N/A
Oi gente tutu pom? ♥
Essa fanfic tá parecendo torture porn de tanto q as coisa dão errado. Cruzes.
Mesma coisa, itálico é a conversa que ta acontecendo telepaticamente.
Tentando não aumentar muito os capítulos pra ela não ficar gigante e cansativa ok? Não me abandonem, mamãe ama vocês demais ♥
***
Harry deixou a casa de Niall completamente transtornado, não sabia o que fazer ou a quem recorrer, por algum tempo dirigiu sem rumo, dando voltas pelo quarteirão, inconscientemente procurando por ele... A marca feita por Louis parecia queimar a pele do alfa, como se a distância do ômega afetasse todo seu sistema imunológico. Ele não conseguia pensar direito, seu corpo inteiro doía, até mesmo respirar tornou-se uma tarefa árdua.
Depois de alguns minutos confusos, Styles decidiu ir até a delegacia para registrar o desaparecimento do ômega, mas, era óbvio que ninguém consideraria o desaparecimento já que ele havia saído de casa ainda naquela manhã, do mesmo jeito que era óbvio que até mesmo Elizabeth parecia esquecer-se da gravidade daquilo, se ele realmente tivesse voltado ao Salvation ele poderia estar morto ou prestes a morrer.
Deixou a delegacia em direção a sua casa, quando estacionou, socou o volante algumas vezes sentindo-se um imbecil por não ter percebido o que Louis planejava, ergueu os olhos novamente assustando-se com um carro parado um pouco mais a frente, não reconheceu nenhum dos veículos usados pela polícia. Desceu apressado e correu até ele, mas, o automóvel deu partida rapidamente. Procurou por algum sinal dos policiais que deveriam estar ali, mas, não encontrou, assustando-se imediatamente ao se dar conta do que havia acabado de acontecer.
Passou as duas mãos nervosamente pelos cabelos e correu de volta para casa, passando como um raio pela porta. Subiu as escadas apressadamente ignorando Amelia e Margareth que estavam sentadas na sala de estar enquanto assistiam um desenho qualquer. A garotinha se assustou com o barulho e fez o mesmo caminho que o pai, correndo escada acima encontrando-o em seu quarto e vendo-o aturdido, enfiando suas roupas desajeitadamente em uma mochila.
- Papai... - ela perguntou assustada - Papai o que aconteceu? Papai!
- Pegue as coisas do seu irmão, a gente vai fazer uma viagem.
- Mas papai...
- Sem perguntas Amelia, faça o que eu mandei.
A menina assentiu amedrontada, correndo até o quarto onde Arlo dormia calmamente, fazendo o mesmo que o pai e colocando algumas coisas apressadamente na mala do menino. Harry corria pelo corredor, entrando e saindo dos quartos, carregando mochilas, malas e sacolas pelas escadas e colocando-as na sala. Voltou ao quarto do filhote pegando a mala que Amelia tinha arrumado, tomou a menina pela mão e segurou o bebê nos braços, voltando a descer os degraus aos tropeços.
- Margareth, você pode ir pra casa, os seus serviços nãos são mais necessários. No final do mês, procure o Jonathan, ele vai conversar com você sobre as parcelas do que você vai receber pelo tempo de trabalho. Assim que eu puder, ligo pra você.
- Sr. Styles... Eu não entendo... O que... O que está havendo? - a senhora o encarou confusa, ela havia acabado de ser demitida?
- Obrigado por tudo que fez por mim e pela minha filha todos esses anos. - virou-se para a menina que o olhava confusa - Se despeça dela, Ame. - incentivou a garotinha a se aproximar da mulher e abraçá-la.
- Tchau Maggie... - Amelia foi afastada do abraço pelas mãos de Harry cedo demais, Margareth acenou para a menina indicando que ela precisava ir.
- Tranque tudo quando sair e entregue a chave ao Jonathan quando for procurá-lo. - sentenciou antes de ir para a garagem.
Styles prendeu Arlo na cadeirinha, o filhote resmungou agoniado. Enquanto fazia o mesmo com Amelia, a menina o encarava atentamente, confusa e assustada, não compreendia o que estava acontecendo.
- O papai Lou não vai com a gente? - arriscou perguntar, mas, foi solenemente ignorada pelo alfa, que bateu a porta traseira com força.
O alfa voltou para dentro de casa, pegou todas as sacolas e mochilas e levou para o carro, jogando-as no porta-malas. Sentou-se no banco do motorista e abriu a porta da garagem, um carro desconhecido estacionou logo em frente, impedindo-o de sair, mas, em poucos segundos o veículo arrancou, saindo dali e deixando-o ainda mais apreensivo. Harry tinha o coração batendo acelerado dentro do peito, determinado a dar cabo do que planejara, deu partida no carro e saiu dali apressadamente em direção a casa de Liam.
Poucos minutos depois estacionou em frente a casa conhecida onde o alfa mais jovem já o esperava. Assim que viu o veículo, Liam correu até ele, deixando a soleira da porta para que uma Cheryl preocupada ocupasse. Styles desceu um tanto sobressaltado, praticamente trombando com Payne assim que ele o alcançou.
- Aquela mensagem não fez o menor sentido Harry, me explica com calma o que tá acontecendo. - o de olhos castanhos perguntou baixinho enquanto o via retirar algumas mochilas do porta-malas.
- O Louis sumiu. - sentenciou.
Harry terminava de colocar as bagagens no chão, vendo que os dois precisavam de ajuda, Cheryl pediu que a babá entrasse em casa com Bear e os esperasse lá dentro, então correu até onde eles estavam, a tempo de ouvir que o ômega havia sumido.
- Harry... - Liam o encarou com a expressão preocupada enquanto o outro pendurava as sacolas em seus ombros. - Do que você tá falando? Como assim o Louis sumiu?
- Eu acordei e o Louis não estava em casa.... Ele se despediu de mim ontem, ele tava estranho, quando eu contei sobre terem perseguido a Ame ele ficou... Ele sumiu, Liam. - Payne arregalou os olhos - Dois carros estavam na frente da minha casa hoje... Dois carros diferentes... Eu já fui a polícia, já dei uns bons socos no Niall, eu não vou ficar sentado esperando, eu vou atrás dele. - virou-se com os olhos marejados para o amigo - Mas, eu não posso deixar as crianças desprotegidas...
Os três retiraram as bagagens do carro e levaram para dentro de casa, depositando-as de qualquer jeito no chão, perto da porta, por fim, Harry correu de volta até o veículo e abriu a porta traseira, livrou Amelia do cinto e colocou-a de pé no chão, agachando-se logo em seguida para ficar da altura da menina, que ainda não fazia ideia do que estava acontecendo.
- Papai eu não to entendendo nada, a gente não ia viajar? Cadê o papai Louis? - o filhote choramingou.
- Você vai ficar com o Tio Liam e a Tia Cheryl, ok? Você vai com eles hoje e eu vou buscar o papai Lou, a gente encontra vocês no caminho. - a menina o encarou, fazendo um bico assustado, denunciando o começo de um choro que ela estava segurando desde que o pai entrou em casa daquele jeito apressado - Vai ficar tudo bem, eu prometo. - puxou-a para um abraço apertado, deixando vários beijos no rosto da menina. - Eu amo você ursinha, eu amo você e o seu irmão mais do que qualquer coisa no mundo. - apertou-a ainda mais em seu abraço.
Pai e filha trocaram mais um abraço, o alfa a soltou e a menina correu até onde Cheryl estava, agarrando-se às pernas da ômega que imediatamente puxou-a para o próprio colo, fazendo-a segurar-se ao seu corpo com braços e pernas. Harry deu a volta no carro e abriu a outra porta, retirou Arlo com cuidado da cadeirinha, vendo-o ronronar com os olhos fechados, beijou-lhe a testa algumas vezes.
- Vem aqui... - puxou Liam pelo colarinho da camisa até a porta dianteira do carro, pela janela mesmo retirou um envelope amarelo um tanto amassado.
Harry tinha um pesar nos olhos, algo que Liam não conseguia decifrar. Enquanto segurava o filhote em um dos braços, bateu com o envelope no peito do mais novo, deixando sua mão ali. Imediatamente, Payne cobriu a mão dele com a sua, olhando-o extremamente assustado.
- Assim que eu sair, eu quero que você pegue a Cheryl, as crianças e vá embora. Quando já estiverem bem longe e seguros, quero que mande buscar os meus pais e a minha irmã...
- Harry...
- Me deixa terminar... - Liam se calou e ouviu com atenção - Espera alguns dias antes de mandar buscar os meus pais, eu não sei se os viram na minha casa alguma vez, eu não sei... - disse baixinho, olhando em volta - Você está me ouvindo? Está prestando atenção? - o alfa mais jovem assentiu - Nesse envelope estão todos os documentos da Amelia e do Arlo, além disso tem um papel assinado por mim, você vai completar, faça uma autorização pra vocês viajarem com eles... - Harry estava se despedindo, Payne meneou a cabeça em negação. - Se eu não voltar...
- Pare com isso. - Liam rosnou, recebendo um outro rosnado, mais alto, em resposta - Pare com essa merda, agora mesmo.
- Liam, você vai procurar o Jhonny, o cartão com o telefone dele também tá aí dentro. Você lembra dele? Jonathan Harvey, o meu contador, quando você estiver em segurança, você vai ligar pra ele e pedir pra ele comprar as passagens dos meus pais e da minha irmã, você vai cuidar disso pra mim, não vai? - Harry entregou o bebê nos braços do alfa - Eu preciso de você, preciso que você cuide disso, preciso que cuide deles pra mim, Liam!
- Por que você está falando desse jeito? - Payne segurou o filhote com cuidado, que imediatamente abriu os olhos e começou a resmungar.
- Tem dinheiro na bolsa da Amelia, a minha carteira, com os meus cartões, você pode comprar as passagens pra vocês, tem três cartões, a senha é a mesma: o aniversário da Ame.
- Harry para um pouco, me escuta...
- Eu preciso proteger as crianças, preciso proteger vocês, eu não sei o quanto eles sabem, não sei se vocês estão seguros, então é melhor que vocês todos saiam daqui o mais rápido possível...
- Até você voltar.
- Se eu não voltar...
- Sem essa conversa. Essa é de longe a ideia mais imbecil que você já teve, então não se atreva a morrer.
- O Louis tá em perigo... Eu não vou me perdoar se eu não fizer alguma coisa...
- O que eu devo dizer pra Amelia então? Que o pai dela morreu numa cruzada pessoal? Porque ela vai perguntar, e como você acha que ela vai se sentir quando souber que você a abandonou? - Styles olhou por cima dos ombros a garotinha que já havia deitado no colo de Cheryl, a ômega acariciava as costas da menina tentando confortá-la.
- Prometa que vai mantê-los em segurança até os meus pais poderem ficar com eles. - insistiu, ignorando o comentário de Liam, virando-se para o alfa que o encarava atentamente.
- Você tá se ouvindo? Eu não quero parecer o Niall, mas você, literalmente, acabou de conhecer o Louis. Não duvido do seu amor, não quero diminuir, nem menosprezar, mas, são os seus filhos, você não pode simplesmente entregar eles pra mim e correr atrás de um ômega que não estava na sua vida até ontem!
- Liam...
- Eu to implorando pra você pensar direito! Você vai colocar a sua vida em risco. A Amelia já perdeu um pai, agora que ela teve o gostinho de ter uma família completa de novo, você quer que ela tenha que lidar com a sua morte também? Não é justo com a sua filha, pelo amor de Deus eu não devia precisar te dizer isso, Harry!
- E se fosse a Cheryl? Se você tivesse uma chance de salvá-la, só uma, o que você faria? - o rapaz o encarou atônito.
- Harry, é completamente diferente... A Cheryl é a minha ômega... - disse olhando-a por cima de Harry, ela ainda estava no mesmo lugar, mantendo Amelia longe daquela conversa.
- E o Louis é o meu. - fez uma pausa - Essa é a coisa mais difícil que eu já tive que fazer, eles são tudo pra mim, mas... Eu tenho que tentar.
- Você não pode me pedir pra concordar e te apoiar. - Harry puxou o alfa para um abraço desajeitado, mantendo uma das mãos cuidadosamente sobre a cabeça de Arlo enquanto a outra agarrava-se a camisa de Liam.
- Eu não to te pedindo pra concordar comigo, eu to te pedindo pra cuidar deles um pouco. - disse baixinho contra o pescoço de Liam, beijando-o na bochecha logo em seguida.
Afastou-se e secou o rosto na camisa, já não fazia questão de esconder as lágrimas insistentes, ele não fazia ideia que desistir das crianças daquele jeito seria tão difícil. Liam o olhou mais uma vez, como se implorasse silenciosamente que Harry mudasse de ideia, nenhum dos dois podia ter certeza do que aconteceria e eles sabiam que aquela podia ser a última vez que se encontrariam.
- Não deixa o Arlo esquecer de mim, nem do Louis...
- Não vou deixar... - Payne sabia que precisava dizer mais algumas coisas, tudo que ele acreditava que Harry devia saber antes de ir, o quanto ele era grato por todos os anos que ficou sob a proteção do alfa, mas, não queria transformar aquilo num adeus de fato, aceitar essa ideia não era algo que o agradava.
Liam se afastou, parando na calçada ao lado de uma Cheryl chorosa, Harry os encarou uma última vez vendo sua garotinha irromper em lágrimas agoniadas, fez menção a se aproximar, mas, desistiu. Sabia que se a abraçasse não seguiria com o plano que Liam já havia conseguido transformar na pior estratégia de todas com meia dúzia de palavras e uma bronca que em outras circunstâncias, ele seria o autor.
- PAPAI! - Amelia gritou, mas, foi impedida de correr até ele pela ômega que a segurou com um pouco mais de força - Me promete que você vai voltar!
- Prometo. - sentenciou, entrando no carro e saindo dali com rapidez.
O caminho de um lado da cidade até o outro era definitivamente longo, mas, quanto mais próximo de onde o alfa imaginava que o ômega estava, mais certeza ele tinha de que Louis realmente estava lá. Fosse o cheiro impregnado em suas narinas que se intensificava aos poucos, fosse a sensação de pavor que crescia dentro dele inexplicavelmente, e ele tinha certeza que também crescia em Louis.
Ele não sabia o que ia fazer. Só sabia que precisava fazer alguma coisa.
Quando se aproximou do bairro, percebeu que não poderia entrar ali com seu carro, por isso, deixou-o uma ou duas ruas antes e decidiu ir a pé. Era estranho estar ali, quando enfim passou pela loja dos Malik e a viu fechada lembrou-se que Zayn ainda estava em coma no hospital. Louis havia visitado o rapaz todos os dias, mesmo sem qualquer esperança de que o rapaz acordaria, ainda assim, ele ia duas ou três vezes num dia. Ficava tanto quanto os pais dele. Não podia deixar de se perguntar se o alfa sobreviveria, se eles chegariam a vê-lo vivo novamente.
Harry se lembrou de todas as vezes que acordou no meio da noite e viu o ômega que pouco havia dormido, brincando com Arlo como se quisesse recuperar o tempo perdido. Não o viu reclamar uma única vez, era estranho que Louis tivesse um senso de família tão bem definido e cuidasse para que tudo e todos ao seu redor ficassem bem - mesmo que isso lhe diminuísse algumas horas de sono - sendo que a família do rapaz nunca havia sido exemplo para tanto.
Era dia, uma manhã especialmente fria. E quando alcançou a entrada do Salvation, seu coração deu um solavanco em seu peito e o rapaz sentiu-se estranhamente fraco. Afastou-se da entrada do prédio e se escondeu em um dos becos próximos, assustado, com o coração acelerado e a respiração entrecortada. Havia algo errado.
- Eu não acredito! - Jhon quebrou todos os objetos que estavam sobre a mesa do seu escritório improvisado, atirando tudo no chão num acesso de raiva. - COMO PUDERAM DEIXAR ELE ESCAPAR?
- Nós o seguimos senhor, ele deixou os filhotes com outro alfa e veio pra cá, mas, perdemos ele de vista quando ele desceu do carro e resolveu vir a pé.
- E o meu filhote? - rosnou irritado.
- Está naquela casa...
- E O QUE ESTÃO ESPERANDO PRA BUSCÁ-LO?
- A POLÍCIA TÁ LÁ! DEVE TER CHEGADO POUCO DEPOIS QUE O TAL HARRY SAIU! EU NÃO TENHO COMO ESTAR EM DOIS LUGARES AO MESMO TEMPO, QUANDO CONSEGUI VOLTAR, A RUA JÁ TAVA TOMADA DE VIATURAS!
O alfa transtornado quebrou mais alguns objetos assustando os próprios capangas com seus rosnados. Seguiu para o apartamento de Louis a passos largos e com um chute pôs a porta abaixo, assustando o ômega que estava sentado - amarrado - em uma cadeira. Abaixou-se o suficiente para puxar a mordaça dos lábios do rapaz e segurou o rosto de Louis com as duas mãos:
- Você e esse seu projeto de marido acham que vão conseguir afastar o meu filho de mim?
- Ele é filho do Harry.
- Você já foi mais esperto, Tommo.
- É Louis.
- Para de ser ridículo. Essa merda tá em você, Tommo. Todos os alfas que já te montaram ainda estão em você, não importa essa maldita marca, não importa esse anel ridículo que você carrega no pescoço, não importa o quanto você tente fugir, é isso que você sempre vai ser.
- O Arlo não é seu. - insistiu, ignorando o vazio que crescia em seu estômago.
- ELE É MEU! E você não vai tirá-lo de mim, então eu sugiro que você o entregue de bom grado ou eu sou capaz de matar todos naquela casa só pra encontra-lo. - Louis piscou os olhos confuso, do que ele estava falando?
Jhon o soltou quebrando mais algumas coisas dentro do apartamento. Aquele maldito ômega estava estragando tudo. Ele sequer conseguia acreditar que Louis teve coragem de envolver a polícia naquela história. Ficar ali era perigoso, mas, o seu ego inflado não o deixava em paz. Ele se sentia traído, enganado.
- O Arlo... Não é seu... - o alfa sacou a arma presa em seu cinto e encostou à testa de Louis, fazendo-o sobressaltar-se na cadeira.
- EU VOU DAR UM TIRO NA SUA CABEÇA SE CONTINUAR MENTINDO PRA MIM!
- ENTÃO POR QUE NÃO ATIRA DE UMA VEZ? - rosnou em resposta - ANDA! ME MATA, NÃO É ISSO QUE VOCÊ SEMPRE QUIS?
Um dos capangas se aproximou do alfa e segurou seu braço com cuidado, evitando que ele disparasse contra o rosto de Louis, que ainda o olhava fixamente.
- Vadia maldita... - rosnou afastando a arma do rosto do ômega - Eu vou pessoalmente atirar nas cabeças de um por um daquela família. Seu maridinho não vai chegar longe.
Deixaram o apartamento para um Louis assustado pensar sozinho no que havia acabado de escutar. Então Harry tinha mesmo ido embora. Seria egoísmo pensar que ele gostaria que o alfa aparecesse e o salvasse do cara mal? Como num dos filmes que ele assistia quando tinha tempo. Mesmo assim, uma pequena parte do ômega estava aliviada porque, se ele tivesse mesmo ido embora, então as crianças estariam a salvo. O alívio tomou conta do seu coração e ele finalmente parou de bagunçar os próprios pensamentos, nem que fosse para deixar Harry saber que ele o amava.
Encostado ao muro encardido, Harry - finalmente - conseguiu acalmar o próprio coração quando ouviu o ômega dizer claramente, dentro da sua cabeça, que ele o amava. Arregalou os olhos porque era como se ele pudesse ver, de novo, com os olhos de Louis, e a sensação de alívio que era saber onde ele estava e que estava bem, era indescritível.
- O que pensa que está fazendo? - Louis ouviu Harry dizer em sua cabeça e arregalou os olhos.
- Eu precisava fazer isso, você e as crianças corriam mais riscos se eu continuasse lá.
- Foi a merda de uma ideia idiota porque eles não pararam de perseguir a gente, estavam na frente da nossa casa, Louis.
- Mas vocês conseguiram escapar, é isso que importa, vocês estão longe... E seguros...
- Longe... Sim... As crianças estão longe... Eu espero que estejam... Mas, eu vim buscar você.
Louis se preparou para protestar mentalmente quando viu Jhon voltar. Engoliu o seco ao vê-lo ali, ainda muito irritado o encarando como se ele fosse a causa da sua ruína completa, a diferença é que, agora, ele sabia que Harry estava por perto e podia fazer uma besteira a qualquer momento. Logo atrás dele Michael surgiu, com um sorriso ameaçador, olhando-o fixamente.
- Eu devia ter acreditado em você. - Jhon rosnou. - Ele é todo seu. - o alfa saiu deixando Louis e Michael a sós.
- Não encoste nele. - Harry rosnou com força, contido e baixo, mesmo que ninguém pudesse ouvi-lo de fato.
- Harry. - Louis arregalou os olhos quando viu Michael se aproximar
- Quem é Harry? - o alfa que era infinitamente maior do que Louis aproximou-se o suficiente para segurar os cabelos do ômega, puxando-os com violência.
- Eu vim te buscar. - Styles pensou, sabendo que Louis ouviria.
- Sai daqui! Eles vão matar você!
- Eu não vou embora.
- Não seja teimoso!
- Eu vou entrar nessa merda desse prédio e matar todo mundo que tá aí dentro Louis, eu juro pelos meus filhos que eu vou fazer isso!
- Para com isso, você não vai matar ninguém, vai acabar se matando se entrar aqui!
- Louis!
- Harry!
Seria praticamente impossível impedi-lo de fazer alguma coisa, não com o perigo iminente que Louis corria e, principalmente, não com a presença ameaçadora de outro alfa tentando subjugar o menor. Meio sem pensar direito, Harry entrou no prédio, sabia exatamente onde seu ômega estava e o estardalhaço que ele fez criou uma pequena bagunça ali, bagunça essa que chamou a atenção de Jhon.
O cacheado entrou aos berros e rosnados no apartamento que já tinha a porta destruída, avançando de modo feroz sobre Michael que estava prestes a beijar Louis, o impacto da queda atirou os três no chão, com um Harry perturbado socando o rosto do alfa sem misericórdia.
***
- Vocês não deviam ter permitido que ele fosse! - Elizabeth comentou, Liam a encarou magoado.
- Se vocês fizessem o trabalho de vocês, talvez ele não precisasse ir.
- Sr. Payne, essas investigações demoram, eu não posso apressar a justiça.
- Podem ir até aquela merda de lugar atrás do Harry e do Louis, o que você ainda tá fazendo aqui?
- Eu já enviei uma viatura ao local, mas, eu preciso advertir que isso não garante...
- Claro... Você nunca garante nada.
Cheryl desceu as escadas apressadamente, puxando Amelia pela mão, trazia uma pequena mochila pendurada nos ombros, a babá já havia sido dispensada e parte das bagagens já estavam no carro da família. Arlo e Bear já estavam seguros e adormecidos, cada um em um bebê conforto. A ômega encarou Elizabeth e também não estava muito feliz, a inércia da polícia sempre foi algo que a irritara bastante, mas, quando envolvia sua família, tudo ficava pior.
- Você pegou tudo? - Payne virou-se para a ômega que assentiu silenciosa - Então vam...
O rapaz foi interrompido por alguns tiros que vinham do lado de fora da casa, além do ruído alto de carros freando bruscamente sobre o asfalto. Elizabeth sacou a própria arma imediatamente e virou-se para a porta de entrada.
- Saiam daqui. - sentenciou.
Sem pensar duas vezes, Liam e Cheryl dividiram-se com as cadeirinhas e o alfa segurou a mão de Amelia. Correram pela porta lateral, em direção a garagem. Os tiros passaram a ser ouvidos dentro de casa e eles sabiam que provavelmente Elizabeth havia sido atingida. Amelia entrou no carro primeiro, assustada, puxou a cadeirinha do irmão, do outro lado, a ômega empurrava a cadeirinha do filhote, sem prendê-la bem.
- Liam! - Cheryl choramingou quando os tiros cessaram.
Os dois entraram no veículo, sentando-se nos bancos dianteiros a tempo de ver a porta lateral ser aberta, e dois alfas armados começarem a disparar contra o carro. Todos se abaixaram imediatamente, tentando evitar os disparos. Enquanto isso, Liam tentava abrir a porta da garagem, um dos alfas se aproximou do carro, tentando abrir a porta traseira, por sorte o veículo automático foi travado assim que o casal entrou. Quando a porta da garagem foi aberta, Payne deu partida, ignorando os alfas que estavam do lado de fora, atingindo um ou dois com o veículo enquanto fugia dali rapidamente.
O choro dos filhotes era o indicativo de que os três estavam vivos no banco de trás, mas, a perseguição ao carro de Liam ainda não havia cessado, por 10 minutos o alfa dirigiu infringindo todas as leis de trânsito possíveis, livrando-se de outros veículos e acidentes unicamente porque devia ter um anjo da guarda muito bom. Enveredou-se por um atalho conhecido e acabou por despistar os capangas de Jhon na interestadual, misturando-se ao tráfego intenso.
Com o coração acelerado, Cheryl virou-se para o banco traseiro, não se sabe como ou quando, mas, Amelia conseguiu puxar as cadeirinhas praticamente para baixo dos bancos, estava encolhida entre as duas, as mãozinhas pequenas e trêmulas sobre os bebês parecia acalmá-los, já que naquele momento, apenas choramingavam. A menina tinha os olhos fechados, apertados e repetia qualquer coisa ininteligível.
- Ame... - a ômega segurou os cabelos da menina que arregalou os olhos assustada. - Tá tudo bem agora... - comentou trêmula, certificando-se de verificar se os bebês estavam mesmo a salvo.
Chegaram ao aeroporto alguns minutos depois, deixaram o carro no estacionamento e correram. Correram até o guichê para comprar as passagens, correram até a sala de embarque, somente pararam de correr quando já estavam dentro da aeronave, somente se acamaram quando começou a levantar vôo.
Ainda muito assustada com o que havia acontecido, Cheryl embalava Bear, enquanto deixava vários beijos no rosto do filhote, como se ainda não acreditasse que estavam todos bem. Liam manteve Arlo no colo e Amelia, sentou-se encolhida entre eles, abraçando as próprias pernas.
- Onde tá o papai? - arriscou perguntar, virando-se para Liam com os olhos vermelhos e inchados. - Ele disse que ia encontrar a gente no caminho, cadê ele? - Liam e Cheryl entreolharam-se.
- Ame...
- Sem mentir pra mim, tio Liam. - o alfa assentiu.
- Uma coisa aconteceu com o papai Louis, os caras maus, os mesmos que estavam atrás da gente... Eles pegaram o papai Louis e levaram pra um lugar ruim. O papai Harry foi atrás dele...
Amelia arregalou os olhos, abriu a boca como se fosse dizer alguma coisa, mas, desistiu antes de começar, voltando à mesma posição de antes, abraçada às próprias pernas. Cheryl encarou o alfa novamente, mas, nenhum deles saberia dizer alguma coisa, acabaram em silêncio, virando-se para olhar os bancos logo à frente deles. Assustados demais para conversar.
***
Harry abriu os olhos, piscando dolorido quando notou a claridade da lâmpada sobre sua cabeça, moveu o rosto e encontrou Louis deitado ao seu lado, encarando-o como se estivesse esperando que ele acordasse.
- Você está bem? - o ômega perguntou baixinho, percebeu que Harry tentou se aproximar - Eles nos amarraram, a gente tá no depósito...
- O que aconteceu? - devolveu a pergunta, olhando-o confuso.
- O Jhon bateu na sua cabeça com uma arma e você desmaiou, houve uma confusão, acho que a polícia tava na rua, uma troca de tiros e eles trouxeram a gente pra cá, amarraram e jogaram aqui... Você está bem?
- Defina bem, Louis...
- Onde você deixou as crianças?
- Com o Liam, pedi que ele saísse da cidade... Do país se fosse preciso.
- Eu os ouvi conversando... Disseram... Disseram que atiraram em um carro... - Tomlinson encarou o teto.
A porta do depósito foi aberta, exibindo um Jhon com a sua conhecida "roupa de tortura"... Ao menos por Louis. Dois outros alfas o acompanhavam, fecharam-se lá dentro.
- Você ouviu bem Tommo... Devo dizer, o plano de vocês falhou miseravelmente. - mentiu.
- Eu não acredito em você. - Harry rosnou.
- Oh... Talvez devesse acreditar, alguém precisa rezar pela alma daquela garotinha... Quer dizer... Se você for religioso. - Harry arregalou os olhos sentindo seu estômago embrulhar - Uhh... Foi... Terrível... Doloroso e... Com muita sujeira... Qual o nome dela mesmo? Cachinhos e um macacão verde... Eu tenho... Certeza que era a sua...
Styles contorceu-se tentando se livrar das cordas que prendiam seus pulsos, sentiu seu coração se apertar dentro do peito e rosnou dolorido. A dor que se apoderou do corpo do alfa foi maior e pior do que tudo que ele já sentira. E era tudo culpa dele.
- E você Tommo? Você achou mesmo que conseguiria tirar aquele bebê de mim? Você realmente achou que conseguiria? - Jhon disse baixinho, manso, Louis sabia o que aquilo significava. - Nós vamos nos divertir hoje amor, mas, antes, eu preciso cumprir uma promessa.
Virou-se para os capangas e acenou suavemente com a cabeça, um dos alfas caminhou até a porta e a abriu novamente. Niall surgiu, entrando no depósito com um sorriso vitorioso no rosto.
- Olha Harry eu realmente não tinha nada contra você... Até você se meter no meio dos meus negócios, da minha família... Isso eu não posso perdoar... Eu mesmo me encarregaria de matar você, mas... Eu devo um favor e, no final das contas, não me importo com a sua morte... Desde que ela aconteça... - Niall se aproximou, ficando de pé, ao lado do cacheado, Jhon tocou o ombro do alfa irlandês, como um amigo. - Muito bem, faça bom proveito.
***
N/A
*Música de suspense*
Perdão pelos erros, mamãe ama vocês ❤️