Só de lembrar dos insultos que sofri no último ano da escola, me causa náuseas. O lado bom foi conhecer meu amigo, Miguel.
Ele está como pastor auxiliar em uma igreja do interior. Perdemos o contato.
Eu: Gol. Gol. Gol. Yes! Isso aí timão. Já vai pra igreja, pai?
Henrique: Vou.
Eu: Agora tem uma banda no grupo jovem, graças a mim.
Henrique: Foi ideia sua?
Eu: Com certeza.
Henrique: Essa banda, é pra sua glória? Pra você aparecer? Ou é pra você cantar para Jesus?
Eu: Não dá pra conversar com você.
Henrique: Tudo o que você quer é aparecer, Fernando. Vira homem, para de agir como uma criança mimada e carente de atenção. Faça as coisas pra Deus e não para seus próprios interesses.
Eu: É engraçado né? Todo mundo reconhece o quanto sou talentoso. Mas o pastor não reconhece. Sabe pai? A Honra e Glória é dada a Deus. Mas, nós também gostamos de ser reconhecidos de vez enquanto.
Henrique: Vai ficar aí no sofá passando o dia assistindo futebol? Ou vai fazer algo útil? Você já tem vinte anos de idade, não é mais criança. Precisa fazer algo.
Eu: Tipo ser pastor? (eu comecei a rir pra não chorar) pastor? Você não se importa comigo, pastor Henrique. Tudo o que você quer, é mostrar pra todo mundo e dizer que seu filho seguiu seus passos. Mas eu não quero ser pastor. Quem sabe um cantor de muito sucesso? Empresário no ramo de música? Você não acredita em mim, mas ainda vou provar que eu tenho meus talentos. Você vai ver.
Rute: Cheguei. O que está acontecendo?
Henrique: Eu estou indo pra igreja. (deu um beijo na minha mãe e saiu)
Rute: O que houve?
Eu: Ele não acredita em mim. Mas ele ainda vai ver...
Rute: Ver o quê?
Eu: Meu sucesso.
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