Para sempre, Juliet

De EllenLopez-

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Eu sempre fui invisível, mas você me enxergou, Evan. Em meio a uma multidão, você me notou, como se eu fosse... Mais

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25 - Evan
Capítulo 26
Epílogo
Agradecimentos
Tarde demais, Mary
OLHOS DE DIAMANTE

Capítulo 18

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De EllenLopez-

Eu estava sentindo que o fim estaria próximo. Afinal a gente sempre acabava numa situação ruim como àquela. E o pior de tudo foi que a maioria delas não foi causada por uma atitude sua, e sim por algo que os outros fizeram.

Eu tenho que admitir que durante anos eu culpei você pelo fracasso de nossa relação, mas depois eu percebi que as circunstâncias nos levaram a fazer tudo que fizemos.

As nossas atitudes foram decisivas. Tudo dependeria de como íamos reagir a cada um dos obstáculos que a vida colocou em nosso caminho.

Mas éramos jovens, inexperientes em relacionamentos. Fizemos bobagens, nos magoamos, acabamos com uma relação que poderia ter dado certo.

Ou não.

Após aquela situação terrível que eu passei, de ficar no relento tomando chuva por conta de uma brincadeira estúpida de um "amigo" seu, você me deixou sozinha por alguns dias.

Eu pedi um tempo, e foi o que você me deu.

Tenho que admitir que no fundo eu esperava que você viesse, que implorasse. Mas eu não queria que você fizesse isso, Evan. Afinal eu sabia que se isso acontecesse eu não iria pestanejar em mais uma vez te perdoar.

Nosso relacionamento foi marcado por muitos perdões, e pouca tentativa de redenção.

Pois simplesmente não tinha o que ser feito. As circunstâncias para o nosso relacionamento funcionar não eram das melhores.

Depois de anos, você ainda tem um impacto enorme sobre mim. Eu escrevo as cartas com um lenço do lado, pois há certas memórias que eu simplesmente não suporto lembrar sem chorar, sem sentir falta daquele abraço com tanto carinho que você me dava.

E eu espero que aquele ato seu que me motivou a escrever essa carta, tenha sido o que eu estou pensando que foi.

Pois se não for, eu não aguentarei sofrer mais essa decepção. Não vinda de você, do primeiro e único homem que eu amei em minha vida.

Haviam se passado dias, eu ia para a faculdade e não via você em lugar algum. E meu orgulho era grande demais para eu ir até você através da internet, ou para perguntar a alguém sobre ti.

E não é como se eu pudesse fazer isso, afinal eu era praticamente inimiga dos seus amigos.

Aber estava passando pelos corredores, e eu o parei para perguntar sobre ti.

- Aber, e o Evan, você o viu no campo ou algo assim?

- Não, Ju. Ele não aparece faz dias. Bryce disse que ele não atende o celular e nem recebe as mensagens no Whatsapp.

- E alguém sabe o que aconteceu?

Eu estava muito preocupada.

- Não. Ninguém do time sabe onde ele mora, então dificulta muito as coisas.

- É tudo culpa minha. - Meus olhos estavam começando a lacrimejar, mas eu tentei conter, afinal chorar no corredor da faculdade com várias pessoas passando para mim era uma vergonha.

- Não, Ju, não é. Você se afastar dele devido a todas aquelas situações é o que qualquer um em seu lugar faria. Não se culpe por isso, por favor.

Aber sempre cuidou de mim como um irmão cuida de uma irmã. Somos próximos desde muito pequenos, passamos mais momentos juntos do que posso me recordar, eu já era praticamente da família dele. Ele tinha problemas com auto estima e eu o ajudei. Teve problemas com garotas e eu também ajudei. Nós éramos assim, sempre ajudando um ao outro, e nunca deixando cair.

- Vou até a casa dele. - afirmei.

- Você sabe onde ele mora?

- Mais ou menos. Ele me deu o endereço uma vez, mas eu nunca fui lá.

- Vá, Ju. Resolva-se com ele. Estou falando isso pois como homem eu sei que o Evan tem as melhores intenções com você.

E isso era verdade. Aber jamais me apoiaria em algo que ele visse que não tinha futuro, ele sempre foi extremamente protetor, principalmente no que se trata de garotos, tinha medo de que eu me magoasse.

Fui para aula, extremamente preocupada. A professora falava e as horas pareciam não passar, eu checava o relógio toda hora na esperança de que estivesse na hora de ir embora.

Entre muitos bocejos e os olhos querendo fechar, finalmente o sinal tocou, e eu saí rapidamente.

Fui para casa tomar um banho, olhei o papel do endereço e caminhei até o carro para ir em sua casa.

Não demorou muito para que eu chegasse.

Sua cada tinha uma grama extremamente verde na entrada, uma cerca branca que aparentemente havia sido pintada não fazia muito tempo, devido ao cheiro de tinta.

Na varanda, haviam duas cadeiras e uma mesinha. A luz estava acesa. Finalmente fui até a porta e bati.

Você abriu.

Você estava sem camisa e usava uma calça moletom preta.

- Oi. - falei envergonhada.

Você veio até mim e me abraçou apertado, parecendo que estava tirando um peso do corpo.

Ficamos em silêncio durante alguns segundos.

- Me desculpe por ter sumido.

- Por que você sumiu?

- Por favor, entre.

As paredes eram brancas, o sofá preto e a casa não tinha nenhuma extravagância, era simples e linda.

Vi sua mãe sentada no sofá assistindo TV. Ela imediatamente se levantou e me abraçou.

- Você é a Juliet? O Evan falou tanto de você. - Ela sorriu graciosamente. - Você é tão bonita. Quer comer alguma coisa?

Ela aparentava ter uns 60 anos, e era extremamente animada.

- Prazer em conhecê-la. - afirmei. - Qual o nome da senhora?

- Jane.

- Mãe, a senhora não pode ficar muito tempo em pé.

- Posso sim ficar um pouco em pé para conhecer minha nora tão querida. Não seja chato, Evan. - disse ela. - É difícil acreditar que um filho meu seja tão certinho e chatinho. - Ela sussurrou em meu ouvido e depois sorriu.

Sua mãe era um exemplo de animação. Era a primeira vez em que a vi e ela foi tão receptiva comigo.

De imediato eu não percebi nenhum sinal de enfermidade nela.

Ela se sentou novamente no sofá.

- Vamos. - você disse me guiando para um corredor.

Entramos em seu quarto, e era um pouco diferente do que eu imaginava. Tinha paredes brancas e um teto forrado com um papel de parede estrelado.
Havia uma mesinha com um computador e alguns bonecos de super heróis, e uma cama de solteiro bem forrada. Um guarda roupa pequeno, e uma estante repleta de livros.

Havia também uma cômoda do lado de sua cama, onde haviam vários papeis espalhados, imaginei que seriam rascunhos de seu livro.

Me sentei na cama, e você se sentou do meu lado.

- Eu tive uma briga terrível com meu pai, bem, ele é o culpado pelo fato de minha mãe estar doente.

- Como assim?

- Eles eram casados. Meu pai a traiu com sei lá, milhares de mulheres. E minha mãe não sabia que ele a traia, ela acabou pegando hiv dele.

Eu jamais poderia ter imaginado isso. Quando você me disse que sua mãe estava doente eu imaginei que fosse câncer. E não isso.

- Nossa, Evan. Eu sinto muito.

- Ele não mora conosco desde que descobrimos isso, mas essa semana ele veio aqui querendo me convidar para sair com ele e a nova mulher dele. Eu imediatamente falei várias coisas a ele e a mulher dele. Inclusive que ele tinha hiv, e bem, você pode imaginar que a reação dela não foi das melhores e a dele também não. Ele acabou com a vida dela, e agora quer bancar o bom homem e bom pai.

- Eu nem sei o que dizer. - afirmei.

- Você não precisa dizer nada. Apenas saiba que eu tenho nojo de homens como ele, e é exatamente isso que não quero me tornar. Eu realmente sinto muito por tudo que houve de ruim entre nós. E se você não quiser mais namorar comigo pode ter certeza que eu vou entender e respeitar sua decisão.

- Eu quero namorar com você, Evan. Eu não quero que isso que temos simplesmente acabe. Eu afirmei que iríamos lutar, e nós vamos.

- Tudo que eu quero é fazer que esse relacionamento seja duradouro. Me desculpe se as vezes não sou o namorado perfeito, mas eu tento ser o melhor que posso para você, pois você merece. Se um dia você não me quiser, pode falar pois eu vou entender. - Seu olho marejava.

- Eu nunca faria isso. - afirmei.

- Fico feliz... Pois você é uma das únicas luzes nesse meu mundo escuro.

- Eu te amo, Evan.

- Eu também te amo, Juliet.

Evan, eis aqui o nono motivo pelo qual eu te amei.

Em um mundo preto e branco, nosso amor era arco-íris.

Nós precisávamos de cor para a nossa vida que era sempre tão cinzenta. Nós precisávamos de amor.

Nós precisávamos um do outro.

E eu, Evan, ainda preciso.

Pois não há nada nesse mundo que vá suprir a falta que eu sinto de você.

É constante, puro, imenso e verdadeiro.

E ele será para sempre.

Juliet.

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