Kiss me

By ezanatto

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Ele sempre tivera a certeza de que existia uma mulher feita pra ele no mundo, e apesar de ter namorado e se a... More

Capítulo 1 - Amor Platônico
Capítulo 2 - Queimando
Capítulo 3 - Infeliz Coincidência
Capítulo 4 - Festa do Pijama
Capítulo 5 - Coragem Líquida
Capítulo 6 - O amor vence
Capítulo 7 - Um só
Capítulo 8 - Aposta
Capítulo 9 - Um aperto de mãos
Capítulo 10 - Tudo
Capítulo 11 - Deus deve estar me punindo
Capítulo 12 - Saudades
Capítulo 13 - Apenas um pedaço de carne
Capítulo 14 - Você merece mais
Capítulo 15 - Conversa de travesseiro
Capítulo 16 - Certeza
Capítulo 17 - Dez semanas
Capítulo 18 - Londres
Capítulo 19 - Apenas respire
Capítulo 20 - Preces
Capítulo 21 - Patagônia
Capítulo 22 - Doze semanas
Capítulo 23 - Mil razões
Capítulo 24 - Oficialmente
Capítulo 25 - No topo da montanha
Capítulo 26 - Feliz aniversário
Capítulo 27 - Futuro marido
Capítulo 28 - Na alegria e na tristeza
Capítulo 30 - Outro tipo de felicidade
Capítulo 31 - Dois presentes
Capítulo 32 - Sete Montanhas
Capítulo 33 - A ruptura
Capítulo 34 - Nada vai acontecer
Capítulo 35 - Sonhos
Capítulo 36 - Destino
Capítulo 37 - Francês
Capítulo 38 - Comida mexicana
Capítulo 39 - 21 de janeiro de 2019
Capítulo 40 - Família
Epílogo - Nossos sonhos

Capítulo 29 - Meu coração, meu lar

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By ezanatto

– Eu não entendo porque ele não atende o maldito do telefone! – rugi, enfurecida, arremessando o celular em um dos sofás do quarto em que estava. Era meio da tarde e o sol permeava através da cortina fina. Vestia apenas um robe de seda e renda branca, os cabelos presos num coque bagunçado, composto por uma trança frouxa e finalizado com pequenas flores cor-de-rosa.

– Provavelmente porque o voo atrasou e ele ainda está dentro do avião – mamãe falou com calma, uma calma que me irritava ainda mais. Ela já estava pronta, trajando um lindo vestido salmão, sentada com as pernas cruzadas no mesmo sofá em que eu jogara o celular – Caitriona, fique calma, essa agitação toda não vai fazer bem para o bebê.

Parei por um segundo, alisando a barriga, a meio caminho da janela. A cerimônia fora marcada para acontecer em três horas, e por mais que fosse íntima, odiava a ideia de algo dar errado. Olhando dali, através das janelas limpas do quarto da pousada, podia ver apenas a última cadeira que fora disposta para receber os poucos convidados. Ainda estava cedo, ele chegaria a tempo, tudo ficaria bem. O bebê chutou, como se sentisse meus pensamentos e quisesse me acalmar, lembrando-me de sua presença.

– Filha, sente-se aqui, vamos – minha mãe deu duas batidinhas no assento ao seu lado, convidando-me – David já está lá no aeroporto esperando, ele vai chegar a tempo.

Me sentei no sofá, a contragosto, mas de que adiantava ficar andando pelo quarto, afinal? Tinha expulsado minhas irmãs do quarto mais cedo, permitindo apenas que mamãe me acompanhasse. Com a promoção da nova temporada de Outlander a todo vapor, Sam não conseguiu remarcar uma importante entrevista e teve que viajar às pressas para os EUA. O plano era que ele voltasse na noite anterior, mas uma tempestade fez com que todos os voos saídos do LAX fossem cancelados. Ele tomou o primeiro avião que conseguiu, mas ainda não tinha dado notícias.

Ouvi o celular vibrar sobre o sofá, e atendi num impulso, sem nem olhar o remetente.

– Oi – ouvi a familiar voz pontuada pelo sotaque escocês do outro lado da linha, e uma onda de alívio me tomou.

– Onde você está? – as palavras escaparam de meus lábios antes que me desse em conta.

– Já pousei, acabei de pegar minha mala e estou vendo o carro agora mesmo – ele falou com calma, como se tivesse todo o tempo do mundo – David trouxe minhas roupas, eu vou dar o jeito de me trocar no carro. Não se preocupe, chegarei a tempo.

– É bom que chegue mesmo! – disse, um sorriso brincando em meus lábios enquanto meu corpo relaxava.

– Em 2h30 estou aí – ouvi uma porta batendo do outro lado, e um cumprimento alegre entre Sam e David enquanto o outro se acomodava no carro.

Talvez tivesse sido uma péssima escolha se casar na praia. Se fosse na cidade, Sam não precisaria encarar as horas de carro e chegaria mais cedo. Mas Lunan Bay conquistara nossos corações desde a primeira vez em que colocamos os pés sobre a areia branca, e a pequena pousada em que estavámos tinha o mais lindo gramado sobre uma colina, o mar se abrindo ao fundo. Era o lugar perfeito, e valia sim a viagem, conclui.

– Te vejo no altar – eu disse, sorrindo de verdade agora. Ele chegaria a tempo.

– Te vejo no altar – ele ecoou, desligando em seguida.

*

O céu estava claro, tão limpo e tão azul que era até estranho. Quando decidimos por um casamento ao ar livre, sabíamos que estaríamos sujeitos às intempéries do clima, e se tratando de Escócia, no outono, um dia chuvoso era algo muito mais comum do que ensolarado. Mas arriscamos mesmo assim, e fomos agraciados com aquele lindo dia.

Tive que subir uma pequena colina, até o local que havíamos escolhido para a cerimônia. Papai me esperava no topo, todo empertigado no paletó grande demais, os olhos brilhando ao ver-me, enquanto mamãe me ajudava com a cauda do vestido.

Eu nunca quis um vestido de noiva de verdade, com rendas e pedrarias, armações e saias bufantes, e a busca por algo de meu gosto, mesmo entre os melhores estilistas, tinha sido infrutífera, até o dia em que bati os olhos naquele vestido. Foi amor à primeira vista. Era simples, básico e lindo, e nada, nada usual – até porque, não era um vestido de noiva realmente. Era branco, com um decote profundo em v, alças finas que levavam as costas expostas, assim como os braços e ombros. Logo acima da barriga proeminente, havia um faixa fina de seda cor-de-rosa que marcava minha cintura. A saia se abria até o chão, com uma pequena cauda. Sobre o branco, e por todo o vestido, haviam centenas de pequenas flores cor-de-rosa, e arabescos num verde profundo.

Era como se fosse a própria imagem da primavera, numa tarde de outono. Sem véu ou grinalda, os cabelos presos num coque, adornados pelas flores que combinavam com o vestido. O buquê era composto por rosas e peônias brancas, algumas folhas de eucalipto. A maquiagem era leve, e as jóias eram apenas a gargantilha que ganhara de Sam, um par de pequenos brincos incrustados com brilhantes que cintilavam ao sol de fim de tarde, e o anel com o enorme diamante rosado que repousava em meu dedo anelar esquerdo desde o pedido.

Meu pai ofereceu o braço, beijando minha a testa enquanto me conduzia. A escolha do local era perfeita: o gramado se estendia até uma faixa de arbustos de cerca de meio metro, que separava o jardim da praia, o mar rugindo ao fundo, em toda sua beleza azul. Cerca de 30 cadeiras de madeira escura estavam ocupadas por nossos familiares e amigos mais próximos, faixas de voal branco ondulando sobre os encostos. O altar era composto por um grande arco de flores brancas e rosas, trançados com folhagens muito verdes, e o caminho até ele, marcado por pétalas de rosas brancas, que se agitavam com a brisa do mar.

Todos se levantaram, os olhares fixos em mim, alguns arquejando em surpresa, enquanto eu avançava lentamente, o piano e violinos ecoando a música que eu escolhera a dedo para esse momento, mas eu não ouvia nada, eu não via mais ninguém, naquele momento, eu só tinha olhos para ele, e ele só para mim.

Sam vestia um conjunto de calças e paletó azul-claros, bem ajustados, revelando as formas de seu corpo torneado. A camisa era branca e o último botão estava aberto, deixando suas clavículas à mostra. Os cabelos se agitavam com o vento, e os olhos azuis refletiam a cor do mar às suas costas. Um sorriso enorme ocupava sua face.

Venci o trecho que nos separava, e meu pai entregou minha mão para Sam, os dois deram um abraço desajeitado. Percebi que meu pai sussurrou algo em seu ouvido. Sam roçou os lábios em minha bochecha direita, de forma terna enquanto me conduzia o resto do caminho até o altar, onde um juiz de paz aguardava.

– Você é a mulher mais linda que esses olhos já viram – ele sussurrou em meu ouvido. O juiz de paz deu início à cerimônia.

Antes que eu me desse em conta, Sam estava de frente para mim, os olhos colados nos meus, minhas mãos nas dele, naquela bolha de felicidade, pronto para pronunciar seus votos.

– Caitriona, eu te amo, – ele começou, um sorriso tão grande em seus lábios, a sinceridade em seu olhar fervoroso – não só por quem você é mas por quem eu sou quando estou com você. Eu te amo, não só pela pessoa que você se tornou, mas pelo homem que está me ajudando a ser. Eu te amo por fazer aflorar o meu lado mais bonito. Eu te amo por ter feito mais do que qualquer um poderia ter feito para que eu fosse feliz, mais do que qualquer destino. Você fez isso, sem um toque, sem uma palavra, sem um sinal. Apenas sendo você mesma e me amando. Por isso eu te amo mais do que a mim mesmo, Caitriona e prometo aqui, te amar e te proteger, por toda a minha vida, assim como a nosso filho – ele levou nossas mãos em concha sobre minha barriga.

Nessa altura do campeonato, as lágrimas já escorriam livremente por minha face, e eu agradecia aos deuses pela existência de maquiagem a prova dágua. Demorei um segundo para perceber a minha deixa.

– Sam, eu prometo te amar ferozmente em todas as suas formas, – falei alto, limpando a garganta com um pigarro, pensando em tudo que já tinhamos passado e em tudo que ainda viria – agora e para sempre. Prometo nunca esquecer que este é um amor único na vida. Eu prometo ajudá-lo a amar a vida, sempre te segurar com ternura e ter a paciência que o amor exige, falar quando as palavras são necessárias e compartilhar o silêncio quando não são. Prometo viver dentro do calor do seu coração e sempre chamá-lo de lar. Eu te amo.

Os olhos dele brilhavam, marejados, quando o juiz perguntou:

– Sam Roland Heughan, aceita Caitriona como sua esposa?

– Aceito – ele falou, sem nem olhar para o juiz. Éramos apenas ele e eu.

– Caitriona Mary Balfe, aceita Sam como seu marido? – ele perguntou, se dirigindo a mim.

– Aceito – declarei, sem nenhuma dúvida, nenhuma incerteza. Ele era meu lar. Ele era meu coração.

Sam deslizou a aliança fininha, coberta de mini diamantes em fileiras – era o par do anel de noivado – em meu dedo anelar, eu encaixei a grossa aliança dourada no dele, e antes mesmo que o juiz dissesse as palavras, como se não pudéssemos esperar mais nenhum segundo, ele puxou-me para si, colando seus lábios nos meus, abrindo-os com sua língua exigente, num beijo lento e sensual, que me fez corar da cabeça aos pés.

*

Nossos amigos e familiares formaram uma fila desordenada para nos cumprimentar, todos compartilhando de nossa alegria, com abraços apertados, apertos de mãos e a maioria das mulheres, com os olhos marejados enquanto nos parabenizavam não só pela união, mas pelo bebê. Depois disso conduzimos todos para a praia, onde uma tenda rústica fora montada, a estrutura de madeira, voal branco na cobertura e nos pilares ondulava à brisa de fim de tarde, o sol finalmente se pondo ao fundo, e inundando a praia com a sua luz ofuscante, pintando o céu azul com tons de rosa e laranja, um espetáculo a parte.

Na tenda, havia uma mesa comprida, com toalhas brancas e cadeiras para todos os convidados se acomodarem. Dois lustres iluminavam a mesa, com o auxílio de algumas tochas que bruxuleavam nos pilares laterais. Uma enorme fogueira tinha sido acesa ao lado, banhando tudo com sua luz alaranjada. Sobre a mesa, alguns arranjos de rosas e peônias brancas, como o buquê.

O jantar e os brindes passaram num piscar de olhos, e quando me dei em conta, Sam me puxava pela mão em direção à fogueira, enquanto todos estavam distraídos com a recém servida sobremesa. Ele olhou pra mim, sorrindo de orelha a orelha, como estivera a noite toda, e passou a fogueira, seguindo para o sul, cada vez mais longe da tenda. A noite já tinha caído e a única fonte de luz que nos guiava era a lua cheia, brilhando sobre nossas cabeças.

– Estamos fugindo de nossa própria festa? – eu perguntei, já cansada de carregar a cauda do vestido enrolada no braço enquanto ele me puxava, mais e mais longe do barulho de risos e conversas.

– Só por alguns minutos – ele disse, percebendo que eu arfava – Me desculpe. Acho que aqui está bom. Tá tudo bem?

– Ahm, sim, só tô cheia de peso extra hoje – sorri, soltando a cauda. Ele sentou-se na areia, sem cerimônias. Resolvi que também não me importava em sujar o vestido e sentei-me ao seu lado, meu braço tocando o dele – Por que fugimos?

– Eu queria um momento sozinho com minha esposa – ele sorriu, aqueles olhos me encarando intensamente – Minha esposa – repetiu, segurando minha mão esquerda na sua e beijando-a sobre os anéis – Eu te amo.

– Eu te amo, meu marido – falei, aproximando meu rosto do dele, e assim que nossos lábios se tocaram, minha língua exigente abriu caminho para sua boca, dando continuidade ao beijo quente que começamos no altar, habilmente interrompido por um pigarro de meu pai na ocasião. Sam tocou minha face, fazendo um carinho em minha bochecha, enquanto minhas mãos abriam seu paletó, e sua camisa, deixando seu peito exposto. Ele pareceu surpreso por um segundo, e então sua expressão mudou, as sobrancelhas levantadas e um sorriso diabólico.

– É isso que você quer?– ele disse, deslizando uma mão para dentro do decote de meu vestido, um acesso fácil aos meus seios, acariciando meu mamilo com a ponta dos dedos – Ou isso? – ele ergueu a barra de meu vestido, abrindo caminho entre minhas pernas até atingir meu centro, já úmido. Eu apenas gemi em resposta, e ele sabia muito bem o significado daquele gemido.

De onde estávamos, não tinha como ver a tenda, mas ainda ouvíamos o eco das risadas dos convidados quando ele abaixou-se, de joelhos a minha frente, erguendo as saias do meu vestido até a cintura enquanto se enterrava em mim, a língua exigente reivindicando toda minha atenção. Minhas mãos agarravam inutilmente punhados de areia, enquanto gemidos baixos me escapavam. Ele mordiscou minha coxa direita, voltando imediatamente para meu centro, onde chupou com força e eu senti meu interior vibrar, me fazendo perder totalmente o controle de meu corpo, que se contorceu e estremeceu num grito mudo.

Ele baixou o vestido e sentou atrás de mim, apoiando meu tronco enquanto eu me recuperava do que acabara de acontecer. Eventualmente eu percebi que ele se chacoalhava numa risadinha.

– O que foi? – perguntei, olhando-o curiosamente.

– Não é nada – ele falou, ainda rindo.

– Sam, fala logo – lancei meu melhor olhar de ordem, ele sabia que eu odiava quando não me contava as coisas.

– Tudo bem – ele pareceu escolher as palavras por alguns segundos – Não que eu esteja reclamando, longe de mim – começou – mas você nunca usa calcinha?

Eu sorri, demorando um segundo para absorver a pergunta.

– Uso... normalmente – comecei – mas quando eu sei que só vai atrapalhar, nem me dou ao trabalho.

– Ah, então você apenas facilita a minha vida? – ele gargalhou.

– Sua vida e meu prazer né? Sou uma mulher prática – eu disse simplesmente.

Ficamos ali por mais alguns minutos, nós dois, a lua e o mar.

– Temos que voltar – constatei.

– Já consegue ficar de pé? – ele perguntou, ainda rindo.

– Minhas pernas ainda parecem gelatina, mas acho que sou capaz de chegar na tenda – repliquei, refletindo seu sorriso, enquanto ele se levantava, esticando a mão para me ajudar.

*

– Eu já disse que não tem a mínima necessidade de me carregar, Sam – esbravejei, enquando ele me erguia no colo, sob protestos.

– É uma tradição milenar, Caitriona, que o noivo carregue a noiva para dentro do quarto no colo, você sabe disso – ele explicou, tentando não transparecer o esforço que fazia ao me carregar pelo corredor.

– Quem vê você realmente se importa com tradições – sorri, enrolando meus braços em torno de seu pescoço, me conformando com o fato de que ele não me soltaria no chão até que entrássemos no quarto.

Nossa família e a maior parte dos convidados ficou hospedada na pequena pousada onde celebramos o casamento, enquanto Sam e eu fomos de carro até a cidade, procurando mais privacidade. Ir para casa não era uma ideia, já que, antes de tudo, aqueles flats (tanto o meu, quanto o dele) não eram nossa casa, nosso lar. Foram nossa moradia por anos, mas nunca nosso lar. A casa sobre a montanha, aquela sim, seria um lugar para chamar de nosso, mas uma vez que ainda não estava pronta, nos contentamos com um suíte luxuosa num hotel, a cerca de 10km de Lunan Bay.

Sam me entregou o cartão antes que chegássemos à porta, indicando para que eu o passasse em frente ao leitor, destrancando o quarto. Com algum esforço, ele conseguiu abrir a porta, segurando-a com a perna enquanto deliberadamente entrava com o pé direito, fechando-a atrás de si em seguida. O quarto era aconchegante, com papéis de parede em tons de creme e dourado, a enorme cama coberta por uma colcha nos mesmos tons. Havia uma pequena mala aberta sobre uma mesa num canto, que eu tinha me certificado que estaria ali nos esperando. Demos uma olhada rápida no quarto, e em seguida ele deu um beijinho quente na minha testa, me depositando com cuidado sobre a cama.

– Pra quê a mala? – ele perguntou, uma das sobrancelhas erguidas de forma inquisitiva.

– Não achou que eu fosse ficar nesse vestido a noite toda, né?– respondi, me levantando da cama, e indo até a mala. Ele me pegou pela cintura, me puxando contra si.

– Não tenho a mínima intenção de te deixar nesse vestido – sussurrou em meu ouvido, sua respiração eriçando todos os pelos de meu corpo, enquanto suas mãos buscavam o zíper lateral, abrindo-o sem dificuldades. Ergueu uma das mãos até a alça fina e quando estava prestes a empurrá-la pelos meus ombros, me afastei um passo, um sorriso brincando em meus lábios.

– Ainda não – falei, pegando um saco de tecido de dentro da mala e indo para o banheiro antes que ele pudesse reagir. Fechei a porta atrás de mim, deixando claro que ele não deveria entrar.

Empurrei a alça do vestido e ele caiu um bolo aos meus pés, me deixando completamente nua, uma vez que eu não usava nada por baixo. Sorri, imaginando qual teria sido a expressão dele se eu tivesse deixado com que prosseguisse logo antes.

Cinco minutos depois eu saí do banheiro trajando um conjunto de lingerie de renda marfim, cobertos por um fino robe da mesma renda, o laço na cintura destacando a barriga – felizmente livre do hematoma. Tive a satisfação de ver Sam boquiaberto enquanto eu desfilava pelo quarto. Ele estava deitado na cama, o paletó, cinto, sapatos e meias jogados num canto. Tinha aberto outro botão da camisa branca, deixando mais de seu peitoral exposto.

– Jurava que você tinha me dito que era uma mulher prática – ele falou depois de alguns segundos onde apenas nos falávamos com o olhar, aquele silêncio contemplativo quebrado pela piadinha – Que pena que não vai sobrar muito dessa sua lingerie pra contar a história.

– O que você pretende fazer com ela? – perguntei, enquanto ele se levantava, prostrando-se a minha frente. Ele me puxou pela cintura, colando nossos corpos da melhor forma possível.

– Talvez eu poupe esse robe – ele sussurrou em meu ouvido, mordiscando o pé da orelha enquanto abria o laço do robe, deixando minha barriga exposta. Ele olhou de forma terna para ela, ainda que os olhos estivessem famintos, e fez uma carícia sobre a protuberância, abaixou-se apenas para depositar um beijo nela. Em seguida, empurrou as mangas do robe, fazendo com que ele escorregasse por meus ombros e braços, caindo numa nuvem de renda marfim no chão polido do quarto. Ele sorriu, aprovando minha escolha de lingerie.

– Duas peças – falei num fio de voz, quase um arquejo, enquanto ele dava a volta em mim, como um lobo cercando sua presa.

– O quê? – ele perguntou, distraído com a visão.

– Estou vestindo apenas duas peças...segundo minhas contas, estou em desvantagem – apontei para as roupas dele – Três peças.

– E você quer que eu tire? – questionou, os olhos famintos me encarando enquanto levava uma das mãos até o primeiro botão da camisa.

– Não – respondi, afastando a mão dele – eu tiro pra você – e me ocupei em abrir os botões. Cinco botões. Desabotoei lentamente, sem pressa, um por um, tomando o cuidado de não encarar aqueles olhos enquanto me incumbia da tarefa. Quando finalmente terminei, me afastei um passo, abrindo a camisa e revelando seu peitoral torneado, alguns poucos pelos claros despontando ali. Levei minha mão até sua barriga, traçando os músculos definidos do abdome com o dedo indicador até que ele grunhiu, me tirando do transe. Ele terminou de tirar a camisa, que caiu sobre meu robe.

Eu tinha apenas retirado o arranjo dos cabelos, que permaneciam presos num coque. Ele deu a volta em mim novamente, parando à minhas costas. Traçou a curva das minhas omoplatas com as mãos antes de começar a retirar os grampos, beijando meu pescoço à intervalos, cada vez que uma mecha de cabelo se soltava e deslizava por ele.

Quando meu cabelo estava finalmente livre de todos os grampos, caindo em ondas por minhas costas, ele me empurrou contra a parede, pressionando seu corpo contra o meu para que eu sentisse a prova incontestável de seu desejo, enquanto ele beijava minhas clavículas, a pele formigando onde ele a tocava. Senti suas mãos escorregarem em minhas costas, abrindo habilmente o sutiã, mas estava distraída com a boca dele tomando a minha num beijo quente, nossas línguas se tocando numa dança silenciosa ao mesmo tempo que suas mãos ligeiras escorregavam as alças do sutiã por meus braços. Só percebi que tinha efetivamente tirado meu sutiã quando ele se abaixou, alcançando meus seios, agora livres. Ele agarrou o esquerdo numa massagem, acariciando meu mamilo rígido com a ponta dos dedos, enquanto tomava o direito na boca, chupando com força, e lambendo em seguida, ao som de meus arquejos.

Ainda sem nenhuma palavra, ele abaixou minha calcinha com a boca, até meus joelhos, enterrando a mão livre entre minhas pernas. Me lançou um olhar satisfeito ao constatar a umidade, voltando em seguida a atenção ao outro seio, que mordiscou, chupou e lambeu como o primeiro, enquanto massageava meu centro, me fazendo gritar em êxtase, implorando para que não parasse. Apenas a parede fria às minhas costas me mantinha conectada ao mundo em meio a todo aquele prazer, quando ele deixou meus seios e se ajoelhou em frente a mim, repetindo o que fizera na praia, apenas algumas horas antes, até que meus joelhos cedessem.

Me pegou no colo e me levou até a cama, novamente me depositando com cuidado sobre os lençóis brancos, espalhando meus cabelos sobre o travesseiro. Terminou de tirar as calças e ajoelhou-se ao meu lado.

– Eu quero você agora – ordenei, puxando-o sobre mim, onde ele se encaixou habilmente, enterrando seu membro em meu centro, me fazendo gemer em resposta.

Com a barriga entre nós, ele não conseguia me beijar facilmente, ou mesmo alcançar meus seios, então se concentrou nos movimentos de vai-vém, enquanto gemíamos em uníssono, a cada estocada, até que ele atingisse o clímax, vibrando enquanto eu sentia seu calor se derramar dentro de mim. Ele deitou-se ao meu lado, me puxando para seu peito, onde me aninhei com prazer e então depositou um beijinho em minha testa.

– Minha esposa – ele disse, um sorriso leve em seus lábios, os olhos abertos, porém distantes, lutando contra o sono.

– Meu marido – respondi, feliz com a forma que aquelas palavras soavam ao sair de minha boca. Meu marido. Meu coração. Meu lar. Meu tudo.


N/A: Esse capítulo é muito importante pra mim, como escritora, pois fecha um ciclo nessa fic. Não é o fim, mas estamos caminhando para ele e sinto que fiz jus aos outros 28 capítulos. Fiz muita pesquisa, procurei muita referência e fiquei mais nervosa que a noiva pra esse casório. Tudo aqui, não é como eu, Eloise, gostaria de casar, e sim, como meus personagens, conforme as personalidades que eu construí, se sentiriam felizes. Espero que tenham gostado <3

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