How to save a life ~ ABO ~ l.s

By lourrystt

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Amelia e Louis tiveram uma ligação instantânea, imediata. Ninguém saberia dizer porque, mas, o que importava... More

Meet Amelia
It feels like fate
Taking care of you
Home
The A Team
The Magic Song
Brotherhood
The death of the past and a new life
The Solution
Trip routine
Jealous
First touch, first kiss
Meet Baby Bear
Only Angel
Date night
Naked
For I can't help falling in love with you
Intensity
Heaven
The One
Changing
Arlo
Meet Richard Alexander Payne
Soulbond
Falling apart
Protection
He's gone
Finding Louis
Strong
Family love
Epílogo: Meet Violet, Aaron and Morgan
Agradecimentos, notas e rasgação de seda

Pain

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By lourrystt


***

"Dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada com danos reais ou potenciais em tecidos, ou assim percepcionada como dano."

De acordo com a Associação Internacional para o estudo da dor, existem três tipos principais: a dor nociceptiva, que é causada pela presença de um estímulo doloroso direto, como uma queimadura ou um soco; a dor neuropática, causada por uma lesão ou doença no sistema nervoso e a dor de origem emocional, rara e de difícil tratamento; nesse caso, a dor é amplificada pelo sentimento de medo ou ansiedade.

Assim que Niall entrou no depósito, uma sessão de espancamento foi iniciada, Jhon se encarregou de cuidar para que o ômega, imobilizado no chão de concreto sofresse bastante com vários socos e chutes, mesmo que soubesse que não se tratava de algo novo para Louis. As roupas rasgadas denunciavam a força dos golpes, o sangue empossado ao redor do corpo pequeno, também.

Louis grunhia e rosnava a cada novo golpe, sentindo todos os seus ossos estremecerem... Quase se partirem. Mas, não eram somente esses os sons que preenchiam o depósito. Deitado de bruços no chão, com os braços amarrados atrás do próprio corpo, Harry assistia a tudo impotente. Movia os pulsos dentro do barbante enquanto sentia tudo que seu ômega sofria a cada corte ou hematoma, se debateu como podia, até perceber que era inútil.

- POR QUE ESTÁ FAZENDO ISSO? - Harry gritou ofegante, arriscando chamar a atenção do alfa que imediatamente o encarou, deixando Louis em paz por alguns instantes - Por que está fazendo isso... Por que...? - insistiu, mais baixo e contido, estava cansado.

- Por que nós fazemos o que fazemos? Por que você decidiu ser médico? Por que veio atrás dele e não ficou com a sua filha? - Jhon se aproximou, erguendo-o pelos cabelos, fazendo-o grunhir - Algumas perguntas não precisam de respostas, as coisas são o que são.

- Eu vou matar você. - Harry rosnou contra o rosto de Jhon.

- Não... Eu vou matar você... E eu não vou precisar sujar as minhas mãos... - aproximou a boca do ouvido do alfa - Você sente, não sente? - um dos capangas disparou contra a perna de Louis fazendo-o gritar novamente ao mesmo tempo em que arrancava um novo grito do cacheado. - Isso é... Adorável.

Jhon soltou o alfa que caiu machucando o ombro, ainda estava amarrado, mal podia se mexer, mas, infelizmente ou felizmente, podia ver claramente o que acontecia com Louis logo a frente. Não que ele precisasse, seu corpo sentia como se os golpes fossem nele.

- Lou, olhe pra mim. Só pra mim. - Harry sussurrou e o ômega assentiu. - Isso, muito bem, eu amo você, você ainda está comigo? - Louis acenou afirmativamente, mas, foi atingido por mais um chute em seu rosto, desmaiando logo em seguida.

- Isso é tão estúpido... O que você acha que vai conseguir? Mantê-lo vivo com a força do amor? - caminhou até os fundos do galpão, por ser um espaço mais escuro que o restante, Harry somente ouviu o barulho da água corrente, possivelmente abriu uma torneira e começou a encher um balde, suspeita que se confirmou quando o alfa retornou e jogou uma quantidade absurda no rosto de Louis para acordá-lo. Tomlinson tossiu, quase sufocando.

- Louis, a gente vai sair daqui... Só... Fique comigo, por favor. - Styles ignorou o comentário do alfa.

- Niall, você vai fazer alguma coisa ou vai ficar sentado no canto fingindo que se importa? - Jhon virou-se para o irlandês que havia se sentado no chão enquanto olhava o desenrolar dos acontecimentos. - É realmente engraçado que você tenha feito tudo que fez e, depois de entrar aqui como se fosse chutar várias bundas, esteja sentado fingindo uma crise existencial que... Não existe. - Jhon ponderou.

- Chega... - Niall passou as duas mãos sobre o rosto e suspirou profundamente - Tudo isso é culpa sua. - retirou a arma presa em seu cinto e a apontou para a cabeça do cacheado - Eu ainda olho pra você sem entender como e por que você merece a felicidade mais do que eu...

- Niall, cala a porra da boca. - Jhon o interrompeu - Você fala, fala, fala, fala e não diz nada que faça sentido... Por que tá conversando com ele? - Horan o encarou - Você só tá aqui porque me implorou feito uma vadia pra isso, queria fazer o Styles "pagar", vai fazer ou não?

A verdade é que quando Niall planejou tudo, decerto que ele não imaginou que chegaria àquele ponto, não com tanta violência, nem com sua máscara caindo. O ponto é que ele estava profundamente aliviado por não precisar fingir ser quem não era, mas, extremamente assustado. Ele era um babaca, sobre isso não havia dúvidas, mas, um criminoso?

Jhon bufou entediado e voltou sua atenção para Louis, no mesmo instante Harry virou-se para olhar o que ele faria e preparou-se para gritar mais uma vez, mas, foi impedido por Niall que o amordaçou. Ele arregalou os olhos e encarou o irlandês, murmurou e rosnou enquanto se debatia levemente, mas, o rapaz apenas o ignorou, apertando com força o pedaço de pano que lhe cobriu a boca.

- Ah, finalmente fez algo que preste. - agachou-se perto do ômega e afastou a franja da testa dele, fazendo um suave carinho - O que a gente pode fazer pra passar o tempo, huh? E distrair o seu maridinho... Quer dizer, eu acho que ele pode estar entediado.

- Onde estão eles estão? - Louis perguntou baixinho, encarando o alfa firmemente. - Cadê os meus filhos, Jhon?

- Não vamos conversar, docinho. Não é isso que o nosso amigo Harry aqui quer ver não é?

- Eu sei que eles estão vivos e que estão bem... - Louis afirmou enquanto Jhon o segurava pela corda que amarrava suas mãos, erguendo-o sem cuidado - Você não estaria tão nervoso se eles não estivessem bem.

- Você não sabe de nada, Tommo. - o alfa rosnou, elevando os braços de Louis - Niall, me ajuda com isso - rapidamente o irlandês se aproximou, auxiliando Jhon em sua tarefa: suspender o ômega e prendê-lo pelos braços em uma espécie de viga de madeira reforçada. - Esse galpão costumava ser um açougue, as peças de carne ficavam penduradas bem aí onde você tá agora... Irônico né? Eu sempre soube que você não passava de um pedaço de carne.

Rapidamente o alfa mais velho iniciou uma nova sessão de espancamento, vários socos foram desferidos no tronco de Louis, seguidas vezes. Harry grunhiu dolorido e fechou os olhos, não suportava assistir àquela cena. Mas, Niall não estava disposto a permitir que ele ignorasse tudo, aproximou-se do alfa, engatilhando a arma novamente e encostando-a na têmpora do alfa cacheado.

- Faça o rapazinho entender que se ele não abrir os olhos, o precioso ômega dele vai sofrer ainda mais. - Niall pediu.

- Vamos fingir que você manda alguma coisa... - Jhon continuou, atingindo o ômega com golpes ainda mais fortes, o som dos ossos das costelas de Louis se quebrando invadiram o galpão e Harry abriu os olhos.

- Muito bem. - Horan disse baixinho.

Os capangas já haviam saído dali e se ocupado em vigiar o local, mesmo porque era questão de tempo até que a polícia descobrisse onde eles estavam, não ficava muito distante do Salvation. Eles só esperavam que aquele "castigo" não durasse tempo demais.

Talvez Niall tivesse suas dúvidas a respeito da sua conduta, mas, de forma alguma tinha dúvidas de todo o ódio que carregou dentro de si por tanto tempo, e aquele era o momento perfeito para dar vazão a ele e, de quebra, vingar-se da surra que levou. Seus machucados ainda não haviam se curado completamente.

O primeiro chute no corpo de Harry atingiu em cheio sua barriga, o cacheado grunhiu de dor e, sem surpresa para ninguém ali, Louis também sentiu. Tudo era duplicado, amplificado, intensificado, toda dor e sofrimento era multiplicada por dois e enquanto Niall se ocupava de Harry, todo o corpo de Louis estava em alerta total, não por sua segurança, mas, pela segurança de seu alfa.

Agarrando-se à pouca força que ainda tinha, Harry tentava desfazer o nó que prendia suas mãos, foi quando ouviu um novo disparo, ergueu os olhos com dificuldade vendo Jhon apontar uma arma para Louis e o desespero tomou conta de seu corpo. Toda a força que fez acabou por desgastar o barbante, com muita dificuldade conseguiu desfazer um dos nós e livrar uma das mãos, a tempo de impedir um novo chute.

Tudo aconteceu em uma fração de segundos ou talvez não. Talvez tenha durado tempo demais. Harry golpeou a canela de Niall que desequilibrou-se e caiu, a arma que empunhava caiu no chão e o cacheado se apressou, segurando-a nas mãos, disparou-a algumas vezes contra o irlandês, rapidamente virou-se para Jhon e disparou contra ele também, não a tempo de evitar que o alfa disparasse de volta, não a tempo de evitar que alguns tiros perfurassem o seu corpo.

Os capangas que estavam do lado de fora haviam entrado em algum momento e foram atingidos também, não se sabe se pelos disparos de Harry ou pelos disparos do próprio Jhon, mas, quando tudo ficou silencioso, todos estavam no chão e o cacheado, de pé. Harry ainda disparou mais algumas vezes contra o alfa irlandês, até que ficasse sem munição.

Enfim deixou que a arma caísse e foi até Louis, sabia que ele estava vivo, ainda conseguia senti-lo, mas, também sabia que ele estava fraco, aproximou-se do ômega e desfez o nó que prendia os braços dele à viga de madeira, sem forças, acabou caindo com ele em seu colo. Tomlinson lutava bravamente pela própria vida, agarrava-se à ela com todas as forças.

- Fique comigo, eu estou aqui, por favor, fique comigo... - Styles curvou-se, a mordaça improvisada já havia caído e jazia presa em seu pescoço, beijou a testa e então todo o rosto do menor.

- Ha... - tentou iniciar uma frase, mas, não conseguiu.

- Abra os olhos, me deixe ver os seus olhos Lou... - com dificuldade, Tomlinson abriu os olhos inchados exibindo a tão conhecida coloração azul - Aí estão eles... Aí estão... Seus olhos são tão lindos... Conversa comigo... Diz alguma coisa.

- Eu não quero... morrer... Não quero...

- Você não vai a lugar nenhum. Eu não vou deixar, nós dois ainda vamos ter os nossos filhos, montes deles, pequenas misturas nossas correndo pela casa. Nós vamos ver a Amelia e o Arlo ensinarem tudo a eles, vamos vê-los crescer... - curvou-se para beijar com carinho os lábios do ômega e então sua testa, ainda tinha esperanças de que Jhon houvesse mentido e seus filhos estivessem salvos, diria qualquer coisa para manter Louis acordado.

- Eu quero ver os nossos... filhotes... - Louis respirava com dificuldade.

- Eu sei... Eu também quero... Eu amo você Louis, fique comigo, por favor...

- Eu amo você... Harry...

- Não se despeça, a gente não vai morrer hoje, não desse jeito, a gente vai ficar velhinho, com nossos filhos, netos, bisnetos, quem sabe uns tataranetos, a gente tem a vida toda pela frente... Louis... Louis... Vamos... Não durma agora...

- Eu estou... Estou cansado... - Tomlinson murmurou, respirando tão fundo que seu peito subiu e desceu sob os dedos de Harry.

- Eu sei... Mas, não durma, quantos filhos nós vamos ter? O que você acha de gêmeos?

- Gêmeos...

- Sim, gêmeos... - Louis fechou os olhos e suspirou pesadamente - Não... Não... Lou... Acorda... Eu to aqui... Eu to aqui com você... Por favor, fique aqui também... Louis... LOUIS!

A questão toda é que Harry também estava fraco demais, não tardou a deixar que o cansaço o dominasse, caindo no chão com Louis ainda sobre o seu corpo. Os ferimentos eram graves, ambos perderam tanto sangue, estavam condenados. O alfa não deixava de pensar em seus filhotes, ou em tudo que viveu desde que o ômega entrou em sua vida. Sabia que nunca sairiam dali, nunca os encontrariam.

- Lou... - sussurrou novamente seus olhos pesaram e era como se sentisse a vida saindo de si, até que a última coisa que ouviu antes de desmaiar foi alguém gritar o seu nome.

- Harry!

***

Louis abriu os olhos com dificuldade, demorou alguns instantes para reconhecer que estava no hospital, quando virou-se para o lado, Anne estava sentada numa cadeira e assim que o viu acordado, um sorriso aliviado surgiu em seu rosto cansado. A ômega ergueu a mão que segurava a do rapaz, deixando vários beijos ali.

- O que aconteceu? - perguntou baixinho.

- Você não se lembra de nada? - ele meneou a cabeça, havia um grande branco em sua mente. - Você e o Harry foram encontrados em um depósito, você foi atingido por dois tiros, um na perna e um na barriga...

- Por quanto tempo eu fiquei apagado? - parecia confuso.

- Um semana, querido...

- Onde... Cadê as crianças?

- Em Paris, com o Liam e a Cheryl... - o ômega suspirou aliviado, então ergueu os olhos, encontrando algumas mantas no pequeno sofá do outro lado do quarto. - O Harry não quis sair daqui enquanto você estava desacordado, os médicos só conseguiram leva-lo para a cirurgia agora.

- Cirurgia... Que cirurgia? - Anne ficou em silêncio por alguns minutos.

- O Harry ele... A bala ficou alojada numa cavidade do pulmão muito perto do coração... - a voz da omega vacilou e Louis apertou um pouco a mão que segurava a sua - Num primeiro momento os médicos revolveram deixar lá e ver como o quadro dele ia evoluir, mas... Ele estava muito abatido e decidiram que seria melhor fazer a cirurgia pra remover...

Anne o encarou com os olhos marejados e apertou a mão de Louis com a sua, não se sabe se para buscar conforto nele ou para confortá-lo. A cirurgia duraria mais de oito horas e o ômega deveria esperar ali, ainda estava debilitado, mas, seu coração apertava-se a cada minuto que passava longe de Harry, havia algo errado, ele precisava vê-lo.

- Eu preciso tomar um café, doce... Não durmo há uma semana. - levantou-se e se aproximou do ômega, deixando um beijo em sua testa - Eu volto logo.

Louis sentiu seu coração se apertar novamente enquanto Anne saía do quarto, foi quando soube o que devia fazer. Levantou-se as pressas, sentindo seu corpo doer no instante em que seus pés tocaram o chão. Era como se Harry o chamasse, podia ouvir claramente a voz do alfa em sua cabeça, mas, era como se ela se afastasse aos poucos. Ele o estava perdendo.

Caminhou apressada e desajeitadamente pelos corredores do hospital, sabia onde ir, sabia onde ele estava. Tomou o elevador, apertou o 6º andar e os poucos segundos que passou ali dentro pareceram uma eternidade. Chegou ao corredor e a última porta indicava o centro cirúrgico, sentiu sua perna repuxar, o curativo que cobria o local onde havia levado o tiro já exibia uma grossa mancha de sangue, os pontos estavam se abrindo, mas, isso não o impediria de continuar.

Permaneceu em seu caminho e adentrou o centro cirúrgico, chamando a atenção dos médicos ao redor de Harry. No instante em que a máquina que monitorava os batimentos cardíacos do alfa apresentou o último beep, Louis ouviu claramente o alfa dizer que o amava: Eu te amo, soou em sua mente e então o som da máquina se tornou contínuo.

- NÃO! - berrou desesperado aproximando-se da maca onde o cacheado estava, mas, foi impedido de continuar por um dos médicos que o amparou.

- O que está fazendo aqui? - perguntou enquanto tentava segurá-lo, o ômega se debatia em seus braços.

- TIRE ELE DAQUI! - ouviu o outro dizer.

- HARRY! - gritou novamente - ME SOLTA! HARRY! HARRY, POR FAVOR!

- Senhor Tomlinson precisa sair. - o médico que o segura a pediu novamente enquanto o empurrava para fora.

O peito de Harry exibia pontos recém feitos, havia uma pequena bacia ao lado da maca, dentro dela havia uma bala, a que havia sido retirada de dentro do alfa.

- 1... 2... 3... Afasta. - o cirurgião procedeu os protocolos de reanimação com o desfibrilador e a massagem cardíaca, mas, nada parecia funcionar.

Os ruídos dentro daquela sala eram ensurdecedores, o zumbido ininterrupto que indicavam a ausência de batimentos, os procedimentos de reanimação realizados com o desfibrilador, os gritos desesperados do ômega que tentava a todo custo livrar-se do alfa que o segurava, impedindo-o de se aproximar de Harry.

- Dr... Vamos anunciar... - foi o anestesista quem disse, chamando a atenção de Louis que sentiu as pernas fraquejarem antes de berrar o nome do cacheado outra vez.

- Hora da morte onze e

- HARRY!

E então, feito mágica, o alfa inspirou audivelmente e abriu os olhos sobre a maca.

***


N/A

Mamãe ama <3
P.S.: Obrigada Marcela, meu anjinho, por editar meu capítulo.

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