How to save a life ~ ABO ~ l.s

By lourrystt

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Amelia e Louis tiveram uma ligação instantânea, imediata. Ninguém saberia dizer porque, mas, o que importava... More

Meet Amelia
It feels like fate
Taking care of you
Home
The A Team
The Magic Song
Brotherhood
The death of the past and a new life
The Solution
Trip routine
Jealous
First touch, first kiss
Meet Baby Bear
Only Angel
Date night
Naked
For I can't help falling in love with you
Intensity
Heaven
The One
Changing
Arlo
Meet Richard Alexander Payne
Soulbond
Protection
He's gone
Finding Louis
Pain
Strong
Family love
Epílogo: Meet Violet, Aaron and Morgan
Agradecimentos, notas e rasgação de seda

Falling apart

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By lourrystt

N/A

Avisos importantes, a partir de agora:

1 - os diálogos entre o Harry e o Louis que forem feitos em itálico não estão acontecendo, como eu posso dizer, do jeito normal. Como vocês perceberam, eles podem ouvir os pensamentos um do outro, vamos dizer que os diálogos mentais vão se aprimorando.

2 - as coisas vão começar a dar errado de novo, preparem os little hearts de vocês, tá bom? :)

No mais é só isso mesmo, perdão pelos erros e enjoy <3

***

De todas as formas que alguém poderia se sentir encurralado talvez a pior delas fosse um segredinho sujo, algo que esconde de todos e protege com a sua própria vida, Louis tinha isso. Apesar de seu passado não ser um completo mistério ao seu companheiro e à uma de suas irmãs, ele ainda carregava o peso de não ser completamente livre para mais ninguém, e tinha muita gente envolvida naquela história, pessoas por quem ele tinha um apreço muito grande, a família que a vida havia lhe presenteado como uma segunda chance e para quem ele sentia que devia, no mínimo, a verdade.

Mas, faltava-lhe a coragem, mesmo porque, como ele faria isso? Organizaria um chá da tarde onde contaria sobre seu passado obscuro? Uma noite de queijos e vinhos, quando se aproveitaria do estado de quase embriaguez de todos para mencionar seu antigo emprego? Carecia de coragem. Carecia também de aceitação. Louis não conseguia aceitar o próprio passado e, por consequência, não conseguia deixá-lo completamente para trás, o carregava por aí como uma maldita mala de roupas velhas.

Talvez por isso vivesse à espreita, na espera de que algo viesse e lhe arrancasse daquilo que ele considerava a felicidade plena ou, na expectativa de que com o tempo, esquecesse tudo, algo que, em sua concepção, estava demorando demais para acontecer. Àquela altura, as pessoas a quem ele mais amava e por quem daria a vida, juntas, não somariam 10 anos. Amelia e Arlo. Os filhotes ocupavam sua vida e sua mente o suficiente para distraí-lo pelo menos um pouco do quê de melancolia que o acometia vez ou outra.

E tinha Harry. Ah, Harry era outra coisa. Harry era... Maravilhoso. Se Louis tivesse imaginado que se casaria, que um alfa o reclamaria e o marcaria, com certeza teria imaginado Harry. Com seus olhos verdes e cachos embaraçados, meio engordurados, mas, absurdamente lindos, os lábios cor-de-rosa e cheinhos, o maxilar desenhado e o sorriso de covinhas, a maldita mania de mexer nos cabelos colocando-os no lugar, o tique de enrugar o nariz quando não gostava de alguma coisa. Se ele tivesse sonhado com um alfa, sonharia com Harry, ele era a realização do sonho nunca sonhado, da realidade da qual não imaginava ser merecedor e, ainda assim, lá estava ele.

Naquele fim de tarde, quando Harry chegou e contou que eles sairiam para jantar, Louis teve um mal pressentimento, talvez não exatamente assim, algo como uma sensação ruim. Quis recusar o convite, mas, sabia como a relação do seu alfa com Niall estava estremecida e como aqueles momentos eram importantes para ele, não queria contribuir, de modo algum, para o afastamento dos dois, mesmo que isso significasse conviver de perto com a sensação de que o alfa irlandês era simpático demais.

O que o transformava em uma incógnita para o ômega e deixava Louis extremamente desconfortável. Fosse com os comentários discretos, porém, inconvenientes sobre o seu corpo fosse com as lembranças jogadas aleatoriamente que deixavam a impressão de que era tudo de propósito. As recordações que giravam sempre em torno de Alex e que deixavam Tomlinson extremamente incomodado.

Talvez ele estivesse exagerando, então foi com esse pensamento que ele ignorou a sensação ruim, decidindo que acompanharia o alfa naquele jantar, afinal, era só um encontro entre amigos. O que poderia dar errado? Além do que, Harry lhe passava confiança suficiente para acreditar que acontecesse o que acontecesse, ele ficaria bem.

Ligaram para a babá, que felizmente ou não, pôde ficar com as crianças. Assim que ela chegou. às oito da noite em ponto, e após vários minutos de recomendações, Louis e Harry partiram juntos para o restaurante. O caminho silencioso foi percorrido com o alfa atento à estrada enquanto o ômega fazia um carinho gostoso em seus cabelos. Estacionaram um pouco afastados da entrada por causa da quantidade de carros, mas, sem duvidas atraíram olhares quando seguiram de mãos dadas pela calçada. Formavam um casal tão bonito.

Louis e seus inseparáveis jeans skinny que se acomodavam tão perfeitamente às suas curvas que pareciam ter sido costurados no corpo do ômega, dessa vez havia escolhido um preto. Vestia uma camisa social bordô, manteve os dois primeiros botões abertos e, propositalmente ou não, combinava com o par de vans vermelho-escuro que calçava. Seria brega em qualquer um, menos nele. Os cabelos desalinhados exibiam a franja castanha que caía sobre a testa e era quase como uma moldura para os olhos azuis que cintilavam feito duas estrelas no céu. Possivelmente a felicidade transbordando no olhar. Envolveu o braço do alfa com o seu e encostou levemente a bochecha ali, sentindo que ali era o único lugar onde deveria estar.

Harry não estava muito diferente, estonteante em seus jeans pretos, camisa cinza, sobretudo listrado e um par de botas marrons das quais ele ainda não havia se separado desde que Louis havia afirmado serem as suas preferidas. Uma echarpe preta com listras nas pontas completava a roupa, um toque delicado, por assim dizer, no que possivelmente seria uma escolha sóbria demais para o alfa cacheado que ficou tentado a sair com suas calças amarelo-brilhante.

Chegaram à entrada do restaurante e Harry imediatamente retirou o sobretudo e a echarpe, entregando-os ao recepcionista que os esperava para levá-los à mesa, sua marca exibia-se teimosa sobre seu ombro parcialmente coberto, algo que chamou a atenção do ômega que os recebeu e encheu Louis de algo parecido com presunção, nada que ele não tenha matado rapidamente, não sem antes exibir um sorrisinho vitorioso por ser, possivelmente, o único ômega com um alfa marcado daquela cidade.

Sentaram-se à mesa e esperaram. Foram os primeiros a chegar. Conversaram amenidades, flertaram como um casal de adolescentes e Louis sentiu uma pontinha de inveja: Harry podia exibir sua marca, mas, ele não podia exibir a marca do alfa, uma vez que ela enfeitava-lhe o quadril bonito, e, a não ser que andasse sem roupas por aí, não tinha como.

- Eu posso mudar isso e fazer uma nova no seu pescoço... - o cacheado brincou, sem deixar de manter o tom puramente sexual da proposta.

- Eu adoraria que você fizesse uma marca nova. - o ômega deu uma piscadela.

Evitavam bebidas alcóolicas desde o encontro na cidade natal de Harry. Considerando que o alfa se sentia extremamente culpado, provavelmente era culpa sua o nascimento prematuro de Arlo, culpa da sua completa irresponsabilidade em permitir que Louis bebesse enquanto ainda estava grávido, optaram por coquetéis de fruta sem álcool enquanto aguardavam.

Os primeiros a chegar foram, obviamente, Liam e Cheryl, quase tão bonitos quanto eles. O cheiro da ômega invadiu o restaurante literalmente enchendo o ambiente, era tão marcante que se sobrepôs até mesmo ao de Louis. Os dois caminharam de mãos dadas até a mesa, acompanhados pelo mesmo recepcionista, que os levou até onde Harry e Louis estavam. Sentaram-se ali e, como, para eles, não havia qualquer promessa sobre álcool, pediram uma garrafa de vinho, com certeza Niall a dividiria com eles quando chegasse, ele e sua famosa ômega.

A propósito, estavam atrasados.

Niall sempre gostara de entradas triunfais, gostava de ter as atenções voltadas para si, sabia que naquela noite precisava da atenção de todos, por isso o atraso proposital. Sugar ainda não havia lhe contado seu nome verdadeiro, mas, para o que ele planejava, ela sequer precisava ficar muito tempo no lugar. Fez questão de levá-la exatamente como ela costumava se vestir no trabalho, quanto mais atenção chamasse, melhor. Adentrou o recinto e, como já esperava, todos os olhos se voltaram para o "casal".

- Ah não... - Liam comentou estapeando a própria testa quando viu quem Niall havia levado com ele. - Ele, realmente, trouxe uma das ômegas ninfetas com quem ele passa o hut dele.

- Isso é só pra provar um ponto... - Harry rolou os olhos, virando-se para onde Liam olhava.

- Eu não to acreditando que o Niall veio passar essa vergonha... - Cheryl respondeu com uma expressão que variava entre incredulidade e asco.

Louis achou graça dos comentários e virou-se também para encarar a moça que provavelmente estava bem ao lado do alfa irlandês e sabe quando você está assistindo a um filme de terror e o personagem se vira lentamente num local escuro, supostamente vazio, mas, dá de cara com o monstro? A reação do ômega foi justamente essa quando viu quem acompanhava Niall.

- Pronto, já fiz o que você me pediu, agora eu preciso voltar, não quero arrumar problema com o meu chefe, e nem você devia querer isso...

- Pode ir, aliás, muito obrigado docinho. - aproximou-se da ômega deixando um beijo demorado na bochecha dela.

- Mas, afinal, quem são seus amigos? - Sugar passeou os olhos pelo restaurante, sem se afastar do carinho.

- Aquela mesa lá no canto... No fundo do restaurante. - Niall tinha um sorriso macabro no rosto, enquanto sussurrava para a moça e apontava a mesa que eles ocupavam.

Por pouco os olhos acastanhados de Sugar não trombaram com os azuis amedrontados de Louis, que virou-se bruscamente, desejando fundir-se à mesa, ou ao piso, esperando tornar-se invisível para que ela não o visse ali. Sem saber bem o que fazer, seus instintos mandaram-no se esconder e ele levantou-se rapidamente, assustando Harry que o encarou com os olhos arregalados.

- Eu preciso ir ao banheiro, com licença. - sentenciou, apressando-se a sair dali e correndo para o banheiro.

- Mas, que diabos. - Harry o assistiu correr para o banheiro sem entender nada, fez menção de se levantar para ir atrás do rapaz, mas, seu antebraço foi segurado por Cheryl, que delicadamente impediu que ele o fizesse.

- É isso que o Niall causa nas pessoas, faz elas saírem correndo DE MEDO. - Cheryl sentenciou. - Eu vou atrás dele, com licença meninos.

Deixou um selinho nos lábios de Liam e fez o mesmo caminho que Louis havia feito, só que menos apressada, assim que alcançou o banheiro destinado aos ômegas, duas moças que saíam dali comentavam sobre um "ômega que tinha entrado chorando" e que "se ele tivesse discutido com o alfa que o acompanhava, elas poderiam se revezar para consolar o cacheado". A ômega rosnou contido, olhando-as com uma cara emburrada enquanto as moças davam de ombros e saíam batendo os saltos sobre o piso espelhado.

- Mas, olha só que generosas... - antes de entrar, disse alto o suficiente para que elas ouvissem. - Cuidado pra não morrer afogada nesse mar de generosidade, INFERNO! - berrou, batendo a porta atrás de si. - Louis, se eu fosse você eu saía agora mesmo desse banheiro porque tem galinha querendo pular no teu poleiro... Se rimou é porque é verdade.

Cheryl caminhou pelo banheiro empurrando as portas das cabines procurando pelo ômega, enquanto cantarolava o nome de Louis. Empurrou três ou quatro portas antes de encontrar a última trancada.

- Lou, o que aconteceu? Loooooooou... - cantarolou um pouco mais.

Quando percebeu que não conseguiria fazê-lo sair, Cheryl decidiu que ficaria ali até que ele melhorasse. Encostou-se na porta da cabine e cruzou os braços, suspirando pesadamente enquanto fazia o ômega entender que ela não sairia dali sem ele. Batia com os sapatos sobre o pisco branco enquanto fazia um biquinho entediado. Alguns minutos se passaram quando algo lhe ocorreu.

- Dear Prudence, won't you come out to play? - Cheryl começou a cantar baixinho - Dear Prudence, greet the brand new day... - a ômega entrou na cabine ao lado, e subiu com cuidado no vaso sanitário, apoiando-se sobre a divisória de madeira finíssima que separava uma cabine da outra - The sun is up, the sky is blue, it's beautiful and so are you, dear prudence... won't you come out to play?

Cheryl esticou um dos braços tentando tocar a cabeça de Louis que fungou baixinho achando graça do esforço que ela fazia para acalmá-lo, encostou-se e ergueu a cabeça para olha-la, levantou o braço, segurando a mão que tentava alcança-lo, vendo a ômega abrir um sorriso largo de covinhas exibidas.

- Pode continuar, anda, vamo... - Tomlinson desafiou, apertando os dedos finos entre os seus.

- Dear Prudence, let me see you smile... Dear Prudence, like a little child! The clouds will be a daisy chain, so let me see you smile again... Dear Prudence, won't you let me see you smile? - Tomlinson se esforçou ao máximo para não sorrir, mas, falhou miseravelmente.

- Você pulou uma parte, assim não vale. - sorriu sem mostrar os dentes.

- É que eu precisava dessa parte pra ver essa sua risadinha - deu uma piscadela - Vamos lá, Prudence... O que quer que esteja afligindo a sua cabecinha não vale uma noite inteira trancado num banheiro nos privando da sua presença iluminada.

- Engraçadinha... - o ômega resmungou, levantando-se finalmente e saindo da cabine.

Cheryl fez o mesmo, seguindo-o até as pias, encostou-se no mármore e cruzou os braços olhando o ômega que lavava as mãos um tanto desconcertado depois da pequena cena que havia protagonizado. E ainda havia o pior, ele realmente não poderia se esconder no banheiro até aquela garota ir embora, e ele realmente não sabia o que fazer quanto a isso, o medo latente em seu coração não o deixava pensar direito.

- Você não pretende mesmo me contar o que aconteceu? - Cheryl insistiu.

- Não sei Chez... Eu... - apoiou os braços sobre o mármore e curvou o corpo para frente, suspirando de modo profundo e longo.

- Lou... - a ômega tocou o ombro do rapaz - Por que parece que você tá carregando o mundo nas costas e não quer deixar ninguém te ajudar?

- Porque é mais ou menos isso mesmo. - ergueu a cabeça para olha-la, a expressão verdadeiramente preocupada da ômega o fez sentir-se mal - O que você precisa saber é que eu não quero voltar a viver uma vida onde o Harry não exista.

- Por que você precisaria?

-Não importa o que eu faça ou o quanto eu corra, o meu passado sempre volta pra me assombrar, sempre me alcança, feito uma dessas comédias românticas bem clichê, só que no meu caso, possivelmente, não vai ter um final feliz.

- Você pode começar parando de comparar a sua vida à um filme, como se tudo que aconteceu não tivesse acontecido de verdade...

- Foi uma metáfora Chez.

- Uma metáfora ruim. - ela cruzou os braços, parecia magoada - O Harry... Aliás, todos nós demos provas suficientes, aqui ninguém gosta pela metade Lou, nós estamos aqui inteiros pra você, mas, você não tá inteiro pra gente! Nós recebemos você de braços abertos, você é nossa família também... - suspirou resignada aproximando-se do rapaz e segurando-lhe as mãos - Eu não faço ideia do que pode ter acontecido com você no passado e você não precisa contar se não quiser, mas, precisa deixar isso pra trás e aceitar a gente. Você não é só um Styles agora, você é um Payne também, e no clã Payne-Styles a gente cuida um do outro, você só precisa deixar.

Depois de mais alguns minutos conversando, os dois saíram do banheiro, mesmo porque o lugar começou a ficar muito cheio, quando voltaram somente os três alfas ocupavam a mesa. Louis sentou ao lado de Harry, que o olhou curioso.

- Está tudo bem? - não, o alfa não perguntou isso do modo convencional.

- Está... - Louis respondeu sem perceber, arregalou os olhos quando todos na mesa o encararam sem entender muita coisa - Está uma noite linda hoje. - o ômega disfarçou.

- Precisamos trabalhar essa coisa de ouvir pensamentos. - Harry deu uma risadinha sabendo que Louis tinha ouvido quando ele o olhou novamente.

Louis encostou-se ao corpo do alfa, entrelaçando seus braços e por fim os dedos, apoiando as duas mãos juntas sobre a coxa de Harry, que o olhou de modo carinhoso, aproximando-se para beijar a testa do ômega, o menor fechou os olhos aproveitando-se do carinho. Em um lampejo de sanidade, Niall teve a impressão de que talvez aquela ideia não tivesse sido uma das suas melhores, preocupou-se por um instante que o seu divertimento pudesse ter consequências graves, mas, quando viu o casal conversando animadamente, enfureceu-se outra vez.

Como diabos Harry Styles podia ter tudo que ele mais queria? Por várias vezes perguntou a si mesmo se ser um completo trouxa era garantia de uma vida plena e feliz, porque era o que parecia. O alfa cacheado havia lhe tirado tudo, se não fosse por aqueles malditos olhos verdes, certamente Alex e Amelia seriam dele, e pela segunda vez a vida lhe dava de bandeja uma nova chance, uma nova família, por que Styles merecia aquilo e ele não? Sorriu amarelo sem participar muito da conversa, mesmo porque, ele não tinha filhotes, e, incrivelmente esse era o único assunto que aqueles pares insuportáveis conheciam.

- E cadê sua ômega, Nialler? - Liam chamou sua atenção.

- Ela não pôde ficar... - respondeu um tanto amargurado.

- Isso a gente viu. - Cheryl completou - Na verdade o que a gente tá querendo saber é por que ela não pôde ficar, ela também é médica?

- Mais ou menos... - o alfa irlandês retesou, Louis também - Eu a conheço faz pouco tempo, não sei muito da vida dela.

- Ah, que bonito, você ia apresentar pra gente uma ômega que você conhece "faz pouco tempo" - Liam o rolou os olhos - Romântico.

- Bom, o Louis ficou uma semana no hospital antes de ir morar com o Harry, vemos aqui que vocês tem pouco ou nenhum embasamento teórico para me criticar, estou correto? - deu de ombros sob os olhares incrédulos - O que é? Eu to mentindo por acaso?

Harry estava prestes a iniciar uma discussão sobre a forma como Niall tratava Louis, mas, não teve tempo, Sugar entrou novamente no restaurante, caminhando decidida em direção ao alfa irlandês. O corpo esguio já estava coberto por uma calça jeans coladíssima e os saltos das botas faziam um ruído um tanto alto quando batiam no chão.

- Ni, eu preciso de ajuda... Sabe... O meu chefe não tá nada feliz com... - Sugar havia posto os olhos no ômega sentado ao lado de Niall e engasgou assustada.

Tomlinson apenas abaixou a cabeça na esperança de tornar-se milagrosamente invisível, ou que os últimos meses tivessem mudado sua aparência tão drasticamente que seria impossível para ela reconhece-lo, mas, quando Sugar interrompeu a frase no meio, ele soube que ela o viu. Engoliu com dificuldade e a olhou. A menina arregalou os olhos, dando alguns passos apressados e desajeitados para trás, trombando em um garçom que passava por ali.

Niall levantou-se apressado, segurando-a pela cintura e impedindo que ela fizesse uma bagunça. De modo instintivo, Louis prendeu a mão de Harry com certa força, deixando o cacheado ainda mais confuso. O silêncio durou alguns minutos antes de a ômega se soltar dos braços do irlandês e correr atordoada para fora do restaurante.

- Eu tenho que ir atrás dela. - Horan avisou, correndo pelo mesmo lugar por onde Sugar havia passado.

Do lado de fora, a ômega havia acabado de parar no meio da calçada e curvar-se sobre o próprio corpo, apoiando as mãos sobre os joelhos. Respirava difícil, estava enjoada e assustada, começou a tossir.

- Sugar... - aproximou-se de Sugar, segurando as costas da menina.

- É o... É o... - acabou por vomitar ali mesmo, sem conseguir lidar com o nervosismo.

- Para com essa cena, anda. - tirou um lenço do bolso, fazendo-a se levantar, tapando a boca da menina e levando-a até seu carro.

- QUE MERDA É ESSA? - a ômega ralhou assim que se viu dentro do veículo, empurrando as mãos de Niall para fora do seu rosto e o olhando enfurecida - AQUELE É O LOUIS, VOCÊ SABIA DISSO? SABIA? - estapeou os braços do alfa.

- VOCÊ PRECISA SE ACALMAR! É CLARO QUE EU SABIA!

- EU NÃO VOU ME ACALMAR! O LOUIS TÁ VIVO... Tá vivo e tá bem aqui... Do outro lado da cidade... - repetiu mais para si mesma do que para Niall, enquanto tentava se convencer de que aquilo estava mesmo acontecendo - VOCÊ SABE O QUE AQUELE CARA VAI FAZER COM O LOUIS QUANDO SOUBER???? VOCÊ TEM NOÇÃO DA MERDA QUE VOCÊ TÁ FAZENDO?

- Primeiro você tem que parar de gritar e de chamar atenção, se você não quer que ninguém saiba tem que parar com esse show!

- NIALL, SEU BABACA, NÃO TEM COMO! - segurou o alfa pelo colarinho da camisa - ELE VAI ACABAR COMIGO SE EU NÃO CONTAR E SE ELE IMAGINAR QUE EU SEI ALGUMA COISA SOBRE O LOUIS, ELE VAI ME BATER ATÉ EU CONTAR, E BREAKING NEWS, ELE VAI ME MATAR QUANDO TIVER A INFORMAÇÃO QUE ELE QUER!

O alfa irlandês segurou os pulsos da menina, rosnando alto e a encarando irritado.

- Cala a porra da boca!

- Niall, qual é o seu problema? Qual é a merda do seu problema? Por que você tá fazendo isso?

- Minha motivação não é da sua conta, a única coisa que você tem que fazer, é ficar de boca fechada.

Sugar soltou-se do alfa irlandês e saiu do veículo atordoada, no mesmo instante em que Louis e Harry saiam do restaurante, os pares de olhos se encontraram assustados novamente e a ômega fez menção a sair correndo dali, mas, suas pernas não pareciam obedecer, mantendo-a estática, encarando Tomlinson como se tivesse visto um fantasma. O rapaz correu até ela, que arregalou os olhos ainda mais com a aproximação iminente.

- Kate. - Louis segurou as mãos da ômega que o encarava atônita.

- Louis...

- Eu sei... Eu sei... Por favor, você... Você tem que me ajudar

- TE AJUDAR???? - puxou a mão drasticamente - Eu não devia nem ter visto você!

- Você pode esquecer que me viu!

- Se mais alguém tiver me visto aqui com você, Louis, você tá morto e eu também!

- Kate...

- PARA DE ME CHAMAR ASSIM! Merda... Merda... INFERNO! - passou as duas mãos sobre os cabelos enquanto olhava ao redor. Niall saiu do carro disposto a tirar a garota de lá, mas, ela imediatamente se afastou, rosnando transtornada. - POR ISSO VOCÊ VIVIA ME PERGUNTANDO DO LOUIS, NÉ? POR ISSO! VOCÊ QUERIA...

- SUGAR CALA A BOCA! - tentou tapar a boca da ômega com a mão mas foi impedido por ela com um forte tapa.

- Desde quando vocês se conhecem? - Harry perguntou, apontando o dedo no rosto de Niall. - Você sabia disso?

- Duas semanas. - Niall respondeu firme, encarando Sugar na esperança de que ela mentisse com ele e por ele.

- DUAS SEMANAS? TEM MILÊNIOS QUE VOCÊ VIVE ATRÁS DE MIM, NIALL! PARA DE SER MENTIROSO! - virou-se para Louis - ELE TEM IDO AO SALVATION QUASE TODA SEMANA, VIVIA ME PERGUNTANDO SOBRE VOCÊ, EU ACHEI QUE VOCÊ TAVA MORTO, LOUIS! EU NÃO SABIA!

- Quando o Arlo nasceu... Que você me levou àquela rua... Você sabia... Sabia sobre mim? - Louis encarou o irlandês e engoliu com dificuldade.

- Niall, o Louis fez uma pergunta. Você sabia?

Nesse momento, Liam e Cheryl decidiram intervir, não sabiam bem o que estava acontecendo, mas, a pequena comoção que havia começado na esquina precisava ser contida antes que eles chamassem mais atenção ainda, considerando que pequenos grupos de pessoas já os observavam discretamente.

- NIALL! - Harry rosnou.

- SABIA! Pronto, eu sabia e eu levei ele lá de propósito. Satisfeito? Tá aí sua revelação. Seu ômega é uma boa puta, eu já sabia e o que me surpreende é que você também sabia e ainda deixou ele te marcar. Eu sempre soube que você era burro, não sabia que chegava a esse nível.

- Harry... - Liam disse agoniado - Parem com isso! Tá todo mundo olhando...

Louis sentiu seu estômago revirar quando ouviu aquela pseudo-confissão. Juntou as mãos em frente a boca porque sabia que precisava de um controle absurdo para não se atirar sobre aquele alfa miserável e enche-lo de socos e chutes, controle que obviamente não alcançou Harry. O cacheado se livrou das mãos de Liam e socou o rosto de Niall com força suficiente para fazê-lo cair no chão.

Sentou-se sobre o peito do irlandês enquanto distribuía um soco depois do outro no rosto ensanguentado do rapaz, que tentava sem sucesso segura-lo. Grunhia de dor sentindo os anéis nos dedos de Harry rasgarem a pele do seu rosto, o cacheado rosnava alto e dolorido enquanto parecia submerso em um transe de ódio e dor que ficou preso dentro de si por tempo demais e só explodiu naquele momento.

Cheryl se aproximou de Louis, puxando-o com cuidado para se afastar da pequena luta enquanto Liam segurou Styles pelos ombros tirando-o de cima de Niall.

- ME LARGA! ELE TENTOU MATAR O MEU FILHOTE! LIAM, ME SOLTA! - debateu-se nos braços do alfa mais jovem.

- Harry, para com isso! Harry! - Liam insistiu, prendendo-o um pouco mais.

- O QUE EU FIZ PRA VOCÊ? - Harry rosnou magoado. - O QUE O LOUIS FEZ PRA VOCÊ?

- VOCÊ NASCEU COM SORTE! VOCÊ NÃO MERECE NADA DO QUE VOCÊ TEM! TINHA QUE MORRER SOZINHO POR SER TÃO IDIOTA! - Niall gemeu enquanto se levantava com dificuldade - VOCÊ. NÃO. MERECE!

- NIALL, QUE MERDA É ESSA? - Payne perguntou transtornado.

- SE VOCÊ CHEGAR PERTO DA MINHA CASA OU DA MINHA FAMÍLIA DE NOVO EU MATO VOCÊ! - Harry apontou para o irlandês. - VOCÊ TÁ ME OUVINDO, NIALL??? SE VOCÊ SE APROXIMAR DE MIM DE NOVO, DE MIM OU DE QUALQUER PESSOA DA MINHA FAMÍLIA, EU JURO POR TODOS OS DEUSES QUE EU VOU QUEBRAR OS SEUS OSSOS!

- Parem com isso! - Cheryl se aproximou - Vocês tão dando um show digno de uma peça dramática da Broadway! Então parem com esta porcaria, a gente resolve isso em casa.

- Eu não tenho nada pra conversar com ele. - Harry sentenciou, soltando-se de Liam. - Tá avisado, seu pedaço de merda.

O cacheado se aproximou de Louis puxando-o para um abraço, encaixando-o perfeitamente em seu corpo, fazendo o menor encostar a cabeça em seu pescoço, enquanto tentava confortá-lo da melhor forma. Cheryl se afastou tentando dispersar a pequena multidão que se formou em volta deles.

- Vai embora Niall... - Liam pediu - Por favor, chega por hoje. - o irlandês entrou no próprio carro, arrancando com o veículo o mais rápido que pôde.

- A Kate sumiu. - Louis disse num fio de voz - Harry, ela sumiu...

***

- Você não é o seu passado. - Cheryl se aproximou de Louis, abraçando-o depois que o ômega repetiu a história da sua vida pelo que pareceu ser a milésima vez.

- Por que nunca me contou sobre o Alex? - Liam perguntou à Harry um tanto magoado.

- Quando nós fizemos as pazes, eu decidi deixar tudo no passado e viver a minha vida sem lembrar disso. A Amelia era mais importante do que qualquer história ruim, eu não queria olhar pra ela e ver o caso do Alex com o Niall. - fez uma pausa - Além disso, você idolatrava ele, não queria que você perdesse seu herói.

- A Gemma tava certa... - Cheryl afirmou com convicção - Você não devia ter confiado no Niall.

- Eu nunca imaginei que a inveja dele chegaria a esse ponto.

- Ele mente bem... Ele mente muito bem. - Liam ainda parecia incrédulo sobre tudo - Eu sinto muito H, pelo que o meu irmão fez você passar. - Harry tocou o ombro do rapaz de modo carinhoso.

- O que nós vamos fazer? - Louis interrompeu - Ela não vai segurar isso por muito tempo.

- Você não confia nela? - Harry se aproximou do rapaz.

- Não é questão de confiança, Harry. - Tomlinson se levantou, afastando-se o máximo que conseguiu. - É a minha vida pela dela, você acha que ela vai guardar um segredo por mim? Que vai morrer pra impedir que o bastardo me encontre?

- Nós vamos à polícia.

- Você perdeu o juízo?

- Louis, nós vamos denunciar esse cara, eu não vou embora pra deixá-lo viver a vida dele em segurança enquanto a gente vive às escondidas. Ele tem que ficar preso, não a gente.

- Se ele tiver que matar você pra chegar até mim, ele vai fazer isso. Você, a Amelia, a Cheryl, o Liam, o Zayn, ele não desistiria até destruir tudo que eu amo pra me machucar.

- Louis, o Harry tá certo - Liam começou - Você não pode ficar se escondendo por causa desse cara!

O ômega os encarou, estava muito assustado para responder, ele sabia que Harry estava certo, é óbvio, mas, isso implicaria em colocar todo mundo que ele amava em perigo. A ideia de perdê-los deixava-o atordoado. Ele não tinha medo de voltar à sua vida antiga, estava acostumado, acontece que antes ele não tinha nada a perder, mas, naquele momento ele podia perder coisa demais e não estava disposto a machucar mais ninguém.

Nesse instante, o choro estridente de Arlo chamou sua atenção e ele correu até o quarto do filhote, deixando os demais na sala, sem resposta. Acendeu o abajur do cômodo e aproximou-se do berço, curvando-se para pegar o bebê, prendendo-o em seus braços e o embalando com cuidado e carinho. Beijou calmamente o topo da cabeça do filhote enquanto o ouvia murmurar manhoso.

- Lou... - Amelia chamou sonolenta, caminhando até ele e o abraçando pelas pernas.

- O que você tá fazendo fora da cama ursinha? - Louis tentou esconder as lágrimas, mas, sua voz embargada o denunciou.

- Lou, você tá chorando? - a menina ergueu a cabeça, olhando-o confusa.

- Não... Eu só... Eu... Eu não...

Tomlinson não sabia o que fazer, sentia como se um precipício acabasse de se abrir sob seus pés e ele começasse a cair, sem ter no que se segurar. Olhava de Amelia para Arlo, assustado com a possibilidade de que eles saíssem machucados daquela história.

- Lou... - Amelia ergueu os braços e o puxou com cuidado, fazendo-o ajoelhar-se em frente a ela, segurou seu rosto entre as duas mãos pequenas e sorriu reconfortante - Não chora Loulou. - Louis ainda tinha Arlo nos braços quando a menina o puxou para um abraço desajeitado - Tá tudo bem Loulou, eu to aqui, eu to aqui...

***

N/A

Quem não pegou a referência: Kate é o nome de verdade da Sugar e a mídia é ela.

Beijos de luz e até a próxima crianças. <3

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