Delitos (Romance Gay)

By d_sell

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De um lado, Tyler, seus problemas em casa e sua falta de aceitação pessoal o fazem cometer o ilícito para aju... More

Considerações Iniciais
Capítulo I - Ao Chão
Capítulo III - Consequências
Capítulo IV - Cores
Capítulo V - Permita-se
Capítulo VI - Desabafos
Capítulo VII - Complicações
Capítulo VIII- Cerco Fechado
Capítulo IX - Deriva
Capítulo X - Aproximação
Capítulo XI - Sob o Gotejar
Capítulo XII - Decorrência
Capítulo XIII - Tentativas
Capítulo XIV - Perspectivas
Capítulo XV - Ao Acaso
Capítulo XVI - Solidão Ilusória
Capítulo XVII - Amenidades
Capítulo XVIII - Sentimentos Desapercebidos
Capítulo XIX - Alma Liberta

Capítulo II - Traços

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By d_sell




[Gabriel White]

Correndo rapidamente entre as alamedas, desviava das poucas pessoas e dos carros como podia, sequer cogitava a ideia de ser pego. Com toda a adrenalina que estava sentindo as ruas pareciam estreitas demais, seus instintos o conduziam, o fazendo desviar com agilidade felina, como se sua vida dependesse disso. Disparado ao máximo que podia, Gabriel, seguiu avenida adentro. Um homem o seguia, a perseguição era infindável. O garoto, na tentativa de despistar o segurança que corria atrás de si, entrou em um beco.

Parou alguns segundos para respirar, apoiando suas mãos nos joelhos flexionados, acreditava que agora estava a salvo, no entanto ouviu o praguejar do homem, em alto e bom som, vindo do começo do beco onde estava. Ele não sabia o que fazer, estava em uma zona da cidade que não conhecia, não sabia ao certo para onde ir. Adentrando cada vez mais a ruela constatou que não havia saída, somente um muro alto que não conseguiria pular. Sua pupila dilatada, a respiração acelerada, ele não poderia ser pego. Mas também não haveria lugar para onde correr. Seus olhos assustados olhavam para todas as direções, os passos cada vez mais audíveis, parecia que todo som, mínimo que fosse, se tornou um chiado ensurdecedor. Juntamente com a adrenalina que sentia veio o medo, levou ambas as mãos na nuca, subindo até os cabelos loiros, puxando-os em desespero. Precisava pensar, precisava agir. Imediatamente. E como se todos os sentidos aguçassem naquele momento, ele olhou ao seu redor, mapeando a área e por fim, encontrou uma lata de lixo. Era o que precisava para sair dali. Correu até ela, virando-a de cabeça pra baixo, fazendo alguns sacos caírem de dentro. Sem pensar muito a escalou, apoiando-se no muro, pegando impulso para então pular. E assim o fez, havia alcançado as mãos no topo e rapidamente fez força para levar o resto do corpo para cima, colocando as pernas na extremidade do muro.

E então, o homem enfim o alcançou. No exato momento em que Gabriel sentiu ser puxado, foi como se seu coração parasse de bater, ou não, como se batesse ainda mais forte, sufocando dentro do peito, seus olhos, até então com as pupilas dilatadas, quiseram pular de sua face. O susto foi tão grande que ele simplesmente se jogou para o outro lado, conseguindo enfim escapar mas se estatelando no chão, com escoriações em seus joelhos e cotovelos, e um mal jeito no ombro. Gemeu de dor e de alívio.

Não podia ficar parado, ainda não estava seguro. Meio manco seguiu, andando o mais rápido que conseguia, em uma quase corrida. Ao virar a esquina para sair do beco foi ao chão novamente. Voltando a gemer de dor, instantaneamente levou a mão do braço contrário ao ombro lesionado. O susto foi tão grande que paralisou sua expressão, no desespero total, seus olhos nem piscavam. Em sua frente, também caído no chão, um garoto. Ambos se encararam por alguns segundos, dividindo um olhar cúmplice de tensão. Gabriel ainda não estava seguro, ele precisava sair dali. Seu joelho sangrando, ardente, atraiu a atenção do garoto em sua frente, quando o mesmo iria balbuciar alguma coisa Gabriel levantou, agitado, simplesmente murmurou "desculpa aí" e seguiu numa caminhada apressada e dolorida, chegando em uma avenida bastante conhecida na cidade. Agora ele já sabia onde estava.

E por incrível que pareça, mesmo que seu corpo estivesse pedindo para parar, com o joelho escorrendo sangue e seu ombro dolorido, ainda guiado pela adrenalina, ele quis continuar suas peripécias pela madrugada e sem pensar duas vezes resolveu mandar uma mensagem para seu amigo. Olhando atentamente para todas as direções no intuito de evitar um assalto, voltou então, a atenção para o celular, digitando a mensagem:

[Gabriel]: Ei, preciso de um favor seu, pra ontem.

[Jake]: Fala aí.

[Gabriel]: Tô aqui na Principal, vc pode trazer umas latas?

[Jake]: Ta brincando né? Olha a hora, vai pra casa, vai.

[Gabriel]: Argh, ajuda ai, deixa eu aproveitar meu último dia de férias.

[Jake]: Aff Barbie, tá...

Encerraram a conversa, combinando ao certo o local. A noite estava estrelada, a lua ao longe se estendia, refletindo o rosto com tom de pele levemente bronzeado do garoto. As luzes, espalhadas pela pouco movimentada avenida, davam uma segurança maior. Sentado no meio fio pôs-se a aguardar. Passaram-se dez, vinte, trinta minutos e nada de Jake. Gabriel já cansado de esperar levantou-se, andando de um lado para o outro e levou ambas as mãos, entrelaçando-as, atrás da nuca. Impaciente.

Cadê você Manezão?

    Ouviu passos. Ao se virar foi surpreendido por um puxão, logo seu ouvido estava colado ao peito do maior, em um abraço apertado. Era costume de Jake cumprimentar Gabriel assim, um forte abraço, fazendo o menor ouvir seus batimentos, sempre sabendo como o amigo estava pelo ritmo de cada batida. Ele tirou das costas uma mochila, entregando-a para Gabriel, onde provavelmente estavam as latas de tinta spray e seus bicos removíveis.

— Quase desisti, credo. Parece que mora do outro lado do país — reclamou Gabriel.

— Ai, nem vem. Queria o quê Barbie? Que eu tivesse a tua disposição uma hora dessas?

— Barbie é minha mão na sua cara! Te situa...e é claro, assim provaria meu grau de importância em sua vida — sorriu, convencido.

— Claro, claro. Mas era isso, não? — o loiro assentiu com a cabeça, fazendo seu amigo continuar: — Então já vou, bom trabalho Barb...

— Argh, já tá em casa, pode me acompanhando, garoto — virou as costas, Jake bufou, mas seguiu, ele adorava ver seu amigo fazer arte.

— Acho bom que valha a pena... — murmurou Jake, por pirraça, ele sabia que iria valer, mas não poderia perder a oportunidade de pegar no pé do outro.

Começaram a andar, e foi então que o garoto notou o caminhar estranho de Gabriel, levemente manco e desajeitado. Analisando-o por alguns segundos percebeu o rastro de sangue seco que outrora fluía do joelho dele. Foi então que parou de andar, o observando dar mais alguns passos e parar também, olhando para trás.

— O que foi, Manezão? — Gabriel perguntou.

— O que deu com seu joelho? — deu alguns passos, ficando lado a lado do amigo, segurou em seu ombro, o analisando melhor. Mas o largou assim que o mesmo reclamou de dor — e pelo visto, com o seu ombro também...

— Argh, isso não é nada de mais. Assunto pra outra hora, vamos logo — moveu a cabeça, indicando que deveriam continuar caminhando.

Jake manteve-se quieto ao seu lado, ainda que matutando sobre o estado do garoto ao seu lado. Mesmo que tivesse perguntado o motivo de aquilo ter acontecido, ele já imaginava: Gabriel, às vezes, se metia em encrenca pela sua maneira de mostrar sua arte. De modo pouco convencional e um tanto quanto criminoso, diga-se de passagem.

Seguiram avenida acima, dobrando algumas ruas depois. Andavam sem rumo, conversando coisas aleatórias. Gabriel olhava atento, para todos os lados, procurando por um paredão, muro que seja, para que sua arte ganhasse cor e vida, que fosse materializada. Ao fim de uma rua sem saída havia um enorme muro: liso, pintado de branco. Como se estivesse o esperando, justamente para que expusesse o que bem quisesse ali.

Seu amigo sentou-se no chão, apoiando as costas em uma mureta, distante o suficiente para ver seu amigo trabalhar sem ser afetado por possíveis respingos. Gabriel largou a mochila ao lado, tirando de lá poucas latas de tinta e alguns bicos, para mudar o tipo de jato de tinta, podendo deixá-lo desde o mais fino até ao mais esfumado. Jatos daqui, jatos de lá. Os minutos se passavam rapidamente a cada deslizar de tinta pelo concreto. Depois de uma hora havia pouco mais que um esboço. Ao ver, dava-se para assemelhar a pichação a duas mãos e o início dos braços, de diferentes seres, juntas, entrelaçadas. Como se duas pessoas estivessem presas ou ligadas uma à outra. Não daria para acabar o desenho nesta noite, teria que voltar posteriormente, para dar traços mais precisos e finalizar seu até então rascunho. Ele olhou na direção do amigo, este estava com a cabeça pendida para o lado, todo de mal jeito, cochilando.

Só o que me faltava...

— Ei — aproximou-se dele, cutucando sua perna com os pés — acorda — sem obter respostas ele se abaixou, mas assim que o fez gemeu de dor, arrependendo-se de imediato, mas continuou da maneira que estava, se equilibrando com a mão posta no ombro de Jake — Acorda! — aumentou seu tom de voz. A expressão apaziguada do garoto se desfez, ganhando um conjunto de movimentos faciais, até que abriu seus olhos cor de mel, dilatados pelo escuro, ainda sonolento. — Me viro por dez minutos e você já tá até babando, vamos Manezão, levanta.

Todo sem jeito, Jake levantou, passando a mão pela boca e coçando os olhos em seguida. Olhou em direção do muro, para ver o que o amigo fez: ainda estava no começo, mas sabia que como todas as outras obras que Gabriel já havia feito, teria algum significado, nada para ele era em vão. Depois de tal constatação seguiu Gabriel, que estava um pouco mais a frente. Ambos estavam exaustos. Rendidos pela agitação e cansaço do último dia de férias. Seguiram de volta, em alguns pares de minutos chegaram novamente na avenida, a casa de Gabriel era na mesma direção da do amigo, o que os fez continuar caminhando juntos. Nada falavam, mas nem por isso era incômodo, pelo contrário, era a liberdade de um pensar na presença do outro, os olhos mel desfocados de um não se encontravam com os azuis dilatados do outro, mas a cumplicidade estava ali, sempre estivera.

— Até depois, Barbie — acenou Jake, pegando o controle do portão em seguida.

— Até Manezão, durma bem!

Gabriel andou por poucos minutos, nesse tempo todo até esqueceu de seu joelho ralado, seu ombro batido e de seu cheiro não muito agradável de suor. Com todo cuidado possível adentrou sua casa pela porta da frente, seguindo para as escadas, logo até seu quarto. Ele tinha o costume de deixar a mochila com as tintas para pichação na casa do amigo, visto que odiava sair carregando algo. Jake nem reclamava, não via problema naquilo, a não ser quando Gabriel fazia o que fez naquela madrugada: o chamá-lo a qualquer hora, para levar tal mochila sabe-se lá onde. Os pais de Gabriel, ainda que tivessem conhecimento de seu lado artístico, não o apoiavam: "isso não é futuro para você", diziam.

Seu quarto era grande, havia uma cama de casal ao centro, uma porta que dava acesso a um pequeno closet e outra que levava ao banheiro. As paredes, brancas e a dos fundos negra, o teto simulava um universo, com as pinturas utilizando tinta fluorescente para brilhar no escuro. A parede preta, em sua maioria era tampada, com uma enorme e grossa faixa de papel de parede, simulando gibis. A parede onde havia a porta do closet tinha algumas prateleiras, essas recheadas de discos de vinil, pincéis dentro de vidrinhos, tintas, e diversos materiais para que ele pudesse criar sua arte. Ali era seu cantinho, seu lugar, sua essência. Seu quarto, simplesmente.

Tomou um longo banho, tendo um pouco de dificuldade para remover pequenos pingos de tinta de suas mãos. A água fazia seu joelho arder mas ao mesmo tempo servia como anestésico, deixando seu corpo todo relaxado, pronto para dormir suas últimas duas horas restantes de sono, para acordar às seis e trinta, e foi isso que fez, caiu desfalecido com seu pijama, dormindo quase que de forma instantânea.

...

O rosto amassado, a boca e os olhos inchados, fios loiros desgrenhados. Foi assim que acordou, os bipes infernais do despertador de seu celular faziam a cada toque uma pulsação mais dolorida em sua cabeça latejante, mal dormiu, por isso a dor. Preguiçosamente levantou, depois de sua higienização desceu as escadas, mal teve tempo para tomar café com seus pais, não que fizesse questão, e já teve que voltar ao seu quarto colocar o uniforme. Pegou sua mochila, sacudiu sua mão nos cabelos arrepiando-os mais ainda e com seus fios revoltos e seguiu.

Como de costume iria andando até a casa de Jake e de lá iriam para o colégio, já que não era tão distante que os impossibilitasse de irem caminhando.

Pinoa, a cidade onde moravam, era dividida em duas partes: Subúrbio e Elite. Gabriel e Jake moravam na Elite, onde estudavam era muito requisitado, o pai de Jake não teve problemas em pagar tal instituição; já Gabriel, embora morasse na região nobre da cidade não tinha tanto dinheiro assim, era apenas classe média alta, por isso era bolsista parcial. Em um lugar cheio de filhinhos de papai claro que bolsistas sofreriam mais, por isso era total incógnita quem pagava e quem não. Obviamente que em alguns casos as próprias pessoas evidenciavam demais sua condição, fosse ela positiva ou não.

...

O sinal tocou anunciando o segundo intervalo. Como um ato cotidiano que faziam desde o ano retrasado, seguiram para o jardim do colégio, onde sempre iam quando tinham algum tempo. Jake adorava ficar olhando o nada e pensando, enquanto Gabriel se sentia em paz com a brisa emanada das árvores e o aroma amadeirado. O lugar era maravilhoso, havia um enorme tronco caído, onde costumavam se sentar, algumas mesas com bancos de pedra, as árvores em fileiras, dos mais variados tipos e canteiros com diversas flores. Além de apaziguador, o jardim era usado para pesquisas e trabalhos de Biologia e outras disciplinas.

Sentados no grande tronco comiam seus lanches, Jake olhava o além, com seus olhos desfocados, criando em sua mente, a cada mastigar de seu sanduíche, um novo pensamento. Gabriel mastigava de olhos fechados, em partes sentindo a brisa, e outras por estar caindo do sono, ele não iria aguentar, precisaria dormir nas aulas. O pouco diálogo que tiveram foi entrecortado por mordidas e goles, até que satisfeitos resolveram aproveitar seus últimos dez minutos deitados na grama, usando como apoio umas almofadas que eram deixadas justamente para isso, sem problemas para o caso de serem molhadas, visto que seu tecido era impermeável.

As poucas nuvens rendiam a eles uma descontraída e cômica conversa sobre suas formas. Embora Gabriel estivesse, devido a noite mal dormida, de mau humor o riso vinha fácil, mas infelizmente tal alegria acabou ao soar o sinal, haveriam mais duas aulas ainda, cada uma com duração de uma hora. O sono veio fácil com o longo discurso de filosofia que o professor falava. Às vezes o amigo, que sentava atrás de Gabriel, o cutucava para não roncar alto.

Jake tinha um esteriótipo inovador, pois, ainda que tivesse seu corpo naturalmente robusto, como de um atleta, tinha a mente do aluno mais intelectual. Parecia a fusão de um capitão de time de futebol com o cérebro do aluno mais nerd possível. Na verdade, era o mínimo que seu pai cobrava ao pagar tal educação para o filho.

A aula acabou, dessa vez foi Jake que acordou o amigo, ao contrário do que aconteceu na madrugada do mesmo dia. Gabriel ainda cambaleando, seguiu corredor afora com a mochila nas costas e seu amigo ao lado. Mal chegou em casa, almoçou sozinho, no horário do café da tarde e já caiu na cama, dormindo novamente.

...

Vestindo uma bermuda folgada preta e um camisão branco, calçando uma alpargata com cadarços da mesma cor da bermuda, seguia em direção a casa do amigo. Devido a sua hora de soninho nas últimas aulas ficou de recuperar a matéria. Ele poderia pegar uma foto do conteúdo com Jake mas sempre preferiu ir até sua casa, se distrair. Rendiam-lhes a melhor diversão. Em sua escola, mesmo que fosse o primeiro dia, já tinha conteúdo para copiarem, visto que estudavam seis horas ao invés de quatro, portanto, tinham dois intervalos de vinte minutos cada.

Sendo autorizado pelo porteiro da residência, Gabriel entrou, ficando em frente à porta principal, tocou uma vez a campainha, enfiando as mãos nos bolsos de trás da bermuda. Os minutos se passaram, seu amigo como sempre, nada pontual. Pressionou a campainha duas vezes seguidas, batendo os pés no chão, em espera. Logo em seguida berrando:

— Manezão, abre logo! — bufou, irritado. Em segundos ouviu o amigo dizendo um "já vou", mais alguns segundos e a porta foi aberta, revelando um Jake todo descabelado, com a cara amassada, vestindo apenas uma pequena bermuda de tecido fino.

— Que mau humor Barbie, eu hein —  bocejou o garoto, sendo empurrado pelo menor, que adentrou.

— Vê se eu tenho cara de porteiro pra ficar cuidando de porta.

— Quer que eu responda? — provocou-lhe, sorrindo em seguida.

— Mas credo, deixo o outro lado dessa cara de bolacha amassado também.

— Barbie sem o Ken fica irritadinha. — provocou ainda mais, tomando graça da situação. Em momentos assim pareciam duas crianças briguentas, o que lhes rendiam muitas risadas depois.

— Você me paga Manezão!

Então Gabriel avançou sobre ele.

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