How to save a life ~ ABO ~ l.s

By lourrystt

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Amelia e Louis tiveram uma ligação instantânea, imediata. Ninguém saberia dizer porque, mas, o que importava... More

Meet Amelia
It feels like fate
Taking care of you
Home
The A Team
The Magic Song
Brotherhood
The death of the past and a new life
The Solution
Trip routine
Jealous
First touch, first kiss
Meet Baby Bear
Only Angel
Date night
Naked
For I can't help falling in love with you
Intensity
Heaven
The One
Changing
Arlo
Meet Richard Alexander Payne
Soulbond
Falling apart
He's gone
Finding Louis
Pain
Strong
Family love
Epílogo: Meet Violet, Aaron and Morgan
Agradecimentos, notas e rasgação de seda

Protection

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By lourrystt

N/A

JESUS CRISTO UM MÊS PARA ATUALIZAR SAMERDA SOCORRO PERDÃO GENTE!

Daí vem notas gigantescas pra tentar me redimir e capítulo gigantesco pra conseguir

Gente, vamo levar em consideração aqui, que tudo que eu escrevo é fictício, tá? Todo este mundinho foi criado na minha mente doentia, baseado, obviamente, no mundo de verdade, mas, só baseado mesmo, liberdade criativa sempre, nada disso aqui aconteceu/acontece na vida real, Harry e Louis n me pertencem, mas, how to save a life sim. Então assim, nem tudo aqui vai combinar com a realidade justamente porque eu preciso criar um contexto onde os meus delírios caibam direitinho, espero q ninguém se decepcione e tal. Enfim, liberdade criativa pra inventar um universo inteirinho onde eu mando e desmando, aquelas com delírios megalomaníacos.

E eu queria aproveitar que tamo caminhando aí pro final pra agradecer a todo mundo que tá lendo e dizer que vocês são incríveis e aos que comentam, meu Deus do céu, já dei gritos altíssimos com os surtos de vocês por causa dessas maluquice que eu escrevo, to só o Tolkien aqui, me sentindo a escritora mais amada do Brasil, aquelas. Não, sério, eu to muito feliz com o resultado dessa história e eu só queria um abraço em grupo com todo mundo que perde horas da própria vida pra vir aqui ler. Muito obrigada gente, vocês são daora demais, puta merda, ces são do caralho.

Outra coisa, o que acontece nesse capítulo pode ser um gatilho muito grave pra algumas pessoas, então atenção quando o Jhon pedir pra Sugar ir falar com ele, ok?

Mamãe ama vocês ♥

***

Essa é a parte em que Louis entra em total desespero sem saber bem como resolver aquela situação, mesmo que soubesse que não estava nas mãos dele resolver nada. Nem mesmo implorar para Harry que eles fossem embora daquele lugar o mais rápido possível e receber, para as respostas negativas, justificativas plausíveis sobre as vidas totalmente estruturadas que o alfa e Amelia tinham ali. E se sentir um lixo porque ele estava fazendo exatamente aquilo que havia jurado para si mesmo que não faria no primeiro dia em que entrou na casa do cacheado: mudar a vida dele.

Não que Harry parecesse culpa-lo pelo acontecido, mas, de fato ele não precisaria, Louis faria esse trabalho por si mesmo. E o estava fazendo com maestria.

Como se não pudesse piorar, o momento não podia ser mais inoportuno. As férias de Amelia estavam próximas do fim, em três dias a menina voltaria às aulas e enquanto Harry lutava para não interferir nos horários e na rotina dela, Louis tinha pouca ou nenhuma vontade de sair de casa, ou de permitir que qualquer um saísse, novamente, não podia deixar de pensar que se tivesse poder de escolha, iria embora com todos eles. Mas, escolha, opção, alternativa, nada disso lhe pertencia, Tomlinson acostumou-se a seguir a maré, por simples incapacidade de lutar contra.

Quanto à denúncia, Harry estava decidido a continuar naquele caminho e tentava convencer Louis de que aquilo era o correto a se fazer, e, mesmo que o ômega tivesse aceitado, ele não estava 100% confortável, não era de se estranhar que seu medo aumentasse proporcionalmente.

No primeiro dia visitou os quartos de Arlo e Amelia mais vezes do que Harry pôde contar, visto que o alfa foi vencido pelo sono e pelo cansaço. No segundo, levou o berço do bebê para o quarto da garotinha e passou a noite lá. No terceiro, as crianças já haviam sido transportadas para o quarto que ele dividia com o cacheado.

Até que chegou o primeiro dia de aula após as férias. Tentando ao máximo manter Amelia a salvo daquela bagunça, mesmo que fosse impossível considerando a mudança de quarto, Harry cuidou do lanche e das roupas da menina com o mesmo carinho e atenção de sempre, ele e Louis levaram-na juntos ao colégio, algo que não passou despercebido à observadora Ame, já que, normalmente, apenas um deles a levaria.

Assim que estacionaram em frente à escola, Harry desceu do veículo, se aproximando da porta traseira, abrindo-a e liberando Amelia do cinto. A menina se levantou, apoiando-se nos encostos dos bancos dianteiros para dar um beijo na bochecha de Louis, que sorriu carinhoso para a menina, acariciando os cachinhos rebeldes que emolduravam o rosto redondo.

- Até mais tarde, papai Lou. - disse sorridente.

- Até mais tarde, ursinha. - sorriu em resposta.

- Até mais tarde, Arlo. - aproximou-se da cadeirinha e acariciou o rosto do filhote, que ronronou manhoso.

Amelia desceu do carro e viu seu pai se agachar até ficar da sua altura, com uma seriedade que ela não estava acostumada, o alfa tirou um celular do bolso e a encarou. A garotinha arregalou os olhos e abriu um sorriso largo ao ver o aparelhinho nas mãos do pai.

- Ei ei... Isso não é um brinquedo. - ela murchou na hora - Eu vou deixar isso na sua mochila, mas, eu tenho algumas condições.

- Condições? - ela juntou as sobrancelhas confusa.

- É. Condições. - suspirou pesadamente antes de continuar - Eu e o papai Lou temos alguns problemas de adulto pra resolver, mas, nós dois vamos precisar da sua ajuda - Amelia assentiu frenética - Eu não quero que você fique me esperando aqui fora quando sua aula acabar, fique sempre dentro da escola e de olho no celular, eu ou seu pai vamos ligar pra você e aí você vem, pode fazer isso por mim, filha?

- Posso papai. - assentiu novamente, prestando atenção em tudo que o pai dizia.

- Quando eu ou o papai Lou não pudermos buscar você, o tio Liam ou a tia Cheryl vão vir e vão fazer a mesma coisa, ligar pra você e aí você sai. - colocou o aparelho dentro da mochila da menina - Você não pode mexer nele durante a aula ou sem a nossa autorização, ok? - É um passo importante, mas, você já está crescida e eu confio em você. - grudou os lábios cheinhos na testa de Amelia que sorriu com o carinho - Eu amo você, ursinha, daqui até a lua.

- E voltando rapidinho. - Amelia teve que ficar nas pontas dos pés para abraçar o pai, mesmo que ele estivesse agachado.

- É muito importante que você obedeça Ame, nada de ficar sozinha na frente da escola... - voltou a olha-la com firmeza.

- Eu sei, eu sei papai, eu já entendi, só vou sair quando você, o papai Lou, o tio Liam ou a tia Cheryl ligarem... E o tio Niall!

- Não... o tio Niall não vem buscar você... Ame, presta atenção: eu, seu pai, o tio Liam e a tia Cheryl, mais ninguém. Prometa.

- Eu prometo papai.

Amelia acenou sorridente antes de sumir dentro da escola, Harry olhou ao redor, certificando-se de que não havia ninguém por perto, antes de entrar no carro e encontrar um Louis apreensivo no banco do carona.

- Harry, eu não acho que...

- Está tudo bem, eu não vou sair de perto de você - tomou a mão do ômega com a sua, puxando-a para beijar a palma - Enquanto eu estiver vivo, eu nunca vou sair de perto de você, Lou. Nunca.

Seguiram para a casa de Liam, onde deixaram Arlo com Cheryl, a ômega segurou os dedos de Louis com força enquanto se despedia dele. Não havia muito o que dizer, só queria que ele soubesse que ela estaria ali por ele, acontecesse o que acontecesse, ela sempre estaria ali.

- Obrigado por ficar com ele, você já tem o Bear e eu ainda trago o Arlo pra ficar aqui também... Nós não vamos demorar.

- Tá tudo bem Lou, o Arlo é um docinho, e você sabe que eu tenho ajuda aqui, pode ir tranquilo, faz o que tem que fazer e volta, a gente vai estar aqui te esperando.

Abraçaram-se rapidamente, enquanto Harry pressionava um beijo sobre a têmpora da ômega que já segurava o filhote nos braços. Sussurrou um "obrigado" contra a orelha de Cheryl que sorriu em resposta, acenando para se despedir deles, vendo-os entrar novamente no carro e saírem.

Quando chegaram ao departamento de polícia foram recepcionados por um policial beta chamado Jason, o rapaz foi bastante educado e quando percebeu que se tratava de uma história um pouco mais complicada, decidiu que seria melhor se os dois conversassem pessoalmente com a delegada, então pediu que eles aguardassem em uma das salas até que ela pudesse atendê-los.

- Vai ficar tudo bem... Eu to aqui... - Harry envolveu Louis em um abraço, puxando-o com carinho para mais perto, beijando sua bochecha enquanto Tomlinson se encolhia contra o seu corpo.

- Sr. Styles? - Jason se aproximou - A Delegada vai falar com o senhor, podem me acompanhar por favor?

Os dois se levantaram e seguiram o rapaz por um corredor estreito. Harry sempre mantendo o braço ao redor de Louis, sempre mantendo-o sob sua proteção. Passaram por algumas portas e janelas cobertas por persianas, o ômega respirava difícil enquanto não pensar em seu filhote longe dos seus braços pela primeira vez em muito tempo. O beta empurrou a última porta do corredor, exibindo uma alfa maior e mais velha, que se levantou imediatamente para recebê-los.

- Vocês devem ser Harry e Louis... - se aproximou e ergueu a mão para cumprimentá-los - Meu nome é Elizabeth, eu sou responsável pela unidade de crimes especiais, quando o Jason me contou do que se tratava, achei melhor que falassem direto comigo. - encarou Louis exibindo um olhar entristecido, como se entendesse o que o rapaz havia passado - Eu sinto muito pelo que aconteceu com você, eu sinto de verdade.

Sentaram-se à mesa enquanto Jason tomava seu lugar em outra, em frente ao computador.

- Ele vai digitar tudo que você me contar aqui, ok? - Tomlinson assentiu - Bom, o que você tem pra me contar Louis? - juntou as duas mãos, apoiando-as sobre a mesa com os dedos entrelaçados e toda sua atenção voltada para o ômega.

Harry olhou seu ômega com adoração vendo-o inspirar profundamente antes de começar a relatar à Elizabeth a história da sua vida. O alfa tinha a impressão de que Louis se fortalecia um pouco mais a cada vez que contava aquela história, via o olhar pesado de dor que o ômega exibia, mas, via nascer alguém completamente diferente do rapaz amedrontado que havia conhecido meses antes. Não podia deixar de se sentir orgulhoso.

Foram necessárias duas horas inteiras para que Louis contasse tudo, que desse o nome de todos os clientes e de todos os ômegas que trabalhavam ali, detalhes que ele havia omitido de Harry fizeram o alfa se sentir enjoado e compelido a invadir o lugar e matar o tal cafetão por ele mesmo. No fim de tudo, o ômega tinha uma expressão aliviada no rosto e um meio sorriso entristecido que ele direcionava à Elizabeth.

- Obrigado por me contar isso, Louis. - a alfa parecia tão atordoada quanto Harry quando ouviu aquela história pela primeira vez. - Você passou por maus bocados, mas, eu fico feliz que tenha encontrado alguém e que esteja feliz.

- Obrigado por me ouvir.

- Eu vou investigar isso pessoalmente, não vou deixar aquele lugar intacto, eu prometo a você. - Louis assentiu.

- Dra. Elizabeth, a nossa família corre vários riscos, é uma questão de tempo até que esse cara descubra sobre o Louis.

- Nós vamos deixar dois policiais a paisana em frente a casa de vocês, todas as noites, até pegarmos esse cara.

- Se a senhora não se importar, eu gostaria de tomar alguns cuidados por mim mesmo também.

- Sinta-se a vontade Sr. Styles - levantaram-se ao mesmo tempo e cumprimentaram-se - Se ele tentar contactar você, por favor, não deixe de me avisar.

- Pode deixar.

Saíram da delegacia com a sensação de missão cumprida, ainda que Louis sentisse que algo muito ruim estava prestes a acontecer. Mesmo assim, a certeza de que estaria protegido deixava esse pressentimento guardado a sete chaves. Naquele dia quando contou a Charlotte o que havia acontecido, a garota implorou que ele fosse morar na Irlanda, acabava que ela e ele tinham a mesma sensação incômoda de que algo não estava bem.

Algumas semanas se passaram. A delegada manteve sua promessa e mantinha dois policiais a paisana em frente a casa dos Styles, Harry contratou um segurança para acompanhar Amelia a escola, outro para acompanhar Louis onde ele precisasse ir e mais dois que deveriam ficar na casa de Liam, mesmo que o alfa mais jovem insistisse que a família dele não corria nenhum risco.

Charlotte ligava todos os dias e todos os dias pedia que Louis fosse embora, mas, a resposta era sempre a mesma, ele não podia sair dali, não sem resolver aquela história. E havia Zayn, com quem Tomlinson falava praticamente todos os dias, com alguns intervalos que deixavam o de olhos azuis com o coração na mão.

- Ele já devia ter ligado. - comentou, encarando o próprio celular.

- Amor, você disse que ele demora um pouco pra te ligar... - Harry o encarou.

- Eu sei, mas, já tem uma semana. Ele já deveria ter ligado.

- Por que não liga pra ele?

- O Zayn não me liga do próprio celular mais, ele diz que é perigoso, usa celulares descartáveis pra falar comigo e pediu que eu não ligasse pra ele...

- Ele não tá errado, Lou.

- Eu sei... Eu só... Argh...

- Você vai ficar mais tranquilo se eu pedir ao Ben que vá até a loja?

- Sim. Sim, amor, por favor.

O alfa deixou-se ser abraçado pelo ômega, apertando-o com cuidado enquanto parecia embala-lo, se pudesse proteger Louis de todos os males do mundo para que ele nunca mais tivesse que sofrer, faria isso. Todo seu corpo doía e ele sabia que era porque Tomlinson estava sofrendo, sentia-se duplamente impotente, sentia o sofrimento dele em seus ossos e não podia fazer nada além de abraçá-lo.

***

- Sugar, quero você na minha sala, agora. - Jhon usou sua voz de alfa fazendo a menina estremecer por completo.

- Sim senhor. - deixou o que fazia e acompanhou o alfa até o escritório improvisado que ficava no apartamento dele, no primeiro andar.

Assim que entrou, encontrou três ou quatro capangas espalhados pela sala de estar, uma quantidade razoável de garrafas de bebida vazias e outras pela metade, espalhadas por todo o lugar, sobre a mesa de centro havia vários cigarros, comprimidos, drogas e uma inimaginável quantia em dinheiro, além de todo armas, facas e várias correntes. A ômega respirou com dificuldade, evitando fazer algum barulho, mesmo que não soubesse bem porque.

Jhon fechou a porta atrás da menina com um baque fazendo-a sobressaltar-se em seu lugar, seus olhos percorreram a sala e encontraram um Niall sentado em uma cadeira, bem no canto da sala, com os braços cruzados e o olhar gelado.

- Sabe, as vezes eu acho que eu falo algum idioma que vocês não entendem, sinceramente. - o alfa segurou-a pelo pescoço, atirando-a sobre uma das poltronas, Sugar caiu sentada e o encarou com os olhos arregalados - Aquele rapaz ali, que tava me pagando muita grana pra comer você, acabou de me contar uma coisa interessante, mas, eu gostaria de saber de você. - segurou o rosto da menina com uma das mãos - Então você sabia que ele tá vivo?

- Eu não sei do que você tá falan... - a garota foi interrompida por um forte tapa no rosto.

- Eu não vou perguntar de novo Kate. - Sugar o encarou com lágrimas nos olhos, sua bochecha direita ardia e formigava.

- Eu não sabia... Não até algumas semanas atrás... Jhon... - mais um tapa, dessa vez em sua bochecha esquerda.

- Então você me fez de idiota por várias semanas... Eu realmente to falando grego com vocês. Porque eu achei que eu tinha sido muito claro sobre ser feito de idiota, você por acaso não tava aqui quando eu matei o Louis? Ou, quase matei, como podemos perceber agora.

O alfa afastou-se, passou as duas mãos sobre os cabelos levando os fios todos para trás. Rosnou agoniado e inspirou profundamente. O cheiro de medo que exalava do corpo da ômega atordoava não só ele, como todos os outros alfas dentro daquela sala, ele sabia o que tinha que fazer, precisava ensinar uma lição. Era isso. As pessoas precisavam ser lembradas de que não aceitava insubordinação.

- Levem ela, mas, deixem a garota viva. - apontou discretamente para os capangas que sorriram maldosos.

Levantaram-se ao mesmo tempo e agarraram Sugar que berrou desesperada quando seu corpo foi erguido da poltrona. Trancaram-se todos com a garota no quarto, os gritos agonizantes dela eram abafados pelas paredes, mas, com certeza podiam ser ouvidos pelo prédio. Niall podia ouvi-la gritar por socorro e berrar o seu nome em meio aos sons repulsivos que o seu corpo fazia. Ele sabia o que estava acontecendo ali.

- Irlandês, você vai me ajudar. - o loiro o encarou.

- Já disse a você que o ômega está vivo, não precisa de mim. - levantou-se e preparou-se para sair.

- Não, não... Se eu não precisasse mais de você, você estaria lá dentro com aquela vagabunda... E acredite quando eu digo que pra eles, um buraco é buraco. - Horan engoliu o seco. - O que mais você sabe?

Niall contou tudo o que sabia, desde o dia que o ômega foi deixado no hospital, sobre o filhote, sobre Harry e sua família. Não deixou nenhum detalhe passar despercebido, nomes, telefones, endereços, tudo que Jhon precisava para localizar Louis e trazê-lo de volta. A porta do quarto foi aberta e os alfas saíram um a um, arrumando as camisas e calças, enquanto o último trazia a ômega nua e ensanguentada pelos cabelos, atirando-a no chão, sobre os pés do irlandês.

- Ela tá viva, só tá desmaiada. - um deles comentou com desdém.

- Então acorde ela. - Jhon rosnou.

Niall deu dois passos para trás fazendo com que o corpo da garota rolasse levemente, ele sentiu seu estômago embrulhar quando a viu naquele estado, quase não parecia a mesma Kate. Jhon se sentou na poltrona e um dos capangas trouxe um balde cheio com água bem fria, jogando sobre o rosto e o corpo da menina desacordada, que despertou assustada, tossindo pela quantidade de água em suas vias respiratórias.

- Quem mais sabia disso? - perguntou num fio de voz, encarando a menina trêmula que havia abraçado o próprio corpo por instinto, tentando cobrir as partes descobertas.

- Eu acho que ele tem um amigo aqui, eu não o conheço, não sei o nome dele, mas, os vi comentando a respeito. - Niall respondeu com firmeza - Ele também deve saber.

- Deve ser o Zayn... ótimo, vai servir pra mandar o recado. - engatilhou a arma que estava em sua mão e atirou contra a cabeça de Kate - Larguem isso em algum beco e voltem, nós vamos atrás do Zayn.

- Eu tenho um pedido a fazer... - Jhon encarou Niall enquanto tentava segurar a risada.

- Não seja ridículo, você não tem que pedir nada, tem sorte de eu não dar um tiro na sua cabeça também, saia logo daqui antes que eu me arrependa. - Niall rosnou, saindo dali o mais rápido que conseguiu.

Alguns minutos se passaram até que o corpo de Kate fosse retirado dali e os alfas voltassem, Jhon os usou para pensar no que fazer, precisava fazer Louis entender que se não voltasse por si mesmo, pessoas que ele amava iam morrer, e por que não começar perto de casa?

- Vocês dois, ponham a placa de fechado lá embaixo, hoje não tem expediente lá, avisem as crianças pra ficarem nos quartos hoje, o papai tem trabalho a fazer. - os alfas para quem ele havia dado essa ordem, assentiram silenciosos e desceram como foi ordenado - Vocês venham comigo.

Zayn e a irmã haviam sido os sorteados, por assim dizer, para ficar na loja aquele dia, Yaser e Trisha estavam em uma reunião na escola com as duas mais novas, enquanto ele e Doniya cuidavam de tudo. O alfa estava, como sempre, lendo um gibi no balcão enquanto a ômega arrumava algumas mercadorias nas prateleiras. Os dois ouviram o sininho anunciar que alguém havia entrado e ela curvou-se para ver de quem se tratava, escondendo-se imediatamente quando viu quem era.

- Então Zayn, quanto tempo... - Malik o encarou aturdido. - Como vai?

- Bem... - ajeitou-se no banquinho pronto para acionar o alarme silencioso que chamaria a polícia.

- Não... Não... Eu não faria isso se fosse você... Até eles chegarem aqui nós já teríamos levado você e a sua irmã... Então... - Doniya tampou a própria boca com as duas mãos, tentando fazer o mínimo de ruído possível. - Você pode vir comigo pra gente conversar um pouco? Ou eu vou ter que levar a lindinha da Doniya também?

- Tudo bem, tudo bem, não precisa. - Zayn se levantou, dando a volta no balcão - Don... Cuida da loja pra mim, eu não demoro. - disse alto o suficiente para que ela ouvisse.

Os quatro deixaram a loja com Malik virando-se para olhar para dentro mais uma vez, vendo a irmã mais nova surgir entre as prateleiras e encara-lo assustada. Acenou discretamente e seguiu até o Salvation, acompanhado de perto pelos três alfas. Doniya não sabia o que fazer, se Jhon havia levado seu irmão, aquilo não podia ser bom. Em hipótese nenhuma. Enfiou as mãos nos bolsos a procura do celular, precisava ligar para o pai, até que o sininho da porta fez barulho novamente, assustando a menina que deixou o aparelho cair no chão.

- Merd... - choramingou ajoelhando-se para juntar os pedaços partidos.

- Me desculpe, senhorita. Não queria assustá-la. - o homem, um alfa, ajoelhou-se perto dela, ajudando-a.

- Senhor, não é uma boa hora... Nós... Eu já estava fechando... Eu...

- Está tudo bem? A Senhorita conhece algum Zayn Malik? - o alfa segurou a mão de Doniya fazendo-a olhá-lo - Eu sou um amigo dele... Da faculdade.

- É o meu irmão. Ele... Ele não está... Pode voltar outra hora? Por favor!

- Tudo bem, me desculpe. Meu nome é Ben, pode dizer que eu trabalho com Harry Styles? Por favor?

- Se ele voltar... - disse baixinho, vendo-o olha-la confuso, meneou a cabeça e pediu novamente que ele saísse dali.

As escadas do Salvation nunca pareceram tão assustadoras quanto aquele dia. Todas as vezes que ele fingiu ser um cliente apenas para visitar Louis, saber como ele estava, ele se lembrava, mas, aqueles dias pareciam tão distantes. Tudo estava mais escuro, intimidante. Passou pela porta do antigo apartamento do ômega, seus batimentos cardíacos aceleraram quando ele foi empurrado para a sala de Jhon.

As manchas sobre o piso e o odor de sangue seco misturado ao alvejante usado para limpar o local fez seu estômago revirar.

- Não repara a bagunça. - ouviu a voz do alfa atrás de si - É que eu matei uma vagabunda aqui hoje, sabe como é, não deu tempo de limpar.

Malik permaneceu em silêncio enquanto seu cérebro trabalhava em formas de fugir dali o mais rápido possível. Encurralado, assistiu quando os três alfas ocuparam as poltronas à sua frente.

- Então, Zayn... É Zayn né? - o rapaz assentiu um pouco trêmulo - Ótimo. Zayn, eu preciso mandar um recado a um velho amigo e talvez eu precise da sua ajuda... Não vai falar nada? Você não é muito de conversar né? Enfim... Parece que o nosso Louis está vivo, mas, isso você já sabia né?

- Eu não... O que? - Zayn não conseguiu pensar em uma boa desculpa a tempo, acabou sendo atingido por dois ou três socos que o fizeram cair de joelhos no chão.

- Não... Não... Eu sei que ele está vivo... E eu não mentiria pra mim se fosse você. - Jhon curvou-se até se aproximar do rosto de Zayn, segurou a nuca do rapaz com uma das mãos e o encarou sorridente - Nós vamos brincar um pouquinho, eu, você e os rapazes, então a gente vai mandar um recado pro Louis... Assim, vocês dois aprendem que não podem me enganar.

***

Benjamin voltou para a casa de Harry com suas suspeitas rodeando sua mente, assim que estacionou, olhou para a foto que Louis havia enviado para o seu celular, para que soubesse quem era Zayn, tinha certeza que viu alguém parecido com aquele alfa sair da loja um pouco antes de ele se aproximar. Se fosse verdade tudo que sabia sobre o edifício Salvation aquela imagem jamais sairia da sua mente.

- E então? - Louis se levantou e perguntou apreensivo assim que viu Ben entrar pela porta - Como ele está?

- Eu sinto muito, Sr. Styles, ele não estava lá, a irmã dele disse que ele não estava... - Louis o encarou desapontado, quando percebeu que ele estava escondendo alguma coisa.

- O que mais? Você o viu? Você o viu não é? Ele está bem?

- Eu não sei senhor... Eu posso ter visto... Eu não sei...

- FALA DE UMA VEZ!

- Quando eu estava chegando, eu vi quatro pessoas, alfas... Pelo cheiro, enfim, eu os vi caminhar em direção ao prédio, o tal Salvation que o Dr. Styles me pediu pra vigiar... - fez uma pausa - Um deles olhou de volta pra loja, acho que pode ser o Zayn.

- Não... Mas você... Você não tem certeza... Não é? - Louis arregalou os olhos.

- Não senhor, eu estava longe... É só uma suspeita, pela foto que o senhor me deu... Eu posso estar enganado!

- Certo... Pode não ser... Eu vou... Esperar ele me ligar... Pode não ser ele... Ele vai me ligar...

- Eu vou voltar ao meu posto Sr. Styles, se precisar de alguma coisa pode me chamar. Com licença.

- Tudo bem, pode ir... Obrigado. - sentou-se novamente e encarou o celular sobre a mesinha de canto, suplicando silenciosamente que Zayn fizesse a maldita ligação.

***

Mesmo que soubesse que não havia para onde correr, mesmo que soubesse que estava apenas protagonizando um pequeno show para que seus algozes assistissem, Zayn ainda tentava se arrastar pelo carpete manchado de sangue, grunhia e rosnava sob as risadas de Jhon e seus capangas.

Em poucas horas dentro daquele apartamento, Zayn havia sido torturado de todas as formas conhecidas, e aquelas desconhecidas também. Foi surrado, cortado, queimado, mais de uma vez. Todos os ossos do seu corpo trincavam a cada mínimo movimento, com certeza alguns deles estavam fraturados, mas, ele não conseguia identificar qual. Não havia uma parte do seu corpo que não doesse e ele ainda se perguntava onde encontrava forças para se arrastar.

- Ele é um cara forte, só desmaiou três vezes... - um deles segurou o rapaz pelo pescoço, erguendo-o do chão, fazendo-o berrar de dor - Mas... Parece que temos algumas costelas quebradas aqui e ali.

- Vai... à... merda. - Zayn respondeu com dificuldade.

- Como? O que você disse? - o alfa que o segurava aproximou o ouvido dos lábios do rapaz a fim de ouvir o que ele diria, não esperava que Malik afundaria os dentes em sua orelha e arrancaria um pedaço dela com uma mordida. - DESGRAÇADO! - rosnou alto e dolorido, atirando o corpo magro no chão.

- Vocês devem ser... Mais burros do que eu... Esperava... Se acham que eu vou levar... Vocês até ele. - Zayn comentou assim que cuspiu a parte da orelha do alfa que estava em sua boca, não tinha muita coisa a perder, mas, de hipótese nenhuma os ajudaria a encontrar Louis. - Podem acabar comigo... Nunca vão ter... O Louis.

- Vai ser uma semana divertida. - Jhon comentou limpando as mãos sujas de sangue em sua própria camisa.

- Então chefe... - o outro comentou encarando o corpo de Zayn - O que fazemos com ele?

- Tranquem no quarto, vamos ficar com ele esses dias... O recado precisa ser bem dado...

- Sim senhor.

***

N/A

Tentei não ser gráfica aqui ok? Mas, é isto, até daqui a pouco ♥

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