Kiss me

By ezanatto

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Ele sempre tivera a certeza de que existia uma mulher feita pra ele no mundo, e apesar de ter namorado e se a... More

Capítulo 1 - Amor Platônico
Capítulo 2 - Queimando
Capítulo 3 - Infeliz Coincidência
Capítulo 4 - Festa do Pijama
Capítulo 6 - O amor vence
Capítulo 7 - Um só
Capítulo 8 - Aposta
Capítulo 9 - Um aperto de mãos
Capítulo 10 - Tudo
Capítulo 11 - Deus deve estar me punindo
Capítulo 12 - Saudades
Capítulo 13 - Apenas um pedaço de carne
Capítulo 14 - Você merece mais
Capítulo 15 - Conversa de travesseiro
Capítulo 16 - Certeza
Capítulo 17 - Dez semanas
Capítulo 18 - Londres
Capítulo 19 - Apenas respire
Capítulo 20 - Preces
Capítulo 21 - Patagônia
Capítulo 22 - Doze semanas
Capítulo 23 - Mil razões
Capítulo 24 - Oficialmente
Capítulo 25 - No topo da montanha
Capítulo 26 - Feliz aniversário
Capítulo 27 - Futuro marido
Capítulo 28 - Na alegria e na tristeza
Capítulo 29 - Meu coração, meu lar
Capítulo 30 - Outro tipo de felicidade
Capítulo 31 - Dois presentes
Capítulo 32 - Sete Montanhas
Capítulo 33 - A ruptura
Capítulo 34 - Nada vai acontecer
Capítulo 35 - Sonhos
Capítulo 36 - Destino
Capítulo 37 - Francês
Capítulo 38 - Comida mexicana
Capítulo 39 - 21 de janeiro de 2019
Capítulo 40 - Família
Epílogo - Nossos sonhos

Capítulo 5 - Coragem Líquida

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By ezanatto




Dezembro chegou, e trouxe consigo, além do tradicional frio escocês, muita neve. Sempre que a neve dava uma folga, eles gravavam as externas, mas por mais que ela não estivesse presente, fazia muito frio, e nos intervalos de gravação todos os atores recebiam casacos térmicos e copos e mais copos de café quentinho.

    Mesmo com todos esses cuidados, logo Sam pegou um forte resfriado. Claro que doença nenhuma o impediria de seguir com o cronograma de gravações, então á base de anti-inflamatórios, seguiram com o programa.

    Ele sempre dizia que malhar, correr, escalar ou qualquer outra atividade física o deixava revigorado e então mesmo com o nariz escorrendo e com a garganta toda zoada, seguia acordando ás cinco da manhã pra correr e malhando nos intervalos das gravações.

— Sam, já chega! — Caitriona entrou obstinada na academia montada anexa ao set de gravação. Lá dentro estava super gelado e Sam que usava apenas uma regata e shorts, fazia uma pausa entre uma série e outra de agachamento.

— Chega de quê? Tá louca? — perguntou, fungando um pouco enquanto se preparava para a série seguinte.

— Me dá esse peso aqui! —ela disse, arrancando o haltere de sua mão, pegando-o de surpresa — Você não vai mais fazer nenhum maldito exercício até melhorar.

— Caitriona... — protestou, fazendo uma tentativa absurda de tentar resgatar o haltere.

— Esquece! — falou mais alto, largando o peso no chão, o mais longe possível de Sam — Agora vai tomar um banho quente e vestir uma roupa coerente com o frio que tá fazendo.

    Ele estava chocado, pra dizer o mínimo. Uma hora estava tranquilamente fazendo seus exercícios, e na outra ela irrompera ali, dando ordens.

— Vamos! — Caitriona bradou, empurrando-o em direção ao banheiro — E não demore, vou estar esperando aqui.

    Ele pensou em contestar e até chegou a abrir a boca pra falar algo, mas um espirro o pegou desprevenido e Caitriona aproveitou para empurrá-lo de vez em direção ao banheiro.

    Quando saiu do banho, vestindo três camadas de roupas e um casaco térmico, encontrou Caitriona sentada na estação de musculação, remexendo as pernas para se manter aquecida.

— Pronto, satisfeita? — perguntou, dando uma voltinha pra mostrar que estava devidamente encasacado.

— Não, eu não estou, seu desgraçado. — ela levantou, puxando-o para fora da academia em direção ao set, onde tinha calefação e ninguém morreria congelado — Já faz duas semanas que você está doente, Sam. Duas semanas. E você não escuta ninguém.

— Eu já disse que estou bem — ele falou, limpando a garganta. Segundos depois teve um acesso de tosse, como que para contradizê-lo.

— Tô vendo — Caitriona rebateu, assim que ele parou de tossir — Eu já estou de saco cheio de mandar você ir ao médico, de sugerir que não saia correr nesse frio desgramado todas as manhãs. É óbvio que você não vai melhorar se não está tomando os devidos cuidados.

— Caitriona, você tá exagerando — ele reclamou, abrindo a porta do set pra ela entrar. Ali dentro estava super quentinho e assim que entraram já foram tirando os casacos e entregando a um assistente que passava por ali.

— Não, eu não estou exagerando. Eu falei com o Ronald e estamos indo pra casa agora .— falou, sem pedir a opinião dele —Não dá pra ficar repetindo mil vezes a mesma cena porque você tem acessos de tosses e espirros. Então ele preferiu te mandar pra casa e adiar suas cenas por enquanto. E eu pedi pra ir junto, pra cuidar de você.

    Ele abriu a boca novamente, pronto para contestar.

— Não abra sua boca. Já esta decidido — ela disse, atravessando o resto do corredor em duas passadas e entrando no camarim dele. Segurou a porta aberta, indicando para que ele entrasse — Pegue as suas coisas.

— Cait -

— Sem protestar. Apenas pegue tudo que precisa e vamos.

    Caitriona insistiu em dirigir até o apartamento. Pra falar a verdade, ele realmente não estava se sentindo bem, mas nunca se deixou abalar por uma gripezinha qualquer, então achou que fosse passar logo. Pensando bem, duas semanas era tempo demais para um resfriado. Então desistiu de contestar. Faria o que quer que mandasse, contanto que ela estivesse por perto.

— Vamos ficar lá em casa — ela seguia dando ordens.

— Tudo bem. Posso subir pegar roupas limpas, pelo menos? — ele sorriu, achando  graça da preocupação dela.

— Eu vou junto com você. Nem pense em fugir de mim — ela o agarrou dramaticamente quando chegaram no elevador, como se houvesse algum risco real dele fugir.

    Pegou uma muda de roupas confortável, sua escova de dentes e um filme novo que tinha comprado e seguiu-a até seu apartamento. Eddie os cumprimentou quando chegaram, mas logo fugiu quando ele teve outro acesso de espirros.

— Certo, troque de roupas — ela ordenou, mostrando o quarto de hóspedes pra ele.

— Sim senhora — ele sorriu, fazendo piada.

    Quando voltou para a sala, Caitriona já tinha acendido a lareira e arrumado uma manta macia sobre o sofá grande. A TV estava ligada num canal qualquer, com o volume bem baixo e uma xícara de chá fumegava sobre a mesa de centro.

    Ele pensou em se aproveitar do momento para poder ficar mais perto dela, tocá-la de formas que normalmente não podia, mas logo percebeu que realmente estava doente demais pra isso. Deitou no sofá e deixou que ela o cobrisse, aceitou a xícara de chá e beberricou aos poucos. Ela levou uma mão até sua testa, tocando-o com carinho e arquejou.

— Sam, você tá queimando de febre — declarou, pegando o termômetro de cima da mesinha de centro e entregando a ele — Coloca embaixo do braço.

    Ele estava cansado demais para questionar, então entregou-lhe a xícara que segurava e colocou o maldito termômetro embaixo do braço. Esperou até que apitasse e entregou de volta a ela, sem nem olhar.

— 38,9 graus — ela declarou — Sam, acho melhor eu te levar ao médico.

— Nem vem com essa historia de médico, Cait — rebateu — Eu já disse que estou b-

E foi novamente tomado por um acesso de tosse. Caitriona esperou que ele recuperasse o fôlego antes de dar o veredito:

— Está bem, mas se chegar em 39, nem adianta questionar. Você vai no médico e pronto. — foi até a cozinha e voltou com uma caixinha de remédios —Toma esse anti-térmico aqui.

    Ela lhe entregou um comprimido e um copo de água.

— Obrigado — ele respondeu, beberricando o conteúdo do copo.

— Beba tudo.

— Está bem — concordou, porque por mais que relutasse, ele tinha que admitir que realmente estava doente.

— Agora me diga o que você está sentindo — Caitriona sentou-se na ponta do sofá, chegando tão perto que ele quase conseguia sentir sua respiração —E não venha me dizer que está bem, porque posso ver com esses dois olhos aqui, que você não está.

— Está bem. Sendo muito sincero, estou com um pouco de dor no corpo, mas isso pode ser porque peguei pesado na corrida hoje de manhã... e também um pouco de dor de cabeça — admitiu, fazendo um inventário mental do que sentia antes de traduzir em palavras.

— Vamos somar isso aos espirros, e tosse, e uma garganta obviamente inflamada, além da coriza e agora a febre — ela contou, afagando seus cabelos — Parabéns Sam Heughan, você tem uma maravilhosa gripe — disse, sarcasticamente.

    Ela refletiu por alguns segundos e concluiu que seria inofensivo.

— Deite-se aqui — falou finalmente, dando batidinhas em sua coxa enquanto puxava cuidadosamente a almofada de baixo da cabeça de Sam.

— Tem certeza? — ele inquiriu, imaginando que seria realmente muito bom sentir o calor da perna dela em sua face febril.

— Sim, vamos, ajeite-se então — ela empurrou-o gentilmente, acomodando sua cabeça sobre suas coxas e começando uma serie de carícias em seus cabelos curtos, até que ele adormecesse.

    Quando acordou, não fazia ideia de quanto tempo tinha se passado. Só sabia que ela ainda estava ali, a mão sobre sua cabeça e a respiração lenta, possivelmente dormindo. Ele não quis se mexer. Era tão bom estar deitado assim, tão bom o cuidado e carinho dela. Isso só o fazia ter mais certeza de que a amava. Mas será que seu amor era o suficiente para os dois? Deveria ele seguir o conselho da mãe e se declarar pra ela, correndo o risco de perdê-la de vez?

    O tempo parecia um vórtice sem sentido em meio a seus delírios febris, e por mais que estivesse de olhos abertos, sua mente estava em outro lugar quando sentiu que ela havia acordado. Ele fechou os olhos rapidamente, fingindo que ainda estava dormindo.

    Caitriona apoiou sua cabeça com uma das mãos, levantando-se cuidadosamente e arrumando uma almofada macia no lugar onde estava sentada, em seguida acomodando sua cabeça de volta. Ela fez tudo isso silenciosamente e voltou alguns minutos depois.

    Ele abriu os olhos quando ela se aproximou, observando-a.

— Olha só quem acordou — ela sorriu, colocando a mão sobre sua testa — Parece que a febre cedeu, graças a Deus —atestou.

— Não vai me mandar enfiar o termômetro embaixo do braço de novo? — ele falou, percebendo que sua voz estava bem rouca.

— Não, não precisa - declarou, rejeitando a ideia — Mas vou fazer uma sopa pra você.

— Eu posso levantar pra mijar, ou você vai brigar comigo se eu fizer isso? — ele fez piada, afastando o cobertor antes dela responder.

    Foi até a cozinha e viu que ela descascava batatas, cenouras, cebolas e refogava alguma coisa na panela. Ele estava se sentindo melhor, e provavelmente e fonte do mau estar anterior era a febre, que já tinha ido embora. Mas isso não queria dizer que realmente estava bem.

    Ele ficou na cozinha enquanto ela preparava a tal sopa, mas não ousou se aproximar do fogão, pois ela odiava que se metessem enquanto estava cozinhando. Ficou observando da bancada, cada vez mais envolvido pelos aromas que subiam da panela.

    Em minutos a sopa estava pronta, e sentaram-se a mesa para comer. Logo voltaram para o sofá, onde sentaram-se lado a lado, dividindo o cobertor. Ela levou uma garrafa de uísque pra sala e apenas um copo, deixando claro que nem adiantava ele pedir pra beber. Assistiram o filme que ele trouxera, e conforme Caitriona tomava grande parte da garrafa, ele sentia que ela se soltava mais.

    Ele tinha a impressão que ela queria lhe dizer algo e sua suspeita se confirmou quando ela finalmente virou o último gole de uísque, soltando a garrafa e o copo com um baque surdo sobre a mesa de centro. Ela se levantou, trôpega e caminhou até a TV. Em seguida voltou a sentar no sofá, enquanto ele a observava.

— Cait, o que foi? — ele perguntou, não sabendo se deveria rir ou se preocupar com ela.

— Você é um desgraçado teimoso. É isso que você é — ela falou, a voz pastosa pela bebida — Eu fiquei muito preocupada com você.

— Me desculpe — ele disse, sinceramente — Venha cá, Cait. Sente-se de volta no sofá, sim?

— Eu quero muito te falar uma coisa — ela continuou, olhando-o de longe, como se avaliasse se era seguro se aproximar — Mas ao mesmo tempo eu não quero.

— Fale, querida — ele disse, paciente.

    Como o jogo havia virado rapidamente, não é? Uma hora era ele quem estava sob os cuidados dela, e no momento seguinte ele previa que muito em breve teria que segurar seus cabelos enquanto ela vomitava.

— Quando você foi na sua mãe... — ela começou, mas parou em seguida, novamente ponderando se deveria falar ou não.

    Obviamente ele havia percebido que ela estava diferente quando voltou. Estava mais distante, mais quieta e evitava ficar sozinha com ele. Mas logo ele ficou doente e ela voltou a ser a velha Cait de sempre, preocupada e mandona. Ele sabia que ela tinha se encontrado com Hannah e talvez a estranheza com que ela o tratou se devesse a isso. Talvez não.

— E-eu pensei algumas coisas — ela continuou — e acho que talvez eu esteja louca, mas eu preciso te contar isso.

— Tudo bem, pode falar — ele repetiu, observando-a. Ela estava encostada ao móvel da TV, o mais longe possível dele.

— Você lembra o dia da minha audição, lá em LA? — perguntou, por fim.

— Sim — ele disse — Você conquistou todo mundo com esse seu sotaque irlandês e mesmo chegando atrasada, conseguiu o papel.

— Certo. Eu sei disso — ela dispensou o comentário — Mas eu quero que você me diga o que fez na noite anterior.

    Ela sentou-se no chão, sem se incomodar com o frio do porcelanato e ficou o observando atentamente, esperando sua resposta.

— Eu... — ele forçou a memória, tentando se lembrar daquela noite — Eu saí com alguns amigos, fomos num bar e eu bebi muito. E depois disso, lembro de acordar no hotel na manha seguinte.

— Por um acaso você não achou estranho estar nu quando acordou? — ela questionou, sem piscar.

— Bem, eu achei mas- espera, como você sabe disso? —arregalou os olhos, em choque.

— Porque fui eu que te levei para o hotel, e nós dormimos juntos aquela noite, seu maldito — levantou em um salto, pegou a garrafa vazia que estava sobre a mesa e arremessou contra uma parede.

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