Castelo de pedra

By filhadatrindade

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Anya perdeu tudo que tinha muito cedo. Chuck sempre teve tudo e até mais do que merecia. Quando os dois se en... More

Prólogo ❤
Capítulo 02 - Grata por sua estupidez ❤
Capítulo 03 - Nos olhos dele ❤
Capítulo 04 - O amor te encontra❤
Capítulo 05 - Gata borralheira ❤
Capítulo 06 - Uma história nada feliz ❤
Capítulo 07 - Nunca poderei lhe pagar ❤
Capítulo 08 - Isso é amor ❤
Capítulo 09 - Mulher perigosa ❤
Capítulo 10 - Ela é diferente ❤
Capítulo 11 - Extravasar ❤
Capítulo 12 - Sendo levada por ele ❤
Capítulo 13 - O que eu fiz? ❤
Capítulo 14 - Ele não é meu pai ❤
Capítulo 15 - Pelo bem dele ❤
Capítulo 16 - O que eu tenho? ❤
Capítulo 17 - Sinal verde ❤
Capítulo 18 - Quando você me pedir... ❤
Capítulo 19 - Se é importante para você... ❤
Capítulo 20 - Eu vou me permitir ❤
Capítulo 21 - A fé ❤
Capítulo 22 - Quebre sua promessa ❤
Capítulo 23 - Cansei ❤
Capítulo 24 - Ingratidão ❤
Capítulo 25 - A alegria vem pela manhã ❤
Capítulo 26 - O tempo cura? [Ultimo Capítulo] ❤
Epílogo ❤

Capítulo 01 - Beijo roubado ❤

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By filhadatrindade

Rio de Janeiro, 2014.

Era um dia normal no trabalho. Eu só estava servindo mais mesas, alegrando os clientes e sendo gentil. Tirando o lixo para fora e bufando pelos cantos sozinha querendo que um milagre aconteça para me tirar daqui.

Eu gosto do meu trabalho, mas ninguém pode viver feliz assim. Eu tenho um quartinho no fundo do café, como bem e até durmo bem, mas feliz, eu não sou. Eu quero felicidade.

Meu chefe é o maior bobão, sempre brinca comigo e com as outras meninas do café. Um dia perguntamos a ele porque ele só contrata meninas e ele disse: "É para enaltecer o café, se for por mim, ninguém vem. Mesmo as mulheres, só vem aqui porque amam odiá-las".

Estava no fim do expediente. Fui levar o lixo para fora antes de ir tomar um banho e dormir, finalmente. Nos fundos da cafeteria só tinha uma lambada em cima da porta de trás, que piscava a todo momento. Tinha outro estabelecimento bem a frente, então ficava bem estreito, eu virei minha cabeça para os dois lados e a direita vi um grupo de jovens bêbados rindo ao longe.

— Pelo menos parecem estar satisfeitos com a vida – Murmurei para mim enquanto colocava o lixo na grande lata.

— E aí, gata? – Assustei-me com a voz atrás de mim.

Virei-me para encarar o homem nos olhos. Eu não o via direito, pois estava contra a luz, mas ele estava, claramente, bêbado. Dei dois passos para trás, não tendo mais para onde ir, pois estava encurralada na parede.

— É... – Cocei a garganta. — Com licença. – Tentei sair, mas ele me prendeu na parede entre os dois braços.

Olhamo-nos um segundo nos olhos. Só tinha tristeza ali e um bafo desgraçado.

— E-Eu... Me deixe ir, por favor. – Olho para o lado.

— Nem pensar – Ele ri de mim e coloca a mão no meu rosto.

Num ápice de loucura ele me beija. Tento com todas as forças me desprender dele, mas não consigo. Então o empurro para longe e dou-lhe uma bofetada.

— Você está louco? – Limpo minha boca e em seguida cuspo no chão.

— E-Eu... E-eu só quero amor, gata. – Ele tenta se aproximar novamente, mas me esquivo.

— Você é nojento – Bufo.

Eu coloquei a mão na maçaneta para entrar novamente, mas o mesmo me segura pelo braço.

— Se não me soltar eu vou gritar. – Rosno.

— Você está me rejeitando? Sabe quem eu sou? – Respiro fundo e me desprendo dele.

— Não sei e nem quero – Rebato.

— Meu nome é Chuck Wolves. – Ele se tropeça e quase caí, mas se equilibra. — Minha mãe é reitora da melhor faculdade de Belas Artes do Rio de Janeiro! – Enfatiza bem.

Coloco a mão dentro do bolso do terno dele e pego sua carteira com sua identidade. Como ele estava tonto não conseguiu me impedir. Peguei meu celular, que estava bem caquético por sinal, e tirei uma foto da mesma. Também tirei uma foto dele bêbado na minha frente, com flash. Só aí que consegui vê-lo melhor.

— Pior que é bonito. Pena que é cretino – Abro a porta dos fundos e entro na cafeteria.

Deixei ele sozinho do lado de fora, tranquei a porta e olhei de novo a foto para ver se estava tudo certo. Eu poderia muito bem denunciá-lo agora, mas eu preferia tomar um banho e dormir primeiro. Não dava para ir denunciar ninguém com cheiro de gambá morto e com olhos de panda., se bem que isso ajudaria a convencer.

Dei de ombros e guardei o celular no bolso, antes de ir coloquei a identidade dele por baixo da porta. Me despedi de todos e fui para o meu quarto.

Tomei um longo banho na minha pequena ducha, que só tinha água fria como gelo, coloquei qualquer roupa e fui dormir. Eu tinha sorte que amanhã era domingo e eu poderia ficar mais tempo deitada.

Na manhã de domingo, eu fiquei com dores no corpo de tanto ficar na cama, eu não tinha mais sono, mas achava um absurdo eu poder dormir e não conseguir. Olhei a hora no meu celular e ainda não eram nem dez da manhã. Suspirei, sentindo-me vencida e levantei da cama para fazer minha higiene.

Saí do meu quarto e passei pelo corredor que dava na cozinha principal, comi alguma coisa e depois fui para uma das mesas do café. Limpei tudo quando acabei. O dono do café, Binho, confiava em mim e por isso eu tinha muita liberdade aqui.

— Anya! – Ouvi o mesmo descendo as escadas que davam em sua casa no andar de cima.

— Oi Binho – Inclino minha cabeça para sinalizar que eu estava acordada.

— Chegou um e-mail da biblioteca, de novo – Ele me encara. — Você precisa parar de pegar tantos livros e deixar a bibliotecária louca menina – Rio, enquanto ele colocava seu avental. — Me diz uma coisa.

— Hum? – Respondi enquanto continuava apenas mexendo no meu cabelo.

— Você não sente vergonha desse seu ninho de pássaros? – Apontou para o meu cabelo. — Ele está oleoso e para cima!

— Você não fica feliz se não implicar comigo todos os dias, não é? – Bufo.

Ele ri, mas em seguida, olha para a porta da frente sério. Ouvi batidas na porta e olhei para trás.

— Estamos fechados. Volte mais tarde – O homem a porta apenas continuou insistindo.

Quando olhei mais atentamente percebi quem era. O homem da noite anterior. Meus olhos se arregalaram, quando percebi Binho já estava abrindo a porta para ele. Tentei me esconder, mas não deu muito certo, pois ele já tinha me visto.

— Ei garota! – Ele, obviamente, falava comigo.

Eu estava debaixo da mesa, mas ao ouvir meu nome coloquei a cabeça para fora e ri forçado.

— Precisamos conversar. – Ele disse, com a cara fechada.

— Você conhece esse garoto? – Binho questionou.

— Infelizmente – Revirei os olhos.

Coloquei meus chinelos e fui para a frente da cafeteria, ainda de pijama e cabelo espichado, conversar com o carinha da noite passada. Ele se apoiou no seu carro, que eu não sabia o nome, mas com certeza era mais caro que o prédio da cafeteria e cruzou os braços.

Ele estava de óculos escuro, calça jeans rasgada e uma camisa com corte V e tênis. Simples, mas combinava bem com a cara dele de marrento.

— O que você quer? – Quebrei o silêncio, arqueando a sobrancelha.

— Eu sei que você tirou foto minha ontem e da minha identidade. Eu estava bêbado, mas me lembro bem disso. Pode me devolver por favor. – Estica sua mão.

Começo a rir com desdém da petulância dele.

— Você está louco? Você me beijou a força...

— Não me lembre disso que me dá vontade de vomitar – Com grosseria, me interrompe.

— Pois saiba que isso vai lhe custar uma denúncia, as fotos que tirei são para provar apenas. – Digo, virando-me para ir embora.

— Você não pode fazer isso, eu vou me ferrar se você fizer. – Coloca seus óculos no alto da cabeça.

Seus olhos eram azuis como o céu. E seu rosto estava corado pelo queimar do sol.

— Deveria ter pensado nisso antes de sair beijando as pessoas a força. – Respondo.

— Garota, não é como se não nos conhecêssemos – Mais uma vez eu ri.

— O que?! Você nem sabe qual é meu nome – Cruzo os braços.

— Mas eu conheço você. Você trabalha aqui e pela roupa que está vestido, deve morar também. E também é pobre e por isso está aqui. Viu? Eu te conheço. – Eu jogo meu cabelo para trás e suspiro.

— Só porque sabe essas coisas não quer dizer que me conhece. – Rebato. — Se não eu te conheceria também, quer ver? Você é um filhinho de papai rico que sempre se mete em encrenca e usa seu dinheiro para se livrar. Pelo que me disse ontem sempre tem as mulheres que quer e é muito, muito arrogante. – Sorrio de leve.

— Viu só? – Rosnando, ele diz. — Nos conhecemos.

Rio mais uma vez e me viro para entrar novamente, mas ele me segura.

— O que tenho que fazer para esquecer a noite de ontem? Eu errei. Me desculpe – Sorri para mim.

Ele parecia o tipo de cara que sempre conseguia o que queria com esse sorriso.

— Mostre que está realmente arrependido, e aí, quem sabe eu pense nisso – Puxo meu braço e entro na cafeteria. — Que cara irritante! – Resmungo.

— Mas ele é bonito – Binho estava colocando as flores no meio da mesa.

Hoje o café abria apenas depois do almoço. Binho tinha o costume de tirar a parte da manhã para ir à igreja local. Sempre me convidava, mas nunca me senti à vontade para ir.

Sentei na cadeira novamente e Binho chegou mais perto de mim.

— Afinal, quem é ele? – Perguntou, curioso.

Binho devia ter seus cinquenta anos, mas era bem curioso sobre tudo que acontecia. Era como um pai e avó. Sempre me aconselhando e me alimentando.

— Chuck Wolves – Respondi mudando minha voz para uma entonação de nojo.

— Wolves? O filho de Clarisse Wolves, da faculdade de artes? – Balancei a cabeça concordando. — Caramba, que destino! Mas como se conheceram?

— Ah, é que...

— Por favor, garota, facilita! – Ele entra dentro do café, nos assustando. — Eu faço o que você quiser.

— Seria bom uma bolsa integral na universidade da sua mãe – Binho diz e eu o encaro mortalmente.

— É isso que você quer? – Ele sorri, como se estivesse aliviado.

— Eu não disse...

— Vou falar com a minha mãe – Ele pega seu celular no bolso e saí novamente.

— Binho! – Exclamo.

— Ele disse as palavras que toda mulher quer ouvir. E como eu te conheço, sei que ia deixar passar. Agora aproveite. Seja lá o que ele tiver feito, te custou uma vaga na melhor universidade – Ele bate de leve no meu ombro e volta para sua cozinha.

Dou uma leve surtada em pé e bagunço mais meu cabelo.

Era melhor eu só ter excluído as fotos e deixado para lá. Agora me meti numa encrenca.

— Ei! – O garoto me chama do lado de fora da cafeteria e com a mão manda que eu saia.

Eu o encaro e bufo com sua insistência.

— Me dá seu número – Ele coloca o celular na minha mão para eu lhe dar, fico encarando o celular sem saber o que fazer, eu não sabia mexer naquilo. — O que foi? Coloca logo.

— É... – Comecei a me sentir desconfortável com a situação.

— Me dá aqui. Apenas me diga o número. – Desviei meu olhar e suspirei.

Comecei a dizer meu número e ele sorriu para mim.

— Qual é o seu nome? – Perguntou com um sorriso e piscando seus olhos.

— Anya. – Ele me olha esperando mais. — Anya Di Castro.

— Nome chique para alguém como você – Ele balbucia olhando para o celular.

— Nem todos têm a mesma sorte como você na vida. – Murmuro.

— É... Minha mãe deve te ligar amanhã, então apareça na universidade. – Diz.

— Não precisa fazer isso. Apenas aceite a consequência da denúncia e pronto. Você fez algo errado e deve pagar.

— Para de palhaçada garota. Vai perder essa chance? Pelo que parece, você não deve ter outra assim tão cedo. – Aperto meus olhos, o encarando.

Um patife. Não sabe o que é lutar pelas coisas e nunca paga pelos erros, na certa.

— Tudo bem. Já que insiste tanto. Vamos lá. Eu vou ir à universidade então. – Cruzo meus braços.

— Parece que iremos nos ver bastante então. – Chegou mais perto de mim, com um sorriso nos lábios. — Apague as fotos.

— Nem pensar! Você acha que eu sou idiota? Quando eu estiver matriculada, eu penso sobre isso, mas por enquanto... Vá cumprir o que prometeu. – Sorrio e bagunço seu cabelo arrumadinho.

Ele tira o sorriso do rosto e eu abro o meu. Ele vai emburrado para o seu carro e abre a porta, mas antes me olha novamente.

— Fique sabendo que eu só beijo garotas que acho... Gostosas. – ele pisca para mim e coloca seus óculos novamente.

Eu ia correr para bater nele, mas ele acelera o carro e vai embora.

Aquele só podia ser o início de uma inimizade longa. 

Continua...

"Mas agora o Senhor Deus diz ao seu povo: “Não fiquem lembrando do que aconteceu no passado, não continuem pensando nas coisas que fiz há muito tempo.  Pois agora vou fazer uma coisa nova, que logo vai acontecer, e, de repente, vocês a verão. Prepararei um caminho no deserto e farei com que estradas passem em terras secas." Isaías 43:18‭-‬19

🌻 N/A 🌻

Pessoal, eu sou muito feliz por cada pessoa lendo essa nova história. Eu sei o grande apego que muitos têm por DALANA (O preço de ser cristã). Espero que vcs se apeguem aos meus personagens daqui também e me acompanhem com chuva ☔ de comentário e votinhos 😍

Deus abençoe graciosamente a vocês e... sabem ? rs. Até a próxima 💛

🌻🌻🌻

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