Sadly, this is the end girls...
Obrigado por tudo, ly
---------------------------------//------------------------------
Tentei descobrir um pequeno sitio sossegado e ao mesmo tempo onde o tempo estivesse mais ou menos ameno para que não tivesse qualquer tipo de interrupção na minha árdua tarefa de pensamentos.
Eu não sou daqueles homens, se é que me posso incluir nesse grupo, que adora pensar e por isso se perde demasiado no que vai no interior da sua cabeça mas desta vez isto é algo que eu realmente quero e se assim o é, eu não posso simplesmente desistir por ser demasiado dificil ou ter alguns obstáculos pelo percurso.
Se há algo que eu aprendi durante a minha árdua viagem até aqui foi que não posso desistir daquilo que realmente quero ou caso contrário perderei tudo aquilo porque anseio.
Não é muito dificil de imaginar o que me teria acontecido se eu não tivesse lutado pelo meu sonho, ou até mesmo se eu não tivesse persistido para tentar reaproximar-me de Allyson quando descobri quem ela era.
Então se já concretizei tantos objetivos na minha vida, porque não concretizar mais este?
Eu não preciso do dinheiro que ganho com a banda, eu não preciso de ser famoso, neste momento tudo o que quero é que ela volte para mim e permaneça na minha vida até que a vida nos permita...
Eu anseio pela sua volta, mas anseio ainda mais pelo momento em que vou poder reencontrá-la e encará-la nos olhos. Dir-lhe-ei tudo aquilo que sinto e aquilo que deixei por dizer durante todo este tempo.
Eu deveria ter-lhe dado mais valor, eu deveria ter-lhe dito o quão feliz ela me fazia mais vezes, o quanto a amava sempre que tivesse tido a oportunidade, o quão bonita ela ficava mesmo que apenas estivesse com uma simples roupa, deveria tê-la feito sorrir todos os dias que passou junto a mim...
Mas, infelizmente, muitas dessas coisas não as fiz por vezes porque assumi que ela já as sabia. Assumi que ao dizer-lhas uma vez não precisaria de as dizer muitas mais e que por um simples gesto ela deduziria as coisas, mas embora eu saiba que ela o fez, não foi o suficiente.
O meu amor não foi suficiente....
Voltei a sentar-me com as pernas a pender para a água, mas ainda assim sem lhe tocar, e olhei o vasto horizonte que me rodeava.
Pelo que sei, Alice não pode sair do orfanato sem ser acompanhada então isso dificulta um pouco as coisas porque eu não sei quem a poderia ir buscar para irem dar um pequeno passeio ou até mesmo onde a levaria.
Eu não imagino aquela pobre senhora a sair com montes de crianças atrás e ir pelas ruas dentro só para passear, embora acredite que o faça ocasionalmente, não me parece que ela o tenha feito num passado relativamente próximo.
Então no restaurante onde ela costuma ir não tem aparecido, a pequena Alice gosta de ir até ao parque mas não pode ir sozinha...
"O que raios me está a escapar?"
Se ela não pode sair, como raios é que viu a Allyson? Ela pode tê-la visto pela janela e dai ter corrido até lá fora para poder falar com ela e assim, mas não estou a ver a Allyson ir para aqueles lados sem um motivo aparente.
A menos que....
Levantei-me daquela pequena ponte imunda, aos meus olhos no momento, e corri o mais que conseguia. Corri até sentir o meu corpo queixar-se, até que as minhas fraquezas quase levassem o melhor de mim para logo depois as conseguir vencer mais uma vez.
Os meus pulmões começaram a queixar-se com a respiração irregular, a minha visão começou a ficar turva devido às lágrimas que se iam criando devido ao vento forte que batia nos meus olhos verdes cristalinos, mas nem mesmo isso me levou a desistir.
Continuei a correr como se de fugir da morte se trata-se, como se todo o meu amor dependesse daquela insignificante prova e como se a chama se estivesse quase a extinguir.
Eu estava decidido a lutar pela pequena réstia que me sobrava, estava disposto a correr milhas, se preciso fosse, para a reencontrar.
Pelo caminho ia passando por algumas pessoas e com toda a sua gentileza elas iam abrindo caminho pelos passeios como se percebessem do que se tratava. Alguns dos seus olhares, delicados, caiam em mim e davam-me ainda mais força para continuar a minha maratona.
Era como se neles, e na sua vida, eu encontrasse forças para correr de volta para a minha. Finalmente eu encontrei o íman perdido que nos atraia de volta um para o outro, e não faço questão de o voltar a perder.
A minha intensiva corrida cessou quando avistei, por fim, o pequeno orfanato e sorri ao perceber que poderia estar a meros minutos, ou até mesmo segundos, de a voltar a ter nos meus braços. Só esse pensamentos fez-me voltar a correr e apenas parei quando entrei pela porta frontal do edificio.
A senhora olhou para mim um pouco assustada ao inicio, mas quando se apercebeu que era eu um pequeno sorriso surgiu no seu rosto. Será que percebeu finalmente o motivo da minha vinda?
Caminhei pelo corredor onde deveriam ser os quartos, quando nenhum obstáculo me foi oposto, e procurei em todas as divisões. Procurei até que as minhas esperanças todas se fossem e ai percebi que tinha alimentado uma esperança inerte...
Como é que eu pude imaginar que a encontraria aqui? Quer dizer tudo, mas mesmo tudo, fazia sentido a meu ver!
Alice não pode sair então se esteve com Allyson esta tinha de ter vindo ao seu encontro, mesmo que despropositadamente. A relutância da senhora em relação a mim foi porque provavelmente Allyson lhe teria falado de mim e ela tinha visto como o seu coração estava despedaçado e percebeu tudo errado, mas faltou-me o essencial, o porquê de ela vir para aqui...
De entre tantos sitios, seria demasiado fácil se ela tivesse vindo precisamente para aqui, onde eu poderia facilmente encontrá-la. Para não falar, de todas as vezes que aqui, que devem ter sido umas três, e logo ai tê-la-ia encontrado mas não o fiz.
Deixei-me cair de joelhos no meio do extenso corredor e quando estava prestes a deitar toda a minha raiva e fúria através de delicadas lágrimas decidi que não iria desistir tão facilmente.
"Este foi apenas um obstáculo!"
Ergui-me do chão e caminhei até à entrada. Já que vim até aqui não me vou embora sem ver a pequena Alice, não é mesmo?
Provavelmente, ela está lá atrás a jogar ou até mesmo a pensar e vou tentar não fazer barulho para não a incomodar e pode ser que assim ainda crie um pequeno efeito de surpresa quando ela me vir.
Caminhei calmamente até à parte traseira da casa, dando a volta à mesma e mal podia acreditar quando avistei o seu cabelo castanho. Ela estava de costas para mim para que conseguisse perceber a minha presença no local, mas eu fui demasiado descuidado e acabei por pisar um pequeno pau de madeira, que se partiu de imediato e deu o alarme para que todos os presentes no local desviassem a sua atenção para mim.
A forma como os seus olhos brilharam quando me viram, o pequeno sorriso que ela tentou combater, mas acabou por perder essa mini-batalha interior, surgiu no seu rosto e logo percebi que ela tivera tido tantas saudades minhas como eu dela.
Por fim, encontrei Allyson....
Os pequenos voltaram a correr atrás da bola enquanto que Allyson se manteve petrificada a olhar-me. A insegurança pelo que deveria fazer estava permanente no seu olhar e isso fez-me sorrir por perceber que ela continuava a pequena menina indefesa que aos meus olhos sempre fora.
Caminhei até ao seu corpo, e eu não consigo explicar o quão doeu vê-la dar um passo atrás para se afastar do meu toque, mas quando ela tomou a iniciativa de me abraçar toda a dor se afastou do meu corpo.
Depois de eu ter passado tanto tempo em busca de algo que me fizesse feliz, eu finalmente encontrei a minha quota parte de felicidade.... Ela!
Consegui perceber um pequeno movimento pelo canto do olho e sorri ao ver a pequena Alice com o seu olhar delicado pousado em nós. Notei o sorriso no seu rosto crescer quando eu puxei Allyson ainda mais contra mim, se é que isso era possível, e afundei o meu rosto no seu cabelo.
O seu cheiro mantinha-se o mesmo, porém os seus gestos, agora, tinham-se tornado um pouco mais restritos e incertos devido às suas inseguranças em relação à minha reação, mas tudo o que eu queria era que ela percebesse que eu a amava, que para mim nada do que aconteceu tinha mudado algo em relação ao que eu sentia, e sinto, em relação a si...
Sem pensar em que consequências viriam, se é que iriam surgir algumas, puxei o seu rosto delicadamente para junto dos meus e por fim uni os nossos lábios num beijo como à muito não compartilhávamos...
A surpresa foi evidente mas assim que se recuperou minimamente retribuio o beijo e logo ouvimos uma pequena salva de palmas vinda de todos os pequenos que até então nos tinham observado...
******
Nesse dia demorou para que eu abandonasse por fim o orfanato, pois depois de tudo esclarecido, Allyson insistiu em dormir lá uma última noite, com a promessa que não fugiria novamente de mim, antes de voltarmos juntos a Inglaterra.
Talvez Amy tivesse tido razão quando disse que uma mulher quando não quer ser encontrada é dificil que alguém consigo fazê-lo, mas ela esqueceu-se que se alguém realmente a amar nunca desistirá e irá encontrá-la se realmente o quiser.
Agora entendo quando me disseram que éramos um só, se não fosse a preciosa ajuda de Rosie eu nunca e lembraria do orfanato mas acho que no fundo era por isso que eu me sentia a ir até lá sempre que visitava Alice.... No fundo, eu sempre soube que ela lá estava.
Depois disso regressamos a Londres, mas antes concordamos que iriamos adotar a pequena Alice e trazê-la para as nossas vidas como se fosse nossa própria filha.
É claro que tencionamos ter filhos biológicos no futuro, mas por enquanto temos Alice e basta-nos...
Xxx: Como é que te chamas, pequenina?- perguntou a senhora com um sorriso amável
Alice: Alice, Alice Styles- disse com orgulho evidente na voz
Allyson: Alice porta-te bem e o papá e a mamã vêm buscar-te logo sim? Agora tens de ficar aqui e prometo que farás muitos amiguinhos para brincar, tal como gostas- disse enquanto se baixava ao nível da pequena e lhe dava um suave beijo na bochecha
Alice: O papá já me explicou de manhã, mamã. Eu prometo que vou ser uma menina bonita e portar-me bem, agora vão lá trabalhar que eu fico com a professora e vou conhecer os meus colegas- disse a sorrir
Entrelacei a minha mão com a de Allyson e logo depois, ambos, despedimo-nos da pequena para que ela fosse com a professora para dentro e, tal como disse, conhecesse os seus novos colegas.
Nunca percebi que fosse tão complicado deixar uma filha na escola pela primeira vez, mas agora que o fiz percebi como é o sentimento, não só de insegurança porque estou a caminhar por um caminho desconhecido de sentimentos, mas também de orgulho por Alice ter entrado pela primeira vez na escola...
A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente antes que as cortinas se fecham e a peça termine sem aplausos- Charles Chaplin
Bem parece que este foi o final, não está conforme tinha planeado porque sempre planeei em acabar na parte em que ela desvendava o seu plano ao Harry mas não vos quis deixar sem saber o que vinha depois e acabei a prolongar mais uns quantos capítulos, espero que tenha valido a pena <3