Narrador
Isobel acordou cedo e foi correr com Cris, antes tomaram café, Romeu exigiu que Isobel fizesse mais refeições e só pelo fato de se sentir mais livre e menos ameaçada Isobel se sentia melhor.
Ela ainda não engoliu essa de roupas novas mas vai aceitar por está precisando e como Romeu não a deixa trabalhar vai ter que bancar sim.
Ela não esquecia o ódio que sentia por ele, não conseguia, na verdade essa mudança repentina só a deixava com mais medo.
Isobel estava atenta a tudo isso, mas ia se fazer de mansa para ver seus irmãos.
Todos os dias Isobel pensava neles, como estão sobrevivendo?
Uma dor e uma raiva tomavam conta de Isobel.
"Todo culpa dele"
Ela pensava.
Alguns minutos depois Romeu apareceu na sala de jantar, viu novamente Cris e Isobel na maior intimidade.
- Bom dia!
- Bom dia Senhor.
Cris respondeu mas Isobel não, ela nunca respondia.
Assim que terminou seu café seguiram para o shopping, Romeu a levou a algumas lojas, foi uma verdadeira guerra em cada loja que passaram.
Isobel reclamava que não ia comprar a loja toda.
Romeu pegava as roupas que ela olhava e comprava tudo.
- Eu não quero Romeu!
- Você gostou sim dessa blusa e vai levar.
Para provocar Isobel começou a olhar roupas mais ousadas, ela não gostava muito mas queria ver se ele aprovava.
- Gostei dessa!
- Nunca!
- Você disse pra eu escolher o que quiser!
- Isso não é uma blusa.
- Eu vou provar!
Isobel sai em direção ao provador, a loja era fina, cortes sofisticado, havia vários homens também na loja.
- E então?!
- Tá faltando pano nessa blusa.
- Eu vou levar!
Romeu desistiu de discutir, notou que estavam parecendo um casal de verdade e isso o incomodou.
- Você precisa escolher um vestido para o evento!
- Tudo bem, mas não quero sua opinião!
- Eu só te peço que seja bonito e fino, temos que causar uma boa impressão, eu luto por essa empresa há muitos anos.
- Eu sempre quis trabalhar em uma empresa.
- Sem chance Isobel, isso aqui não é um casamento de verdade!
- Isso nunca seria um casamento, as pessoas se casam por amor, eu odeio você. Só estou colaborando porque temos um trato.
- Ainda bem que não se esqueceu!
- Jamais!
O clima voltou a ficar frio e insuportável para os dois. Romeu foi fazer algumas ligações enquanto Isobel escolheu o tal vestido.
Dessa vez não foi o mais caro, Isobel escolheu o que mais gostou.
Fizeram tantas compras que as sacolas não cabiam no carro, Isobel ficou com vergonha de tirar os sapatos para comprar novos, os seus estavam rasgados.
Romeu notou e como um homem simples comprou mais de 30 pares de sapatos e se Isobel não falasse chega em voz alta ele ia comprar a loja toda.
Por fim Isobel trocou a roupa, e foi para um salão, lá cuidaram de suas unhas e cabelos.
Isobel teve aulas para se maquiar e Romeu comprou tudo que o maquiador ofereceu alegando que era necessário.
Isobel revirava os olhos toda vez que o atendente falava o valor final da compra.
- Da pra parar com isso.
Romeu fala irritado.
- O que eu estou fazendo agora?
- Eu tenho dinheiro e posso gastar como eu quiser, para com essas crises de pobre.
- O que você gastou hoje dava pra comprar um carro!
- Eu posso, vamos almoçar.
Almoçaram em silêncio, os dois estavam irritados.
Isobel se perguntava o porquê de gastar tanto.
Romeu se questionava o porquê Antony não comprava roupas decentes para sua amante!
Com trocas de olhares que mais pareciam facadas um no outro o almoço chegou ao fim.
- Preciso passar na empresa! Você vai comigo.
Isobel sorriu, ela finalmente ia entrar em uma empresa, só pra conhecer mas mesmo assim já era alguma coisa.
- Porque não me deixou continuar os estudos?
- Por que quis tirar tudo que você mais amava.
Isobel se encolheu no canto do carro e olhou para a rua quando avistou o cemitério.
- Romeu a gente pode parar?
- Porquê?
- Eu preciso ir até o cemitério!
- Já disse que sua mãe não está aí!
- Minha mãe não seria enterrada em um cemitério tão chique, queria ir no túmulo de alguém.
Romeu não recusou.
Isobel pediu para que comprasse flores, rosas brancas para ser mais exato.
Ele comprou mas parecia incomodado em estar ali. E para sua surpresa o túmulo a ser visitado era o de sua irmã.
Ele se emocionou pois não havia voltado ali desde o enterro. Mas Isobel ir ali estava muito estranho.
- De quem é esse túmulo?
Ele pergunta buscando resposta para essa atitude.
- Uma amiga.
Isobel diz emocionada.
- Monique? Esse era seu nome?
Por sorte o túmulo ainda não tinha a placa com nome e sobrenome, somente uma foto e o nome Monique. Por esse motivo Romeu permitiu que Isobel fosse até lá.
Isobel se abaixa...
- Desculpa não ter vindo antes, você deve saber aí do céu o que anda acontecendo comigo.
Isobel estava chorando e Romeu em choque, o que era aquilo?
- Eu quero que saiba que tinha um carinho enorme por você mesmo sendo essa maluquinha. E que seu segredo sempre estará guardado comigo! Eu vou ficar com ele!
- Que segredo?
Romeu pergunta intrigado.
- É um segredo, não interessa há você!
- Precisamos ir!
Isobel coloca as flores e sai, chorando, chateada.
- Quem era ela?
- Uma amiga, alguém que conheci no restaurante onde trabalhava, ela era uma cliente.
- E ela virou sua amiga?
- Amiga de uma pobre? Sim, no começo ela era esnobe, ficava me mostrando tudo que comprava, eu não entendia nada e nem ligava, mas ele se tornou alguém especial, acabou que ela só pode confiar seu segredo a mim, ela tinha vergonha.
- Entendi!
Seguiram para a empresa, Isobel ficou deslumbrada. Perguntava tudo para Romeu, ele acabou se distraindo e esquecendo do episódio anterior.
- Meu Deus é muito grande!
- Você nunca viu um prédio?
Isobel revira os olhos.
- Eu já vi, mas nunca entrei!
- De onde você veio?
- Da favela!
Isobel ignora e continua fazendo perguntas.
Assim que chega na sala de Romeu ela fica deslumbrada.
- É linda!
Romeu só observa, Isobel parece louca as vezes.
Sua secretaria que estava fora de sua mesa chega.
- Senhor Romeu boa tarde!
-Geane boa tarde! Essa é minha esposa Isobel!
Isobel sorri.
-Senhora é um prazer te conhecer!
- O prazer é meu Geane!
Isobel a puxa e lhe dá um beijo no rosto, Geane fica sem reação mas Romeu sabe que se gostaram.
Depois de assinar os documentos eles voltam para a casa da tristeza.
Romeu ficou chocado em como o dia passou rápido!
Lojas
Salão
Cemitério
Empresa
Em cada lugar Isobel se comportou, agiu como uma pessoa normal. Quer dizer não na empresa!
O que será que Isobel viu naquele nojento do Antony?
Ele se questionava.