- Nem começa, João.
João: É meu sonho ver vocês namorando. (risos)
Gus: Tá aí uma coisa que não irá acontecer.
João: Aham, e esse mês ela vai ser o que sua?
Gus: Vai tomar banho, João.
Chegamos em uma salinha abandonada que tinha no ultimo corredor da escola, entramos lá e tinha uns sofás, sentamos lá e ficamos conversando.
João: Ai ai, vou pedir pra sua prima gravar vocês dois em Gus.
Gus: Cala a boca, elas não podem nem sonhar que isso é mentira.
- Prima? Vai tá sua família toda?
Gus: Lógico que vai.
Bufei e fechei meus olhos se aconchegando no sofá.
Acordei assustada com Gustavo e João me chamando. Olhei em volta e as meninas estavam aqui também.
- Quem morreu?
Bi: Vamos, lua, bateu o sinal.
- Já?
Gus: Lesada.
- Pois é, aprendi com o melhor.
João: Começou!
- Começou não, já estou de saída, tchau.
Sai da sala com minha mochila que as meninas tinham pego para mim e fui pra casa de lotação, meus pais não iriam me buscar hoje, os dois são médicos e ficarão até mais tarde no hospital.
Cheguei em casa e fui direto pra cozinha, coloquei a comida pra esquentar no microondas e fui pro meu quarto que fica no 3° andar da casa.
Troquei de roupa, coloquei apenas um blusão do 1 kilo, soltei meus cabelos que estava em um coque e coloquei uma pantufa de panda, desci as escadas indo novamente para a cozinha, peguei meu prato e me sentei no sofá, liguei a televisão e estava dando o filme Amanhecer parte 1.
*Gustavo
Cara, admito que estou com um pouco de trauma, vou passar 1 mês, exatamente 1 mês com a pessoa que eu mais odeio nesse mundo, a vida não é fácil! O difícil mesmo, é mentir pra minha mãe e pro meu pai. Eu estava voltando da escola com o João, as meninas já tinham ido embora por outro caminho.
- Cara, preciso que vá lá em casa.
João: Pra quê?
- Preciso que leve o caderno para a Luane, por favor.
João: E por que você não leva?
- Não sei onde ela mora.
João: Ela moras 3 casas depois da minha cara, tu sabe sim.
- Não quero levar lá.
João: É 2 ruas depois da sua, qual a dificuldade?
- Toda!
João: Olha, você tem que aprender a conviver com ela querendo ou não.
- Não sei se consigo.
João: É só esquecer que odeia ela, cara.
- Esse é o problema, eu não consigo.
O João parou no meio da rua me fazendo parar também e ele disse:
- Por que se odeiam?
- Não sei... Só não nos damos bem.
João: Tem que ter motivos, não é possível que se odeiem por nada.
Respirei fundo e disse:
- Cara, não tem nada, só não nos damos bem, só isso.
João: Sei... Nunca vi tanto ódio em duas pessoas.
- Pois é... Mais enfim... Vai lá pra mim ou não?
João: Se vira cara.
- Que amigão você em.
João: Tô fazendo isso pro seu bem pow.
Luane*
O filme estava quase acabando, porém estava na minha parte favorita, eu estava de boa assistindo até ouvir a campainha tocar, o que obviamente não me surpreendeu porque João iria vim me trazer o tal caderno, abri a porta já preparada para espancar o João porque ele fez eu perder a minha parte favorita do filme. Quando abri a porta e dei de cara com a última pessoa que eu queria ver no momento... Gustavo, fiquei meio espantada, como ele sabe aonde eu moro? E por que João não veio? Eu mato o João.
Ficamos se encarando por um grande tempo, eu estava sem reação sei lá... E ele parecia está também... Eu tomei atitude e disse:
- O Que faz aqui?
Gus: Eu vim trazer o caderno...
- Hm, valeu.
Puxei o caderno da mão dele e virei as costas já me preparando pra fechar a porta, porém o idiota meteu o pé impedindo a porta de fechar.
- O que você quer?
Me virei já ficando brava.
Gus: Cadê o obrigado ?
- Ai, deixa eu ver.
Olhei pra mim mesma e percebi que eu estava apenas com um blusão... Fiquei meio sem graça mais mesmo assim continuei na posição e disse:
- Iih foi mal, tenho bolso não.
Gus: Pois trate de costurar um e procurar, porque eu não saio daqui até você agradecer.
- Hahaha, muito engraçado.
Gus: Não é pra ser engraçado, eu estou falando sério.
- Fique aí sozinho, adeus.
Gus: Negativo, quero ver você fechar essa porta.
Ele disse enfiando a perna mais ainda pra dentro.
- Vou quebrar sua perna Gustavo.
Gus: Vai em frente machona.
Eu dei um empurrão na porta mais foi sem querer, foi impulso sei lá.. E ele deu um grito do fundo da alma, tô arrependida... Fiquei apavorada e abri a porta com tudo, ajudei ele a sentar no sofá de casa e levantei a calça dele, estava meio avermelhado o lugar.
Gus: Você é louca, garota.
- Cala essa boca, você que começou.
Gus: Se você fosse educada talvez isso não aconteceria.
- Eu uso a minha educação com quem merece.
Gus: E eu não mereço não?
- Nem um grão de areia do meu quintal você merece, garoto.
Gus: Anda logo com isso, eu quero ir pra casa.
Encarei ele e disse:
- Olha aqui, não sou sua empregada, fala direito, ainda tô fazendo o favor.
Ele revirou os olhos e disse:
- Favor? Não fez mais que sua obrigação, isso aqui é culpa sua.
Respirei fundo e fui até o banheiro pegar o kit de primeiro socorros, ao descer as escadas já com o kit nas mãos, avistei Gustavo sentado no sofá como o deixei, a cabeça dele estava jogada pra trás e seus olhos estavam fechados, cara esse garoto é irritantemente perfeito.
Gus: Que foi?
Eu nem tinha percebido que ele estava já de olhos abertos.
- Que foi o quê?
Gus: Tá ai parada me olhando, quer um babador?
- Cala a boca garoto, não estava te olhando não.
Gus: Sei, admite que sou demais.
Me abaixei em sua frente e peguei a perna dele, estava ficando inchada e roxa.
- Droga!