Kiss me

Door ezanatto

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Ele sempre tivera a certeza de que existia uma mulher feita pra ele no mundo, e apesar de ter namorado e se a... Meer

Capítulo 1 - Amor Platônico
Capítulo 2 - Queimando
Capítulo 3 - Infeliz Coincidência
Capítulo 4 - Festa do Pijama
Capítulo 5 - Coragem Líquida
Capítulo 6 - O amor vence
Capítulo 7 - Um só
Capítulo 8 - Aposta
Capítulo 9 - Um aperto de mãos
Capítulo 10 - Tudo
Capítulo 11 - Deus deve estar me punindo
Capítulo 12 - Saudades
Capítulo 13 - Apenas um pedaço de carne
Capítulo 14 - Você merece mais
Capítulo 15 - Conversa de travesseiro
Capítulo 16 - Certeza
Capítulo 17 - Dez semanas
Capítulo 18 - Londres
Capítulo 19 - Apenas respire
Capítulo 21 - Patagônia
Capítulo 22 - Doze semanas
Capítulo 23 - Mil razões
Capítulo 24 - Oficialmente
Capítulo 25 - No topo da montanha
Capítulo 26 - Feliz aniversário
Capítulo 27 - Futuro marido
Capítulo 28 - Na alegria e na tristeza
Capítulo 29 - Meu coração, meu lar
Capítulo 30 - Outro tipo de felicidade
Capítulo 31 - Dois presentes
Capítulo 32 - Sete Montanhas
Capítulo 33 - A ruptura
Capítulo 34 - Nada vai acontecer
Capítulo 35 - Sonhos
Capítulo 36 - Destino
Capítulo 37 - Francês
Capítulo 38 - Comida mexicana
Capítulo 39 - 21 de janeiro de 2019
Capítulo 40 - Família
Epílogo - Nossos sonhos

Capítulo 20 - Preces

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Door ezanatto

Caitriona estava no apartamento de Sam, vestindo apenas uma das camisetas brancas dele, enroscada no sofá em posição fetal. Sua mãe estava sentada a seus pés, na outra ponta do sofá, ressonando levemente. Nesse momento, sentia apenas torpor.

O primeiro dia após o desaparecimento de Sam fora de desespero total. Todas as gravações foram canceladas até segunda ordem, a equipe abalada pelo acontecido. Enquanto isso as equipes de relações públicas e assessoria da Starz e do próprio Sam faziam de tudo para encobrir o fato, para afastar as notícias da imprensa, afinal seria um grande escândalo que o astro de Outlander tivesse desaparecido nas montanhas gélidas da Patagônia.

Caitriona nem lembrava como tinha chego em casa. Num momento estava com Maril no trailer, no outro estava em seu próprio sofá, com um xícara de chá nas mãos e o olhar de preocupação de sua mãe a encarando.

Tudo não passava de um borrão: ela tinha lembranças de pessoas chegando no flat. Maril, Ron, David, Mat, César, Lauren. Todos eles estiveram ali em algum momento. Ela também conseguia se lembrar de ter vomitado todas as vezes que alguém chegava perto dela com qualquer coisa minimamente comestível. E as lágrimas. Lágrimas e mais lágrimas, que assomavam através de seus olhos, molhavam seu rosto e encharcavam suas roupas.

Seu primeiro impulso foi o de ir atrás dele, de tomar o primeiro voo até a maldita Patagônia e procurar por ele. Mas não poderia, não poderia colocar o bebê em risco, e afinal, que diferença faria? Porque ela se achava mais capaz de encontrá-lo do que as dezenas de pessoas especializadas nisso que estavam percorrendo aquelas montanhas atrás dele? Não, o melhor a se fazer era esperar. Mas esperar era terrível. E se não o encontrassem? E se ele tivesse se ferido? Ou pior: e se o encontrassem morto?

O segundo dia fora de esperança. Ainda não era tarde demais para encontrá-lo, ele conhecia todas as técnicas para sobrevivência na neve, ele amava as montanhas, ele estaria bem. A nevasca ainda não tinha dado trégua e isso atrapalhava as equipes de buscas, mas logo o encontrariam. Logo o encontrariam, e ele estaria bem, e logo estaria em casa, com ela e com o bebê. Eles iriam todos ficar bem.

As lágrimas há muito já haviam secado, suas glândulas lacrimais aparentemente incapazes de produzir mais daquele líquido. Sua mãe insistia em tentar alimentá-la, e ela só conseguia sentir a bile subindo por sua garganta ante a simples menção de comida. Não, ela não conseguiria comer. Mal conseguia respirar, como iria conseguir comer?

Seu celular tocou insistentemente ao longo dos dois dias, mas ela também não conseguiria atender, então entregou-o para Tony. Ele lidaria com isso. Ela sempre pode confiar nele, como amigo, como assistente, como suposto namorado. Tony sempre a salvava.

Por mais que as equipes de PR estivessem conseguindo encobrir o acontecido, seu círculo mais próximo de amigos já estava sabendo, e como nenhum deles sequer desconfiava do relacionamento dos dois, não faziam ideia de como ela estava lidando com a situação, e a bombardeavam com perguntas, que Tony respondeu com todo o cuidado. Ele sim, sabia de tudo. Desde o dia em que Cait e Sam se conheceram no fatídico bar, até a noite em que finalmente se declararam. Ele sabia dos abortos, e da gestação atual, sabia do passado de Cait como modelo e acima de tudo, sabia que ela estava destruída.

Sabia que ela se culpava por não ter se despedido dele antes de ir, por não ter desejado sorte, por não ter dado um último beijo, por não ter pedido que ele não fosse. Sabia que ela se culpava por ter escondido sobre o bebê. Somente Tony e sua mãe, Annie, conseguiam entender a profundidade da dor que Cait estava sentindo, do desespero e de suas tentativas falhas de manter a esperança.

O terceiro dia trouxe o torpor. Ela não sentia mais nada. Não sentia fome, não sentia sede, não sentia dor, não sentia nada. Ela apenas existia. Uma casca vazia, isso que ela era.

Ela não fazia ideia de como tinha chego ao apartamento de Sam, de como acabara vestindo apenas a camiseta branca dele, aquela que tinha um furinho na barra que ele emprestara para ela na primeira noite que dormira ali. Tinha adormecido no sofá dele, onde haviam dormido juntos tantas vezes.

Aquele lugar era tão dele, era tão ele. As paredes cobertas de prateleiras e mais prateleiras de action figures, o tapete felpudo manchado onde ele derrubara vinho dia desses, as estantes cheias de livros, os halteres descansando num cantinho da sacada. E tudo cheirava a ele. A camiseta, a manta que a cobria e até mesmo o próprio sofá.

Ela conseguia imaginar sem esforço algum o momento em que lhe informariam que havia o encontrado morto, talvez congelado, talvez por algum ferimento. Quem poderia dizer o que havia acontecido com ele nos últimos três dias, senão ele mesmo? Se ele estivesse vivo e bem, já teria encontrado o caminho de volta, não teria?

Então veio a sensação de impotência. Ela se sentia inútil, imprestável, total e absolutamente impotente. Como poderia estar ali deitada enquanto o amor de sua vida estava desaparecido? Como poderia viver consigo mesma sabendo que deixou que ele fosse sem se despedir? Como poderia viver sabendo que deixou que ele se fosse sem lhe contar que tinha um filho a caminho? Como poderia sentir qualquer coisa, se seu coração fora arrancado, destruído, destroçado?

Caitriona já não tinha mais a noção de horas, minutos ou segundos. Conseguia contar nos dedos de apenas uma mão quantas palavras pronunciara desde que Maril dera a notícia. Ela estava vivendo no automático, apenas sobrevivendo.

Podia ouvir o barulho de um teclado em algum lugar próximo. Talvez Tony estivesse sentado na mesa da cozinha, imaginou, sem se dar ao trabalho de verificar. Sua mãe afagava carinhosamente seus pés. Ela estivera ali, silenciosa desde o primeiro minuto, a confortando da única forma que poderia: com carinho. Ela tocava Caitriona a maior parte do tempo, onde quer que suas mãos alcançassem: nos cabelos, nos ombros, braços, por vezes até afagava a barriga plana da filha, tentando dar algum conforto, algo a que ela pudesse se agarrar.

Ela não percebeu que Tony estava na sala até que ele se ajoelhasse em frente ao sofá, um sorriso ridículo nos lábios, lhe esticando o telefone. Como ele poderia sorrir num momento desses?, pensou. Como poderia sorrir quando ela queria apenas morrer?

– Caitriona, atenda o telefone – ele falou, colocando o celular em sua mão. Ela apenas soltou o aparelho, fixando o olhar na parede branca atrás de Tony – É ele, Cat.

– Ele quem? – assustou-se ao ouvir sua própria voz, rouca pela falta de uso.

– Sam. Apenas pegue o telefone, sim –Tony voltou a colocar o celular na mão dela, um sorriso de incentivo.

Ela o encarou por uma fração de segundos, como se não soubesse o que fazer com o dispositivo. Então levou-o a orelha.

– Sam? – ela disse, incerta, a voz falhando.

– Cat? Caitriona? –ouviu do outro lado da linha. Estava claro que era ele. Era Sam.

Ela nem conseguiu responder, apenas sentiu as lágrimas aflorarem em seus olhos, o coração martelando rapidamente. Era como se tivesse um elefante sentado sobre seu peito até aquele momento, e agora ele tinha ido embora.

– Caitriona? – ele repetiu, incerto.

– E-estou aqui, Sam – ela conseguiu dizer por fim, entre soluços – Como você...

– Eu estou bem – Sam a interrompeu – Dez dedos nas mãos, dez dedos nos pés. Um nariz meio congelado. De resto, estou inteiro.

Ela queria vê-lo, tocá-lo. Tinha que admitir que ouvir sua voz era um tremendo alívio, mas queria tocá-lo com suas próprias mãos, ter certeza de que ele estava bem mesmo.

– Oh Sam – ela choramingou, sem conseguir encontrar palavras para expressar seu alívio – Eu te amo tanto Sam, me perdoe, por favor, me perdoe.

– Ouça, Caitriona – ele falou, e ela podia ouvir um barulho alto e constante ao fundo que não soube identificar de onde vinha – Eu estou voltando para casa o mais rápido que eu conseguir, está bem? Daí você vai poder falar isso enquanto olha nos meus olhos, enquanto sente meu calor, enquanto sente o quanto eu a amo também.

– E-eu...Eu estou te esperando, Sam.

– Agora eu preciso desligar. Logo estarei em casa. Logo vamos estar juntos.

Então ele desligou o telefone. Ela ficou parada, ouvindo o barulho da linha, segurando o telefone contra o ouvido. Chorava de alívio, a mão direita sobre o ventre, a outra soltou o celular e segurou a correntinha em seu pescoço, murmurando preces a todos os santos que conseguia se lembrar. Sam estava vivo. Estava bem. Estava voltando para casa. Para ela. Amém.

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