Kiss me

By ezanatto

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Ele sempre tivera a certeza de que existia uma mulher feita pra ele no mundo, e apesar de ter namorado e se a... More

Capítulo 1 - Amor Platônico
Capítulo 2 - Queimando
Capítulo 3 - Infeliz Coincidência
Capítulo 5 - Coragem Líquida
Capítulo 6 - O amor vence
Capítulo 7 - Um só
Capítulo 8 - Aposta
Capítulo 9 - Um aperto de mãos
Capítulo 10 - Tudo
Capítulo 11 - Deus deve estar me punindo
Capítulo 12 - Saudades
Capítulo 13 - Apenas um pedaço de carne
Capítulo 14 - Você merece mais
Capítulo 15 - Conversa de travesseiro
Capítulo 16 - Certeza
Capítulo 17 - Dez semanas
Capítulo 18 - Londres
Capítulo 19 - Apenas respire
Capítulo 20 - Preces
Capítulo 21 - Patagônia
Capítulo 22 - Doze semanas
Capítulo 23 - Mil razões
Capítulo 24 - Oficialmente
Capítulo 25 - No topo da montanha
Capítulo 26 - Feliz aniversário
Capítulo 27 - Futuro marido
Capítulo 28 - Na alegria e na tristeza
Capítulo 29 - Meu coração, meu lar
Capítulo 30 - Outro tipo de felicidade
Capítulo 31 - Dois presentes
Capítulo 32 - Sete Montanhas
Capítulo 33 - A ruptura
Capítulo 34 - Nada vai acontecer
Capítulo 35 - Sonhos
Capítulo 36 - Destino
Capítulo 37 - Francês
Capítulo 38 - Comida mexicana
Capítulo 39 - 21 de janeiro de 2019
Capítulo 40 - Família
Epílogo - Nossos sonhos

Capítulo 4 - Festa do Pijama

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By ezanatto




O conceito de festa do pijama era algo que Cait lembrava com nostalgia. Durante todo sua infância e adolescência tinha dormindo inúmeras vezes nas casas de suas amigas, e dormir não era bem o termo correto para o que faziam, afinal, elas faziam qualquer coisa exceto dormir, é claro. Com a vida adulta, as inúmeras viagens, mudanças e agora, com o fato de morar quase o ano todo na Escócia por conta das filmagens, Cait há muito não recebia amigas em casa. E por isso estava tão ansiosa para essa noite.

    Ao fim das gravações do dia, tomou a van até seu apartamento e subiu correndo. Sam tinha dois dias de folga nas filmagens e aproveitou para ir visitar a mãe e o irmão no interior. Por sorte, Hannah, sua amiga da época de modelo estava em Londres, fazendo uma ação para sua instituição de caridade quando Cait lhe contou que estaria sozinha esse fim de semana.

— Eu ainda não acredito que você realmente pegou o primeiro trem pra cá, sua maluca! — Cait falou, enquanto esmagava a amiga num abraço de urso — E ainda trouxe o pequeno Nate — exclamou, arrancando cuidadosamente a criança do bebê-conforto e apertando-a contra o peito.

— Acha que eu ia perder a chance de uma noite com minha melhor amiga no mundo inteiro? — Hannah sorriu, enquanto terminava de trazer sua mala para dentro.

— Você sabe que eu tenho que gravar amanhã, né? Quem está de folga é o Sam! — Cait se apressou em corrigir a amiga, enquanto fazia caretas para o bebê.

— Sim, eu sei, mas não importa. Eu não perderia a chance!

    Enquanto Hannah se acomodava, desfazendo a mala, dando banho e amamentando o pequeno Nate — que prontamente dormiu —, Caitriona preparou um jantar leve e abriu uma garrafa de vinho branco, um aquecimento para a noite que se seguiria. Claro que Hannah não poderia beber, porque estava amamentando, mas uma mulher preparada vale por dez, então ela apareceu com um bom estoque de leite materno congelado, que havia ordenhado no dia anterior, assim poderia beber tranquilamente e depois era só jogar fora o leite contaminado. Tudo resolvido.

    Hannah estava atualmente terminando de gravar a última temporada de uma série e com as rotinas convergentes das duas — uma delas morando e gravando nos EUA, enquanto a outra estava na Escócia — era muito difícil dispor de agenda livre para se encontrarem. Essa noite juntas era uma loucura e um luxo que raramente poderiam desfrutar.

    No último ano, Hannah tinha oficializado sua união com Jesse Giddings em uma pequena cerimônia, e dado a luz ao pequeno Nate menos de um mês depois. E Cait não pode participar de nenhum desses momentos por conta de agenda. Era triste, mas era a realidade.

— Tá, mas agora chega de falar sobre mim — Hannah disse, depois de tomarem uma garrafa inteira de vinho branco, meia de merlot e mais uísque do que gostariam de admitir.

— Ah bem, as gravações estão indo de vento em popa e-

— Não quero saber de gravações — Hannah interrompeu a amiga, conduzindo a conversa para o assunto que vinha querendo abordar desde que chegara — Quero saber se o ruivo é bom de cama.

— Q-quem? — Caitriona indagou, quase gritando ao perceber o rumo que a conversa estava tomando.

— Heughan. Quero saber se ele é bom de cama — ela repetiu, sendo ainda mais direta.

— Eu não poderia saber. Q-quer dizer...De qualquer forma, ele nem é ruivo mais. — sentiu todo seu fluxo sanguíneo subindo para as faces, que a essa altura, ela tinha certeza que estariam vermelhas feito tomates maduros.

— Como assim? Você não foi pra cama com ele ainda? — ela riu da amiga, achando graça de seu rubor.

— Bem, só uma vez... mas eu não sabia que era ele e bem, ele não lembra disso — Cait admitiu, e seguiu detalhando a fatídica noite em que acabaram dormindo juntos, ás vésperas de sua audição para Outlander.

— E ele nunca tocou no assunto — finalizou — Depois de um tempo viramos amigos e -

—Aham, amigos — Hannah sorriu, sugando o resto de sua bebida num gole só e repondo o uísque nos copos em seguida.

— O que quer dizer com isso? — Caitriona inquiriu, pensando que talvez a bebida estivesse deixando seu raciocínio lento.

— Cait, minha linda, só não vê quem não tem olhos! — Hannah sorriu, segurando as mãos da amiga. Estavam sentadas confortavelmente no chão da sala, sobre um tapete felpudo, a lareira queimando lentamente e mantendo o cômodo bem aquecido —O cara é caidinho por você!

— Claro que não, Hannah. Ele é só um bom amigo. — falou, parando por um segundo antes de acrescentar —Um amigo muito muito fiel e carinhoso.

    Enquanto Hannah preenchia novamente os copos, Cait pensava se deveria contar á ela. Elas se conheceram em Paris e Piérre era um assunto delicado para as duas. Decidiu por fim, que deveria contar.

— Eu encontrei Piérre há uns quinze dias — falou finalmente, observando a amiga paralisar — Ele estava passando uns dias aqui na cidade, e eu sabia que ele estava aqui e meio que nos encontramos no lugar mais improvável.

    Então narrou com detalhes os momentos que antecederam a chegada de Sam ao corredor de frios e sua fúria desesperada enquanto socava Piérre.

— Acho que ele quebrou o nariz dele — disse, rindo com a ideia de inflingir dor ao maldito francês — Mas Sam ganhou um belo de um olho roxo e teve que mentir sobre como conseguiu ele. Quer dizer, estamos em meio ás gravações e ele teve que arranjar uma desculpa qualquer por aparecer assim.

    Hannah apenas ouvia, beberricando de seu copo de uísque enquanto Cait contava. Elas tinham fugido juntas de Paris e de Piérre.

— Ele me trouxe pra casa e adormecemos juntos no sofá, — continuou contando — e não tentou me tocar de nenhuma forma, apenas cuidou de mim, sabe?

— Só porque ele não tentou nada contigo num momento em que você estava com a guarda baixa acha que ele não sente nada por você? — Hannah finalmente falou, encarando-a.

— É... acho q-

— É aí que você se engana, minha amiga. Se isso não foi uma prova de amor incondicional, eu não sei o que é. Como eu disse, só não vê quem não quer.

— Hannah, eu não quero criar expectativas, quer dizer, um relacionamento agora só poderia arruinar nossa dinâmica na série, além de nossa amizade... — começou, mas teve que se interromper — E além disso, tenho certeza que ele não quer nada comigo. Olhe, já são quatro anos convivendo juntos pelo menos dez meses por ano, e ele nunca disse uma palavra, nunca fez nenhum avanço...

— Tem certeza quanto a isso? — questionou.

— Bem, uma vez... — parou um instante para pensar —Foi mais do que uma vez, na verdade, mas não acho que possa considerar isso como um sinal ou algo do tipo.

— Como foi?

— Você sabe que passamos horas e mais horas, ás vezes dias, gravando aquelas cenas de sexo, seminus e- não, não pode ser.

— Continue Cait — incentivou.

— Então, foi mais de uma vez... enquanto nos beijávamos - quer dizer, Claire e Jamie, sabe? O diretor gritou corta e continuamos, e não era um beijo técnico. — ela ruborizou novamente— Mas acho que foi só pelo ímpeto de fazer uma boa cena, sabe? Além do mais, nunca é técnico com ele.

— E você acha isso normal?

— Bem, com o Tobias era técnico, com o Sam não, e eu nunca me incomodei, sempre achei que traria mais verdade á historia dos nossos personagens...

— Você está claramente mentindo para si mesma — Hannah observou, servindo a última rodada de uísque. A garrafa tinha acabado.

    Os últimos quatro anos se passavam como um filme em sua cabeça, revendo cada momento que teve junto a Sam, dentro e fora dos sets, relembrando cada ação deles e encarando-as através de um novo filtro. Será que ele realmente nutria sentimentos por ela? Se sim, desde quando? E porque? Porque nunca falou nada? Porque nunca a beijou?

    Então uma lembrança se destacou das outras, atraindo sua atenção.

    Era o décimo quinto dia de gravações do terceiro bloco da terceira temporada. Estavam gravando a esperada reunião dos personagens após vinte anos separados. Era uma daquelas sequências que demanda muito ensaio, muita nudez e uma consequentemente uma equipe reduzida para as filmagens. Foram 12 horas encenando os mesmos gemidos, os mesmos movimentos, as mesmas falas, então no último take, Sam deveria encenar o orgasmo de Jamie e ele gemeu "Claire", naquela voz rouca, carregada do sotaque das highlands. Só que não. Ele não havia dito Claire, agora ela conseguia se lembrar. Ele havia gemido seu nome. Ele havia dito "Cait", enquanto a beijava. Não era Claire. Era Cait.

*

Enquanto isso, na casa da Sra. Heughan...

— Não mãe, chega! — Sam reclamou, esfregando a barriga — Você está acabando com a minha contagem de macros com todos esses carboidratos.

— Não me venha com essa baboseira de rato de academia, Samwise. — Sua mãe deu um tapinha amoroso em sua cabeça, aproveitando para depositar um beijinho carinhoso em sua testa — Achei que traria a Caitriona de novo.

— Er, ela não tinha folga dessa vez — Sam respondeu, enquanto engolia mais uma garfada do tradicional haggis que sua mãe fazia toda vez que ele a visitava.

— Quando é que vocês vão parar de dar voltas e se assumir, meu filho? — ela foi direto ao ponto, sentando-se em frente a Sam, do outro lado da mesa e observando-o atentamente.

— Mãe, eu já te disse que somos apenas amigos —ele sentiu que ruborizava enquanto respondia, mas não estava mentindo, estava?

— Samwise, Samwise... já se passaram quatro anos, e vocês não estão ficando mais jovens — sua mãe proferiu, sorrindo em seguida — Eu quero que me deem netos, filho.

— A senhora está enganada, mamãe. Nunca tivemos nada, Cait e eu...


— Bom, se você diz... quem sou eu pra questionar, não é mesmo? — ela fingiu desistir, dando de ombros e voltando-se para a pia que continha uma pequena pilha de louça suja — Mas eu te digo uma coisa, filho: talvez quando você se decidir, o momento já tenha passado.

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