Clássicos do Hockey

By raiperosini

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Uma mistura de Clássicos do Hockey com os Clássicos do Rock. Tudo começou com uma súbita vontade de escrever... More

Sweet Child O' Mine
You Give Love a Bad Name
Losing My Religion
Come As You Are
Holding Back The Years
All My Love
Something
The Chain
• Halloween •
Thriller
In A Darkened Room

The Final Countdown

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By raiperosini

– Seu sorriso continua sendo o mais bonito que já vi.

Eleonor, que sorria ao acompanhar a brincadeira de Maja e Alexander de longe com o taco de sinuca na mão, se arrepiou por inteira ao ouvir aquela voz grossa soando tão perto de si.

– Lars... – falou já séria, se virando para o infeliz e se arrependendo no mesmo segundo.

Lars William Karlsson, conhecido como – simplesmente – Will, era a sua própria definição de inferno. Em outros tempos talvez ficasse até genuinamente feliz com a presença dele, mas agora tudo que sentia, mesmo evitando, era desordem. Era isso o que o jogador trazia para ela e aquilo estava longe de ser bom.

– Falando assim você parece com o Wennie – tentou brincar e ela só deu de ombros, deixando o taco em cima da mesa, desistindo de qualquer coisa que antes tivesse pensado em fazer.

Estavam os dois em um Country Club de Stockholm, Leo tinha decidido ir para tentar se divertir um pouco e de fato estava, até Maja encontrar o namorado e a irmã, Freja, ter ido ao banheiro, deixando-a sozinha para eventuais encontros com o melhor amigo de Wennberg.

Ela definitivamente não era paga para dar de cara com o seu passado, com direito a frases de impacto e tudo.

– Ér... – Ele levantou a mão e passou pelo cabelo um pouco sem jeito, Leo não pode deixar de acompanhar aquele movimento e detestar a forma como até o cabelo dele era perfeito, mas logo se forçou a ter um pouco de foco. – Como você está?

– Bem – respondeu de imediato e ele levantou as sobrancelhas como se dissesse "sério?".

– Que bom – disse e ela balançou a cabeça, engolindo em seco. – E como o Alex e a Maja estão se saindo?

– Você não é o melhor amigo dele? – rebateu e William fechou os olhos como se evitasse revirar os olhos na frente dela.

– Só estava tentando puxar assunto...

– Que pena – Leo sorriu sarcástica –, porque eu não quero conversar com você.

E foi assim que Eleonor saiu do salão, respirando aliviada quando alcançou a grama e se negou a derramar uma lágrima pelo babaca que estava ali dentro. Foi quando Maja deixou de discutir trivialidades com o namorado, e percebendo que a amiga precisava de um ar, entrou no salão atrás de Karlsson.

– Que merda você fez agora, Karlsson? – questionou e ele ainda estava parado embasbacado no mesmo lugar.

– Merda? – Franziu a testa.

– Meu Deus, você deve mesmo ser muito presunçoso nesse quesito para não ter percebido nada em todos esses anos. – Maja prendeu os cabelos, agora ruivos, em um coque enquanto Will ainda a encarava como se tivesse acontecido algo terrível com ele, aquela expressão misturada de consternação e ojeriza.

– O que eu deveria ter percebido, Maja? – indagou e ela olhou ao redor, procurando por um lugar mais tranquilo para ter um diálogo com a criança de fios claros longos e olhos azuis que William apresentava ser quando o assunto era Eleonor.

– Vem aqui. – Ela o puxou para um dos bancos que tinham no gramado e que tinha uma ótima visão do campo de golf, onde era possível assistir Alexander jogar.

William deu tchauzinho quando o amigo olhou para eles fazendo-o sorrir, mas logo a namorada dele chamou a sua atenção e ele se ajeitou no banco para ouvir o que quer que ela tivesse para lhe contar.

– Bom, me diz o que era o seu relacionamento com a Leo para você? – Maja entrelaçou os dedos e prendeu ao joelho dobrado, esperando pela resposta e Will riu.

– Você parece uma psicóloga assim – falou e ela ergueu uma sobrancelha. – Ok, eu e Leo não tivemos um relacionamento.

– Pois é, mas em algum momento você se preocupou em perguntar a ela como ela se sentia? – perguntou e ele deu de ombros. – Eu não sei, mas se eu gostasse de um cara e ele só tivesse interesse em me foder, em todos os sentidos, sempre que achasse conveniente, eu me sentiria usada.

– Espera – ele franziu a testa e riu desacreditado –, como é?

– Você a usou, William. Porque queria ter uma transa fácil e não teve nenhuma consideração por algo além disso, seja a amizade que tiveram, como ela se sentia, etc. Eu queria socá-la toda vez que ela cedia pra você, mas eu entendo que... Enfim.

Will riu, entendendo o que ela não quis dizer.

Eleonor se sentiu usada, ele pensou. E aquilo realmente fez sentido porque ele não via lógica em como manter um relacionamento com alguém que estava a quase 4300 milhas de distância. Ela iria continuar em Stockholm e ele – até então – em Columbus, nada ia mudar.

– Só uma pergunta, Maj, ela te contou de Londres?

– Londres?

– Foi o que pensei – ele respondeu, agora mais tranquilo.

Quando parava para pensar em Eleonor se lembrava do dia que fugiram juntos para Londres. Eram jovens e inconsequentes, foram dias de um verão distante muito bem aproveitado pelos dois, onde se entregaram a um possível relacionamento, foram amantes por dias o suficiente, mas, no fim, ele viu que aquilo não daria certo e depois de deixá-la de volta em casa com a promessa de aquilo tudo continuaria um segredo só deles, ele foi embora.

E como costumava brincar, Alexander Wennberg foi o amor da sua vida. Ou pelo menos até Alex retomar o antigo relacionamento e o caso de amor deles não ser mais só eles.

Mas Maja estava certa quando tudo o que ela quis dizer era que ele foi egoísta o bastante por não ter pensado nos sentimentos dela, do que ela devia ter pensado depois de tudo aquilo, da conclusão que tirou. E ela merecia um pedido de desculpas.

Não percebeu quando Maja começou a tagarelar e só se atentou as últimas palavras que ela dizia quando já era tarde demais.

– Você precisa aprender a ouvir a droga de um não.

– Maja?

– Sim.

– Eu não ouvi uma palavra do que você disse, de onde saiu esse não?

Rövhål – xingou e Will arregalou os olhos. – Enfim, eu vou ver se ela tá bem.

Ela se levantou e saiu em disparado na direção que a amiga tinha ido alguns minutos antes, deixando para trás um William pensativo, com o sentimento de que era realmente um merda e que precisava dar um jeito naquilo.

...

– Tudo bem? – Alex perguntou depois que o amigo errou 3 buracos seguidos.

– Leo – respondeu e o amigo balançou a cabeça.

– É um assunto proibido entre eu e Maja...

– Se você me defende, obrigado, cara, mas todos nós sabemos que eu sou o babaca da história.

– Até onde eu sei você não iludiu ninguém, sempre deixou claro o que queria – argumentou.

– Na verdade, nem eu sei o que queria – Will confessou. – Eu acho que me apaixonei e fugi na primeira chance que tive porque eu ao menos tentei fazer aquilo dar certo.

– Você se apaixonou? – Wennberg quase gritou e Will levantou o taco de golfe em forma de ameaça.

– Cala a boca!

Alex riu e levantou as mãos em rendição.

– Não tá mais aqui quem ouviu isso, fuck boy.

William revirou os olhos e tentou se concentrar novamente em sua tacada, errando por pouco e fazendo uma careta enorme.

– Desisto.

– Tenta conversar com ela – o amigo aconselhou e ele balançou a cabeça.

– Preciso fazer isso, mas ela disse que não quer.

– Talvez você tenha feito uma abordagem meio errada.

– Você sabe onde Maja está? – perguntou e Alex checou o celular.

– No restaurante.

Karlsson guardou o taco e subiu no carrinho.

– Vamos, sobe aí.

...

– Eleonor – Will chamou quando chegou perto da mesa das meninas e Leo o encarou de imediato –, podemos conversar?

Por mais que Leo não fosse admitir aquilo nunca, estava arrepiada de novo e com o estômago se revirando. Maja olhava feio para o jogador e Freja acompanhava aquela cena com expectativa, como se fosse parte de um filme pronto para chegar a um desfecho.

Enfim, um desfecho decente.

Leo concordou com a cabeça, deixando a sua bolsa para trás junto com o guardanapo que estava em seu colo. Nenhuma das outras duas que estavam na mesa verbalizaram nada, esperavam que dessa vez algo de bom saísse dali.

Quando os dois chegaram ao pátio do restaurante e se sentaram no muro, uma nostalgia parecia ter acometido ambos e William se perdeu um pouco em como deveria começar a se desculpar.

– Eu não sei se consigo me estender mais... – começou a falar e parou por um segundo, pensando no que dizer ao certo, sendo cuidadoso. – Eu sinto falta de Londres, mas eu não posso voltar até àquela noite e consertar tudo. Não posso fingir que tudo que aconteceu não me afetou, porque você deve pensar que sou de fato o babaca sem sentimentos, só que eu...

Leo o observava atenciosa, esperou tanto que um dia ele se abrisse que já tinha até desistido, então não ousou piscar e nem tirar os olhos dele, não queria perder nenhum detalhe. Mesmo com todas as adversidades.

– Você...? – Incentivou.

– Eu me apaixonei e isso me assustou e eu fugi, fim – falou rápido e baixo olhando para o chão, evitando olhar para ela.

Então quando o silêncio se prolongou, foi obrigado a olhar para Eleonor e ela o encarava com um sorriso no rosto.

– Você achou isso engraçado. – Ele riu de si mesmo, balançando a cabeça.

– Foi inédito e ver você todo sem graça pela primeira vez na vida foi... Como eu disse, inédito.

– Eu sinto muito – pediu. – Por tudo.

– Eu também sinto, mas nós dois sabemos que esse sentimento a gente já superou – ela falou, vendo William mexer no cabelo novamente e não se segurar. – Menos a vontade de puxar esse seu cabelo rídiculo.

Will soltou uma risada, daquelas bem gostosas antes de apontar para ela.

– Olha quem quer me usar agora...

– Seu corpo não é mesmo de se jogar fora.

– Leo, você sabe que isso pode ressuscitar os tais sentimentos, né?!

– Você tá com medo, Lars? – Desafiou.

– Odeio essa intimidade que vocês têm pra me chamar pelo primeiro nome. – Revirou os olhos e ela riu. – Não, não tô com medo.

– Então pronto.

Um encarou o outro por longos segundos, o sorriso aparecendo eventualmente só para terem certeza de que estavam leves como plumas depois de que tudo fora colocado em pratos limpos.

– E agora?

– E agora meu querido, está tudo na mais perfeita desordem.

– Uma última vez? – Ele deu um sorriso enviesado.

– Última vez.

🏒

COMO NÓS ESTAMOS COM ESSE CONTO

Não sei quem sou nesse gif, Will abrindo o champanhe ou Victor Rask batendo palma (e sorrindo, pra quem não sabe, isso é inédito da parte dele), mas o que quero falar é que EU NÃO QUEBRO PROMESSAS E TEM BROTP NESSE CONTO SIM. Foi um oferecimento Swedish Raisa Mafia hahaha.

Wild Bill e fanboy de Rei Leão (o ícone dele no instagram é o Rafiki <3)

William Karlsson | Vegas Golden Knights

Você quis dizer: estamos todos sofrendo com a sua ida pra Vegas, VOLTA PRA COLUMBUS

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Imagines com atrizes,os Imagines dependem da minha imaginação ( aceito pedidos mas depende da minha imaginação)