PERIGOSAMENTE TENTADOR

By SamanthaGraceHart

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DOMINICK AMA QUEBRAR -REGRAS, MAS ADORA SER PECADOR NAS HORAS EXTRAORDINÁRIAS... Ele tinha uma missão dentro... More

INFORMAÇÃO SOBRE O LIVRO
SINOPSE| PLAYLIST
TRAILER
CAPITULO UM
CAPITULO DOIS
CAPITULO TRÊS
CAPITULO QUATRO
CAPITULO CINCO
CAPITULO SEIS
CAPITULO SETE
CAPITULO OITO
CAPITULO NOVE
CAPITULO DEZ
CAPITULO DOZE
CAPITULO TREZE
CAPITULO QUATROZE
CAPITULO QUINZE
CAPITULO DEZASSEIS
CAPITULO DEZASSETE
CAPITULO DEZOITO
CAPITULO DEZANOVE
CAPITULO VINTE
CAPITULO VINTE E UM
CAPITULO VINTE E DOIS
CAPITULO VINTE E TRÊS
CAPITULO VINTE E QUATRO
CAPITULO VINTE E CINCO
CAPITULO VINTE E SEIS
CAPITULO VINTE E SETE
CAP. VINTE E OITO ❧ PARTE UM
CAP. VINTE E OITO ❧ PARTE DOIS
CAPITULO VINTE E NOVE
CAPITULO TRINTA
Cap. Trinta e Um
Cap. Trinta e Dois
Cap. Trinta e três |Parte um
Cap. Trinta e Três | Parte dois
Cap. Trinta e Quatro
Cap. Trinta e Cinco
Cap. Trinta e Seis
Cap. Trinta e Sete
Cap. Trinta e Oito
Cap. Trinta e Nove
Cap. Quarenta
Cap. Quarenta e Um
Cap. Quarenta e Dois
Cap. Quarenta e Três
Cap. Quarenta e Quatro
Cap. Quarenta e cinco| Parte 1
Cap. Quarenta e cinco| Parte 2
Cap. Quarenta e Seis
Cap. Quarenta e sete| Parte um
Cap. Quarenta e sete| parte 2
Cap. Quarenta e oito| parte 1
Cap. Quarenta e Oito| parte 2
Cap. Quarenta e Oito| parte 3
Cap. Quarenta e nove
Capitulo Cinquenta
Capitulo Cinquenta e um| parte um| reescrito

CAPITULO ONZE

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By SamanthaGraceHart

Olá! Tudo bem?  Hoje iremos conhecer Jackson Green. Ele vai-nos deixar um pouco confusas.Espero que gostem do capítulo, votem e comentem.

Boa Leitura.


O sangue continuava visível nas ranhuras das palmas das mãos. Mesmo que eu insistisse em passar por de baixo de água morna e esfregar-se com sabonete, elas continuariam lá. Farta, mando o sabonete para dentro do lavatório e passo mais uma vez as mãos por água. Limpo-as à toalha branca que tenho a volta do meu corpo molhado. Olho para o espelho amplo da casa de banho, o que vejo faz com que sinta raiva dentro do meu peito. Os meus olhos estão inchados e vermelhos. As pálpebras grandes e visíveis para quem quisesse retirar conclusões a respeito delas e não era difícil chegar a uma.

Inspiro profundamente.

Estou tão farta, tão farta da vida miserável com que levo. O que mais me está a roer dentro do meu peito neste momento é a forma cruel e fria com que feri o meu guarda-costas. Posso odiá-lo. Posso não ir com a cara dele. Mas isso não é desculpa para a forma com que agi, porque o que fiz a ele foi indemissível.

Eu não tive a culpa. O meu coração não teve a culpa, mas a minha mente destorcida sim.

Eu o vi. Eu o vi dentro do corpo de Dominick, parecia tão real. A voz dele estava tão presente na minha cabeça, como se ele tivesse no mesmo espaço que eu— mas não estava. Os seus olhos azuis que sempre enfrenesiaram os meus pesadelos, ficaram tão presentes.

—Isto não pode voltar a acontecer! Não pode. — Bato com os punhos no mármore do lavatório.

Preciso de sair da rotina. Preciso ser livre para voar como um pequeno pássaro e ter a minha própria independência. Quero aprender a caminhar sozinha sobre os meus próprios pés e ser eu a guiá-los e não os outros.

Gostaria de um dia olhar no espelho e ver uma mulher feita. Não uma adolescente largada num mundo sombrio sem uma única luz visível ao fundo do túnel, que tenha sempre de esconder os seus sentimentos e o que lhe atormenta. Desde muito cedo fui obrigada a crescer depressa, a cuidar de mim e da minha irmã, a ser forte na frente dela e a ser fria perante os outros. Nunca soube confiar em ninguém e nunca irei consegui-lo. A vida que levei até chegar aonde estou me mostrou isso mesmo.

Abro a porta da casa de banho com força. Entro no quarto indo diretamente a mesa de cabeceira para pegar nos óculos e pô-los na cara antes de ir ao guarda-fato. Retiro uma primeira roupa que me aparece à frente: um vestido vermelho solto, com um decote em V e com botões brancos na frente. Limpo o meu corpo molhando com a toalha antes de vestir as peças de roupa. Deixo a toalha no chão para ir calças os ténis branco com pompom rosa.

Antes de vestir o casaco de malha que retirei do guarda-fato depois de calçar os ténis. Foco o olhar no despertador que neste momento marcava sete e meia da manhã e não nove horas como Dominick havia aconselhado para que eu dormir até lá. Eu não iria conseguir dormir depois de tudo o que tinha acabado de a acontecer à poucas horas atrás.

Por momentos vejo-me a pousar os dedos sobre a testa gelada, no local onde senti os seus lábios quentes sobre a minha pele mostrando-se compreensivo para comigo e sobretudo carinhoso como se não lhe tivesse magoado. Só esse gesto fez com que sentisse mais culpada do que já sentia comigo mesma.

E logo de num momento para o outro a preocupação assombrou os meus pensamentos.

Será que ele está no hospital? Será que ele está a cuidar sozinho das suas feridas? Ou será que não está a fazer nada disso porque necessita de ajuda?

Nervosa com esse último pensamento, deixo que um suspiro culpado envolva o meu quarto enquanto escovo o cabelo molhando apanhando-o em seguida num rabo-de-cavalo, decido por fim vestir o casaco de malha antes abandonar o quarto.

Passeio silenciosamente pelo o corredor, no meio do caminho estanco ao dar-me conta que a primeira porta do princípio do corredor encontrava-se entreaberta, o que nunca nestes dias a vi nesse estado. Será que Jackson já chegou? Oh, escolheu o mau dia se assim for.

Aproximo-me lentamente da porta. Tenho a decência de confirmar se encontra alguém dentro dele, e um cheiro a tabaco denuncia logo a presença de Jackson. Se Serena não tivesse comentado que Jackson fumava, de certo modo não chegaria a essa conclusão sozinha.

Não bato à porta quando entro; primeiro doí-me as mãos e segundo não tenho vontade de ser bem educada com uma pessoa que quase nunca teve a decência de ir-me visitar depois da morte do nosso pai e até mesmo antes de ele morrer. Além disso nunca quis saber se me encontrava bem ou se necessitava de algo dentro do colégio, nem mesmo retirou-nos de lá para passar o Natal e o Ano novo com ele. Sinceramente só bastava ele ter-nos ido visitar no Natal e no Ano Novo que ficaria um pouco feliz com esse pequeno gesto, como Noah fez na primeira vez depois da morte do nosso pai.

Pequenas partículas de luz solar entram calmamente por entre as aberturas dos cortinados cinzentos, banhando aos poucos o quarto sombrio que não tinha uma única cor que não fosse escura. Com essa pouca luz, consegui ver com nitidez a figura alta e larga de ombros estendida no meio da cama, de braços cruzados de baixo da cabeça enquanto dormia calmamente como um pequeno anjo; sem preocupações e sem um único pesadelo que o fizesse acordar aos gritos e a chorar enquanto chamava pelo o pai. Gostaria tanto de estar assim na minha cama e de ter o mesmo sono tranquilo, sem ter Dominick a abrir a porta todas as noites para fazer a mesma pergunta que atormenta o meu coração e que o deixa tão desconfortável.

A voz rouca e profunda de Dominick entra nos meus pensamentos trazendo consigo as palavras que nunca antes havia ouvido de ninguém da parte da minha família; Não faças isso Eva. Não renegues ajuda quando precisas.

Eu não preciso de ajuda, só preciso de alguém que me compreenda e que me ame todos os dias. Alguém que esteja ao meu lado quando precisar. Só preciso de uma ancora para me apoiar.

Olho para a figura adormecida na cama que deveria ser uma das minhas ancoras depois da partida do nosso pai, mas ele não o é e nem mesmo é para Serena que precisa mais do que eu.

Fecho os olhos e mordo a bochecha ao ouvir a voz do homem que nasceu com um dom de razão dentro da minha cabeça, mesmo assim não vou deixar de odiá-lo por o faze-lo.

Sabe porque que me odeia mais? Porque os outros não se importam contigo e sou o único que que me importo. Sou o único que quando acordas a gritar e a chorar está lá para ti enquanto os outros não estão. Mesmo que seja para perguntar se estás bem.

Lambo os lábios e mordo-os em seguida. As lágrimas ameaçam cair pelo o rosto, mas a dor que está no meu coração sem em vantagem querendo gritar aos setes ventos tudo o que está entalado dentro da garganta e que de ano após ano venho recadando.

Fecho os olhos mais uma vez, antes de sair sem deixar que as palavras explosivas e as perguntam venham aos de cima. Estava à ponto de sair quando me vejo a virar e avançar na direção dos cortinados. Puxo-os para trás dando mais liberdade a luz do amanhecer entrar no quarto. Ouço atrás de mim, os lençóis a serem remexidos. Não olho para trás tento olhar para os lados tentando ganhar forças e fazer com que as lágrimas desaparecem dos olhos.

No momento de concentração, dou por mim a olhar fixamente para uma mesa média de vidro redondo, perto dos cortinados, com um conteúdo branco espalhado um pouco sobre a mesa; parecia açúcar em pó.

O quê que ele andou a comer? — Ouço-me a perguntar franzindo a testa.

— Eva...? —Ouço-o a perguntar numa voz arrastada e confusa. Recomposta, viro-me para si. Jackson continuava deitado na cama na mesma posição, mas só que o seu rosto estava virado na minha direção. — Mas que porra...!— Resmunga sentando-se na cama e levando a mão a testa sem tirar os olhos meio avermelhado de mim. — O quê que queres?

Que ótimo humor logo pela manhã.

— O que é isso que tens no nariz? — Ouço-me a pergunta ao ver o seu nariz esbranquiçado como o mesmo pó que está na mesa.

Mas o que era aquilo?

Um sorriso meio adormecido e irónico nasce nos seus lábios.

— É melhor nem saberes. — Diz Jackson, passando uma das suas mãos pelo o nariz, limpando-o. — Mas é quê que fazes aqui às...(olha para o despertador na cómoda esquerda) Sete e meia da manhã? Porque que me acordastes porra.

Ergo uma sobrancelha e olho-o seriamente.

— Temos que falar e muito. Por tanto levanta-te e veste uma camisola pelo menos.

Jackson solta um riso pelo o nariz e nega com a cabeça achando graça a minha ordem.

— Eu não vou falar neste momento contigo. — Diz voltando-se a deitar— Vou voltar a dormir e mais tarde falaremos.

Isso bastou para que eu ferver se em água morna.

— Vamos falar agora! — Berro, aproximando-me da cama. — Levanta-te e vai te vestir. Temos assuntos tratar e respostas para me dares.

De momento para outro, Jackson levantou-se da cama e agarrou com força o meu braço direito.

— Nunca mais me levantes a voz Eva. —Rosne adicionando preção no meu braço. Sustento a respiração olhando friamente nos seus olhos que são tão idênticos ao do nosso falecido pai. — Nunca mais, eu não sou o pai e nunca o serei. Por tanto vê se és uma boa rapariga e fala baixo comigo porque sou teu irmão mais velho e tenho todo o poder sobre ti.

— Tu não tens poder sobre mim. — Murmuro puxando o braço para mim, mas sem resultado.

Jackson puxa-me mais para si através do meu braço e aperta mais os seus dedos a volta da minha pele revestida por um casaco. Chego a engolir em seco ao sentir uma dor aguda no braço, mesmo assim não demostro perante a si e muito menos o meu medo porque é isso que ele quer, mas eu não lhe vou dar esse gosto. Jackson sempre foi, desde que eu o conheço, um rapaz revoltado com tudo e um garoto mauzão nas horas que são desnecessárias, mas também já o vi a ser uma boa pessoa uma vez ou duas na vida. Ele sempre detestou a minha mãe e quando podia demostrava isso perante a ela. Isso sempre fez uma certa confusão dentro de mim, essa revolta toda por uma mulher que sempre o tratou como seu filho.

— Tenho, sou o teu tutor e mereço respeito da tua parte irmã.

Aproximo o meu rosto do seu que estava curvado para a frente.

— Já sou maior de idade para seres meu tutor. Portanto não és nada a mim a não ser meu irmão.

Jackson ri-se.

— Estás tão enganada perante a isso Eva. Tu ainda me pertences, mora de baixo do meu teto e sobre a minha proteção. Achas mesmo se eu não tivesse ao teu lado e a seres protegida por guarda-costas que contracto ano após ano para te manter em segurança estarias viva neste momento? —Pergunta num tom sério e com uma pitada de ironia na voz — Responde-me! Achas que estaria viva Eva?

— Eu sei cuidar de mim sozinha. E vais ter que dar-me asas, porque é isso que quero. Portanto não faças perguntas estúpida, porque sabes que um dia também morreras, possivelmente primeiro do que eu. Todos devem conhecer Jackson Green o herdeiro de Niall e não a filha mais nova que nunca apareceu para as camaras.

— Serena também não é conhecida, mas tiveram ao ponto de a matar a seis meses atrás. Sabia disso? —Comenta sem um pingo de compaixão na sua voz. Engulo em seco ao lembrar-me dos pormenores contados por Bruce sobre esse episódio. — Pois é. Devias odiar o pai que não soube proteger o suficiente a tua mãe, a Serena e a ti. Porque quem começou esta guerra, não fui eu e sim aquele homem que chamava papá. Ou já esqueceste dos três dias que passaste nas mãos dos assassinos.

— Achas que dá para esquecer, Jackson? — Pergunto olhando nos seus olhos que se desviam dos meus. Jackson larga o meu braço que cai de rompante ao meu lado e afasta-se de mim indo em busca de uma T-shirt branca, na qual a veste.

— O quê que querias falar comigo? — Pergunta muito calmo, até de mais. Estas mudanças repentinas de um humor vindo dele, também não intendo.

— De tudo. Quero falar de tudo. — Digo esfregando o braço que me dói.

— Especificamente o que é tudo para ti? — Pergunta voltando para perto de mim, penteando com os dedos o seu cabelo curto em tons de castanho.

— A troca de guarda-costas de um momento para o outro. A minha liberdade, que quero e enseio que me dê, a Serena também. Já nem te pergunto do porque de não ir visitar-me no Natal, Ano novo e os meus anos, porque acho que essa pergunta é muito logica, não é verdade? Deverias estar muito ocupado, que nem tivesse a dignidade de pergunta se estava bem ou se queria ir ao funeral do pai ao até mesmo perguntaste a Serena estaria bem.

Jackson lambe os lábios e os pressiona em seguida, assentindo com a cabeça.

— Queres mesmo respostas para esse perguntas, Eva? Acho que não vais gosta-las de ouvir.

— Eu quero ouvir tudo. Estou farta de viver nesta vida miserável que não penso segui-la.

— Não sabia que tinha um sentido de humor tão grande Eva. — Ri-se secamente. — Vida Miserável como que em tão... Não sabes quantos pessoas dariam a vida para viver no mesmo teto que nós. Fazes a ideias que quantas adolescente dariam por tudo para viver no mesmo luxo que tu, Eva?

Rio ironicamente não acreditando no que acabou de sair pela sua boca.

— Estás a dormir acordar Jackson? Nenhuma gostaria de estar no meu lugar, nem mesmo viver debaixo deste teto. Isto tudo que está ao nosso redor foi pago por pessoas que matam-se a trabalhar para sustentar-se a elas e as suas famílias. O quê que elas têm agora? Nada! —Grito mostrando-lhe todo a minha fúria. —Tudo por culpa do pai e de ti que certo modo continua a fazer o mesmo trabalho que ele não é verdade? De onde é que vem o dinheiro para pagar o ordenado aos guarda-costas? De onde veio o dinheiro que pagaste o meu colégio privado?

— Não tires conclusões precipitas Eva. E abaixa o tom enquanto estás a falar comigo! — Ordena dando um passo ameaçador na minha direção.

— Não me vais responder? — Pergunto abaixando só um pouco a voz, porque a fúria continua entranhada na minha pele.

—Já que tanto queres saber, sou eu que estou a limpar a merda que aquele velho fez. E o dinheiro provém do meu bolso. Mato-me a trabalhar todos os dias para dar a ti e a Serena melhor educação do mundo. Nunca te faltou nada e espero que nunca falte.

Tudo o que ele disse pareceu tão verdadeiro, mas algo naquelas palavras, na forma tão despreocupada com que ele disse as coisas pareceu-me estar a ser tão falso.

Semicerro os olhos e olho fixamente para os seus enquanto pergunto: — Serena continua a ser seguida por uma psicóloga?

— Não. — Responde com sinceridade. Sei que assim o é porque Serena já me havia comentado isso.

— Porque? Sabes que ela necessita dessa terapia.

— Não confio em ninguém neste momento para por cá em casa. E é melhor não fazeres mais perguntas a respeito disso porque o que estou a fazer é para vós proteger. — Murmura com a voz um pouco alterada. Esfrega pacientemente a cana do nariz enquanto desvia o olhar para a mesa de vidro.

—Tu alguma vez chegaste-nos a proteger quando eramos crianças, Jackson? Não estou a falar do presente, mas sim no passado. Aquele que tu tinhas vinte e três anos enquanto Noah tinha os seus vinte. — Sussurro baixo fazendo-o desviar o olhar da mesa para mim— Lembro-me perfeitamente que o único que tentou impedir o pai de manda-nos para o colégio foi o Noah. Tu raramente nos foste ver quando ficamos no colégio. Tu não ajudaste o Noah a impedir que nós partíssemos, tive esperanças que assim o fizesse. Eu e a Serena eramos simplesmente umas crianças que sofreram bastante nas mãos de indivíduos, que cálculo que não chegaram a ser presos, porque o pai não queria causar uma má impressão a sociedade. E foi o que aconteceu não foi?

Jackson passa a mão pelo o cabelo e num murmuro nervoso diz: — Sim Eva. E eu lamento pelo o que vocês passaram, nunca tive critério para contrapor ao pai. Ele sabia o que estava a fazer.

— Tu podias ter critério Jackson, mas tu não o quiseste. E sabes que mais, acredito que tenhas seguido as passadas do pai, porque a história que me contaste à pouco não me convenceu.

—É verdade o que contei porra! — Grita nervoso, dou alguns passos para trás para longe do seu corpo firme. — Não tenho culpa que ele tenha mexido com pessoas perigosas. Não tenho culpa que ele tenha feito o que fez no passado. Eva, o pai não era o que aparentava ser. Ele tinha segredos, segredos sórdidos. E metade da vida andou a fingir ser uma pessoa que não era. Os Green não são o que aparentam ser, não são. Mas uma coisa é certa, eu amo-vos e vou-vos proteger até ao final dos meus dias. Nem por isso fiquem trancadas o resto da vida nesta casa, sã e salvas.

Fecho os olhos e nego com a cabeça, passo a mão pela testa antes de voltar a encarar os seus olhos que parecerem querem saltar para fora de tão nervoso que aparenta estar.

— Ele tinha segredos, mas aposto tu o saibas os todos. Porque que não me contas, não deve fazer muito enfeito ao meu coração. Eu não vou deixar de odiá-lo. — Cruzo os braços e olho sinicamente na sua direção — Tu também não deves aparentar quem dizes ser, confirmastes isso mesmo agora ao declarares que os Green não são quem aparentam ser. Estou certa não estou.

— Eva por favor, não tires a paciência que me resta... — Ouço a implorar numa voz cansada sem deixar o rosto carrancudo.

— Também estive na mesma situação. Implorei demasiado há pessoas que julgava que me amavam e só acabavam em destrui-me mais. Mas aprendi a lição. Aprendi a não confiar em ninguém e nem mostrar os meus sentimentos.

Pode sentir o desconforto de Jackson, não soube ao certo se foram as minhas palavras, mas se foram estou feliz por ter-lhe feito ver que estou com odeio mortal dele.

Jackson passa a mão pela barba bem aparada, passando por mim num andar lento e firme indo até janela. O seu olhar rapidamente fica preso no outro lado da janela. Ele queria acabar com a conversa, estava visível na sua postura, mas não iria dar o braço a torcer.

— Sabes de uma coisa Jackson? Fizeste mal em tirar-me do colégio, as férias seriam bem mais passas lá do que aqui. Aqui só irei causar destrui-os, não estou a pensar em ficar trancafiada nesta casa. Se um dia destes eu quiser sair, juro-te que ninguém vai se dar conta. Todos retiraram a minha liberdade desde de criança e eu vou à procura dela pelo os meus meios, e vou levar a minha irmã.

— Não vais conseguir sair. Há câmaras em volta desta casa e dentro desta casa, e guarda-costas suficientes. Eles estão bem treinados e sabem as regras que têm de seguir.

— Não vás por aí Jackson, eu consigo mesmo me pôr a milhas daqui. Estou-me a foder para os batalhões de guarda-costas que tens.

Jackson solta uma forte gargalhada.

— Tu queres que te dê um susto para realidade, não é Eva? — A sua voz sai num tom rouco e ao mesmo tempo sínico fazendo-me arquear uma sobrancelha e cruzar os braços. Estava a ponto de contra-atacar quando o seu rosto se vira para trás e os seus olhos batem nos meus friamente — Sabes do porquê da mudança repentina dos guarda-costas?

— Devo imaginar. —Aperto os lábios e solto-os num estalido— Ou tu despediste Clayton ou ele pediu a reforma. Mas a resposta mais aplausível para uma situação como estas, é tu o teres despido. Não acredito que Clayton sairia do seu trabalho sem ao menos me dizer nada. E acredito que o obrigaste a ir sem se despedir de mim.

— Claro...não esperaria outra coisa vinda dessa boca perspicaz. — Nega com a cabeça e vira-se de costas para a janela, encostando-se na mesma, para que assim pudesse me ver melhor. — Eu serei sempre o mau da fita na frente dos teus olhos, tal como eu para o pai, não é verdade?

Num curto espaço de tempo pode ver o desgosto e a magoa no seu olhar. Mas como eu tinha dito, num curto espaço de tempo, porque num de um momento para o outro o seu olhar voltou a ser frio.

— Tu não eras mau na frente dos olhos do pai. — Comento tranquilamente abaixando os braços que caíram ao lado do meu corpo. Jackson suspira com o que ouve e assente com a cabeça ao mesmo tempo que deixa um sorriso irónico erguia-se nos seus lábios. —Ele só se sentia magoado com o que dizia da minha mãe e na forma como a tratavas. A minha mãe sempre tentou te tratar como um filho e tu nunca o aceitavas.

Ele rir-se sem humor desencostando-se da janela e vindo até a mim.

—Eu nunca concederei a tua mãe como minha. Eu tive uma sabes? Que desapareceu quando tinha oito anos e o culpado foi o pai. Ele é o único culpado. Ela poderia estar ao meu lado, neste preciso momento, se não fosse os seus segredos e as suas saídas de mês a mês. — Berra com raiva deitando a mão a primeira coisa que se encontrava na mesa para além daquele pó branco. Só tive tempo de saltar para trás quando a jarra de vidro atingiu o guarda-roupa, despedaçando-se ao bocado no chão.

Engulo em seco e franzo o sobreolho não intendo aonde se encaixa a morte da mãe dele que sofria de Cancro. Foi essa história que Noah me contou e não do seu desaparecimento no qual o pai era o culpado. Será que Noah estava-me a poupar informações ou Jackson estava a delirar?

— Jackson, a tua mãe morreu de Cancro. — Murmuro baixo. — Foi o que Noah disse.

O seu humor volta a mudar drasticamente, desastrando-se a rir maldosamente.

— Noah e as suas lengas, lengas. —Diz olhando nos meus olhos. —Sempre a proteste o elo mais fraco.

Mordo a bochecha por dentro e controlo-me para não lhe bater, porque era isso que ele merecia neste momento.

— É melhor, seu canalha, que nunca mais na tua vida voltes a insin...— Corta-me as palavras com as suas e com um safanam no meu dedo indicador que estava apontado para si.

—É melhor pôr-te na linha e ganhares juízo Eva. Nunca me voltes a apontar-me o dedo, nunca. —Rosna como um animal olhando friamente nos meus olhos que estavam a ponto de lhe mostrar o medo que escorre nas veias. Merda de sentimento. — Não sou um homem mais pacifico a face da terra, por tanto, é melhor teres cuidado com a maneira que usas para te dirigires a mim.

Engulo em seco, mas não concordo com o que disse.

— O quê que fizeste ao Clayton? — Volto a pôr a pergunta no centro da mesa, já que está escapou a minutos atrás indo para outro mundo completamente diferente ao que estávamos concentrados.

Jackson separa-se de mim e senta-se na cadeira próxima da mesa.

— Morreu a salvar-te, foi por isso que pus Dominick como teu guarda-costas.

Nego com a cabeça e pisco os olhos algumas vezes ao intendo bem as suas palavras.

Desculpa?

— Ele morreu Eva. — Volta a dizer a mesma palavra num tom neutro sem nenhum sentimento a vista. — Clayton morreu na Sexta-feira à noite, soube através de Sam e do Miller, os guarda-costas de apoio. Ele morreu numa pequena invasão ao colégio. Eles estavam a tua procura.

Foi como um murro no estâmago fazendo-me cambalear para trás. É impossível de Clayton tenha morrido. Ele não me iria deixar. Eu não ouvi nenhum tiro enquanto estive no colégio. Jackson está a mentir para me magoar, coisa que ele sempre soube fazer a minha mãe.

— Isso é mentira. — Nego com a cabeça levando a mão a garganta. A vontade de chorar é absurda, mas tento contá-la o máximo que posso. Não vou chorar a frente dele, não vou. — Estás-me a mentir, não ouvi nenhum disparo nessa sexta-feira.

— Sabias que há silenciadores para as armas? — Levanta-se da cadeira e aproxima-se de mim. — Clayton está morto, por sorte Sam e Miller mataram os dois indivíduos que tentavam entrar dentro do colégio.

Nego desesperadamente com a cabeça, mas logo sou parada por Jackson que segura o meu queixo e obriga-me a olhá-lo.

— Não podes sair desta casa, se isso acontecer, eles apanharam-te. Eles andam atrás de vocês as duas porque são inocentes de mais e isso lhe dá gozo.

Dou um safanam na sua mão.

— Estou-me pouco fodendo para eles, não vou deixar de viver a minha vida porque o meu progenitor meteu com pessoas que não devia. Eles que venham atrás de mim, que eu acabado com eles. A raiva que trago há anos está a crescer ainda mais, mesmo eu não sabendo quem te referes. Mas tu deves saber quem são eles.

Pressiono os lábios numa linha fina virando as costas para ele. Uma lágrima escorre pelo canto do olho. Não a limpo, não quero que ele perceba que estou a chorar.

Agarro na maçaneta da porta com intenções de abrir, mas as palavras que vieram a sair da sua boca deixaram-me estática no lugar, e eu não sabia ao certo do porquê.

— Não te queiras meter com um membro de uma famíglia, Eva. Não queira mesmo.


Famiglia – Várias organizações criminosas entre a máfia Italiana e Americana.








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