Audrey x on 2013
Eu estava nervosa, na verdade muito nervosa. Um ciclo terminava hoje e um novo começava amanhã. As minhas mãos suavam e eu dava pulos de alegria ao lado de Chris. Hoje era o grande dia. O dia da nossa formatura.
Meus pais estavam na plateia ansiosos, mas não tanto quanto eu e Chris do outro lado da cortina.
_ Eu acho que vou desmaiar _ ela esfregava as mãos.
_ Se acalme. Quanto mais você fica nervosa mais eu fico também.
_ Audrey parou para pensar em tudo o que vivemos para chegar aqui? _ ela me olhava nostálgica.
_ Sim. Todos os trabalhos e horas estudando. Até parece que já faz tanto tempo.
_ Não quero dizer, o colegial, a nossa vinda para cá e tudo... sempre estivemos uma com a outra, em qualquer ocasião. Juntas desde os onze anos.
_ Chris para de ficar fazendo uma retrospectiva, eu vou chorar e estragar a maquiagem linda que você fez em mim _ os meus olhos se enchiam de lágrimas.
_ OK chore mais tarde _ riu.
Não muito tempo depois a cerimonia começou. Todas as palavras que os professores e outros responsáveis diziam iam me fazendo ir mais fundo em tudo o que vivi até aqui. Não só trabalhos e provas, mas questões de vida como Edward, trabalho, novos amigos, festas e boas ressacas, choros, risos e batalhas que tive que me fizeram chegar até aqui. No inicio da história eu jamais pensei que pudesse acabar assim, tantas coisas mudaram e desapareceram, mas não me arrependo, na verdade é mais perfeito do que um dia imaginei.
Logo fomos chamadas para pegar o diploma, logo nos tornamos pedagogas, logo estaremos começando algo novo.
_ Parabéns filha _ meus pais me abraçavam.
_ Obrigada mãe, obrigada pai _ me apertava entre eles como uma criança. Em seguida veio Dylan me parabenizar.
_ Vem aqui Marie _ me abraçou apertado. Eu sempre ficava uma miniatura perto dele. _ Estou feliz por você _ passou a mão em meu rosto e me deu um selinho discreto.
_ Obrigada.
_ Infelizmente meus pais não vão poder ir no almoço, mas me pediram para te dar parabéns.
_ Awn, tudo bem _ sorri.
_ Então vamos formanda? _ chegou Chris com os seus pais.
_ Vamos formanda.
Como era sexta feira ao meio dia, nem todos que gostaríamos que estivesse presente no nosso almoço pode estar.
_ Que tal irmos jantar em algum lugar hoje, ai todos poderão ir _ Dylan deu a ideia.
_ Claro, o que acha Chris?
_ Ótimo.
_ Pode deixar que aviso todo mundo _ sorriu.
O almoço foi tranquilo e animado. Meu pai e o pai da Chris quando se juntavam eram duas peças, e Dylan o novo integrante da família nunca se recusava a se envolver nas piadas e conversas.
Durante a tarde eu passei com os meus pais. Meus tios ainda estavam no trabalho e Dylan tinha voltado para o dele, então tivemos a oportunidade de colocar tudo em dia e andar pela cidade como fazíamos quando viajávamos para cá quando eu era criança. Enquanto o meu pai pegava sorvete para tomarmos, eu e minha mãe continuávamos a conversa.
_ Sabe filha eu adoro o Dylan.
_ Ele também gosta muito de você mãe.
_ Acho ele um homem tão sábio, responsável e ao mesmo tempo divertido. Ele é um perfeito equilíbrio.
_ Eu sei. Ele é muito organizado com as coisas, muitas vezes ele parece o papai, bobo e sério _ dei um riso.
_ Já pensou na oportunidade de um avanço?
_ Como assim?
_ Em casar.
A pergunta da minha mãe tocou em um ponto que eu falava bem pouco para as pessoas. Era obvio que eu o amava. Ele era uma das pessoas mais importantes da minha vida. Esteve comigo quando eu mais precisei, e me ensinou coisas que me fez ser mais forte e confiante sobre mim mesma.
Assuntos sobre casamento e de uma vida juntos nós comentávamos e até planejávamos sobre morar juntos. Eu me sentia muito confortável ao lado dele e segura, e queria mesmo começar a dar passos em nossa relação. Apesar de fazer uma comparação ridícula dele e Edward, é claro que com Ed as coisas não funcionariam. Ele não tinha nenhuma condição de viver algo do tipo. Ele só pensava no agora e sem planos para nada. Tudo era tão mórbido e parado, e as coisas com Dy são diferentes. Ele se opõe, faz com determinação e cautela as coisas. Quando ele tem certeza de algo ele vai em frente, e é disso que gosto nele, simples e focado.
_ É mãe, pode se dizer que sim.
A noite tinha chegado. No apartamento meus tios e meus pais estavam se arrumando para saírem juntos e eu para a celebração da formatura. Estava animada para a comemoração, esperei muito tempo por esse dia e tudo o que eu mais queria era ver todo mundo e tomar muito vinho.
_ Eu não sou muito bom com surpresas então... _ meu pai apareceu na porta sorrindo e me entregou uma caixa.
_ Seja lá o que for não precisava pai .
_ Acho que terá que trocar de roupa _ abri o objeto e no meio do embrulho branco vi um lindo vestido verde escuro com a manga curta em renda e cheio de brilho em toda sua estrutura.
_ Pai é lindo! _ olhava encantada para a roupa que emitia pequenas luzes refletidas pelos brilhantes.
_ Que bom que gostou, fui eu que escolhi.
_ Perfeito. Mas não é muito chique para usar essa noite?
_ Audrey, respondendo a sua pergunta, não. E aliás é bem melhor que esse seu jeans _ riu.
_ Tudo bem.
_ Uau você já se formou na faculdade _ ele me olhava nostálgico e sorridente. Parece que foi ontem que eu estava te ensinando a amarrar o cadarço e te levando ao playground.
_ Pai, o que é isso? _ coloquei minha mão em seu ombro. _ Eu posso ter crescido de tamanho mas eu sempre vou ser aquela menininha que ainda tem medo de escuro. É sério eu ainda tenho medo, olha o abajur.
_ Não, eu não estou triste, só que não havia percebido como o tempo passou. Na verdade estou orgulhoso de ver como as coisas estão bem na sua vida, formada, com um ótimo namorado e amigos. Fico feliz por tudo e vou te apoiar sempre que precisar querida.
_ Obrigada pai _ o abracei. _ Vocês estão tão emotivos hoje.
_ É que uma nova etapa da vida te espera e estamos felizes por isso _ passou a mão em meu cabelo.
_ Obrigada pai.
_ De nada filha. Bem, vou te deixar terminar. Estamos indo viu. _ apertou minha bochecha e foi saindo do quarto. _ Sem tênis viu Audrey _ gritou do corredor.
_ Ok pai.
Sinceramente não entendo os pais. Eles se animam muito mais que os filhos em qualquer ocasião. É tão estranho e engraçado todo o choro e a emoção. Como minha mãe diz acho que só vou entender quando tiver os meus próprios filhos.
Com o vestido de presente, uma sandália preta, batom vermelho, rímel, anel no indicador e o cabelo todo ondulado para o lado eu estava pronta. Me olhava no espelho e me achava muito diferente. Estava acostumada com o jeans e blusa de frio. Era poucas vezes que saía para outras ocasiões mais finas, caso ao contrario a minha clássica vestimenta era perfeita para o pub. Ainda olhando no espelho, ouvi a porta se abrir. Era ele.
_ Audrey? _ ele vinha chamando.
_ Estou indo _ peguei minha bolsa e sai.
_ Já est... _ nos encontramos na sala. _ Meu deus como... Você... _ seus olhos em mim brilhavam como um centavo novo e mesmo sendo o Dylan eu ainda me sentia envergonhada.
_ Diferente? Eu sei, só usar roupas simples acont... _ ele me cortou.
_ Perfeita! _ pegou em minhas mãos. _ Extremamente perfeita.
_ Obrigada e você também _ sorri. Ele não sabia o efeito que me causava quando vestia roupa social. Era comum ele se vestir dessa maneira, todo advogado se vestia, mais eu sempre enlouquecia por dentro pela camisa branca, calça preta, os sapatos sempre brilhantes, compostos pela altura de 1,86, os cabelos lisos e escuros sempre bem arrumados destacando o sorriso e os olhos verdes... aqueles olhos verdes...
_ Acho que terminou não é?
_ Sim.
_ Então vamos Marie _ me deu um selinho rápido e seguimos para o carro.
Chegando no restaurante não era o que eu tinha pensado. Eu nunca tinha estado nele antes e era obvio. O lugar era rustico iluminado por luzes fracas e amarelas, dando mais o tema nas decorações de cores verde e vermelha com as mesas de madeira. Era algo bem intimo e extremamente lindo, cada detalhe do candelabro ao papel de parede que era um mar de flores. Apesar do lugar ser extremamente belo o que mais me surpreendeu foi que não havia ninguém, não havia clientes, e para Dylan aparentemente tudo era normal.
_ Dylan este é o lugar certo? Não tem ninguém e onde estamos indo?
_ Se acalme _ disse tranquilamente enquanto seguíamos o recepcionista até chegarmos em uma área externa, onde era um jardim. O chão era de um piso que imitava pedras, uma grande mesa de toalha branca com candelabros de cristais com velas azuis, pratos brancos e taças ocupavam o objeto. Havia flores de mais variadas cores em todo o redor formando o jardim vertical. Um pequeno palco com uma cortina vermelha extremamente chamativa ficava no fundo e fora as velas a única iluminação era as pequenas luzes amarelas que cercava, aquelas luzes de enfeites de natal.
_ A reserva de vocês _ o recepcionista indicou para a mesa. Eu permanecia perplexa, era tudo isso que ele havia reservado? Todo mundo poderia pagar? Nos sentamos na mesa e o garçom serviu o vinho.
_ Desejam fazer algum pedido? _ Dylan me olhou esperando a resposta.
_ Ah, vamos esperar o resto dos convidados chegarem.
_ Tudo bem _ sorriu e se retirou, deixando eu, Dylan, a música ambiente e um monte de perguntas.
_ Dylan o que é tudo isso?
_ O jantar de comemoração _ esboçou um sorriso bobo e tomou um pouco do vinho.
_ Eu sei mas, não achei que seria tão intimo e aqui _ observei todo o lugar ainda desacreditada.
_ Não se preocupe Audrey.
_ Tudo bem _ tomei um pouco do vinho. Ao fundo pude ouvir Michael Bublé Dream A Little Dream, eu amava essa música.
_ Essa música... _ fechei os olhos sorrindo deixando aquele sentimento de euforia se espremer em mim.
_ Eu sei o quanto gosta dela então... _ se levantou e estendeu a mão para mim. _ Me concede essa dança?
_ Mas é claro _ me levantei e fomos até o fundo do jardim, onde tinha mais espaço.
_ Esse lugar é tão lindo.
_ Escolhi por sua causa.
_ Sério?
_ Mas é claro, ele é tão lindo quanto você.
_ Ah essa foi muito boa _ rimos da cantada e continuamos a dançar.
_ Mas é verdade. E eu sei que você se encanta por coisas do tipo, e o quanto eu amo ver a sua reação de surpresa com as coisas.
_ Eu sei que adora e eu mais ainda por viver esses momentos ao seu lado _ dei um beijo nele _ Obrigada por isso e todas as outras noites.
_ Eu quero fazer isso por muito tempo, espero que saiba disso _ deu um beijo em minha testa. _ Quero passar muitos momentos ao seu lado ainda. Quero mais brigas para escolher o restaurante e o filme, mais caminhadas no Hyde Park, mais ressacas, mais almoços com a sua família... Quero muitas coisas ainda, coisas novas.
_ Eu também Dylan. Você é uma das pessoas mais importantes para mim na vida. Eu me sinto completa quando estou ao seu lado, e não trocaria isso por nada. Eu te amo _ o encarei vendo seu sorrisinho de lado e seus olhos deslumbrantes.
_ Eu também te amo Audrey Marie _ me aconcheguei em seu peito. _ Eu te amo tanto que nem sei se é possível amar alguém assim. Quem diria que me apaixonaria pela garota da livraria... Que aquela garota seria com quem eu gostaria de passar todos os meus dias e toda a minha vida _ naquele momento eu voltei a olhar para ele. As palavras foram simplesmente profundas.
_ Dylan...
_ É verdade Audrey, cada palavra _ suas mãos saíram da minha cintura e foram para o meu rosto. _ Eu te amo Audrey. Você é tudo para mim, e tudo o que eu sempre quis _ meu coração se acelerava. Era palavras que ele nunca havia dito tudo de uma vez para mim, ainda mais em um momento lindo como esse. Um nervosismo enorme tomava conta de mim naquele momento. _ Você me conhece pelas minhas decisões objetivas que tomo, e que não faço nada que não sinta ou tenha vontade então... Espero que esteja de acordo comigo _ ele pegou algo do bolso, se ajoelhou e abriu o objeto. Era uma caixa, que tinha um anel dourado com uma pedra branca brilhante com tranças a sua volta com outras pedras. Era um pedido de casamento... Meu deus Dylan estava me pedindo em casamento! Eu não sentia mais os meus pés e o meu corpo. Achava que a qualquer hora eu cairia no chão. Ele queria mesmo ficar comigo, não por dias ou meses mas uma vida. Eu era tudo isso para ele... e ele era tudo para mim. Eu o amava. O amava muito, no ponto de querer o mesmo, e eu queria. Eu caminhei tanto nessa vida procurando alguém para dividir ela comigo, para dividir momentos e lembranças... E eu achei! Imaginar esse momento agora era mais que uma verdade para mim, um sonho, e era claro que eu queria. _ Audrey Alice Marie Rossarti, você aceita se casar comigo?
_ Sim! Sim! Sim! É claro que aceito!