Henry
Já faz uma semana que Alice e eu nos acertamos, temos dormido juntos todos os dias, revezando entre os dois apartamentos. O sexo é incrível e cada dia mais quente, acho que criei um pequeno monstrinho. Na empresa, sempre mantemos a descrição. Apenas Théo e Thony, que voltou de Paris, sabe sobre o nosso envolvimento. Fico louco de ciumes, sempre que vejo algum filho da mãe dar em cima dela. Tenho vontade de gritar a plenos pulmões, que ela é minha.
Demos inicio as obras da galeria, também nessa mesma semana. Os desenhos de Alice são incríveis, a loirinha realmente sabe o que faz e me fez engolir cada palavra. Agora só nos resta esperar, pelo próximo passo do psicopata que vem alterando os nossos projetos. Espero que o peguemos logo, toda essa preocupação tem tirado meu sono.
Como sempre, meus dois melhores amigos deram com a língua nos dentes e contaram á minha mãe sobre Alice. O resultado, foi uma ligação furiosa da dona Estela ameaçando minhas bolas, se eu não levar minha nova "namorada", para conhece-la. Até agora, não tinhamos definido um status de relacionamento, mas não vejo outra saída a não ser levar minha esquentadinha, ao jantar que mamãe organizou hoje.
- Alice...?
- Sim!?
- Minha mãe me ligou hoje... - Começo sem jeito.
- Isso não é bom? - Pergunta confusa.
- Sim...
- Então porque essa cara?
- Thony e Théo contaram sobre nós pra ela. - Espero por sua reação, que vem em forma de una expressão chocada.
- Ai meu Deus...
- Mamãe ameaçou arrancar minhas bolas, se eu não te levar para o jantar.
- Henry...
- Por favor. - Suplico temendo seriamente não ter herdeiros um dia.
- E se eles não gostarem de mim? - Seus olhos refletem sua preocupação.
- Sei que vão te adorar.
- Tudo bem.
[...]
As oito horas em ponto, estavamos estacionando em frente á casa dos meus pais. Alice se remexia sem parar ao meu lado, torcendo os dedos das mãos e mordendo os lábios até ficarem brancos.
- Calma... Só relaxa e respira, vai dar tudo certo. - Tento acalma-la.
Desço do carro e dou a volta para abrir sua porta, estendo a mão e ajudo ela sair do carro. Caminhamos de mãos dadas até as escadas da frente e somos surpreendidos quando Thony abre a porta para nós.
- O que diabos você faz aqui? - Pergunto irritado.
- Eles já... - Théo para sua pergunta pela metade assim que nos vê.
- Só pode ser brincadeira.
- Alice, você esta linda! - Estico o braço impedindo que Théo a abrace.
- Sou obrigado a concordar. - Meu sangue ferve.
- Parem de dar em cima da minha mulher inferno! - Grito exasperado.
- Olá meninos e obrigada. - Alice me ignora completamente, se desvencilhando dos meus braços e abraçando os dois ao mesmo tempo.
- Porque estão demorando tanto? - Mamãe pergunta aparecendo na porta também. - Querido! Vocês chegaram! - Sou acolhido pelo seu abraço carinhoso.
- Oi mamãe.
- E você deve ser a Alice! - Exclama me soltando e indo abraçar minha loirinha. - Meu Deus, como você é linda querida.
- Obrigada senhora Bennett... - Agradece com as bochechas rosadas.
- Pode me chamar de Estela querida, ou Télinha. Nada de senhora, por favor. Agora vamos entrar, o jantar já esta pronto.
Mamãe nos puxa para dentro da casa e encontramos o papai sentado no sofá da sala. Ele se levanta assim que nos vê e vem em nossa direção.
- Filho! - Abre os braços com um sorriso no rosto e eu o abraço apertado.
- Oi papai, essa é a Alice... minha namorada. - Vejo ela arregalar os olhos com minhas palavras.
- Bem vinda querida! - A abraça assim como fez comigo.
- Obrigada senho...
- Otávio, me chame apenas de Otávio meu bem. - Alice fica ainda mais vermelha e tenho que me controlar para segurar o riso.
- Agora que todos já se conhecem, venham jantar antes que esfrie. - Somos arrastados para mesa pela mamãe.
O jantar correu tranquilo, meus pais adoraram Alice e a trataram como se fosse uma filha. Já Thony e Théo, passaram o tempo todo soltando suas pérolas e ganharam um belo puxam de orelha da dona Estela, que nos fez rir até sair lágrimas dos olhos. Toda tensão e medo que senti em Alice, foi se esvaindo conforme os minutos iam passando.
- Télinha, diz que você fez aquela torta de sobremesa, por favor... - Thony pede com as mãos unidas em suplica.
- Mais é claro que sim, não podia deixar meus meninos com vontade. - Vejo meus dois amigos se levantarem correndo, beijando as bochechas da mamãe, um de cada lado e depois correrem até a cozinha.
- Meninos! - Papai grita em vão, tentando fazê-los voltar.
- Eu sou o único civilizado dessa família. - Falo olhando Alice sorrir.
- Até parece, se você não estivesse aqui querida, tenho certeza que ele estaria lá na cozinha disputando aos tapas, o maior pedaço de torta.
- Papai! - Grito exasperado.
- Ela precisa saber meu filho. - Da de ombros.
Mamãe nos serve sua deliciosa torta de chocolate com morangos e assim como todos nós, Alice se apaixona pelo doce.
- Meu Deus! Eu quero me casar com essa torta!
- Fico feliz que tenha gostado querida, o último pedaço é todo seu. - Declara sobre os protestos de Thony e Théo.
- Obrigada! Desculpa meninos, mais eu não vou dividir. - Alice provoca divertida.
- Isso não é justo. - Dessa vez até eu entro no coro dos protestos.
- Meninos, deixem de serem mimados. - Papai nos repreende.
- Desculpa senhor "O".
- Henry é nosso único filho de sangue, mais Théo, Ema e Thony, são nossos filhos emprestados. Amamos os quatro da mesma forma e não abririamos mão de nenhum. - Papai explica para Alice.
- Isso é muito bonito senhor Otávio. - Confessa sorrindo, mas percebemos a tristeza em sua voz.
- Alice perdeu os pais e não tem nenhum parente vivo. - Respondo a pergunta silenciosa que mamãe me faz.
- Ah meu bem, eu sinto muito. Se você nos aceitar, te acolheremos com o mesmo carinho que tenho pelos meus filhos, verdadeiro e emprestados. - Mamãe declara e Alice sorri enxugando uma lágrima solitária que escorreu pelo seu rosto.
- Eu ia adorar...
Mamãe se levanta da cadeira e puxa Alice para os seus braços, papai faz o mesmo e eu imito seu gesto. Logo Thony e Théo, se juntam ao abraço coletivo.
- Seja bem vinda minha filha. - Papai pronuncia fazendo minha loirinha derramar mais lágrimas, agora de alegria.
- Obrigada...
Aos poucos todos voltam aos seus lugares, mas eu continuo em pé segurando Alice contra o meu peito. Ela levanta os olhos para mim, me fazendo mergulhar em sua imensidão azul, e profere as palavras mais lindas e cheias de significado que eu poderia ouvir.
- Eu te amo.