Batida Perfeita | Degustação

By aprilkroes

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Music of Soul - Livro 1 Dois sonhos diferentes e uma paixão em comum: A música. Noah Clark e Saint Rivers sã... More

Sinopse
NOTA FIXA
Dream Cast
Epígrafe
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
LEIAM ESSA NOTA: AMAZON E NOVA VERSÃO 2022
Capítulo 5
Capítulo 5.2
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16

Capítulo 9.2

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By aprilkroes

Saint Rivers


Já se passava das três da manhã quando resolvemos ir embora. Tive que pedir um táxi, eu não tinha condições de ir embora dirigindo e Noah menos ainda, e muito menos sabia se ela tinha carteira de motorista.

Durante o caminho ela pronunciava palavras desconexas, repetia que estava enjoada e com fome diversas vezes, achei melhor levá-la para o meu apartamento ao invés de deixá-la no dormitório. Vai que ela passa mal? Ao menos no meu apartamento eu estarei por perto e a Valentina também.

Foi uma tarefa árdua carregar Noah até meu apartamento, ela adormeceu no meu ombro e tirá-la do táxi sem acordá-la foi só um mero detalhe, difícil mesmo foi conseguir entrar no elevador com ela apagada em meus braços.

Pela segunda vez eu estaria faltando aula e pela primeira vez eu me sentia feliz por isso, só não sabia porquê.


Noah Clark

Tentei abrir meus olhos, não consegui.

Pisquei duas vezes seguidas antes de tentar forçar a minha vista a identificar onde eu estava. O quarto era escuro, tinha um tom forte de azul, quase marinho, era estranho e não era familiar.

Me sentei na cama com dificuldade, meu corpo todo doía. Nunca mais eu bebo, disse para mim mesma.

Meus olhos analisavam cada parte daquele quarto que caberia o meu dormitório todinho dentro, era enorme e seja lá a quem pertencesse esse quarto, ele era bem de vida.

— Ai meu Deus! — Dei um grito, quando meus olhos pausaram no relógio em cima da mesa de cabeceira da cama. Eu perdi a aula, merda.

Nunca mais eu bebo. Mais uma vez eu estava repetindo isso para mim mesma.

Saltei da cama e mais um grito escapou da minha boca. Eu estava vestindo apenas uma camisa preta masculina.

Ai meu Deus, Noah.

Bati na minha testa inconstante vezes tentando de me lembrar de algo que eu possa ter feito na noite anterior, nada.

Eu simplesmente não me lembrava de nada.

Saí do quarto as pressas e pela terceira vez no dia gritei, gritei ao ver o monumento escultural parado de costas para mim, completamente nu, olhando para baixo como se estivesse procurando por algo no chão da sala.

Ele se virou. E mais uma vez eu gritei.

— Por que você está gritando sua louca? — Saint indagou.

Minha boca estava aberta, meus olhos estavam arregalados observando a nudez de Saint a poucos passos de mim.

— Merda — grunhiu ele, olhando para baixo e se dando conta do motivo de eu estar paralisada. Imediatamente ele pegou o travesseiro e cobriu sua frontal, trazendo-me de volta a si e perdendo a melhor visão que eu vi hoje. — Desculpa Noah, eu... só desculpa.

Ele não sabia o que falar. E nem eu.

— Onde eu estou? — perguntei, sem mover meus pés do lugar.

— No meu apartamento, eu achei melhor trazê-la para cá já que você estava alta demais — ele se explicou.

— Huh, obrigada. Mas porque eu estou com a sua camisa? Nós, uh... você sabe.

— Não! — ele exclamou alto, se antecipando em explicar. — Você vomitou em cima do seu vestido, achei melhor trocar sua roupa já que você estava incapaz de tomar banho. Mas se te conforta, eu coloquei a blusa por cima do seu vestido primeiro e depois o tirei.

Abro a boca surpresa com a sua gentileza e lhe dou um sorriso tímido.

— Obrigada mais uma vez Saint, foi gentil da sua parte.

— Se você não se importa, eu uh... — Ele esfregou a mão livre na nuca e me olhou envergonhado. — Preciso vestir algo.

— Oh sim. — Concordei, sentindo minhas bochechas corarem.

Saint se aproximava devagar com o travesseiro ainda no mesmo lugar de antes e quando passou por mim, virou de frente e começou a andar de costas até estar em seu quarto. Mas do que adiantava isso? Eu já tinha visto tudo e uau... Só uau.

Meia hora depois, Saint havia saído do quarto de banho tomado, bermuda e sem camisa.

Eu ainda vestia a sua blusa e segurava em minha mão o meu vestido que cheirava a azedo, estava nojento.

— Se você quiser tomar um banho, tem toalha limpa no banheiro e eu posso pegar alguma roupa da Valentina para você — ele fala, e eu respiro aliviada. Eu estava mesmo cogitando vestir meu vestido imundo.

Por que ele tinha roupas da Valentina aqui? Quis perguntar, mas iria parecer rude da minha parte. Ele estava sendo legal comigo.

— Isso soa bem — respondo, sorrindo.

— Bom... Eu volto logo, o banheiro fica no quarto — ele diz, apontando para a porta na qual ele havia acabado de sair. — E enquanto você toma banho, eu vou fazer algo para comermos, você ainda deve estar faminta de ontem. — Um riso ameaçou escapar da sua boca, mas não saiu

Assenti, eu realmente estava com fome.

— Eu não sabia que você havia se mudado do campus — falo, depois que termino de mastigar um pedaço da minha panqueca.

— No mesmo dia que a Valentina saiu, eu saí. Inclusive ela é a minha vizinha, por isso as roupas — ele fala gesticulando com a mão, para a roupa que eu estava vestindo.

— Ela está em casa? — pergunto e ele nega com a cabeça. — Como que você...

— Eu tenho uma cópia da chave, em caso do Matthew precisar ou dela mesma perder, você sabe...

— Val sendo Val — o interrompo.

— Isso!

Ele sorri, e não foi qualquer sorriso. Foi um dos sorrisos mais lindos que eu já pude presenciar vindo de Saint.

Não foram muitas vezes em que eu o vi sorrindo, todas as vezes em que seus olhos encontravam os meus no campus ou em qualquer lugar, lá estava ele com uma carranca.

— Sobre o lugar para ensaiar, já que perdemos a aula podemos ver isso hoje? — pergunto.

— Claro. Eu só preciso confirmar com o Joe se o bar continua interditado.

E a resposta era sim, o bar ainda estava interditado. Saint e sua banda não tocariam esse final de semana.

​— Vamos Saint, você tem que repetir, para a escada — ordeno e ele continua sentado no chão e com a língua de fora como um cão e tentando controlar a respiração. Huh, nojento.

Era sábado de manhã e aqui estávamos nós, ensaiando para o festival. Saint havia conseguido o prédio para ensaiarmos. Ele pertence ao seu pai e que daqui a algumas semanas será sede de uma empresa. O lugar era tudo que nós precisávamos, é espaçoso, temos privacidade e podemos vir a qualquer hora. Quer dizer, exceto quando está em obra, é impossível se concentrar dessa forma.

— Noah, nós já fizemos isso três vezes hoje — Saint reclama, secando a testa na tolha em seu ombro.

— Eu juro que será a última vez. Levanta essa bunda do chão e para escada.

Sem reclamar ele faz o que eu mando, sobe seis degraus da escada e mantém a postura ereta.

Saint ao todo não era ruim, apenas tinha o corpo duro demais, falta de coordenação motora demais, músculos demais, lindo demais...

— Noah — ele chama a minha atenção.

— Me desculpe — falo, sentindo minhas bochechas corarem após ser pega no flagra o observando.

— Eu deixo você tirar uma casquinha depois — diz convencido e eu o ignoro.

— Primeira posição, segunda posição, terceira posição, quarta posição e descansa na quinta! — exclamo alto e observo Saint refazendo os passos básicos que eu havia lhe ensinado. — De novo, primeira posição, segunda posição e agora salta.

Repetimos isso por minutos até ele subir a escada fazendo as posições corretamente, não pude evitar o sorriso ao saber que ele havia conseguido. Ele finalmente havia conseguido decorar as posições depois de uma semana treinando somente elas, já era um bom começo.

— Por que nós temos que ficar repetindo isso toda hora? — ele pergunta descendo do topo da escada.

— Posições são a base de tudo — o respondo e calço a minha sapatilha de ponta. — Quer escolher uma música?

— Vai me dar a honra? — indaga com um sorriso ladino.

— Não mais — retruco e antes mesmo que eu possa emparelhar o meu iPod na caixa de som, Saint emparelha o celular dele.

A batida da música começa a tocar e Saint se aproxima e segura em minhas mãos, puxando-me para perto e grudando nossos corpos.

— O que você vai me ensinar agora professora? — brinca sem tirar o sorriso do rosto.

— Piruetas — murmuro sem tirar meus olhos do dele.

— Você disse que iria começar pelo fácil.

— Nós já passamos do fácil, preste atenção e veja. — Me afasto dele, ficando a uma certa distância e fico de pé na ponta da sapatilha. — Piruetas é fácil. Foque em algo e em hipótese alguma o perca de vista, é simples.

Giro meu corpo para o lado direito e foco em Saint que está há alguns passos de distância de mim, começo a girar e parando para dar um salto baixo sem perder meu foco, Saint Rivers se tornou meu foco e eu nunca quis chegar tão rápido até ele.

— Você vai ficar tonta. — Ouço ele falar, e finalizo a pirueta com um salto.

— São anos e anos de prática Saint, logo você chega lá — falo, dando um tapinha em seu ombro. — Agora segura a minha mão e vamos repetir tudo que você aprendeu, mas agora juntos.

Sozinho Saint era horrível, mas quando dançávamos juntos, era diferente. Era como se ele tivesse aprendido todos os passos em questão de segundos, era como se ele tivesse sido moldado exatamente para fazer o que está fazendo agora, ser o meu par.

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Beijos e nos vemos em breve.

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