veículo branco, e os três decidiram que seria uma boa ideia que Louis fosse até a casa de Karla, para explicar-lhes o que era "soulmate". Naquele dia, Jane deixou Ally e Normani primeiro em casa, para logo então seguir para sua, o que deixou um ponto de interrogação enorme na cabeça de Camila.
— Por que você não está me levando para casa? — indagou, ao ver que já haviam ultrapassado o número 31 de Bon Ville.
— Você tem que pegar aquele remédio com a minha mãe, lembra? Para sua garganta. — a loira respondeu indiferente, manobrando seu carro para o quarteirão onde a casa número 39 ficava. Logo ao estacionar, Dinah travou as portas do carro, impedindo que a latina saísse. — Certo... — murmurou, se virando em seu assento para encarar Camila. — Ou você me mostra o que está com você, ou a minha mãe me mostra. E eu lhe garanto que você não vai gostar dos métodos da minha mãe para fazer isso. — disse, deixando uma latina extremamente amedrontada nos bancos traseiros de seu carro. — E aí, como vai ser?
Camila olhou para sua esquerda e viu Louis, que tinha um sorriso no rosto. Olhou para sua direita, e viu Lern, que negou com a cabeça várias vezes.
— Ok, vocês querem aparecer para ela? — perguntou, suspirando em seguida.
— Por mim, tudo bem. — o garoto respondeu, dando se ombros.
— Eu não, tenho medo da sua amiga. — Lern disse, as esferas esverdeadas encaravam Dinah.
— Tá, então... Só o Louis vai aparecer. Tudo bem para você? — o moreno de olhos azuis assentiu, ficando visível para a polinésia logo em seguida. Jane quase caiu do banco onde estava, e prendeu a respiração por breves segundos.
— Oi, prazer. Me chamo Louis Tomlinson.
***
— Onde você está? — Keana questionou sem paciência para a pessoa no outro lado da linha.
— Eu estou aqui no clube. Josh e Bonnie estão me enchendo de perguntas sobre as novas sequências. — respondeu, uma vez em que Keana suspirou desapontada. — Não fique triste, ok? Juro que quando puder, eu te ligo e vou correndo te encontrar.
— E será que pode ser quando Josh é Bonnie te liberarem? — indagou, brincando com uma mexa de seus cabelos castanhos.
— Depende, vamos no cinema hoje? — a outra pessoa perguntou em um ar manhoso, remexendo o coração de Keana.
— Amor... — repreendeu — Você sabe que as pessoas podem ver e des-
— Desconfiar, já sei, já sei. Até quando nós vamos ter que nos esconder? Eu já estou me cansando disso, Kea!
— Você sabe que Ruffalo é cheio de pessoas ruins. O que vão dizer sobre nós? — afundou o rosto em seu travesseiro, ela estava deitada em sua cama, vestida em uma camisola de seda. — Meu pai é o prefeito da cidade, o que vão dizer na prefeitura sobre a filha dele?
— Que a filha dele gosta de.. Aí, Bonnie! "para de falar com suas vadias e presta atenção em mim."
— Estou te atrapalhando, não é? É melhor eu desligar. — falou, mas estava desejando imensamente que seu amor lhe pedisse para ficar.
— Certo, então não vamos nos ver hoje, né? Você não quer ir no cinema... — Keana respirou pesadamente. — Ok, ok, se você não me quer, eu não posso fazer nada.
— Mas é claro que eu te quero, idiota. Eu quero tanto que estou te desejando agora aqui comigo, mas você está aí, e eu não posso fazer nada. — resmungou, ouvindo risadas do outro lado da linha. — Você acha graça, né? Vai ver o que é engraçado quando eu começar a te ignorar.
— Não é como se você já não fizesse isso.
Silêncio.
— Bom... Até qualquer dia, já que você não vir aqui hoje. — disse por fim, bufando pela falta de insistência de seu amor.
— Grrrr, eu só vou hoje aí porque te amo, agradeça por eu ser tão idiota por você. Bye, darling.
— Bye, sunshine.
E com um sorriso, Keana esperou as horas passarem e a noite chegar para ver seu amor. Um pouco antes das 22h:00, Keana se dirigiu até o banheiro para tomar um banho, logo ela estava à caminho de seu closet. Tinha acabo de vestir seu short moletom e uma regata branca quando ouviu batidas em sua janela. Correu em passos largos e a abriu, dando de cara com quem ela mais amava no mundo.
— Você veio mesmo. — se afastou do batente da janela, dando espaço para que seu amor entrasse. — Pensei que tivesse zangado comigo.
— E eu zanguei, mas estava com saudades, então... — disse após entrar no quarto e entrelaçar os braços ao redor da cintura da morena. — Você é tão estúpida.
— E você é pior ainda. — levou a boca até os lábios carnudos, e aos poucos caminhou com seu amor até a cama. Levou as mãos até os fios castanhos, se deleitando com o entrelaçar de línguas entre o beijo. E assim foi até o entardecer, quando, como sempre, seu amor foi embora as cinco da manhã.
***
— Você acha mesmo que eu posso sumir? — Lern indagou, enquanto olhava para o nada.
Ela e Camila estavam deitadas na cama da latina, a morena com a cabeça sobre o peito de Karla, recebendo um cafuné gostoso na cabeleira negra. A mais baixa respirou fundo antes de responder:
— Não, claro que não. — disse firme, mas a única coisa que rondava sua mente era a incerteza naquele instante.
— Mas se caso aconte-
— Você não vai sumir, Lauren! — interrompeu a fala da garota em seus braços, logo fazendo com que o silêncio - desagradável - se instalasse no cômodo.
Ambas estavam falando sobre o que Louis e Dinah haviam dito mais cedo à elas, quando os quatro estavam na casa da polinésia.
[...]
12h:45m
— Você podia ter me avisado, não é? — Dinah falou com a mão no peito, depois de levar um baita susto. — Prazer, Dinah Jane. — Se recompôs e encarou o par de olhos azuis.
— Como você sabia que estávamos com Camila? — Louis questionou, a latina ergueu as sobrancelhas, ela também queria saber.
— É coisa de família. — respondeu com pouco caso. — Vamos entrar?
Os quatro já adentravam a casa da polinésia, Louis e Lern com um pouco mais de cuidado por causa do grau de sensibilidade que Milika tinha para seres do segundo plano. Mas para sorte das almas e o estranhamento de Dinah, a anfitriã não estava em sua residência.
— Matka! — (mãe) chamou, mas não obteve resposta. — Que estranho, ela nunca sai sem avisar. — murmurou para si mesma, enquanto se sentava no sofá da sala, sendo acompanhada por Camila e Louis. Lern estava olhando os porta-retratos à cima da estante próxima a porta. — Então, dá pra me explicar como diabos você arrumou uma alma?
— Qual das duas? — a loira deu de ombros. — Bom, eu conheci Lern depois de brincar com uma espécie de tabuleiro improvisado, sabe? Aqueles que aparecem nos programas e nas séries paranormais.
— Você estava brincando com seres do outro plano? — perguntou incrédula, comendo alguns biscoitos da vasilha no meio da mesa de centro.
— Não exatamente, quer dizer, eu pensava que essas coisas não existiam. — contou, colocando uma de suas mexas castanhas atrás da orelha.
— E agora anda falando com o vento, que nem uma maluca. — Dinah negou, rindo em seguida. — Qual o nome da outra alma?
— Lern Jergui. — respondeu, Jane fez uma careta ao ouvir tal coisa. — Eu sei, é estranho, mas é assim que ela lembra de ser chamada quando era viva.
— Ela não tem memórias, então não tem como dizer o nome real. — dessa vez foi Louis quem comentou, ele tinha as pernas dobradas, uma sobre a outra, e o braço curvado, sustentado o rosto com a mão e o corpo com o cotovelo no joelho.
— Oh, então é uma garota? — indagou de boca cheia, um ar risonho em sua fala. — Ela é bonita?
— Bastante. — Camila respondeu, após olhar para a morena de olhos verdes que encarava os pequenos desenhos que estampavam as paredes da sala de Dinah.
— E sabe a maior? — Louis questionou exasperado, na qual Jane apenas negou de forma curiosa. — Elas duas são soulmates.
— Tá de brincadeira?! — a loira tinha os labios entreabertos e segurava um biscoito a centímetros da boca. — Está falando sério? — Tomlinson assentiu, a latina apenas observava a conversa dos dois. — É por isso que a mamãe disse aquilo quando você quis saber sobre o seu amor... Como foi mesmo? — estalou os dedos de forma impaciente, tentando se lembrar. — "Perdeu seu amor antes mesmo de conhecê-lo."
— Espera, espera. Então você e ela não se conheciam? — Louis perguntou a Camila, que negou. — Isso explica bastante coisa.
— Chocada que seu amor é uma garota, isso é incrível! — Jane bateu palminhas. — A minha mãe não me diz quem é o meu amor, é uma tal de política contra decepções ou coisa assim, mas eu queria muito saber quem vai me fazer feliz pro resto da vida.
— Política contra decepções? — Louis franziu o cenho, Lern já pairava em direção à eles.
— É, como eu posso explicar... A algum tempo atrás, alguém foi até um Lord, essas pessoas que conseguem ver quem é o nosso soulmate e tal, e deu dinheiro à ele para que ele o dissesse o nome do soulmate da namorada. Quando a pessoa descobriu que não era o amor da vida da companheira, ficou louco e acabou fazendo coisas horríveis contra ela. Depois disso, houve uma reunião com todos os Lords da corte e foi declarado a proibição da revelação de nomes em qualquer sessão que seja. Minha mãe é uma Lord e é proibida de dizer o nome do soulmate da própria filha, a única coisa que ela me diz é que estou bastante próxima do meu amor e que é só olhar para o lado que eu vou o encontrar, mas todas as vezes que eu olho para as pessoas ao meu lado, eu só vejo a Ally ou a... Normani, só que a Mani tem uma obsessão tão grande por Shawn Mendes que eu até desisti. E a Ally não gosta de garotas, então... — comeu mais um biscoito, e se ajeitou no estofado do sofá. — Mas me diga, Karla Camila. Em qual hospital sua namoradinha está tratando do coma?
— Ela não está em coma, ela nem sequer lembra onda está o próprio corpo, e olha que já vão fazer uns dois anos que ela morreu. — Karla respondeu emburrada, mas não deixou de dar espaço para que Lern senta-se ao seu lado.
— Isso é impossível, uma alma não passa tanto tempo desconexa de um corpo, muito menos sem ter tido contato com sua outra metade. — Dinah murmurou, os três pares de olhos a sua frente atentos nela.
— Foi a mesma coisa que pensei. Não tem como ela ficar tanto tempo vagante assim, se ela não estiver em coma. — Louis pronunciou, apontando o dedo indicador para Jane. Camila e Lern estavam começando a achar que aquilo era uma mania do garoto. — E agora sabendo que elas não se conheceram, as coisas ficam mais estranhas ainda.
— Ou Lern está em coma, ou... — Hansen pensou, mas não havia outra opção para achar a solução daquele caso. — Ou nada, ela tem que estar em coma.
— Se ela não estiver em coma, algo muito errado está acontecendo. — Louis falou por fim, pegando uma das almofadas cor de rosa no canto do sofá e abraçando. — Nenhuma alma pode morrer sem conhecer o caroço de seu angu.
— Ou a metade da sua laranja. — Dinah completou, piscando para o moreno de olhos azuis.
— De que porra vocês estão falando? — Camila, que até agora se mantinha calada e escutava a conversa dos dois, perguntou exasperada, fazendo com que Louis e Jane se assustassem. Lern tentava pegar um dos biscoitos de Dinah, que estavam sob a mesinha de centro em uma vasilha.
— Olha só, se você gritar comigo de novo, eu costuro a sua boca. — a loira ameaçou. — Vê se presta atenção no que eu vou te explicar. — tapou a vasilha, no exato momento em que Lern estava prestes a pegar um biscoito. — Cada um de nós nascemos com a metade da alma de alguém, que no caso, é o nosso amor. Em algum momento das nossas vidas, nós encontramos o nosso soulmate e nos completamos, ele com a nossa metade da alma, e a nós com a metade da alma do nosso amor. Enquanto não encontramos nosso soulmate, nós não podemos morrer, entende? Quer dizer, não podemos morrer por causas naturais, planejadas por Deus e etc. Porque se morremos, levamos a metade da alma do nosso amor conosco...
— O tornando uma pessoa sem sentimentos, ou seja, um heartless. — Louis continuou. — E isso é algo que Deus não quer para os filhos, é injusto. Pois se você morrer, a sua metade nunca vai ser feliz, o que quer dizer que enquanto uma alma não encontrar a outra, a morte não terá vez. Depois que você e seu soulmate se conhecem e tem um relacionamento, como tem que ser, caso algo aconteça com você, Deus não deixará que você leve a metade da alma dele, talvez só um pedacinho do coração, mas nada que o faça não superar a sua perda. Afinal, você teve a oportunidade de dar amor e ser amado intensamente e isso já te faz ser uma boa pessoa. — terminou por fim, olhando para Camila, que parecia confusa.
— O que queremos dizer, é que você e Lern não se conheciam antes da morte dela, e mesmo assim, ela não teve o descaso final e nem você se tornou uma heartless. Isso só pode querer dizer que ela está em coma, mas tudo se dificulta se ela nem sequer lembra onde está o corpo dela. — Dinah disse, Karla assentindo.
— Tirando o fato de que nenhuma alma passa mais de uma semana sem ter que seguir até a luz ou as trevas. Lern tem que ter um corpo para sustentá-la, se não vai acabar sumindo. O problema é que ela nem sabe o próprio nome para que eu possa, sei lá, ver se ela está no mesmo hospital que eu, ou até perguntar para o Sebastian. — Lern estava tentando abrir a vasilha de biscoitos quando desviou à atenção para o que o garoto dizia.
— Hey, hoje eu descobri dois novos nomes. — contou orgulhosa, sentando-se ao lado de sua adoração novamente.
— Então nos diga! — Louis exclamou, Karla agora tinha os olhos presos em seu fantasma amigo, e Dinah estava com o cenho franzido ao ver os dois falando com o nada, mesmo sabendo que a outra alma cujo andava com Camila, estava ali entre eles.
— Eu tive duas visões, e em uma delas o Harry me chamava de Laur. — contou, Camila a encarando surpresa.
— Espera, então você conhecia o Harry?
— Pelo que disse a minha visão, sim. — deu de ombros, Camila ainda parecia surpresa com tal fato. — E na out-
— É sério mesmo?
— Cala a boca e deixa ela terminar de falar. — Tomlinson berrou, jogando a almofada que segurava no rosto da latina.
— Bom, como eu estava dizendo... Na outra, eu vi um homem que acompanhava uma mulher grávida, acho que eram os meus pais, não sei... Eu só sei que.. Que o homem falava que Lauren estava chegando, e como era uma visão minha, provavelmente ele estava falando de mim. — terminou de contar, se encolhendo ao ver o silêncio que se fez presente.
— Então seu primeiro nome é Lauren? — Louis questionou, Lern mais uma vez deu de ombros.
— É um nome lindo. Combina com você. — Karla falou sorridente, vendo que seu amor estava se incomodando com o silêncio que insistia em se manifestar. — Vou te chamar assim agora...
***
[...]
5h:09m
— Me desculpe por gritar com você. — pediu baixo, ambas não haviam dormido e parecia que o sono não faria morada tão cedo. — Eu sei que você está assustada com tudo isso também. — Lauren levantou a cabeça para encarar Camila. — Mas eu prometo que vamos dar um jeito, ok? Eu não vou deixar que nada te aconteça, muito menos agora que eu sei que você é o amor da minha vida. — beijou os lábios rosados, logo voltando a encarar as órbitas esverdeadas de seu amor. — Não se preocupe...
— Eu vou proteger você.
***
Bye!