Série Corações Feridos: Não m...

By RayhBennett

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VOLUME IV Para melhor entendimento, aconselho ler: 1 - Corações Feridos; 2 - Você nunca estará só; 3 - O seu... More

Não me esqueça
Um
Dois
Três
Cinco
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze
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Novidades
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Trinta e cinco
Trinta e seis
Trinta e sete
Trinta e oito
Trinta e nove
Epílogo

Quatro

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By RayhBennett

O Wattpad está um lixo esses últimos dias. Sumindo com capítulos e até histórias inteiras. Exatamente o que tinha acontecido com "Você nunca estará só" a história de Klaroline, mas felizmente ajeitaram e colocaram de volta.
😔💔😥😥

Espero que consigam ler.








Melissa

Final de plantão e estou tão quebrada quanto o dia em que inventei de fazer academia com Gabriel. Só fui uma vez e nunca mais voltei para aquele matadouro que quase me deixa eternamente incapacitada de me mover por mais de uma semana.

Sinto um arrepio ruim ao notar o estacionamento do hospital totalmente vazio, pois, lembro dos filmes de terror e suspense nos quais os psicopatas atacam as pobres vítimas para roubarem os órgãos e vendê-los no mercado negro. Tenho de parar de assistir essas coisas porque só crio paranóias nessa minha mente nada normal.

Abro a porta da BMW X1, presente de aniversário que ganhei ano passado do vovô Giuseppe, mas antes que eu entre, meu braço é agarrado com força e derrubo a bolsa no chão ao tentar me soltar. A adrenalina provocada pelo medo é tanta, que acerto uma cotovelada na costela do infeliz fazendo-o me soltar e grunhir de dor.

"Ficou louca?" Respiro aliviada ao reconhecer a voz de Murilo. Ele pode ser um desgraçado sem caráter, mas até aonde sei não é um maníaco. "Como se não bastasse o seu amiguinho me bater, agora você também."

"Do que..." Interrompo-me quando Murilo levanta a cabeça e vejo seu olho direito inchado e roxo, o lábio superior cortado, sem falar nas escoriações espalhadas pelo rosto. "O que houve com você?"

"Não se faça de sonsa, Melissa. Foi chorar no colo do amiguinho e o Gilbert veio tirar satisfações comigo, aquele desgraçado!" Pego a bolsa do chão e a jogo dentro do carro. Não estou com a mínima vontade de olhar para a cara feia de Murilo. Evitei-o o máximo possível nas últimas duas semanas, sempre desviando de seu caminho para não lembrar de toda a dor que ele me causou, destruindo meus sonhos em uma única noite. "Diga para o seu amiguinho que isso não vai ficar assim. Eu vou revidar cada soco que ele me deu."

"Tem sorte de não ter sido meu pai e o meu tio." A cor some do rosto de Murilo e ele dá um passo para trás amedrontado com a possibilidade dos Salvatore acabarem com sua carreira. "Você sabe que minha família é bastante influente não só no meio jurídico. Meu avô já foi um importante juiz, está aposentado hoje em dia, mas você sabe de sua fama e do seu poder. Então, sugiro que antes de ameaçar ou tentar fazer algo contra alguém de minha família, lembre-se que estará assinando seu atestado de óbito."

Respiro aliviada ao entrar no carro e sair das dependências do hospital. Nunca usei a influência do meu sobrenome para amedrontar ou me sentir superior a alguém, todavia, senti-me muito bem ao ver o medo estampado na cara quebrada daquele canalha desgraçado. Se Murilo Fernández acha que vai me fazer mais uma vez de idiota, ele está muito enganado.

É verdade que o amei bastante, porém, a partir do momento em que ele ousou levantar a mão para me bater, somado a traição e sua falta de caráter, deixei de nutrir bons sentimentos por Murilo. Desprezo-o com todo o meu coração e, hoje, o que mais dói é a certeza de ter me entregado completamente a alguém que só me usou para suprir seus desejos carnais, como se eu fosse um objeto descartável.

Que inferno! Por que diabos meu coração tinha que ter amolecido e batido mais forte por um canalha covarde? Maldito órgão burro que não sabe nem escolher por quem se apaixonar, ou talvez, eu não tenha nascido para viver uma linda história de amor e daqui a uns quinze anos, eu seja dona de uns dez gatos preguiçosos e seja viciada em doces e frituras, enquanto assisto a um monte de seriados antigos.

Cruzes! Deus me livre dessa sina nada emocionante.

Estaciono o carro ao lado do de papai e após respirar fundo várias vezes, coloco meu melhor sorriso para enfim entrar em casa. Da porta da sala escuto as vozes escandalosas de Naruto, Rachel e tio Damon. Arrasto-me até a cozinha e encontro minha família sentada ao redor da grande mesa quadrada, enquanto mamãe está cozinhando algo no fogão e tia Luciene batendo algum suco no liquidificador.

"Queriiidooos, chegueeeiii."  Meus primos me olham, mas me ignoram e voltam a discutir sobre o tal de Boruto e sobre quem vai morrer nos próximos episódios. Eu não sei para quê esse negócio de fazer a história da segunda geração. Já não basta a morte cruel de Jiraya, Itachi e Neji que me fizeram chorar feito bezerra desmamada? Não tenho emocional para aguentar a morte de alguém do Time 7, não. Não aceito isso nem daqui a mil anos.

"Cuidado para não queimar o único neurônio que possui, Mel. Estou vendo a fumaça saindo dessa cabeça amarelada." Prefiro não responder ao idiota do meu primo e vou até meu pai e o beijo no rosto, recebo um afago nos cabelos antes de beijar tio Damon, que me sufoca em um abraço. "A Rachel está ficando com ciúmes disso, pai."

"Admite que o único ciumento do papai aqui é você, Naruto." Rachel dá a língua para o irmão antes de voltar a atenção para o tablet de Ethan, que está sentado entre os gêmeos. "Como o Sasuke é lindo!"

"Desiste que não adianta nada ter pintado o cabelo de rosa, pois nenhum cara é doido o suficiente para namorar com uma despeitada como você." Naruto gargalha e pula da cadeira antes que leve uma soco de Rachel. É incrível como nunca deixam de implicar uns com os outros. É assim desde sempre.

"Deixe sua irmã em paz." Tio Damon reclama. "Não ligue para ele, querida. Você é linda do jeito que é. Não tem culpa de Sarah e Naruto serem dois gulosos desde a barriga da sua mãe."

Tio Damon fala isso porque Rachel nasceu a menor dos trigêmeos e continua assim até os dias de hoje.

"Que comida cheirosa." Passo o braço pela cintura de minha mãe e ganho um beijo. "Até esqueci o cansaço."

"Vai tomar um banho rapidinho porque daqui a pouco o jantar estará pronto." Mamãe sorri e volta a atenção para a carne cozinhando no molho de tomate. "Luciene trouxe aquela torta de chocolate que você ama."

Ao ouvir a palavra torta de chocolate, meu coração até bate mais forte e se eu fosse um desenho, teriam corações rosas nos lugares dos olhos.

"Eu te amo, tia Lu." Dou um beijo rápido na tia, fazendo-a rir.

"Chegou uma carta de Gabriel. Está debaixo do travesseiro." Papai diz quando me aproximo da saída da cozinha e devolvo o seu sorriso antes de sair correndo.

Pulo alguns degraus da escada, segurando-me no corrimão para não cair. A porta do quarto de Alicia está aberto, possibilitando-me ver Ravena pintando as unhas de minha irmãzinha, enquanto Sarah e Chloe estão sentadas na cama rindo de algo que veem no celular.

Saio antes que me notem e queiram me escravizar como cabeleireira ou Sarah venha me fazer perguntas indiscretas sobre sexo. Se tio Damon sonhar que uma das filhas anda querendo perder a virgindade, o coitado é capaz de ter um um síncope. Sem falar que Sarah só tem 16 anos, eu com essa idade ainda nem tinha dado o meu primeiro beijo e me preocupava muito mais em assistir meus adorados animes, doramas e estudar feito um burro de carga para não tirar notas baixas. Sorte a minha de Gabriel ter a paciência de Jó e me ajudar com aquelas fórmulas infelizes que eu esquecia logo depois de ter certeza de ter tirado a média necessária para passar de ano.

Ao abrir a porta do meu quarto já sinto o cheirinho de lavanda e não tem nada fora do lugar. Ethan sempre fazendo um bom trabalho, por isso amo meu irmãozinho, que mesmo me cobrando vinte dólares por uma faxina semanal, é um doce de criança.

Jogo a bolsa na poltrona vermelha, as sapatilhas coloco em um cantinho sob a mesinha do computador e vou até a cama. Encontro o envelope amarelo debaixo do travesseiro e o abro enquanto me sento no colchão. A caligrafia pequena, bonita e muito conhecida me deixa ao mesmo tempo feliz e nostálgica. Acho que Gabriel é o único homem moderno na face da terra que ainda prefere escrever cartas à fazer ligações ou mandar mensagens por meios eletrônicos.

"Olá, minha loira mais desastrada e louca que conheço. Estou morrendo de saudades de todos vocês, mas felizmente, daqui cinco meses a minha pós-graduação acaba e voltarei para casa. Não tem nada pior que está em um país desconhecido e longe de todas as pessoas que amamos.

Melissa, Melissa...

Você pode até tentar me esconder, no entanto, sei que não está bem. Não sabe a raiva que tenho do bastardo que quebrou seu coração. Mas não fique se lamentando ou achando que o problema é você, pois não é. Você é louca, desastrada, linguaruda, todavia, é tão linda por dentro quanto por fora; é uma jóia valiosa para todos aqueles que têm a honra de amá-la.

Você é muito mais que a minha melhor amiga. O amor que sinto por você é igual ao que tenho por meus irmãos e por isso, nunca deixarei de protegê-la. Quando estivermos cara a cara, você não poderá me esconder mais nada. Se me contar tudo, prometo levá-la para patinar e depois podemos tomar uma grande taça de sorvete.

Cuide-se, Mel e aconteça o que acontecer, lembre-se que não está sozinha no mundo.

Do seu melhor amigo,

Gabriel Mikaelson."

Mesmo longe, Gabriel continua me fazendo chorar quando diz essas palavras bonitas e demonstra todo o seu carinho por mim. Ele é o homem mais incrível e especial que conheço depois do meu pai. É o meu melhor amigo, em quem eu confio de olhos fechados por saber que nunca deixará nada me fazer mal.

Dobro a carta e coloco novamente no envelope, depois vou guardá-la na caixa de lembranças que tenho escondida bem no fundo do closet.

Pego meu celular e vou diretamente no contato de Gabriel. Quase duas da tarde em Berlim, o máximo que ele deve estar fazendo agora é terminando de almoçar ou descansando um pouco.

"Boa tarde, Mel." Ele atende e eu respiro aliviada.

"Aqui é boa noite." Deito-me confortavelmente. "Acabei de ler a carta e acho completamente injusto a sua capacidade de me fazer chorar."

"Você é uma manteiga derretida, Mel. Chora por qualquer coisa, até hoje não entendo como consegue ser médica."

"É diferente. Tenho o dom e a vocação para a medicina." Faço aquilo que gosto e ainda ajudo aos outros dando o melhor de mim, sentindo-me útil e não sendo a desastrada que sou na maior parte do tempo quando não estou trabalhando.

"Você sempre gostou de ajudar aos mais necessitados. Ainda lembro quando pegou a metade das roupas do Stefan e todos os cobertores da sua casa para doar para a família da dona Elisa." Rimos juntos da nossa aventura social, que nos rendeu um pequeno sermão por termos pegado as coisas sem permissão ao invés de ter falado com nossos pais e pedido ajuda.

Dona Elisa, era viúva e mãe de quatro filhos pequenos, que passavam fome e frio. Mesmo recebendo uma pequena ajuda do governo, não era suficiente para pagar as contas e comprar remédios para o filho mais novo, que sofria de sérios problemas respiratórios. Quando contamos para nossos pais e os levamos para conhecer dona Elisa e a família, tio Klaus passou a ajudá-los até tia Bekah se encantar pelas crianças e convencer dona Elisa a se mudar para a fazenda, onde ela mora até hoje e ajuda a cuidar dos filhos da tia Bekah.

"Você é uma grande profissional." Meu coração se enche de orgulho quando elogiam meus esforços. "Quando usamos nossos talentos para ajudar aos outros, este sim é um grande dom, porque dá bons frutos!"

"Por que eu não aprendo a dizer essas coisas bonitas? É assim que você conquista suas presas?" Gabriel gargalha da minha reclamação.

"Eu não preciso fazer nada." Pior que meu amigo tem razão, as mulheres que praticamente faltam tirar as roupas e se jogam em cima dele. "Como você está hoje?"

"Bem melhor que ontem. O coração está 99% curado da paixão que eu sentia, só resta a decepção por ter me deixado enganar por palavras bonitas." Digo frustrada e fecho os olhos quando começam a arder. "Eu sou tão burra."

"Ele que é um burro por ter perdido a chance de namorar uma garota tão incrível. Não se menospreze jamais por causa de outra pessoa, Melissa." Gabriel é firme e ao mesmo tempo gentil em suas palavras. "Agora eu preciso desligar. Diga que mandei um abraço pra todos e que estou com saudades. Eu te amo, Mel."

"Também estou com saudades e te amo muito."


Uma semana sem te ver
Eu já sabia que isso ia acontecer
O tempo passa eu fico mal
É ilusão achar que tudo está igual
Você apareceu pra mim
Não posso evitar me sentir assim

O que eu faço pra escapar
Dessa vontade que eu tenho de falar
Toda hora com você
Faço planos impossíveis pra te ver
Mas pra mim são tão reais
O que aconteceu eu não me lembro mais

Eu poderia escrever mil canções só pra você
Poderia te falar meus motivos pra gostar tanto de você

Me diz quando a gente vai se ver
Pra eu poder te abraçar
E tentar te explicar
A falta que você me faz
Eu não aguento mais
Ficar tão longe de você

Você me diz que não tá bem
Que não para de pensar em mim também
Agora antes de dormir
Por dois segundos, eu consigo até sorrir
Porque essa complicação
Distância é o fim pra quem tem coração

Será que eu devo te dizer
Que eu quase choro, quando falam de você
Mas eu consigo segurar
Pra ter certeza, que ninguém vai reparar
Que eu tô cada vez pior
E a saudade em mim é cada vez maior

Eu poderia escrever mil canções só pra você
Poderia te falar meus motivos pra gostar tanto de você
Me diz quando a gente vai se ver
Pra eu poder te abraçar
E tentar te explicar
A falta que você me faz
Eu não aguento mais
Ficar tão longe de você

(Planos impossíveis - Manu Gavassi)

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