Clarice chega em casa transtornada. Sem olhar para trás e magoada ao olhar para Selma, parte para o celeiro com a intenção de encontrar com seu cavalo Salvador.
— Salvador, meu cavalo, só você pode me entender neste momento. Não posso contar aos meus pais pois traria problemas para Jason. Só posso desabafar com você. — revela a garota com os olhos brilhando de lágrimas e acariciando a crina de Salvador. O cavalo com exatidão solta um grunhido. — Salvador, porque Jason voltaria com Regina e tentaria me enganar esse tempo todo? Esperava que eu nunca teria alguém por minha própria força de vontade, mas Jason me encantou e estou querendo tê-lo. — afirma a garota chorando ao abaixar a cabeça e encostar na crina de Salvador.
Regina fica perplexa com a figura de Jason a sua frente. Ela tenta disfarçar, mas o rapaz retorna a pergunta:
— Regina, você armou para me separar de Clarice?
— Jason, eu nunca faria isso.
— Eu ouvi você dizendo em alto e bom tom que me beijou para promover uma desconfiança de Clarice.
— Você deve ter ouvido errado, possa ter se confundido.
— É filho, Clarice disse que armou um plano para juntar você com Clarice.
— Juntar? Sério que estou ouvindo isso de você mãe?
— Por favor, tenta-me entender. Eu sempre te amei Jason. Você é especial para mim.
— Tenta compreender Regina: nunca haverá nada entre nós. Somos diferentes e meu coração sente um fogo ardente por outra pessoa.
Jason se afasta de Regina e caminha ao seu quarto. Regina fica paralisada com aquelas palavras e de imediato, a garota afirma a Dona Vilma que partirá para sua casa.
No momento do jantar, Roberto encara Selma e presta atenção no rosto amargurado de Clarice.
— Filha, você está bem?
— Estou sim papai, só estou sem fome.
— Tem que comer filha, senão você desmaiará.
— Eu vou dormir de uma vez pois tenho escola amanhã.
Quando a menina se afastou, Roberto indagou sua esposa em relação a Clarice.
— Há algo errado nesta história. Nossa filha passa o dia inteiro fora de casa e na hora do jantar perde a fome?
— Amanhã terei uma conversa franca com Clarice. Ela deverá revelar o que há, de fato.
No dia seguinte, Clarice é acordada pela sua mãe. Selma se aproxima da cama e resolve perguntar o motivo de sua palidez.
— Clarice, minha filha, o que está acontecendo com você?
Frederick informa a Vilma que Jason já estava a descer. O rapaz faz companhia para sua mãe, na mesa do café da manhã.
— Jason, você deverá tomar uma decisão em relação aquela garota.
— O que quer dizer mãe? — pergunta Jason sem entender onde Vilma queria chegar.
— Filho, daqui a alguns dias é sua formatura e precisará viajar.
— Como assim?
— Eu quero dizer que você estudará fora do país Jason. — revela ela deixando o filho paralisado.
* * * * *
— Mãe, não estou sentindo nada diferente. — afirma Clarice omitindo a verdade.
— Filha, quero dizer que você está diferente de outros dias. Tem a ver com sua formatura daqui a alguns dias? — pergunta a mãe tentando descobrir o que houve.
— Não tem a ver com isso. Quero pensar somente em construir meu PetShop.
— Aliás, por falar em PetShop, seu pai está tentando comprar um terreno na cidade para construir seu adorável PetShop.
— Papai sempre quis construir para mim, e agora que irei me formar, necessitará de alguma estadia para viver e construir minha vida.
— Filha, se você quiser contar qualquer coisa a mim, estarei aqui para isso. Está bem minha filha?
Clarice se levanta e caminha ao banheiro. Selma olha a filha fazer o percurso e pensativa se pergunta o que houve para tal mudança.
CONGELADO EM SELMA