Um Amor Proibido

By Garoto1D

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William um garoto que está acostumado com seu espaço, terá de conviver com o primo louis, que perdeu os pais... More

Introdução + Avisos
capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Ask Leitores
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
#AskLeitores2.0
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
capítulo 75 - Final
UAP.2 + Agradecimentos.
spin-off
spin-off
spin-off. 18 louis
Grupo no Wpp
UAP reescrita.
𝐈𝐌𝐏𝐎𝐑𝐓𝐀𝐍𝐓𝐄, 𝐋𝐄𝐈𝐀𝐌!

Capítulo 70

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By Garoto1D

Richard

Depois de logos anos, longos anos longe da minha família eu volto a BradFord pela pior forma possível, Caio havia sido raptado e ao que tudo indica ele está nos domínios do Simon. Peguei o primeiro avião assim que pude, foi um inferno tentar sair da Flórida sendo fichado na polícia. Novamente tinha que correr atrás de um passaporte falso.

Mas depois de uma semana tentando eu consegui, Caio estava desaparecido o que significava que todo um trato do passado tinha acabado, e que Simon iria pessoalmente visitar o inferno.

" - Vamos Rich, precisamos sair daqui o mais rápido possível - Arthur disse enquanto a tela super valiosa era guardada com cuidado na pasta preta.

- Estamos a poucas horas de estar finalmente livres de tudo isso - digo animado e ele sorri.

- Sim, não vejo a hora de ter um descanso, Laura está grávida e só quero poder acompanhar o crescimento do meu menino - concordei lembrando das fotos que Bruna me mandava de William constantemente.

Eu amava aquele garotinho, tão pequeno mas tão incrível, os olhinhos castanhos vieram da minha parte, mas o olhar determinando mesmo tão novo era notável vindo de Bruna. Estava feliz, depois de longos anos nessa vida finalmente Arthur e eu iríamos sair, ser livres e poder seguir em frente com nossas famílias. O acordo foi que teríamos uma última missão, receberíamos nossa parte e em seguida nunca teria vestígios da nossa existência.

- Pronto terminei - assenti guardando o equipamento novamente.

- Podemos ir, sei que fizemos um trato com o garoto da segurança, mas ele não me pareceu nada confiável - Arthur concordou e logo começamos correr.

Estávamos prestes a sair quando Simon apareceu, estava suando e parecia nervoso, a pistola em sua mão estava tremendo e ele tentava manter o olhar firme.

- Larguem as armas e a pintura, ou eu atiro, não sei onde estava com a cabeça quando concordei com isso - ele diz nos fitando.

- Ah cara não fode, sai logo da frente seu porra, precisamos sair daqui - dou um passo e ele atira fazendo eu recuar.

Arthur acerta ele e o mesmo cai em seguida, fico encarando ele e ele sorri de canto, era o momento perfeito para fugir, saímos o mais rápido possível. Quando a porta parecia tão perto, ouvi sirenes por todos os lados, e o barulho do tiro ecoou me deixando com um zunido no ouvido.

Arthur caiu ao meu lado, o buraco de bala na cabeça indicava que eu não podia fazer mais nada, corri o mais rápido que pude, mas pude ouvir a gargalhada frenética de Simon. "EU TE MATEI MALDITO", meus olhos arderam enquanto minha fuga se tornava difícil, o ar parecia ser navalhas me furando, mas eu não podia ser pego e fazer a morte dele ser em vão.

Aquele dia uma parte de mim morreu, Simon destruiu minha única família antes de qualquer coisa, o grande roubo foi noticiado por toda a Inglaterra mas eu trocaria tudo pelo meu amigo de volta. Fiz a entrega da carga e exigi que tudo relacionado a mim fosse apagado, recebi a minha parte do dinheiro e foi difícil contar a Laura. O chefe fez o combinado e entregou a Laura uma boa quantia de dinheiro para ela tocar a vida, mas dinheiro nenhum iria suprir a morte dele, dinheiro nenhum ia fazer Caio ter um pai, Laura decidiu que esse seria o nome do garoto. Eles tiveram uma conversa quando descobriram a gravidez, porra ele estava tão feliz. Naquela noite nós fechamos um bar e tomamos cerveja até nossos corpos parecerem dois carros movidos a álcool.

Mas agora nada do planejado seria possível, o sonho de fazer um churrasco aos domingos livre de preocupações foi por água a baixo, já tínhamos planos para ensinar os meninos a jogarem futebol mas nada seria possível.

×

Suspirei pesadamente retornando a BradFord depois de alguns meses após a morte de Arthur, iria visitar Bruna e meu filho, William estava próximo a completar um ano de idade. Um marco importante, e também iria ver Caio que nos meses seguintes completaria a mesma idade também.

Entrei pelos fundos para não fazer alarde, e encontrei Bruna na sala cantando uma música bem baixinha, o menino nos braços dela brincava com um brinquedo de borracha, era uma gargalhada tão gostosa, tão confortante.

- Oi - digo sentando na frente dela, e ela me olha triste, o que era de se esperar.

- Ele cresceu - digo esticando os braços enquanto ela me entrega ele.

- Você está tão lindo, olha só essas bochechas, nunca entendi porque bebês tem cara de joelho, mas você é o joelho mais lindo que já vi - digo ele me encara com aqueles olhinhos enormes, bruna ri e eu acompanho.

- Acho que ele está te dando um corretivo - ela diz e percebo algo morno molhar minha blusa.

- Oushi, que menino mijão - digo rindo e devolvendo ele pra bruna.

- Simon me procurou - ela diz cansada e meu corpo trava.

- Como assim? Nunca ele soube que eu tivesse família nem nada - ela dá de ombros.

- Ele seguiu vocês, ao que tudo indica ele já iria entregar vocês dois - assenti.

- O que ele queria? - pergunto enquanto ajudo ela trocar o bebê que não fica quieto um segundo.

- Um acordo com você, mas ele não me disse nada - assenti.

- Vou encontrar ele, não se preocupe tudo bem? - ela sorri me dando um beijo e em seguida sobe as escadas, acompanho ela até o quarto azul, cheio de coisinhas para criança. Sorrio ao ver que eu era pai, era uma sensação estranha e tão boa. Meu coração apertou ao lembrar que nesse exato momento existe outro garoto que não teve a mesma sorte que William.

×

- O depósito na sua conta foi certinho? - laura assentiu.

- Tudo bem, como estão as coisas? Está precisando de algo pro Caio? - pergunto enquanto seguro o menino no meu colo.

- Estão bem, não se preocupe - assenti segurando caio contra o peito - laura me fitava, tinha algumas olheiras embaixo dos olhos, imagino que esteja sendo difícil para ela.

- Vou ir encontrar Simon, ele propôs um acordo e preciso descobrir o que é - ela balança a cabeça concordando.

- Se cuida por favor - assenti.

Fiquei mais algumas horas conversando e ajudei ela a dar papinha para Caio, liguei para Simon de um celular descartável e marcamos um ponto de encontro distante. Deixei minha pistola na barra da cintura caso fosse preciso.

- Richard, quanto tempo - ele diz sorrindo.

- Cara, se fode, me poupa de formalidade eu deveria encher você de bala, o que você quer? - ele riu e se sentou em um pedaço de tronco.

- Propor um acordo, bom quero que saia de Brad Ford, suma no mapa e nunca mais retorne. Meu pai soube da merda que fiz, e estou servindo feito um desgraçado. Mas o que isso tem haver? Quero que sofra assim como estou sofrendo por estar longe da minha família - ri, gargalhei até lágrimas se formarem nos meus olhos.

- Não mesmo, meu filho está prestes a completar um ano - ele deu de ombros.

- Não ligo, apenas pense que seria trágico laura sair para passear e por acaso uma bala perdida atingir ela, ou pior, que triste seria o carro da bruna explodir enquanto ela leva seu filho para passear - meu sangue gelou, eu não podia recorrer a máfia pois me desliguei, sendo assim não podia pedir nada.

- Você não seria capaz - ele riu alto.

- Sim, eu seria e sou capaz de tudo, sou um fodido mimado Richard, eu posso destruir tudo que você ama, seu maior erro foi ter achado que ia conseguir minha ajuda, e agora eu tenho você nas minhas mãos - fico calado, realmente oferecer dinheiro não ajudaria, e Simon mostrava ser algum tipo de louco.

- Tudo bem, eu aceito sua proposta. Mas vez ou outra vou voltar para ver minha família, e você vai esquecer que algo aconteceu e nunca mais procurar Bruna ou Laura - ele assentiu dando de ombros. "

Uma das primeiras coisas que fiz quando cheguei foi providenciar armas, dessa vez seria definitivo eu vou terminar o que não fiz no passado. Entrei em contato com William, a voz grave do outro lado da linha fez meu corpo estremecer, William era um homem agora.

Um homem que eu deveria encarar de frente, mas o tempo de ausência fazia eu tremer na base, eu perdi a maior parte da vida dele. Não vi ele ganhar o primeiro troféu no jogo da escola, não ensinei ele sobre garotas, fui um completo fantasma.

Apesar da longa distância eu mantinha contato com Bruna, sempre tive na verdade, e quando a saudade apertava íamos um ao encontro do outro. E eu ainda tivemos duas filhas devido esses encontros, mas para todos os efeitos foi fertilização em laboratório.

O dia já nascia tímido, aos poucos a luz do sol refletia sobre a água escura do lago. Noite passada foi impossível dormir, os pensamentos de ver meu filho me deixaram em uma grande ansiedade. Tirei uma caixa de rosquinhas do banco de trás, e comi enquanto tomava café frio que eu deveria ter tomado ontem.
William poderia aparecer a qualquer momento, acho que ele não ia me reconhecer, mas eu precisava da ajuda dele, sei que ele e caio são como carne e unha e que ele fará o possível pelo amigo, assim como fiz pelo Arthur na juventude e a prova disso são as cicatrizes no meu corpo.

William

Levantei com uma dor de cabeça horrível, minhas têmporas latejavam e faziam meu crânio querer explodir, lou dormia calmamente do lado da cama enquanto usava uma blusa do Caio, meu medo era lou quebrar. Mas a ligação que eu recebi pode ajudar a mudar tudo.

Entrei no banheiro e ri ao ver minha imagem no espelho, olheiras fundas ao redor dos olhos, pareço estar mais magro, e que porra aconteceu com meu cabelo? Tomei uma banho e tentei relaxar o máximo possível, mas não consegui. Resolvi que iria sair após o almoço, ou talvez antes daquilo.

Mas iria conversar com o lou, assim como essa pessoa precisa de mim, vou precisar do lou para caso algo dê errado. Quando voltei ao quarto, lou estava sentado na beirada da cama e fitava o chão, me olhou e riu e se deitou em seguida.

- hey, vamos tomar café? - ele concorda e se senta encostando a cabeça no meu ombro.

- Tudo bem - ele responde e minutos depois vai ao banheiro e retorna após o banho.

Descemos as escadas e Laura já estava preparando o café com auxílio de yas, comi bem pouco, meu estômago dava voltas dentro da barriga. E a conversa que eu ia ter com o lou só me deixava mais ainda enjoado. Ajudamos na louça e subimos para o quarto.

- Preciso conversar com você - ele senta e me encara, preciso desviar os olhos daquele azul penetrante.

- Recebi uma ligação ontem a noite, e a pessoa diz que sabe mais ou menos onde o caio está, e marcou um encontro pedido minha ajuda para ir atrás dele - lou me encara e fica alguns minutos calado.

- Pode ser uma armadilha - assenti.

- Mas só vou saber se eu for, existem chances de ser verdade e ser mentira, eu preciso ir lou, eu não aguento mais ver vocês assim e ficar nesse estado - ele concorda.

- O que você pretende fazer? - ele pergunta me abraçando.

- De meia em meia hora eu vou te mandar uma mensagem, se eu não passar, avise a polícia e vão rastrear meu celular, eu tentei rastrear o do Caio mas não achei em canto nenhum - ele concorda.

- Estou com medo - puxo ele e abraço bem forte.

- Não fica, preciso de você aqui, se perguntarem de mim, diz que saí, mas só fala algo se acontecer alguma coisa. Não vai ser legal se a polícia ir, provavelmente vai gerar muito alarde e a chance de encontrar ele pode ser pulverizada. Eu estou apostando tudo nessa ligação que recebi - digo e ele fica calado.

- Eu te amo tá bom? - lou concorda e me dá um selinho demorado.

- Eu preciso ir, fica bem tá? E como eu disse, de meia em meia hora, prometo que vou ficar bem - ele me abraça.

- Se cuida e se houver algum perigo tenta sair o mais rápido possível de lá - assenti.

Desci as escadas e fui em direção do carro o mais rápido possível, comecei dirigir em direção do lago, meu sangue estava correndo mais rápido no corpo, um frio na barriga era horrível querendo fazer eu vomitar. Após alguns minutos cheguei no lago, não tinha nenhum movimento ali a não ser o carro preto estacionado um pouco perto das árvores.

Estacionei o meu e fiquei parado esperando qualquer movimento, após dez minutos um homem desceu e levantou as mãos como se estivesse se rendendo. Sai do carro com o celular em mãos, a mensagem pro lou estava pronta caso algo desse errado, era só clicar.

- W-Wiliam? - assenti e ficamos nos encarando um pouco, ele tinha uma barba um pouco desleixada, e algo nele era familiar.

- Você sabe onde o Caio está? - ele suspira baixando os braços me deixando em alerta.

- Não precisa ficar com medo, não vou fazer nada para você. E eu acho que sei sim onde ele está - assenti.

- Quem é você? - ele ficou calado como se pensasse na resposta.

- Primeiro vamos resolver isso, e você vai saber quem eu sou, prometo. Mas agora precisamos ir atrás, Caio não está na cidade pelo que percebi, se estivesse alguém já teria denunciado algo ou até pistas teriam sido encontradas - assenti e digitei para o lou que estava tudo bem.

- Existe um homem, Simon eu sei que ele está por trás de tudo isso - ele assentiu.

- Simon, eu o conheço de longa data, precisamos ir a Doncaster, Simon usa dois celulares e um deles eu consegui rastrear várias vezes no mesmo lugar - assenti, fazia muito sentido, mas eu não sabia desse segundo celular nem nada, na verdade sabia de pouca coisa.

- Como vamos até lá? - ele vai ao carro que estava e volta com uma bolsa preta.

- Vamos no seu carro, um amigo vai vir pegar o meu - assenti.

- O que tem na bolsa? - ele sorri divertido.

- Armas - diz dando de ombros.

- Escuta, Simon é um fodido, louco devia estar preso a muito tempo. Você não sabe as coisas que ele já fez, não sabe nem um terço. Então pode ter certeza que se estou levando armas não é a toa, ele tem treinamento militar. A questão é que as forças que servem o país, não deixam as pessoas más, Simon é um homem ruim e não foi exército nenhum que corrompeu ele. - fiquei calado e entrei no carro seguido dele.

- Vamos chegar próximo ao fim da tarde, de lá vamos para onde? - ele dá de ombros.

- Vamos nos certificar que ele vá aparecer e vamos fazer uma abordagem, mas antes estudar o terreno, ele não é burro - assenti.

Foram as duas horas mais estranhas de viagem, o homem se chamava Richard, sabia muitas coisas de mim, eu tinha uma leve sensação de saber quem ele era, mas minha memória estava sendo bloqueada pelos pensamentos de estar possivelmente indo ao encontro de Caio. Avisei o lou de meia em meia hora como combinamos, Richard indagou algumas coisas sobre minha vida, sobre namoradas e várias outras que respondi com poucas palavras.

Chegamos em Doncaster próximo ao fim da tarde, o trânsito estava um porre, janeiro é a época em que as pessoas costumam viajar para visitar parentes ou voltando das comemorações de fim de ano. E o trânsito estava horrível, estava com os nervos a flor da pele e Richard percebeu isso.

- Consigo rastrear o celular dele, está em uma área mais afastada do centro, pelo que vi no satélite algo como uma zona de fábricas - concordei, estava cansado.

- Vamos parar um pouco, ver o que vamos fazer - ele concordou e abriu a bolsa.

- Já atirou antes? - neguei enquanto vi ele pegando uma pistola e um par de luvas.

- Olha, essas armas já estão com minhas impressões digitais, por isso use a luva, caso algo aconteça e você precise usar, nada vai te incriminar aqui - assenti olhando desconfortável para aquilo, nunca passou pela minha cabeça precisar atirar em alguém.

- Hey não se preocupa rapaz, não vou deixar nada te acontecer - Richard diz rindo querendo quebrar a tensão que havia se instalado.

Comemos alguma besteira que trouxe na mochila, e nos aproximamos do local que Richard olhava a todo momento na tela de um tablet. Queria saber como ele conseguiu aquilo, mas estava tenso demais para perguntar qualquer coisa.

Richard fez eu deixar o carro um pouco afastado, e descemos e seguimos a pé, sempre se certificando de não fazer barulho e andar pelas sombras. O local que estávamos era um galpão, um galpão muito grande, e ao que tudo indicava não parecia receber ninguém a anos. Ervas daninhas cresciam aos montes, e capim formava pequenas aglomerações por ali.

Andamos novamente pela parte escura do local, e Richard abriu uma porta de madeira, entramos por ela e seguimos por um corredor, o lugar era só poeira e mofo. Passamos por um corredor antes de dar de cara com um grande espaço escuro, eu tive certeza que alguém estaria ali quando vi embalagens de comida pelo chão a alguns metros a frente, e vi dois homens saindo com armas em mãos.

Richard fez eu recuar, tirou as luvas e me entregou juntamente com a pistola, segurei e senti meus braços tremerem, não queria fazer aquilo, mas se Caio estivesse aqui e estivesse em perigo, eu não ia hesitar. Demos a volta e subimos uma escada velha, ela rangia um pouco, mas o barulho que eu ouvi em seguida fez meus músculos travarem, era um choro abafado e eu sabia de quem era.

Caio

Estava exausto, meu corpo todo doía em uma escala insuportável, Simon ficava mais irritado a cada vez que vinha, e sempre fazia questão de ser violento o suficiente. Droga eu estava perdido. Estava sem esperanças de poder reencontrar os meninos, e isso era o que deixava mais aflito a cada segundo que se passava.

Billy e Rick não faziam mais nada para mim, Simon dava ordens para me quebrarem de tanto dar porrada, mas ele simplesmente me largavam sozinho na sala.

- Olá pequeno Caio - ele diz entrando na sala segurando uma chave em um cordão.

- Sabe o que é isso? Sua liberdade, vou te soltar, mas nada é de graça, me vença e você sai - ele caminha próximo e tira as algemas do meu pulso, meu braço arde e vejo os vergões que aquilo deixou.

- Se levante - ele diz rindo, mas não consigo mover um músculo.

- EU MANDEI LEVANTAR - um chute atinge meu estômago e faz eu cair, me curvo com impacto, não consigo reagir, tudo dói e a cada golpe tudo piora.

- LEVANTA - e a sequência se repete, forço minhas pernas mas meu corpo cai no chão novamente. Simon ri alto, muito alto e isso me perturba, meus ouvidos doem, minha cabeça lateja.

- RICHARD, POR QUE NÃO APARECE? EU VOU MATAR ELE - sinto as coisas irem ficando turvas, o barulho que ele fazia começa sumir, sinto que logo vou ruir novamente e que talvez não tenha forças para acordar, e talvez seja melhor assim. Minha consciência vai me deixando aos poucos.

- lou... will me desculpem - sussurro, antes de ouvir um grande barulho e enfim apagar definitivamente.

×

William reconhece o choro do namorado, todo o medo e apreensão que estava sentindo se converte em raiva, e o mesmo assumi a frente de Richard acertando os dois capangas na perna, fazendo ambos caírem no instante que estavam vindo em sua direção. A arma que tremia na sua mão, agora estava firme e pronta para disparar.

Richard corre em direção aos dois e chuta suas armas para longe, arromba a pequena sala e entra, Simon sorri ao ver ele um sorriso sádico, sua pistola está apontada na direção de caio que se encontra no chão, fraco de mais e tendo a vida se esvaindo aos poucos.

- EURECA, eu sabia que se pegasse ele você vinha, me diga Richard, como é dar mais valor para alguém que nem é do seu sangue. Mas devo admitir que você demorou, não sabia que era tão difícil me rastrear - simon diz enquanto segura firme a pistola.

- Abaixa a arma - Richard diz se aproximando com o gatilho pronto para ser pressionado.

- ABAIXA A ARMA AGORA - o homem é surpreendido quando William entra e mira em seu rosto.

- Olha o que temos aqui, confesso que estou surpreso com esse encontro - simon diz com deboche.

- Mais um passo e eu acelero a morte dele - William fica tenso e respira fundo. O tiro ecoa pela sala e simon cai no chão enquanto sua perna sangra.

- Você tirou alguém importante de mim uma vez, agora é minha vez de retribuir o favor - Richard diz enquanto mira no peito de simon.

- Mate, mate cassius, mate a irmã dele, eu não me importo - simon berra alto, e chuta Richard na tentativa de lhe derrubar.

Com a pistola em mãos novamente outro tiro é dado, Richard cai atingido no ombro, Simon se vira e mira William que estava fora do mundo tentando acordar caio, seu dedo no gatilho está pronto para terminar com o garoto, mas o que veio em seguida foi o tiro certeiro na testa de Simon. Richard observa o filho sem as luvas, enquanto chora desesperado tentando acordar o amigo. Suas costas deslizam pela parede enquanto o corpo de Simon está caído no chão, tudo estava acabado naquele momento.

William

- Acorda, por favor, não me deixa, não me deixa caio - eu tentava inutilmente fazer ele reagir, mas nada além de silêncio.

O tempo parecia ter parado, minha garganta fechava com um nó, e meus olhos ardiam com as lágrimas que saiam sem que eu me importasse.

- Por favor, não me deixa - um soluço escapa da minha garganta e puxo ele o abraçando, o rosto estava machucado, cortes nos lábios, vergões em todo canto, meu coração doía a cada segundo que se passava com ele ali.

Pude ouvir barulho de sirenes soarem longe, não lembrava de ter avisado lou na última meia hora, Richard levanta sangrando pega as luvas que fez eu usar e queima com gasolina. Vejo ele se sentar novamente contra a parede, estava cansado e a respiração pesada o sangue escorria do ombro ferido, e logo toda aquela sala tinha esse cheiro, o cheiro metálico deixava meu estômago desconfortável.

- Sou seu pai - ele diz de olhos fechados, minha cabeça gira.

- Não, você não é - ele ri triste e me encara nos olhos.

- Sim, matei Simon por uma vingança pessoal do passado, não era Caio que ele queria e sim eu, eu soube disso quando vi a notícia, por que ele pegaria o Caio se podia pegar você? Pegou ele porque eu viria de qualquer forma, não estou dizendo que não viria por você, óbvio que viria. Mas no passado foi usando o pai do Caio que ele me feriu, e a tática funcionou novamente, mas dessa vez ele nunca mais vai fazer isso - fiquei calado, o som que despertou meu devaneio foi a respiração lenta abaixo de mim.

- Eu vou ser preso, eu sei disso, posso ter tido meu passado destruído, mas algumas coisas ficaram e agora tenho um assassinato nas costas, mesmo que ele tenha merecido - ele diz suspirando.

- O que quero dizer, é que você é meu filho, não quero que pense que eu te abandonei, eu não podia viver com vocês, viva sobre constante ameaça. E se eu voltasse algo podia acontecer, mas aconteceu mesmo eu não estando presente - apertei mais o caio enquanto chorava. Beijei sua testa, e em seguida os lábios e Richard me encarou confuso.

- Essa é nova pra mim - ele diz fechando os olhos novamente - mas que seja, não tenho direito de te cobrar nada, espero que seja feliz e que cuide muito bem dele - assenti.

- Você manteve contato com minha mãe após esse tempo? - ele assente.

- Sim, não sei Bruna falou de mim para você, mas tivemos contato durante todos esses anos, talvez esse tenha sido o motivo de Simon ter feito isso, a minha parte no nosso trato foi quebrada - limpei meu rosto com as costas da mão.

- Isso não é motivo para o que ele fez, Simon é louco e a prova disso tudo está aqui - ele concorda.

- Sua mãe sabia que eu viria, implorei para ela não se meter nisso, nunca quis ela envolvida nessas coisas, prometi que morreria por vocês dois se fosse preciso - isso explicava o motivo de minha mãe estar abatida.

Não falamos mais nada, o galpão foi invadido pela polícia e logo todo o local era vasculhado, não ia demorar para chegarem onde estávamos. Carreguei Caio e ia saindo na porta, mas parei com o barulho que estourou em seguida, o homem que derrubei fora da sala estava sentado apontando a arma diretamente para mim.

O tiro ecou por todos os lados e a última coisa que ouvi, foi o grito estridente de Richard, os policiais atirando no homem, meu corpo caiu e com ele Caio também, a dor no meu peito fazia o ar ser sugado dos meus pulmões, meu corpo gritava por ajuda e minha última visão foi Caio desacordado.

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