ENVOLVA-ME

Per thainabk

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Quando os sussurros se vão, é hora de envolver-se. Nate Young se perdeu em suas mentiras e destruiu todas as... Més

envolva-me
prólogo
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continuação história

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Per thainabk

— Jason, eu posso explicar. — falei ao levantar as mãos em defesa.

— Ah, essa eu quero ver! — Dylan interveio ao rir animado. Ele cruzou os braços e ficou nos observando com expectativa. Era evidente a animação dele. — Vamos, fale!

— Eu agarrei ela, ok? — Aaron impediu que eu continuasse. — Eu vi ela só de lingerie e..

— Corta essa, Aaron. Acha que eu sou otário? A próxima vez que forem transar pelo menos fechem a porta. — ele fez pouco caso, apontando para Dylan. — Every, esse idiota quer entregar seu celular.

Abri a boca minimamente logo franzindo o cenho deixando a confusão tomar conta de mim. Em meus pensamentos eu já estava arrumando minhas malas após ser expulsa por Jason de sua casa, mas... Eu estava enganada.

Meu amigo já sabia?

— Espera aí, eu vou esclarecer o que aconteceu aqui. — Dylan se manifestou, gesticulando para Jason. — Seu melhor amigo estava prestes a transar com sua melhor amiga. Na sua casa. No seu quarto de hóspedes. Bem embaixo do seu nariz. A sua amiga que você era afim.

Jason deu de ombros, indiferente.

— E daí? Eles transavam dentro de cabines de fotos no navio. — ele me olhou. — Pega seu celular e vai dormir, amanhã você acorda cedo. Aaron, fique longe do quarto da Every.

Quando meu amigo deu as costas, eu olhei para Scott. Nós dois estávamos atônitos.

— Pega isso! — Dylan despertou minha atenção, emburrado.

Peguei meu celular das mãos dele sem dizer uma palavra. Eu ainda estava surpresa para poder falar qualquer coisa que fosse, entretanto, Aaron já tinha se recuperado:

— Não foi dessa vez, cara. — ele tocou no ombro de Dylan ao sorrir. — Não atrapalhe a foda dos outros se você não quer foder.

09:35 am • manhã do dia seguinte

Erick mandou eu abrir a boca para ele poder passar o batom vermelho em meus lábios. Eu era um desastre com aquela cor, mas meu amigo mandava bem. Naquele dia, ele tinha me ajudado a escolher um visual bonito e também feito minha maquiagem já que ele era muito bom com aquilo.

Eu estava utilizando um vestido branco de mangas até os cotovelos, a parte de baixo dele era mais composta e seu outro tecido que o cobria era fino e com um pouco de transparência. Ele tinha detalhes bordados em vermelho, formando linhas verticais que, apesar da simplicidade, o embelezavam. Ele era curto, mas eu não me importava.

— Então ele não surtou? — Erick perguntou pela terceira vez. — Eu pensei que o Jason ia capar o Aaron e te expulsar daqui.

— Eu também. Juro pra você que eu já estava procurando minhas malas mentalmente.

Meu amigo colocou as mãos na cintura e me observou com calma ao estreitar os olhos.

— Pronto, 'tá linda. Enfim, eu fiquei tão decepcionado quanto o Dylan. Eu queria ver sangue, guerra.

— Engraçadinho.

Levantei da cama e caminhei até o enorme espelho que tinha no quarto para poder me observar.

Minha maquiagem era leve e de novo somente o batom destacava minha boca. Erick havia dito que tons fortes não favoreciam meu rosto. Contou que ele gostava de realçar a beleza natural que eu tinha e daquela vez eu precisava concordar com ele.

— Já sabe o que vai fazer no seu aniversário? — perguntei, passando o dedo levemente por meus lábios. — Dylan ofereceu a boate para você, não?

— Sim. Eu estava pensando em fazer uma festa a fantasia. O que acha? Sasha disse que é brega, mas a opinião dela não vale.

Ri com o comentário dele, negando com a cabeça. Quando virei para Erick, ele estava com o celular em mãos e digitava com agilidade.

— Vem cá, como vocês se conheceram?

— Nos conhecemos por conta da cadela da Alessia. — ele revirou os olhos, bufando. — Eu era amigo dela e então ela conheceu a Sasha.

— Alessia é a menina que roubou o namorado da alma gêmea?

— É. Aquela vadia escrota. — ele bloqueou o celular, levantando da cama. — Já podemos tomar café?

Confirmei com um aceno percebendo que nossa conversa sobre aquele assunto tinha chegado ao fim. Peguei meus pertences em cima da poltrona e logo sai com Erick em direção a cozinha. Enquanto ele conversava a respeito de sua festa, eu peguei meu celular para poder enviar uma mensagem para Dylan.

Para: Dylan Parker (babá)
Já 'tá perto? Estou com saudades haha :p

De: Dylan Parker (babá)
5 minutos.

Soltei um riso percebendo que ele era difícil até mesmo ao responder minhas mensagens. Durante a noite -após o ocorrido com Aaron- eu fiquei pensando na conversa que havia tido com Ricky. Ele tinha dito que Dylan estava afim de mim, mas não aproveitava por conta de Sasha. Perguntava-me mentalmente se ele se importava tanto assim com a opinião da irmã.

Ok, Sasha tinha pedido para que eu ficasse longe de Dylan assim que nos conhecemos, mas no fundo eu sabia que ela não iria se importar caso eu e ele ficássemos.

— Oi amor da minha vida. — Erick brincou ao abraçar Jason por trás. — Dormiu bem? Sonhou comigo?

Ri ao colocar minha bolsa na bancada enquanto os analisava. Erick Fell afirmava com todas suas forças que seu gaydar apitava toda vez que ele chegava perto de Jason. Insistia que um dia ainda iria realizar o sonho de beijar meu amigo. Apesar de eu achar que Cooper era totalmente hétero: Quem era eu para acabar com os sonhos de alguém?

— Bom dia, Erick.

Quando me aproximei, Fell se afastou e sentou no banco enquanto pegava a garrafa de vidro para servir um pouco de suco.

Abracei-o de lado ao perguntar:

— Tudo bem? O que têm para comer hoje?

— Fiz o sanduíche que você não gosta, mas que come para eliminar gorduras que não existem. — ele levantou a cabeça ao me olhar, sorrindo cínico. — Também fiz o suco verde horrível que você toma.

Revirei os olhos, rindo.

— É bom para a saúde, ok? Além do mais, eu precisava emagrecer para fazer a campanha.

— Oh, verdade! Você já está com as fotos? — Erick questionou empolgado com a boca cheia. — Quero ser o primeiro a ver.

Infelizmente, eu não poderia realizar aquele pedido. As fotos já estavam comigo, claro. Porém, outra pessoa teria a honra de vê-las em primeira mão.

— A Katherine vai mandar para meu e-mail.

{•••}

Assim que entrei no automóvel de Dylan, eu o observei com calma -como de costume.

Parker utilizava um moletom cinza com as mangas puxadas e jeans escuro. Seus acessórios consistiam em óculos escuro e relógio no pulso. Ele estava com o cabelo molhado e de barba feita denunciando que tinha tomado banho pela manhã. O cheiro de sua colônia invadia o espaço e eu adorava aquele aroma.

— Que homem cheiroso.

Debrucei-me sobre o banco dele para poder tocar meus lábios em sua bochecha. Direcionei meu nariz para seu pescoço e aspirei seu aroma mais profundamente percebendo ele se arrepiar.

— Tudo bem, gatinho? Como foi na luta hoje pela manhã?

Ele deu partida, fazendo bico ao demonstrar sua irritação ao falar daquele assunto. Eu odiava o fato dele e Nate serem tão parecidos.

— Perdi aquela bosta. — murmurou contrariado.

— Hm, viu só? Se você tivesse aproveitado ontem pela noite, eu poderia ter te deixado mais relaxado. — provoquei levando minha mão até sua nuca ao massagear. — Sexo descontrai a pessoa.

— Não posso transar antes de uma luta. — ele me olhou por um segundo. — Qual seu signo? Escorpião? Você é viciada em sexo.

Ri pela sua pergunta.

— O único escorpiano aqui é você, mas acho que essa coisa de vício em sexo é mentira. Você, por exemplo, dispensa sexo.

Ele resmungou, sorrindo de canto. Quando parou no semáforo levou sua mão em direção a minha e posicionou próximo a seu ombro.

— Aperta aqui.

— 'Tá tenso? Quer relaxar? — brinquei ao provocá-lo de novo. — Mais uma vez, eu posso ajudar.

Eu adorava desafiar Dylan. Era divertido ver a forma incomodada que ele ficava.

— Every Holdings, você vai me deixar maluco.

— Não vou desistir enquanto não beijar você, Dylan Parker. — ele virou o rosto, ficando com a boca bem próxima a minha. — Só estou esperando o momento certo para te agarrar.

Seus olhos foram em direção a minha boca.

— Ah é?

— Pode ter certeza que sim. Eu sei que mais cedo ou mais tarde você vai acabar desistindo de resistir aos meus encantos.

— Convencida.

Eu ouvi as buzinas dos carros atrás de nós surgirem. Aproximei minha boca da dele e depositei um beijo no canto dos seus lábios onde havia um machucado provavelmente causado pelo adversário dele na luta.

— Aprendi com o melhor.

{•••}

Assim que as portas do elevador abriram no terceiro andar da maldita empresa eu avistei Kylie Turner. Ela estava com os braços cruzados e com feição de puro tédio. Utilizava uma calça jeans e regata simples. Seus cabelos estavam em um rabo de cavalo alto.

Dylan havia atualizado as notícias em relação aos três amigos. Por minha causa, Kylie Turner havia reprovado na matéria que eu tinha roubado seu trabalho e por conta disso teve que diminuir algumas cadeiras para poder pagar a faculdade, além de ter que trabalhar com Hunter para ajudar nas despesas da casa. Se eu estava me divertindo com aquilo? Obviamente.

Assim que ela viu meu acompanhante, endireitou a postura e entreabriu a boca deixando um pouco de ar escapar por ali.

— O que.. O que ele..

Sorri para ela achando graça da sua patetice.

— Dylan? Ele é meu segurança, amor. — respondi puxando o rapaz pela mão. — Eu estava pensando em você, Kylie. Pensando em qual funcionária teria a honra de buscar um café na cafeteria da esquina.

Ela desviou o olhar do cara atrás de mim e me observou.

— Eu não vou pegar nada para você.

— Você vai, linda. Eu mando aqui e consequentemente mando em você. — falei com cinismo. — Agora são dois cafés. Um para mim e outro para o gostoso do meu segurança.

Eu não deixei ela dar uma resposta, puxei Parker pela mão e o obriguei a caminhar comigo até a sala de Madison para poder entrar na minha.

— Você não gosta de café. — ele murmurou, franzindo o cenho.

Assim que coloquei os pés no cômodo da secretária, olhei para ela e fiz um pedido:

— Quero Nate Young na minha sala agora.

Ela arregalou os olhos enquanto observava Dylan. Nem sequer piscou ou respondeu meu comando. Estava tão apavorada com a presença dele ali que não tinha palavras.

Abri a enorme porta de madeira e percebi Hunter ali dentro.

— O bonito se perdeu no caminho? Esqueceu que a sala dele é no final do corredor agora?

Meu antigo chefe estava de costas observando a cidade, mas quando ouviu minha voz olhou para trás. Sua primeira reação foi incredulidade ao ver quem eu carregava comigo. Hunter cerrou a mandíbula e estreitou os olhos ao rosnar:

— O que esse cara faz aqui?

A risada de Dylan surgiu atrás de mim e eu fui obrigada a acompanhá-lo.

— Esse cara é meu segurança pessoal, Hunter Turner. Preciso de um, não é? Estou lidando com cães raivosos e não sei se eles foram vacinados.

— Provavelmente não. — Dylan interveio ao provocar. — Ouvi dizer que não existe injeções para essa raça.

— Escuta aqui, eu não vou admitir que você traga esse cara para dentro da minha empresa. — Hunter gritou, aproximando-se. — Eu quero esse idiota fora da minha sala em três minutos.

— Existe dois erros na sua frase, Hunter. — Dylan acusou, logo me olhando.

Sorri com graça para ele, piscando em agradecimento. Em seguida, olhei para o cara em minha frente. Ver Hunter puto da vida me animava.

— Essa empresa e essa sala pertencem a mim, mero funcionário. Portanto, eu trago quem eu quiser, a hora que eu quiser.

— Essa merda não é sua! — ele gritou com raiva. — Tudo aqui é meu. Eu ergui essa empresa. Eu...

— Ah, eu fiquei sabendo. — fiz pouco caso, me afastando. — Dylan disse que você estava transando com a editora da Views para poder divulgar a Comunnication Center. Isso foi uma tática e tanto, viu? Mas infelizmente seu esforço foi em vão, eu vou acabar com sua empresa em um piscar de olhos.

Assim que eu coloquei minha bolsa em cima da mesa de vidro, o barulho da porta abrindo chamou nossa atenção fazendo com que Hunter se calasse. Eu dei graças a Deus já que não aguentava mais ouvir sua voz histérica.

— Que bom que você chegou. — ele gritou uma última vez, olhando para Nate que adentrava o recinto. —Conserte essa merda agora!

— Hunter 'tá nervosinho. — Dylan zombou.

Enquanto Turner abandonava o cômodo, eu observava Young demoradamente ao me apoiar no vidro.

Ele continuava o mesmo do dia anterior, mas naquele dia tinha aparecido com a barba feita e aparada e os cabelos curtos. Também estava com os fios molhados. Seus trajes consistiam em roupas pretas. A jaqueta de couro e a bota ainda permaneciam no seu estilo.

— Oi, funcionário preferido. Apareceu apresentável, huh?

Ele olhou para Dyl que sorria debochado. Em seguida, me observou.

— Não era o que você queria? Estou aqui. O que quer que eu faça?

— Calma, meu lindo. Eu não vou ser tão maldosa logo no primeiro dia. Venha até aqui e acomode-se. Tenho algumas perguntas para fazer. — desviei meu olhar para Parker. — Dyl, você pode nos deixar a sós?

Ele riu para mim, entendendo e já tendo conhecimento do que eu iria fazer.

— Com prazer.

— Quando a Kylie chegar avise a ela que eu não gosto de cafeína e mande ela buscar um suco para mim na terceira quadra. Após isso, faça ela tomar o líquido, tenho certeza que ela vai cuspir dentro.

Nate permaneceu próximo a porta enquanto Dylan deixava a sala. Esperei Parker sair para poder voltar minha atenção a ele.

Felizmente, naquele dia eu estava com meus sentimentos mais controlados. Não sentia meu coração acelerar e tampouco constava minhas mãos trêmulas. Nate Young já não tinha tanto efeito sobre mim. A distância tinha sido o melhor remédio para curar meu coração partido.

— Vem, meu lindo. Senta aqui!

Ele engoliu visivelmente em seco, mas seguiu o caminho. Jogou-se contra o estofado e logo levou a mão em direção a cabeça ao me observar.

Sorri animada para ele também sentando na enorme cadeira que ficava atrás da mesa de vidro.

— Então, fiquei sabendo que você está namorando com a cadela suja da Maggie agora. Ela é tão boa quanto eu?

— Não fale assim dela.

Levantei as mãos em defesa ao provocar.

— Desculpa. Eu esqueci que ela tem pedigree.

Ele respirou fundo, controlando-se.

— O que você quer, Every?

— Primeiro eu quero saber como você conseguiu colocar essa empresa no meu nome.

— Rachel tem 60% das ações da empresa. Ela era a principal dona. Pronto.

Confirmei com um aceno, tentando encaixar as peças em minha cabeça.

— Certo! E o motivo de você ter transferido a empresa para mim foi?

Ele ficou em silêncio por um tempo. Fixou seus olhos cor de mel nos meus. Era tanta intensidade no seu olhar que eu fui obrigada a desviar o meu, começando a mexer nas folhas da mesa tentando mostrar indiferença.

— Porque eu me enganei com você. Pensei que você fosse outra pessoa, mas não é. — Nate disse baixinho. — Eu dei ela para você porque era a única forma de te manter próximo a mim. Eu sabia que você queria se vingar e essa era uma ótima oportunidade. Porém, eu me enganei. Você não é a mesma de antes. Eu nem sequer te reconheço.

Por mais que eu tivesse afetada por Nate, eu ri naquele momento. Nate Young conseguia ser o cara mais canalha e idiota que eu já havia conhecido.

— Você queria o que? Queria que eu chorasse por você? Que eu te perdoasse e voltasse correndo? Eu sinto muito mesmo em te informar, mas eu não sou uma pessoa legal. Não sou o tipo de garota que perdoa tudo. Eu me vingo, Nate Young. Você terá a certeza disso em poucas semanas.

Ele não respondeu. Ficou em silêncio.

Em busca de me livrar dele, peguei o pen drive dentro da minha bolsa e joguei em seu peitoral.

— Dá uma olhada nas fotos que têm nesse pen drive. Juro que elas são interessantes e que vão fazer você perceber que perdeu uma mulher gostosa.

{•••}

Felizmente meu primeiro dia na empresa tinha acabado. Eu não tinha ficado até o final do expediente, estava cansada demais para olhar para a cara dos três patetas que ocupavam o mesmo espaço que eu. Além do mais, eles sugavam minhas energias.

Eu tinha planos em mente e iria colocá-los em prática logo. Tinha planejado cada ação que eu faria para poder fazer Hunter perder a empresa, Kylie se lascar na faculdade e Nate perder a namorada. Estava tudo arquitetado em minha mente, porém precisava de um pouco de tempo. Eu queria fazer tudo com calma, senão a graça de brincar com meus fantoches acabaria cedo.

E, naquele exato momento, eu tinha acabado de sair de uma loja de decorações com Dylan. A sala de Hunter era monótona e feia e eu precisava deixá-la com minha cara. Além de me sentir mais à vontade no local, eu teria de brinde a irritação do meu antigo chefe.

— Falei que ia chover.

Inclinei-me para frente, observando céu. Assim que eu e Parker chegamos no nosso destino, a chuva começou a cair. O dia estava feio no final da tarde e ele tinha apostado que acabaria em uma tempestade, mas eu tinha duvidado, entretanto, ele estava certo. De qualquer forma, mesmo com o mal tempo, eu e ele descemos do carro e fomos em direção a casa de Sean -amigo dele- onde estava rolando uma festa de despedida.

Dentro da residência estava um pouco escuro e com uma centena de pessoas ali dentro. Uma música qualquer tocava em alto tom. Diversos caras e garotas estavam com um copo vermelho de bebidas em mãos.

— Parker, você chegou, cara.

Olhei para trás e avistei um rapaz gigante. Ele tinha enormes braços e enormes coxas, além de ser alto. Tinha o cabelo aparado e utilizava um calção largo e camiseta, ambos estavam molhados.

Dyl se aproximou e deu um abraço com uma batida nas costas do amigo enquanto ria e falava algo. Foi questão de segundos para olhar do rapaz cair sobre mim.

— Every Holdings. — estiquei minha mão para ele, mesmo com medo dele quebra-la em diversos pedaços. — Parabéns por ter entrado na melhor academia de luta. Soube que você é bom.

Ele dispensou minha mão, me puxando com certa agressividade em direção ao seu peitoral para poder me abraçar. Fechei meus olhos com força já imaginando ouvir os meus ossos quebrando.

— Caralho, Parker! Ela é tão fofa.

Afastei-me dele de imediato. Do que ele tinha acabado de me chamar?

— Eu não sou fofa.

— É. Ela 'tá em uma vibe bad girl agora. — Dylan zombou. — 'Tô brincando, gatinha. Você sempre foi má.

Dei língua para os dois ao mesmo tempo em que colocava o dedo do meio. Sem delongas, eu os deixei a sós quando enxerguei uma mesa coberta de bebidas.

{•••}

Era tarde e continuava a chover.

As tormentas eram tão altas que a música não conseguia abafa-las. A claridade dos raios que caiam clareava a sala e o vento batia tão forte contra o vidro que parecia que iria quebra-lo em centenas de pedaços.

Coloquei uma rodela de abacaxi na boca, observando Sean conversar com um pessoal próximo a televisão. Ele estava anunciando que iria passar um documentário sobre ele na televisão e que deveríamos ficar em silêncio para assistir. Também contou que tinha pipoca e cerveja na cozinha.

— 'Tá se divertindo?

Soltei um suspiro incomodado e olhei para Dylan. Ele havia me abandonado no meio da festa há horas. O cheiro de bebida era evidente e seus cabelos estavam tão bagunçados que eu desconfiava que ele estava se agarrando com uma garota em alguma parte da casa.

— Você me deixou sozinha. — falei óbvia, cruzando os braços.

Ele riu direcionando o braço para meus ombros. Um beijo foi depositado na minha bochecha.

— Não fica irritada, gatinha.

— Parker, preste atenção no meu documentário, cara. — Sean pediu, chamando nossa atenção.

Em meio a apresentação do programa, eu senti alguém me observar. Era estranho e bizarro, mas eu realmente sentia um olhar praticamente me fuzilar.

Apertei meus braços cruzados e direcionei meu olhar para o lado. Uma menina de estatura mediana, cabelos loiros e longos, olhos azuis, me observava com certo ódio. Ela também estava de braços cruzados e batia o pé com frequência no chão.

— Quem é aquela loira?

Dyl bocejou e olhou para o lado. Em seguida, retornou a observar a televisão.

— Beckie ou Bettie.

— Pegou ela?

— Um pouco.

— Olhem agora, pessoal! Eu vou aparecer agora.

E então a pior coisa aconteceu para Sean.

Um estrondo surgiu e logo as luzes se apagaram. Alguns gritos finos ocuparam o espaço pelo susto. Eu toquei no peitoral de Dylan sentindo o pavor tomar conta de mim, mas logo me recuperei.

Ficou escuro ali. A pouca claridade da rua adentrava o espaço. Os gritos em protesto surgiram e Sean vociferou palavrões deixando evidente a raiva que estava sentindo ao perceber que a tempestade tinha estragado seu dia preferido.

Nós esperamos por cerca de dez minutos ali. A maioria em silêncio tentando iluminar a casa com as lanternas dos celulares.

Eu e Dylan estávamos em um canto conversando sobre a menina loira que nos encarava sem parar enquanto bebíamos. Eu tinha o conhecimento de que Beckie ou Bettie estava puta da vida ao ver que Parker estava comigo e não com ela, mas eu não podia fazer nada além de me divertir.

Enquanto mudávamos nosso assunto, outra tormenta alta surgiu demorando para cessar ao mesmo tempo em que granizos começaram a cair do céu. Em puro pânico, segurei novamente na camiseta de Dylan quando tudo ficou claro devido aos raios que caiam. A chuva era tão brusca que não conseguíamos ouvir o que o pessoal falava. Alguns deles até gritavam ao se comunicar.

— 'Tá com medo, Every Holdings? — Dylan perguntou ao se divertir, com a boca em meu ouvido.

Um arrepio surgiu desde minha cabeça a ponta dos pés.

— Eu amo tempestades, mas essa 'tá me assustando. — confessei. — Acho que é porque estamos próximos a janela.

— Ah, é? — ele me zombou, olhando para meus olhos.

Eu ri tentando fazer cara feia enquanto levava minha mão em direção ao seu braço. Porém, antes que eu pudesse bater em sua pele, ele me puxou fazendo com que meu corpo batesse contra o dele.

Soltei um murmúrio em surpresa, tocando meus palmos em seu peito. Imediatamente olhei para seus lábios tão perto dos meus e eu pude jurar que Dylan tinha feito o mesmo.

— Eu não acredito que a bad girl tem medo de temporais. — ele falou, levando uma das mãos entre meus fios de cabelo ao mesmo tempo em que a outra apertava minha cintura. — Quer que eu te proteja?

Acordando completamente para a realidade e deixando minha patetice para o lado, eu percebi que aquela era minha chance de beijar Dylan. Era evidente que ele me queria naquele momento, tudo indicava que sim.

Sorri com graça para ele, ficando nas pontas dos pés para poder aproximar mais minha boca da dele. Dylan encostou-se a parede e eu levei minhas mãos até o rosto dele.

— Se você puder, eu aceito. Caso não, eu posso procurar outro cara para fazer isso.

Ele mordeu o lábio ao sorrir e o soltou com demora chamando minha atenção para aquele gesto.

— Por que você me provoca tanto, Every Holdings? Huh? — ele aproximou a boca da minha encostando seus lábios aos meus ao falar. — Eu tentei te proteger. Tentei diversas vezes evitar te beijar para você não arrumar confusão com a Sasha, mas parece que você não aprende.

Completamente imersa ao meu desejo por ele e tonta por sentir sua boca contra a minha, eu revidei:

— Esse pode ser nosso segredinho sujo, Dyl. Aproveita que não tem nenhum conhecido aqui e me beija.

Ele puxou meus cabelos mais uma vez antes de murmurar:

— Depois não diga que eu não avisei.

Sem aguentar mais um segundo, avancei em direção a ele e toquei meus lábios nos seus de forma bruta.

Ele foi o primeiro a pedir passagem com sua língua, umedecendo minha boca, eu cedi. O gosto de cerveja estava presente e aquilo me fazia ter vontade de suga-lo por completo.

O beijo de Dylan era quente e provocante.

O fato de ser um segredinho deixava tudo mais excitante ainda. Eu sabia que ele se sentia da mesma forma. Conhecia porque Dylan não era tão diferente de mim. Nós dois éramos canalhas que deixavam bilhetinhos para os acompanhantes após uma transa. Éramos o tipo de pessoa que passava o número errado do celular para ficantes desinteressantes. No final das contas, eu e ele éramos mais parecidos do que imaginávamos.

Apertei minhas mãos na pele dele e o instiguei a me conhecer com seus toques também.

Eu senti seus dedos descerem da minha cabeça e irem até minha cintura logo para minha bunda. Ele apertou com força fazendo eu soltar eu suspiro em agrado contra sua boca.

Dyl era realmente quente.

Seus lábios foram de encontro ao meu maxilar e logo pescoço dando beijos molhados com mordidinhas provocantes.

Permaneci de olhos fechados aproveitando as sensações que ele me proporcionava ao mesmo tempo em que sentia minha calcinha molhar.

Eu queria e desejava muito transar com Dylan Parker naquela hora. Não me importava nenhum pouco com a plateia ao redor. No entanto, não foi isso que aconteceu. Infelizmente as luzes acenderam e a gritaria animada surgiu fazendo com que eu e Dylan nos separássemos ofegantes.

Nossos peitos subiam e desciam de acordo com nossa respiração descontrolada. A boca dele estava avermelhada e inchada. Seus olhos estavam tão escuros que eu conseguia me enxergar neles.

— Vamos para casa? — perguntei desesperada, retornando a depositar beijos em seus lábios. — Ou para um motel.

O celular dele começou a tocar, nos tirando do nosso mundo particular.

— Espera aí. — ele falou ao mordiscar meu lábio, pegando o aparelho no bolso frontal da calça jeans. — Eu não posso recusar uma chamada.

Ignorei-o, beijando e lambendo seu pescoço, recebendo apertos na cintura.

— O que você quer aqui?... Não... Que merda, Sasha. Você não tem um lugar melhor para ir?... Tá, porra.

Dylan se esquivou do meu toque, tocando em meus braços ao me afastar. Revirei os olhos, irritada.

— O que foi agora?

— Sasha e Erick estão vindo para cá.

Minha amiga tinha dito que não iria à comemoração, mas talvez Erick tivesse a convencido. Eu iria mata-lo por conta daquilo.

— Não acredito nisso.

Dyl riu e logo beijou mais uma vez minha boca.

— Nosso segredo, ouviu?

— Ouvi.

Ele se afastou dando passos para trás, indo em direção ao lado oposto. Franzi o cenho em confusão o questionando em seguida.

— Onde você vai?

— Preciso ir ao banheiro, gatinha.

            Socorro! Eu quero beijar a boca de todos aqueles que participaram do capítulo anterior. Eu A.M.E.I ler cada comentário. Obrigada de verdade. Vocês são fodas!

ENTÃO, vocês gostaram do capítulo seis?

Ufa! Finalmente Dylan Parker parou de ser difícil e beijou nossa menina. Não é? Vamos agradecer aos céus por isso.

Enfim, eu espero que tenham curtido. Se sim, compartilhem suas reações comigo e deixem a estrelinha? É muito importante para mim <3

AH, meus xuxus, no meio da semana estou fazendo enquetes sobre a história no twitter para conhecer vocês melhor. Então se quiserem me seguir meu user é krugerx. Eu interajo bastante por lá e 'tô sempre dando RT sobre comentários da história. Agradeço também por todos aqueles que divulgam esse meu bebê lindo pelas redes sociais. Vocês são incríveis mesmo.

Beijos, Thai Kruger.

Continua llegint

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