Um Amor Proibido

By Garoto1D

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William um garoto que está acostumado com seu espaço, terá de conviver com o primo louis, que perdeu os pais... More

Introdução + Avisos
capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Ask Leitores
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
#AskLeitores2.0
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
capítulo 75 - Final
UAP.2 + Agradecimentos.
spin-off
spin-off
spin-off. 18 louis
Grupo no Wpp
UAP reescrita.
𝐈𝐌𝐏𝐎𝐑𝐓𝐀𝐍𝐓𝐄, 𝐋𝐄𝐈𝐀𝐌!

Capítulo 68

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By Garoto1D

Louis

Após uma longa noite brincando e dançando, nós estávamos acabados na manhã de natal, a prova disso era a sala estar toda bagunçada, a cozinha também e o primo bêbado do ícaro estar dormindo no sofá. Estávamos na cozinha tomando café da manhã ou almoçando, não fazia ideia para falar a verdade, Will riu quando me viu com a pior das caras olhando para o primo do ícaro, o motivo era ele ter passado a noite toda dando em cima dos meninos, ícaro apenas pedia para mim ter paciência.

- Que noite boa, sem dúvidas foi melhor do que passar o Natal com os parentes chatos - andreia disse comendo um pedaço de lasanha.

- Que bom que gostou, ia ser só nós quatro, foi bem legal vocês terem vindo, mesmo que por um motivo inusitado - will disse rindo.

- De qualquer forma eu ia dar um jeito de fugir e vir aqui com vocês - ícaro disse dando de ombros.

- Meus pais já mandaram mensagem me desejando feliz Natal, meu presente foi convertido em dinheiro e tá na minha conta - yas disse rindo e todos acompanharam.

Nem tia bruna nem tia Laura vieram, acho que caio não ficou chateado, mas Will vez ou outra fitava o celular ou a porta de casa, só queria abraçar ele e confortar de qualquer coisa ruim que pudesse acontecer, eles me cercam tanto pra nada me acontecer, que acabam esquecendo que são humanos e também podem sentir as mesmas coisas que eu.

Após uma arrumada básica em casa, ícaro foi embora com andreia e o primo deles, e ficamos só nós quatro novamente, não tinha muita coisa para fazer, é Natal, está nevando e não tem lugares para sair nem nada. O jeito seria ficar enrolado nem um edredom e vendo filme na sala.

Ficamos sentados assistindo o especial de Tom & Jerry, Caio ficava mexendo no meu cabelo e isso acabou me deixando com um pouco de sono, me aninhei mais nele sentindo o conforto de estar ali.

- Você devia ir desejar feliz Natal pra sua mãe - digo e ele me encara assentindo a cabeça.

- Tudo bem, daqui a pouco eu vou - voltei minha atenção para o filme. Will e Yas estavam jogando dama no celular e ficavam toda hora comemorando uma vitória, ou brincando um com o outro.

- Você está ansioso pro ano quem vem? - caio perguntou chamando minha atenção novamente.

- Acho que sim, é meu último ano, e já vou poder ir para alguma faculdade - disse e ele concordou.

- Ainda não recebemos nada dos clubes, Jeff disse que iria avisar a gente assim que tivesse notícias - concordei e fiquei fitando ele, Caio era muito lindo.

- Se vocês conseguirem, vocês vão? -perguntei e ele ficou meio pensativo.

- Não sei, provavelmente a gente ia ter que mudar de cidade, acho que não estou pronto pra um passo tão grande desses entende? - assenti concordando com ele.

- E também tem você, não ia querer ficar longe de você - ele disse beijou minha cabeça e apenas sorri.

Caio

Nossa véspera de Natal foi bem inusitada, principalmente pelo primo do ícaro ter ficado dando em cima de mim e do Will, lou vez o outra fuzilava ele com os olhos, mas acho que o garoto era sono mesmo. Minha mãe não apareceu, isso em certo ponto me magoou, mas eu não poderia reclamar já que explodi com ela. E isso fez eu pensar que devia desculpas, ela sempre fez de tudo por mim e eu simplesmente não ouvi o lado dela e nem procurei compreender.

E uma coisa me deixava mais aliviado que tudo, Cassius havia acordado, o que significa que não estou tão na zona do perigo, lou deu a notícia super animado, e eu quase chorei de alívio foi como se algo dentro de mim tivesse esfriado, talvez a preocupação massiva de que algo poderia acontecer com as pessoas que eu amo.

Só que não consigo assimilar muitas coisas, principalmente o fato de toda a merda do passado estar interferindo no futuro, não entendo o porquê de nossas famílias indiretamente terem ligação com a do Cassius. Alguma coisas poderiam fazer sentido, como a raiva que o Cassius sentia de mim e do Will, ele sempre tentou superar a gente em algo a troco de nada, talvez Simon quisesse manipular o próprio filho pra nos atingir, por não ter superado algo do passado. Eu precisava conversar com o Will sobre isso, mas se em mim já foi desastroso, não quero nem imaginar o que causaria nele saber disso. E ainda tem o lou, ele também está envolvido nisso, os pais dele morreram por uma tentativa de vingança falha.

Suspirei frustrado com tantos pensamentos, e foquei em abraçar o lou que tinha o corpo apoiado no meu, enquanto assistia o filme de desenho animado. Por uma fresta na cortina pude ver alguns floquinhos de neve caindo suavemente, talvez fosse a hora de ir falar com a minha mãe e me desculpar.

- Lou, vou subir para me arrumar e ir ver minha mãe tá bom? - ele assentiu saindo do meu peito e deitado nas almofadas do lado.

Subi as escadas e entrei no meu quarto, vesti uma blusa de manga comprida, uma calça e um casaco por cima da roupa, passei no quarto do lou e peguei uma touca branca, lá fora devia estar bem frio.

- Tô indo na casa da minha mãe tá? - digo parando em frente deles.

- Não quer que eu te leve? - will pergunta e eu nego.

- Obrigado, mas vou andando mesmo, quero curtir um pouquinho do frio - digo e ele concorda.

- Se cuida - yas diz e eu assenti saindo pela porta em seguida.

Minha casa não ficava tão longe da casa do Will, dava para ir a pé, a única dificuldade naquela hora poderia ser a neve, mas não estava forte então não tinha problema. Fui caminhando pela calçada com as mãos dentro do bolso do casaco, ele tava com cheiro do lou o que não estranhei nem um pouco, passei em frente a uma casa que tinha algumas crianças rolando uma bola de neve e fazendo um boneco, aquilo era engraçado mas realmente tinha perdido sentido pra mim a alguns anos.

O vento gelado causava uma sensação gostosa na pele do meu rosto quando tocava, continuei andando mas desviei do caminho por causa de um caminhão limpando a neve na rua, então não seria bom tomar um banho de neve em pleno frio. Atravessei a rua e entrei em uma parte que daria perto de casa, só teria que andar por mais seis ruas até a minha. Estava distraído chutando alguns pedacinhos de neve do chão, e também sentia saudades da minha mãe, e já ia bolando um discurso mentalmente.

Um carro freiou bruscamente perto de mim me dando um baita susto, pensei que seria atingido porque ele deslizou no chão, mas não aconteceu nada e não dei tanta atenção e continuei andando. Senti uma mão no meu ombro e me virei dando de cara com um homem usando uma máscara preta. O pânico se instalou instantaneamente em mim, tentei correr mas uma rasteira certeira atingiu minhas pernas, cai e meu joelho foi de encontro com o chão fazendo eu rolar de dor.

Outros homens saíram do carro, comecei gritar por socorro, mas não havia ninguém por ali, fui arrastado e jogado no banco de trás, tentei lutar e acertei o nariz de um dos caras. Ele puxou uma arma e mirou na minha cabeça, meu coração se apertou no peito, mas outro deles parou sua mão.

- Calma, se tu fizer algo o chefe te apaga também, deixa pra depois que você vai ter sua vingança - o homem me encarou e tirou um lenço do bolso molhando em algo, droga eu precisava sair desse carro. Uma faca foi encostada no meu pescoço e senti um arrepio pelo frio do metal, não tinha saída dali, eu tava fudido.

- Se você não cooperar com a gente, vai ser bem pior para você, então sugiro que fique quietinho e durma como um bom menino - tentei me mexer mas ele apertou a faca ainda mais, e senti um ardor da minha pele.

Fiquei parado e logo ele cobriu meu rosto com o lenço, fui perdendo meus sentidos aos poucos, e sem saber o que aconteceria comigo.

William

Após uma longa maratona de damas com yas, pedimos algumas pizzas e pra nossas sorte a pizzaria estava aberta de tarde, para quando fosse a noite não terem movimento. Ficamos espalhados pela sala apenas acompanhando a programação da TV, não tinha muita coisa pra fazer, Caio tinha ido ver tia Laura já que ela não veio ontem.

Nossa tarde se resumiu em comer biscoitos, beber chocolate e vez ou outra uma fatia de pizza, estava anoitecendo e a neve tinha ficado um pouco forte, sai de casa para tirar o excesso de neve do telhado, não era tão difícil fazer isso, tinha uma vara que cutucava e ela caia sozinha. Após ter feito isso voltei pra dentro praticamente congelando.

- Lou o Caio já ligou ou algo assim? - ele negou e eu assenti, provavelmente iria ter de ir buscar ele.

- Tudo bem, vou ligar pra ele e ver se é pra ir buscar ele.

Sai da sala para pegar meu celular no quarto, sentei na minha cama e disquei o número dele, mas não estava sendo atendido, só caia na caixa de mensagens. Talvez ele tenha ficado sem bateria, então ia ligar pra tia Laura mesmo. Disquei o número dela e em poucos segundos ela atendeu.

" Oi tia Laura"

"Oi Will, aconteceu algo?"

" Não, é que eu queria saber ser o Caio quer que eu busque ele, já que está nevando"

" Mas o Caio não está aqui comigo Will "

" Como assim? Ele saiu daqui já tem bastante tempo, disse que ia passar um tempinho com você, depois voltava" - digo já ficando preocupado.

" Ele não chegou, você ligou para o celular dele?" - tia laura já tinha a voz preocupada e isso me deixava mais ainda.

" Sim, eu liguei mas ele não atendia, caía na caixa de mensagens, você tem certeza que ele não chegou nem a bater na porta?"

"Sim, Will preciso que venha pra cá, por favor é urgente"

Desliguei no mesmo instante e corri para o meu quarto, minha respiração estava rápida demais, me troquei apressadamente. Caio tinha sumido do nada, ia na delegacia e ia tentar resolver o mais rápido possível tudo que estava acontecendo, estava muito nervoso.

- Aconteceu alguma coisa Will? - lou perguntou parando na porta.

- Caio sumiu, liguei pra Laura e ela disse que ele não chegou lá lou, e já fazem horas que ele saiu - digo sentindo minha voz falhar, lou fica calado tentando raciocinar, então ele vem e me abraça.

- Eu tô indo na casa dela, você pode ficar aqui com a yas tá bom? Qualquer coisa me liga por favor, até mesmo se ele aparecer por aqui - ele assentiu e vi seus olhos vermelhos, não queria ter falado isso pra ele, mas não podia omitir.

×

Assim que cheguei na casa de tia laura, ela tinha o rosto inchado e os olhos bem vermelhos, pediu para mim entrar e me acalmar que ela queria conversar comigo, mas tudo que veio em seguida foi um banho de água fria, eu chorei, chorei como nunca chorei na minha vida. Tudo que estava acontecendo agora não tinha muito sentindo, eu descobri de tudo que ela estava falando, sobre Simon, meu pai, Cassius aos poucos algumas coisas foram se encaixando dentro da minha cabeça.

- Eu preciso de um tempo pra organizar tudo isso, nós precisamos ir na delegacia e comunicar o que aconteceu - digo limpando meu rosto e tentando me manter calmo, mas tudo que eu descobri só fazia me causar mais confusão.

- A culpa é minha Will - ela diz chorando - eu deveria ter contado antes, mas eu escondi - abracei ela tentando confortar o máximo possível.

- Vem, precisamos ir, não temos tempo pra chorar, precisamos agir e encontrar ele o mais rápido possível, podemos denunciar Simon na delegacia - digo e ela nega.

- Ele faz parte da lei Will, não podemos denunciar ele sem ao menos ter provas, não podemos denunciar sem algo concreto - assenti suspirando pesadamente. Laura subiu as escadas e minutos depois desceu, fomos em direção ao carro. O caminho era tenso, minhas mãos estava úmidas devido o suor incessante.

Parei em frente a delegacia e desci acompanhado de Laura, entramos e fomos em direção ao delegado, e ele nos atendeu o mais rápido possível.

- Meu Na... Amigo está desaparecido, ele saiu, disse que ia para casa da mãe dele, mas não chegou lá e já fazem horas - digo sentindo meus olhos arderem de novo.

- Você sabe me dizer que roupa ele estava usando? - assenti.

- Uma touca branca, casaco preto e por baixo uma blusa de manga comprida - ele assentiu.

- A senhora é a mãe certo? Poderia me informar seu nome e o nome do garoto - Laura assentiu e começou falar, perdi a atenção em algum lugar daquela sala.

- Como vocês sabem, é Natal, e a maior parte da equipe está com suas famílias - ele diz e meu sangue ferve.

- Tem uma pessoa desaparecida, vocês deveriam cumprir o trabalho de vocês - ele arqueia a sobrancelha e me encara.

- Garoto, só podemos iniciar a busca após vinte e quatro horas após o desaparecimento, se ele não retornar nesse tempo aí sim algo deve ser feito - rolei os olhos e bati com as mãos em cima da mesa.

- MEU AMIGO ESTÁ DESAPARECIDO, EU NÃO ESTOU PEDINDO UM FAVOR E SIM QUE FAÇA SEU TRABALHO - Laura me puxa pra trás.

- Calado, eu posso de prender por desacato, saia daqui. Sei muito bem como fazer meu trabalho, amanhã uma equipe de busca vai sair pela cidade e também vamos divulgar no noticiário local e das redondezas, mas por enquanto não podemos fazer nada - sai da sala batendo a porta e caminhei pelo corredor, sentia o choro prestes a sair novamente.

Tia Laura me seguiu e entramos no carro para ir embora, minha cabeça estava nas nuvens flutuando. A ideia de algo de ruim estar acontecendo a ele me sufocava, principalmente por causa do pai do Cassius.

- Agora sei porque ele ama tanto você - quase fiz o carro capotar quando ouvi isso.

- Vocês namoram certo? Não precisa ter receio, já tem um tempinho que descobri - assenti parando o carro e chorando no volante, odiava me sentir vulnerável, mas caralho acertaram um dos meus pontos fracos.

- Vamos na sua casa pegar algumas roupas pra você, vamos ficar na minha casa, pode ser mais seguro assim - ela assentiu e não tocou mais no assunto namoro o que me deixou aliviado.

Caio

Abri meus olhos mas tudo que eu conseguia ver era o escuro, estava com algo tampando minha visão, minha cabeça doía muito e lembrar das últimas horas antes de apagar me deixou em estado de desespero, comecei me mexer e percebi que estava amarrado em uma cadeira, bem amarrado já que cada movimento fazia as cordas arranharem a pele do meu pulso causando uma ardência desgraçada.

Não conseguia ouvir nada, a única coisa que se fazia presente ali era o silêncio, completo silêncio para todos os lugares, pensei nos meninos que a essa hora já estariam preocupados, minha mãe também. Droga, isso só podia ser coisa do Simon, não tinha outra explicação para isso, mas eu não entendia já que Cassius tinha acordado.

Eu não tinha noção de quanto tempo eu estava ali, mas pela dor que eu sentia nas costas ou nas pernas que estavam amortecidas, já deveria ter algumas longas horas. Suspirei frustrado, tentei me mexer novamente mas a dor nos meus pulsos fez eu parar e o pânico se instalar novamente dentro de mim. Estava com sede, com fome e talvez a refeição que tive antes disso tudo pudesse ser a última, droga.

Depois de minutos estressantes ali, pude ouvir um rangir de metal, talvez uma porta velha ou algo assim, passos firmes também ecoavam por todo o local que eu estava, fazendo eu ter um pouco da noção de espaço. A venda foi puxada do meu rosto, e logo o clarão da luz acima da minha cabeça fez eu fechar eles novamente e abrir aos poucos. Fitei o lugar que eu estava, uma espécie de galpão velho com algumas caixas e empilhadeiras velhas espalhadas, parecia um lixão de tanta tralha e poeira por todo canto.

- Hora do almoço garoto - ouvi a voz atrás de mim, mas não consegui ver quem era, senti algo gelado encostar na minha nuca e já sabia o que poderia ser. As cordas foram soltas e deram lugar pra uma par de algemas que foram fixadas no chão com uma corrente.

- Chefe disse pra te dar de comer, levar no banheiro e se você tentasae alguma gracinha era só dar um corretivo - fiquei calado e ele jogou no chão um depósito do que poderia ser algo pra mim comer. Sentei no chão e ignorei o recipiente ali apesar de estar com fome, fiquei apenas olhando fixamente pro chão.

- Quem é o chefe de vocês - ele ri e se abaixa na minha altura me fitando, não podia ver o rosto por causa daquela droga de máscara.

- Você sabe quem é, daqui uns dia ele vai chegar e vai resolver as coisas com você, por enquanto apenas anda na linha e nada vai acontecer com esse rostinho bonito - ignorei ele.

Fiquei sozinho novamente sem a venda pelo menos, analisei o lugar em busca de qualquer tipo de saída, a única coisa que me frustrava mais ainda era o fato de estar preso no chão por uma corrente. Encostei as costas na cadeira que eu estava antes e fitei o teto daquela merda, meu estômago ronco pela milésima vez e tive que dar o braço a torcer e comer o que tinham deixado. Rolei os olhos quando abri o pote e tinha um pão e uma garrafinha de água, era isso ou nada. Meu joelho doía muito também, a queda de ontem machucou feio, então mesmo se eu conseguisse fugir não conseguiria correr com precisão.

William

Não consegui pregar o olho noite passada, em instantes o Natal se tornou o pior dos momentos pra mim em toda minha vida, lou ficou acordado até umas quatro da manhã andando pra lá e pra cá, parecia tão desconectado do mundo quanto eu. A todo instante eu desbloqueava a tela do celular pra ver se tinha algo, liguei inúmeras vezes pro celular do Caio e mesmo assim não consegui porra nenhuma. Laura ficou acordada juntamente comigo, yas vez ou outra aparecia perguntando se queríamos café ou algo, mas a maior parte do tempo ela ficou com o lou.

Me mexi no sofá e fitei meu celular novamente e nada, peguei a xícara com café na mesinha na minha frente e tomei o milésimo gole daquilo. Laura ligou a TV e deixou no noticiário local, a qualquer hora poderia passar algo relacionado sobre o que aconteceu e passou. Anunciaram que ele estava desaparecido e a equipe de busca que foi prometida já tinha começado o trabalho por ali, suspirei exausto o que restava agora era esperar.

Subi as escadas e fui no quarto do lou, estava agarrado com yas e ambos tinham marcar escuras embaixo dos olhos, noticiando que haviam ido deitar super tarde, sentei na cama e mexi no cabelo dele por longos minutos. Decidi descer novamente e sair para tentar espairecer a mente um pouco, peguei as chaves do carro e saí avisando tia Laura.

O caminho foi uma total merda, ficar sozinho só piorou tudo e fez eu chorar mais um pouco, meu celular recebia milhares de mensagens de pessoas conhecidas e até pessoas da escola querendo saber notícias, mas eu realmente não estava com cabeça para aquilo, eu só queria achar Caio o mais rápido possível. Sem ao menos perceber eu estava estacionando na frente da casa do Cassius, desci do carro e toquei a campainha, uma garota atendeu, perguntei sobre o pai deles e ela disse que ele viajou, perguntei para onde e ela disse que não sabia, que ele só deixou um recado. Ele tinha algo haver com aquilo, eu tenho certeza que sim.

Voltei para meu carro, e dirigi até o estacionamento do parque, fiquei parado apenas vendo o lado de fora através do vidro, não é possível alguém sumir sem deixar rastros. Queria ligar para minha mãe, mas depois do banho de água fria que eu levei sobre minha vida toda, ela era uma das poucas pessoas que eu gostaria de ver, só estava aturando Laura por ela ser mãe do Caio e por estar na mesma situação péssima que eu estava.

Meu celular tocou milhares de vezes até eu resolver atender ele, alguém da delegacia pediu para mim aparecer lá que haviam achado algo, na mesma hora liguei o carro e saí o mais rápido que pude.

- Garoto temos algo que pode ajudar na investigação, uma testemunha disse que viu um garoto com as descrições do seu amigo ser atacado por alguns homens ontem - assenti com o que o delegado falou.

Ouvi tudo que a pessoa tinha a dizer, e quase berrei com o homem que estava tentando ajudar, quem não iria denunciar um ataque para a polícia, só esse imbecil mesmo. Fiquei irritado pelo fato de que se ele tivesse feito logo isso, não teria tanta complicação como está tendo agora. Entrei no carro novamente e fui em direção para o local que ele disse ter visto Caio, desci e andei um pouco por ali, pude notar uma loja do outro lado da rua e o que me deixou animado foi uma câmera de segurança próxima a porta. Talvez daquele ângulo ela tenha capturado algo ou até mesmo a placa do carro.

Sai em disparada para a delegacia, falei com o delgado Alfred e ele solicitou as gravações das últimas vinte e quatro horas, fiquei nos bancos fora da sala dele, o tempo parecia ter congelado pela demora que foi para chegarem com tudo. Assim que retornaram com a gravação, ele ligou no notebook e começamos assistir.

Quase chorei de tanta frustração que eu senti, só era possível ver alguém caindo próximo a calçada, e em seguida um carro dando a volta e saindo, nem a placa do carro foi vista nem nada, as pessoas ali me olhavam com pena eu sabia disso, saí de lá e retornei para casa, a única coisa que eu podia fazer era esperar. Mas o tempo é uma merda preciosa, a cada minuto que passava caio poderia estar em apuros, e só de pensar nessa possibilidade eu já ficava imensamente assustado.

Entrei em casa e o clima estava esmagadoramente péssimo, cada um em seu canto, lou comia algo na cozinha e estava calado e sem falar nada, e tudo que eu queria era proteger ele e o Caio de tudo, mas porra eu mal consigo proteger a mim mesmo se duvidar. Me joguei na minha cama minutos após ter chegado, despertei dos pensamentos confusos quando senti lou me abraçar e por a cabeça na curva do meu pescoço, ele não disse nada, só ficou assim um bom tempo.

- Vai ficar tudo bem, vão achar ele - assenti sentindo um nó se formar em minha garganta.

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