Beyond Vol. 1

Door BaltazzarMello

721 95 294

Em um mundo medieval, no ano de 1102. Em uma era de caos, guerras, desordem e sofrimento, em razão de uma era... Meer

Epígrafe
O Despertar

Ato I

320 29 230
Door BaltazzarMello

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Dê o play na trilha sonora após a abertura, ou se preferir, realize a leitura silenciosa, (o tempo da trilha sonora foi sincronizado com o tempo padrão de leitura, então se fizer a leitura com pressa ou devagar demais, as melodias não poderão acompanhar cada cena e momento)

Espero que desfrute da leitura :D

Ano 590, Século VII

    Antigamente o mundo era agregado por uma só área. Coexistindo raças distintas, porém a totalidade territorial de algumas raças foram se restringindo. Formando os continentes, cada continente sendo habitado por diferentes raças.

    O continente onde os humanos coabitavam, sendo a maior área territorial no que concerne as demais raças. Esse continente ficou conhecido como a Ascenção dos Quatro, sendo formado por quatro grandes capitais. Carcanzan, Yorkan, Sienan e Pingyan. As quatro grandes áreas territoriais possuíam em seu nome duas letras em comum, todas terminavam em "an", significando "conhecimento" na linguagem Hindi.

    Os humanos eram considerados a raça mais fraca e inepta a magia, porém desde seu exórdio se aduziam seres estratégicos, onde não hostilizavam com magia ou com suas espadas mas sim com sua mente. Após o continente se desprender em fartas terras, o conhecimento dos humanos lhes trouxe glória e grandes murados garantindo resguarda. Não eram as suas lâminas de aço ou a magia que impunhavam autoridade, mas sim sua erudição.

Carcanzan, Ano 1102, Século XII

    Em uma aldeia próxima da cidadela FrostyGate no condado de Carcanzan, viviam famílias em concórdia, sem conflitos, peculiar de aldeias que ficavam longe das grandes capitais. A aldeia não era um espaço extenso, porém era uma terra que cabia 40 habitantes.

    A moradia das famílias camponesas eram humildes. As paredes e os tetos eram feitos de palha, com o piso de terra batida e sua área inteira escura. As mobílias das cabanas eram rústicas, os bancos e as mesas de madeira e os colchões de palha.

    Em uma manhã nas florestas que locavam contíguo a aldeia, encontrava-se um jovem que andejava pela rota enlamaçada e ao seu lado esquerdo situava um menino com uma vestimenta de tecido pobre, com uma blusa com manga comprida, calça, ambos sem tintura e um sapato estilo botina. O jovem vestia as roupas semelhantes ao menino, com exceção de um colete de couro e o arco que empunhava.

— Você acha que essa caça irá demorar muito, Idras? — Perguntava o menino, ao mesmo tempo demonstrando um semblante de aborrecimento.

— O que? Não gosta de caçar, irmãozinho? — Idras respondia, em seguida curvando suas pernas e inclinando o seu corpo levemente. — Se abaixe, Aurion.

— É que eu quero ir para casa — O menino vergava seu corpo rapidamente.

    Entre os troncos das árvores encontrava-se um animal em seu sustento por 4 patas longas, medindo 120 centímetros de comprimento, com a íris de seus olhos completamente marrom. O animal mirava sua visão ao redor, em seguida dobrando seu pescoço relativamente devagar.

— Veja, Aurion… — Idras erguia seu dedo indicador mirando para o animal. — É uma fêmea.

— Como você sabe? — Perguntava Aurion, sincronicamente alargando suas sobrancelhas.

— Os machos possuem galhadas, as fêmeas não. — Idras erguia sua mão direita em direção a sua aljava em suas costas, agarrando uma flecha e encaixando a haste da mesma na rabeira da corda, direcionando o seu arco plano com a flecha para o animal, encarando-o com a alça da mira de sua arma. — São alvos fáceis.

    O jovem locomovia sua mão direita, fixando seu dedo indicador acima e o dedo médio e anelar abaixo da rabeira da flecha segurando-o na corda, recuando o seu braço. Até que ele solte seus três dedos da rabeira, impelindo o projétil que deslizava por suas cordas em direção ao animal.

    A flecha seguia seu percurso contra o animal, porém o vento que estava soprando para o norte compelia a sua velocidade para o lado esquerdo, alterando sua rota a cada segundo que permaneceria no ar.

    O veado ao sentir algo se aproximando suspendia seu pescoço rapidamente, e em frações de segundos observava a flecha seguir o trajeto em sua frente e encravando a ponta no tronco de uma árvore que estaria ao seu lado. O animal então realiza passos para trás, logo despachando-se com suas longas 4 patas.

— Fácil para matar o veado ou para errar a flecha? — Dizia Aurion após a ponta da flecha fincar no tronco.

— Está zombando de mim, irmãozinho? — Idras deslocava seu olhar para Aurion, desvelando suas sobrancelhas curvadas e sua testa um pouco enrugada. — Faça melhor então. — Idras dizia enquanto alongava o seu braço, na qual encontrava-se o arco.

— Eu não sei atirar… é diferente de não saber e fingir uma ilusão. — Dizia Aurion.

    O jovem e o menino, ambos afrontavam-se com olhares indignados, no entanto alguns segundos depois, os dois avistavam uma flecha perfazendo uma distância em uma altura igualada com as patas do veado, no momento em que a ponta da flecha beirava o animal, abatia-lhe na região do seu peito causando uma queda instantânea.

    Os dois irmãos agilmente inclinam seus troncos e curvam suas pernas, focando seus olhares ao seus arredores averiguando a origem da localização da flecha.

— Por que em vez de brigarem, não mataram o animal? Ele estava fugindo. — Ouve-se uma voz gritante do oeste, segundos depois um homem de pele escura, grande e barbudo surge das moitas, ele possuía um manto de pele que encobria o seu corpo, deixando a vista somente as suas botas antigas de couro, apresentava cabelos curtos e de cor branca. O homem empunhava em sua mão esquerda um arco, em que suas lâminas composto por madeira curvam para dentro e na extremidade de suas pontas recurvavam para fora.

— Pai? Não ouvimos o senhor se aproximando. — Idras se aproximava de seu pai com passos relutantes.

— Eu fiz uma pergunta, Idras. — O homem andejava ao local onde o animal já sem vida estava derrubado.

— Eu errei a flecha… — Idras dizia em um tom fino, com o seu olhar voltado para o solo.

    Aurion permanecia inerte, por ser o irmão mais novo, não deveria interferir em assuntos na qual aludia a tirar a vida de um animal em caças.

— E por que você errou a flecha? — O homem curva seu corpo e desloca sua mão esquerda, retirando a flecha encravada no peito do veado.

— Eu não sei… Talvez fosse o vento… — Idras diminuíra ainda mais sua voz, continuando a focar seu olhar para baixo.

— Bom… eu te ensinei o que você precisava saber… — O homem se aproximava de Idras com passos pesados. — NÃO TINHA COMO ERRAR AQUELA MALDITA FLECHA. — O homem alterava sua voz para um tom mais encorpado.

    Segundos depois, o homem ao abeirar Idras, enclausurava sua mão com firmeza, deslocando seu punho em um movimento fugaz contra o rosto de Idras. O jovem despencava direto ao solo, então uma gota vermelha recaía sobre sua pele na região abaixo de seu nariz.

    Naquele momento, Aurion arregalava seus olhos, a ponta de seus supercílios deslocava-se pra cima, juntamente com sua testa franzida, porém ao mesmo tempo sentia ódio em seu interior.

— Você tinha somente uma coisa para fazer… e era caçar a nossa comida. — O homem volta-se e caminha até o veado e em seguida o agarra e o suspende em seus ombros, logo após ele segura a mão de Aurion e segue rumo ao Norte, deixando Idras sozinho.


    Já pela noite na aldeia, em uma casa comum e análoga as outras moradias do lugar, vivia uma mulher, por volta dos 35 anos de idade, possuía cabelos marrons e olhos verdes, a cor de sua pele era como a cor de um tigre branco do alto das montanhas. Ela vestia um vestido comum que a envolvia abaixo do joelho, o tecido da roupa era básico e pobre, com um avental por cima do vestido, calçando um sapato estilo boneca fechado. A mulher calcorreava em direção a parte de trás da casa onde localizava-se uma pequena plantação de trigo ainda na formação de suas pequenas raízes.

    A mulher erguia seu braço direito, na qual segurava uma armação de cerâmica com uma vela no centro em sua mão. Ela notava três indivíduos se aproximando, sendo que um deles estava com algo volumoso em seu ombro.

— Bozhena! Trouxemos comida, faça o fogo. — Dizia o homem ao abeirar da luminosidade do lampião.

— Drazhan, querido, os meninos se feriram? — Bozhena exibia um aprazível sorriso ao ver o marido com os seus 2 filhos.
   
— Não, porém Idras me desobedeceu e sofreu as consequências. — Drazhan articulava, em seguida desviando o seu olhar para o jovem na qual situava-se ao lado de seu irmão.

    No momento em que Idras escutava as palavras de seu pai, redirecionava o seu olhar para o solo. Aurion ao notar a relutância de seu irmão, permanecia inerte. Drazhan caminhava em rota da mesa que localiza-se em frente a parede da cabana ao lado da plantação de trigo.

— Eu irei esperar pela comida lá dentro, e aproveitar e descansar um pouco. — Drazhan realizava passos em direção a cabana.

    Auruon e Idras acolitavam ao seu pai, porém logo após Brazhan cessa em seus passos lentos, em seguida volvendo-se para os meninos que estavam atrás.

— Você fica… Idras. — Disse o homem focando o seu olhar de modo carrancudo para o jovem.   

— O quê!? Por quê? — Questionava Idras ao franzir a testa e encurvar as suas sobrancelhas.

— Você não matou aquele animal… ficará sem comer. — Dizia o homem enquanto volvia seu semblante juntamente com o seu corpo, caminhando em direção a cabana.

    Aurion ao momento em que assistia a breve discussão de seu pai e seu irmão, permanecia parado. Achava que por ser o mais novo na família não tinha o direito de argumentar contra os acontecimentos. Idras curvava seus supercílios, enrugava sua testa e afiava seus lábios, naquele momento a ira o tomava de conta.

    Minutos depois após Bozhena esfolar, cortar as partes do corpo do veado, preparar o fogo e assar o animal, ela notava a carne com um tom rosado no meio. A carne já estava ao ponto, como a família prefere.

    A mulher então erguia uma lâmina de 10 centímetros de comprimento, em seguida deslocava-o para trinchar as partes do animal em pedaços menores. Alguns segundos depois, Bozhena recolhia os pedaços, colocando sobre uma
tábua de madeira, em seguida andejava em direção a cabana, ostentando a comida em suas mãos.

    A família saboreava a carne do veado, dispondo de suas mão para desfrutar da comida sobre a mesa de madeira. Idras encontrava-se ao lado de fora, observando sua família alimentando-se.

— Tem certeza de que não quer Idras aqui dentro de casa? — Bozhena indagava ao deslocar seu olhar em direção a Drazhan.

— Não, ele não caçou essa comida, não é dele. — Drazhan dizia, em seguida agarrando um outro pedaço da carne que localizava-se na imensa tábua.

    Segundos depois, Bozhena permanecia em silêncio, assim como Aurion, então continuavam a saciar a sua fome. Após todos ficarem empanzinados, dirigiam-se para seus colchões de palhas.

    Ao amanhecer, o ciclo se arremedava aos dias anteriores, Aurion e Idras saiam para caçar, porém Aurion só assistia para futuramente seguir os passos do seu irmão, que aprendera com o seu pai. Idras como habituado, estava empunhando o seu arco plano mirado para baixo, e Aurion só estava com uma faca velha com sua ponta rachada.

    Os dois irmãos encontravam-se caminhando pela via enlamaçada entre os troncos de árvores. O jovem notava um animal sustendo por quatro patas a  uma distância média.

— Outro veado? — Aurion indagava, enrugando a sua testa.

— Parece que sim, mas dessa vez eu não irei errar. —  Idras respondia, ao mesmo tempo elevando uma de suas mãos em direção a sua aljava, em seguida retirando uma flecha, logo após encostando a haste da mesma na rabeira da corda do arco.

    O jovem cerrava seus cílios, obtendo uma forma de concentração e serenidade, então ao descerrar seus olhos o chão estremecia pesadamente. Aurion se desequilibra e cai velozmente ao solo devido a oscilação. Idras volvia o seu semblante, mirando o seu olhar para Aurion, segundos depois o tremor cessava, regressando ao silêncio da floresta.

— O que aconteceu? — Idras perguntava, no mesmo segundo em que revelava seus olhos arregalados.

    Aurion mostrava-se confuso no mesmo segundo em que perdurava no chão, porém ao erguer o seu tronco o chão oscilava novamente, dessa vez mais rígido e duradouro. O chão começa a se fragmentar lentamente bem abaixo de Idras. O jovem mobilizou seu olhar em direção ao solo. Suas pernas estavam trêmulas, ele não conseguia se mover.

— Aurion, corra, eu estou indo bem atra–… — Idras disse, ao mesmo tempo em que deslocava o seu olhar para Aurion, porém sendo interrompido de forma abrupta por um desdobramento que era definido por um estrondo, seguido pelo arremesso de rochas imensas.

    Aurion fixava-se com o seu corpo trêmulo, seus olhos arregalados e sobrancelhas elevadas, ele não acreditava no que acabava de testemunhar. Aurion voltava o seu olhar para o céu e percebia um pedaço de rocha disparado em sua direção, mas ainda assim, ele não conseguia se locomover. A pedra imensa ao se aproximar de Aurion, porém antes de o atingir, um segundo estrondo surgia da origem do primeiro mas dessa vez bem mais alto e  pesado. Um pó muito fino de terra seca juntamente com o vento muito forte abeirava o menino, então o arremessando para longe.

    Aurion vagarosamente descerrava seu olhar, momentaneamente sua visão estava um pouco escura, no entanto era o suficiente para vislumbrar dragões emergindo da rachadura imensa e profunda provocado no solo, em seguida Aurion estreitava lentamente seus cílios, até que o fechasse por completo.

      O solo na maior parte daquela área do condado havia se fragmentado em imensas rachaduras, Aldeias, vilas e até mesmo cidadelas submergiram no fundo dos rachões. Os dragões estavam surgindo perante ao abismo das imensas rachaduras, dragões de todos os tamanhos e de todas as cores ao mesmo tempo em que dizimavam as aldeias e vilas.

    Horas depois Aurion abria seus olhos lentamente, deslocando o seu olhar para o seu corpo, percebendo que seu tronco e suas pernas estavam soterrados por pedras de tamanho médio. Seu semblante estava cheio de sangue, devido aos imensos cortes causados pelas rochas, na qual foram lançadas em direção a ele na hora do estrondo. Sua blusa e calças estavam sujas, rasgados e manchados de sangue. Aurion erguia seu pescoço, no mesmo segundo em que cerrava os seus dentes devido a dor intensa dos seus ferimentos. Em seguida dobrava seu tronco, padecendo a dor que sentia naquele momento. Aurion fixa sua mão direita ao solo, permitindo se erguer. As pedras deslizavam pelo seu corpo. O menino espectava a floresta abrangido pelo fogo, muitos animais queimados caídos no chão e a enorme cratera que localizava-se bem a sua frente.

    O menino volvia o seu semblante, com o pensamento voltado para os seus pais. Aurion caminha em direção a aldeia onde residiam seus pais, ao chegar no seu ponto de destino, percebia que a sua aldeia estava devastado, as cabanas destruídas, os corpos dos habitantes encontravam-se queimados e metade da área da aldeia apresentava-se substituída por uma imensa fenda. Aurion deambulava pela aldeia outrora destruída. Minutos depois ele visualiza dois corpos estirado ao chão, Aurion notava que o corpo maior envolvia com seus braços o outro corpo menor. Aurion se aproxima e nota o arco curvado de seu pai perto dos corpos, ele inclina seu abdômen e agarra o arco. O menino naquele momento teve a certeza de que que aqueles corpos eram o de seus pais. Aurion eleva o seu olhar, direcionando-o para o céu, onde encontrava um dragão ao longe sobrevoando o local da rachadura. Aurion fixava sua pupila na forma da criatura, ao mesmo tempo em que uma gota de sua lágrima distanciava-se de seus olhos, percorrendo por sua pele de seu semblante sem expressão repleto de sangue e poeira.

    E após o renascimento dessas criaturas místicas, as pessoas começaram a temer o verdadeiro medo. Um mundo onde as pessoas trocam interesses por prazeres e satisfação, onde a glória é a cor do sangue, um mundo de ganância e ambição, porém diante dos dragões que ressurgiram das cinzas do passado, na qual os humanos pensavam que eram criaturas que viviam apenas em lendas, porém agora nesse momento mostraram-se completamente errados.

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