Kiss me

By ezanatto

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Ele sempre tivera a certeza de que existia uma mulher feita pra ele no mundo, e apesar de ter namorado e se a... More

Capítulo 1 - Amor Platônico
Capítulo 2 - Queimando
Capítulo 3 - Infeliz Coincidência
Capítulo 4 - Festa do Pijama
Capítulo 5 - Coragem Líquida
Capítulo 6 - O amor vence
Capítulo 7 - Um só
Capítulo 8 - Aposta
Capítulo 9 - Um aperto de mãos
Capítulo 10 - Tudo
Capítulo 11 - Deus deve estar me punindo
Capítulo 12 - Saudades
Capítulo 14 - Você merece mais
Capítulo 15 - Conversa de travesseiro
Capítulo 16 - Certeza
Capítulo 17 - Dez semanas
Capítulo 18 - Londres
Capítulo 19 - Apenas respire
Capítulo 20 - Preces
Capítulo 21 - Patagônia
Capítulo 22 - Doze semanas
Capítulo 23 - Mil razões
Capítulo 24 - Oficialmente
Capítulo 25 - No topo da montanha
Capítulo 26 - Feliz aniversário
Capítulo 27 - Futuro marido
Capítulo 28 - Na alegria e na tristeza
Capítulo 29 - Meu coração, meu lar
Capítulo 30 - Outro tipo de felicidade
Capítulo 31 - Dois presentes
Capítulo 32 - Sete Montanhas
Capítulo 33 - A ruptura
Capítulo 34 - Nada vai acontecer
Capítulo 35 - Sonhos
Capítulo 36 - Destino
Capítulo 37 - Francês
Capítulo 38 - Comida mexicana
Capítulo 39 - 21 de janeiro de 2019
Capítulo 40 - Família
Epílogo - Nossos sonhos

Capítulo 13 - Apenas um pedaço de carne

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By ezanatto

Apesar das persianas fechadas, pequenos raios de sol se filtraram no quarto, tocando seus pés e trazendo uma leve claridade. Ele estava coladinho nela, o peito encostado às suas costas, sua respiração roçando no pescoço, seu membro duro firmemente apertado contra sua bunda. Ela podia ouvir pelo ressonar leve que ele estava profundamente adormecido.

    Virou-se, ficando cara a cara com ele e deu um beijinho em sua boca. Ele sorriu no meio do sono. Ergueu a mão, acariciando sua face, a barba rala por fazer como de costume e pensou como era bom acordar assim. Beijou a ponta do nariz dele, decidindo que deveria acordá-lo e levando sua mão direita até as partes baixas. Ele estava duro e pronto, observou.

– Cait – ele sussurrou, fazendo com que ela desse um pulinho de susto.

– Bom dia – respondeu, sorrindo, ainda acariciando seu membro por cima das calças.

– Bom dia! – abriu os olhos azuis apenas um centímetro, como se estivesse a espiando, o que criava uma série de ruguinhas em volta dos olhos. Em seguida segurou a mão dela, colocando-a dentro das calças – Se quer brincar, faça direito.

– Seu pervertido – ela riu alto – Eu só queria acordá-lo mesmo, não sei nem que horas são – disse, depositando outro beijo em sua boca, que ele prontamente retribuiu.

– Eu não ouvi despertador, você ouviu? – ele esticou-se para alcançar o celular, que estava no criado-mudo – E... pode tirar a mão daí que já estamos atrasados – anunciou, levantando-se no ato.

    Imediatamente, abandonando as brincadeirinhas e insinuações eles foram se vestindo e se arrumando para sair. Não só estavam realmente atrasados, como Cait prometera um Q&A no twitter e tinha esquecido completamente, então quando ele terminou de se vestir, foi até a cozinha e preparou um café pra ela, que alternava entre responder os tuítes e se arrumar. Saíram às pressas do apartamento, Cait levando o café num copo térmico, e respondendo às perguntas no caminho.

– Faça silêncio, tá bem? – ela disse, em dado momento quando já estavam no carro, a caminho dos sets. Virou o celular para a janela e fez um pequeno vídeo da paisagem que se estendia ao seu redor, finalizando o momento de perguntas e respostas no twitter enquanto ele dirigia.

– E perguntaram sobre nós dois de novo – ela contou, lembrando da pergunta que recebera antes, pensando em como gostaria de ter respondido com a verdade. Eles sempre eram questionados sobre o relacionamento, e até poucos dias, realmente não tinham nada para contar, mas agora era algo tão real, tão verdadeiro para eles, que eles queriam sim contar aos fãs, eles mereciam saber, pois estavam torcendo por eles antes mesmo que houvesse a mínima possibilidade de efetivamente existir um casal.

– Deu aquela resposta padrão? – Sam perguntou, apertando a mão dela na sua.

– Infelizmente – ela fez beicinho.

– Logo vamos poder falar, sim? – ele a tranquilizou, encarando-a por uma fração de segundo antes de voltar a atenção para a estrada – Só precisamos resolver essa questão do contrato.

    Quando botaram os pés no estúdio, todos os esperavam, e logo se separaram, cada um em seu camarim, começando a rotina de fazer cabelo, maquiagem, vestir figurino enquanto repassavam as cenas que gravariam no dia. Gravaram por algumas horas juntos pela manhã, e Cait continuou depois do almoço. Sam já tinha encerrado suas cenas, e depois disso poderia ir embora, pois já estava de folga para os feriados de fim de ano, mas decidiu ficar por ali mesmo. Sentou-se no camarim e ligou a TV para assistir o anúncio dos indicados ao Golden Globes.

Assim que anunciaram Caitriona como uma das indicadas ao prêmio, ele logo foi para o twitter, parabenizá-la e voltou a atenção para a TV, ansioso para a sua categoria.

*

Maril entrou no set com uma garrafa de champanhe, estourando no meio da equipe, enquanto Caitriona era tomada pela turba de parabenizações. Demorou meio segundo pra entender que se tratava do Golden Globes e que ela tinha sido indicada novamente, e quando viu, já tinha uma taça de champanhe na mão. Procurou por Sam no meio do pessoal, mas nem sinal dele.

– E o Sam? – perguntou para Maril, chamando-a num cantinho – Indicaram ele também?

– Não. – Maril falou, sem conseguir esconder a decepção.

– Ah, eu não acredito nisso! E cadê ele?

– Ele estava assistindo o anúncio, depois disso ninguém mais o viu – ela contou, passando o braço no ombro de Cait – Deve ter ido esfriar a cabeça.

– Ahn, sim. – se ela estava irritada com isso, apenas podia imaginar como ele devia ter ficado. Sua performance tinha sido muito acima da média nessa última temporada, e isso era algo que ninguém poderia questionar. A academia vinha sendo injusta com ele há alguns anos, mas dessa vez todo mundo tinha certeza que ele seria indicado.

Ela só queria sair dali e procurar por ele, mas logo retomaram as filmagens, pra não atrasar muito o cronograma, e ela teve que ficar. Mais tarde, sua assistente veio informar que a entrevista para o The Morning seria na manhã seguinte, pra aproveitar o momento de visibilidade dela com a indicação. Sam estava todo empolgado com a possibilidade da tal entrevista, e ela mal podia esperar para lhe dar pelo menos uma boa notícia no dia.

Quando finalmente terminou de gravar, foi para o camarim e enquanto a ajudavam a se livrar de figurino, maquiagem e afins, ela tentava contatar Sam. O celular só dava desligado, whatsapp estava offline, e nem mesmo seu assistente sabia onde poderia encontrá-lo. Ela já estava no meio do corredor de saída quando Oliver, um dos assistentes de produção a alcançou, ofegante.

– Caitriona! – arfou, tentando recuperar o folego –  Me pediram pra te avisar que você vai sozinha pra Londres, Sam vai ter que ficar gravando, deu algum problema com as cenas dele e vão ter que repetir.

– Mas já está tudo certo pra nossa participação nesse programa, Oliver –  ela rebateu, achando estranho.

– Estou apenas repetindo o que me pediram pra te dizer.

– Tudo bem então, obrigada. –  ela disse, virando-se em direção a porta.

– A Maril pediu se você poderia tuitar sobre isso, avisar os fãs... – 

– Ahn, pode deixar –  tudo aquilo estava muito estranho, mas agora a prioridade era encontrar Sam –  Pode pedir um carro pra mim, por favor?

    Sam tinha saído com o carro, o que a deixava sem meio de transporte e se ela queria encontrá-lo de alguma forma, precisava sair dali. Enquanto aguardava o carro que Oliver prometeu, tuitou sobre o tal programa, dizendo que ele não poderia ir pois teria que ficar gravando. No caminho, teve a brilhante ideia de ligar pra um dos amigos de Sam, que a informou que ele estava na academia, pra variar, e que estava num péssimo humor, como ela já imaginava que estaria.

*

–  Sam? –  chamou, entrando no vestiário da academia. Estava escuro e abafado lá dentro e ela podia ouvir um chuveiro ligado em algum lugar. Entre as fileiras de armários, Sam estava deitado num dos bancos, de barriga pra cima – Sam? –  chamou novamente, pra ter certeza que era ele, já que estava realmente escuro ali e ele não havia respondido da primeira vez.

– Vá embora –  ele falou, o tom de voz tão frio que ela chegou a se encolher, dando um passo pra trás.

–  Sam, eu sin- –  ela começou, mas foi interrompida por uma risada de escárnio.

– Não diga que sente muito, afinal, você foi indicada, não foi? –  Sam se sentou no banco, virando-se para ela. Ainda haviam alguns metros entre eles –  Pelo menos o trabalho de alguém é reconhecido, não é?

– Sam, me desculpe – falou de uma vez, se aproximando dele e sentando-se ao seu lado em seguida, antes que pudesse sequer pensar em qualquer outra coisa.

–  Está pedindo desculpas pelo que? –  ele se levantou, como se a proximidade o incomodasse –  Pelo quê? –  repetiu, passando as mãos nos cabelos nervosamente –  Por ter sido indicada não apenas uma, mas três vezes? Por ser melhor atriz do que eu? Pelo quê está se desculpando, Caitriona?

Ela levou um susto quando percebeu que ele gritava, e podia ver, mesmo no escuro, o contorno feroz de seu rosto. Estava sem palavras. Ela não pensou o que encontraria quando estivesse com ele, não pensou que ele poderia estar tão irado. Não, o que ela realmente não pensou foi que ele gritaria com ela. Ela não achou que seria alvo de sua raiva.

–  Responda, Caitriona! –  ele berrou novamente, andando até o fim do pequeno corredor e voltando, as mãos em punho –  Porque está se desculpando?

–  Por não poder fazer nada por você – ela disse, por fim encontrando as palavras.

Ele parou por um segundo, assimilando o que ela havia dito. Não esperava aquela resposta. Não esperava nada. Apenas queria sumir.

– Caitriona, você sabe o que foram esses anos pra mim? –  ele perguntou, dessa vez num tom de voz mais controlado, mas ainda frio –  O quanto me esforço por reconhecimento? Você percebe que me tratam como um maldito pedaço de carne, como um rostinho bonito, como um corpinho sarado?! Pelo amor de deus! –  se descontrolou novamente –  Eu estou farto dessa indústria fútil, farto de me olharem apenas pela casca! Eu sou tão mais que isso!

–  Eu sei –  ela falou baixinho, quase um murmúrio.

– Merda Cait, o que você está fazendo aqui? –  ele perguntou, percebendo que estava gritando com ela de novo.

– Eu precisava te ver – falou –  Eu genuinamente queria poder fazer algo por você, Sam.

– Mas não pode –  ele concluiu por ela – Eu não queria que me visse assim.

E então ele lhe deu as costas e saiu, sem dizer mais nada. Ela ficou ali, naquele vestiário fedido, no escuro, absorvendo os últimos minutos. Demorou um tempo pra entender que ele não voltaria. Não agora, pelo menos. Pegou sua bolsa e foi para casa.

*

Por mais que quisesse cavar um buraco e entrar dentro, ela sabia que deveria lidar com toda a situação da forma mais madura possivel, então seguiu com seus planos. Foi para casa, passou um café bem forte, batizado com uma boa dose de uísque, e foi preparar as malas. Iria voar na manhã seguinte para Londres, e de lá, direto para Dublin, para passar as festas com os pais.

Já era tarde da noite quando terminou a mala e jogou-se no sofá, pegando o celular para olhar as notificações. Sam tinha respondido seu tuíte sobre a participação no programa e para seu choque, ele tinha dito que já terminara as filmagens.

Só então ela entendeu o que estava acontecendo. Sam não tinha mais nada para filmar, ele já havia terminado e alguém deve ter decidido que seria melhor para o show que ela fosse sozinha ao programa, para não tirar o foco dela – que tinha sido indicada ao Golden Globes. Tudo não passava de uma maldita manipulação do alto escalão da Starz para melhorar a visibilidade da série e ela estava sendo usada para isso.

–  Droga! –  berrou, tocando o celular na parede com toda sua força. Ele bateu, e quicou uma vez antes de cair com a tela virada para baixo, num baque surdo.

    Ela precisava pensar. Precisava pensar em como resolver aquilo. Sam tinha que saber que ela não tinha culpa. Ele precisava saber.

    Então num impulso, colocou um par de chinelos nos pés e saiu correndo, parando apenas para fechar a porta, subindo pelas escadas, sem paciência para esperar o elevador. Chegou no andar de Sam esbaforida, o suor grudando sua franja na testa, a respiração acelerada pela subida apressada.

    Apoiou-se a porta do apartamento dele, tentando se recompor antes de bater. Ele estava em casa. Um fio de luz escapava por baixo da porta e ela podia ouvir o barulho da tv ligada na sala.

    Esticou a mão e bateu uma vez, esperando um segundo antes de bater novamente, dessa vez mais forte. Nenhuma resposta. Por fim, decidiu apertar a campainha, assim, se ele estivesse no quarto, ouviria. Nenhuma resposta.

– Sam, eu sei que está aí –  falou, apoiando o corpo contra a porta – Abra, precisamos conversar.

Silêncio total. Ele deve ter desligado a Tv.

– Eu vou de Londres direto para Dublin –  contou, ainda esperando que ele cedesse e abrisse a porta – E-eu- mentiram pra mim sobre você ter que gravar, Sam, quero que saiba disso.

Esperou mais alguns segundos, em vão, pois ele nao deu sinal algum de ter ouvido.

– Caso queira saber, eu embarco no primeiro voo da manhã. Se- se você decidir falar comigo, sabe onde me encontrar.

Ela ficou ali parada mais um momento, esperando que ele abrisse a porta de sopetão e a tomasse nos braços, num beijo apaixonado. Claro que isso não iria acontecer.

–  Eu te amo –  falou, finalmente desistindo, sem resposta.

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