-Ponto de vista do Axl-
Ao início eu fiquei confuso com o que ele disse, mas depois deixei-o fazer o que queria. Ele foi até à porta e trancou-a, antes de voltar a aproximar-se de mim. Começou por tirar a t-shirt, os ténis, as meias, as calças e por fim os boxers, ficando completamente despido, de frente para mim. Os seus caracóis escondiam-lhe os olhos e um bocadinho das bochechas, que estavam levemente rosadas.
Fui descendo o olhar pelo seu corpo. Músculos, peito, abdominais, e o inevitável...Nada mau. Nada mau mesmo.
Merda, o que é que eu estava a dizer?
-Slash...hum...-corei quando vi que ele se apercebeu que eu o estava a olhar-O que...o que queres que eu faça?
Slash não me respondeu, e em vez disso pôs-se em cima da cama, de joelhos, o seu rabo virado para mim.
-Eu sou teu-disse-Faz o que quiseres comigo.
Ok, ele tinha-se passado completamente.
-Slash, estás louco??-gritei, completamente vermelho-Eu não vou fazer isso!
-Já fizeste parecido-respondeu, com um sorriso pervertido na cara. Bem, ele tinha realmente um ponto. Eu já tinha feito parecido.
-Sim, mas isto...isto é diferente, ok?-murmurei, agitando os braços-Eu não consigo.
Slash virou-se na cama, deitando-se de barriga para cima.
-Tens uma ereção, não tens?-perguntou, fugindo do assunto.
-Eu...não!-Sim, eu tinha.
-Tens-retorquiu.
-N-não-respondi, sentando-me na cama e cruzando as pernas.
-Vais continuar a mentir?-Slash virou a cabeça para trás, olhando. Ele tinha visto.
Aproximou-se então de mim por trás, massajando-me os ombros, e começou a beijar-me o pescoço, enquanto me descruzava as pernas. Eu não queria, mas o meu corpo apenas deixou.
-Ok, Slash, pára-olhei-o, nervosamente-Eu...eu faço o que tu quiseres.
Slash sorriu, e apontou para debaixo da cama dele.
-Lubrificante-disse-Na caixa preta.
Levantei-me, e ajoelhei-me, tacteando o chão até a encontrar. Tirei-a, e abri-a, mas...não havia só lubrificante lá dentro. Havia...algemas e...uma mordaça com bola e...e....algumas coisas que eu não consegui exatamente identificar...Espera. Uma coleira??? UMA COLEIRA!!
-Slash...para quê isto tudo?-levantei as algemas da caixa, mostrando-lhe. Eu estava a assustar-me.
Slash riu-se levemente.
-Eu não disse que seria de graça-estremeci, sentindo a minha cara a arder-Calma, calma...deixa isso para mais tarde, ok?
Franzi o sobrolho, mas levantei-me com um pequeno sorriso na cara. Lá no fundo...talvez eu gostasse da possibilidade de Slash vir a usar aquilo...comigo...
Subi para cima da cama, e tirei as calças e os boxers, eu não estava realmente a usar muito mais, à exceção do meu colar com o crucifixo. Slash estava deitado à minha frente de barriga para cima, olhando-me nos olhos.
Sentei-me, peguei no lubrificante e pus um pouco na minha mão, para depois esfregar sobre toda a minha extensão. Pus-me então de joelhos, entre as suas pernas, e fitei-o.
-Slash, eu nunca fiz isto-admiti, olhando-o.
-Nem eu-retorquiu.
Uau, ótimo! Nenhum de nós tinha a porra da ideia do que fazer! Era como se fôssemos...virgens ou algo do género.
-Ouve...eu preciso que me prepares-murmurou-Isto...se quiseres claro.
Suspirei, mas acabei por fazê-lo.
Levei dois dos meus dedos à minha boca, esquecendo por completo o lubrificante, e lambi-os, cobrindo-os com a minha saliva. Deslizei a minha outra mão pela coxa de Slash, ouvindo um gemido suave, até encontrar a sua entrada.
No início, apenas rocei lá, tentando estimulá-lo. Slash arfava.
-Axl...-murmurou.
Um dos meus dedos deslizou para dentro dele, devagar. Slash parecia desconfortável, mas depois de mais alguns movimentos ele finalmente pareceu acomodar-se.
-Outro?-perguntei, olhando-o. Slash assentiu com a cabeça, e eu adicionei outro dedo. Ele gemeu suavemente, e começou a mexer as ancas, fazendo com que os meus dedos fossem mais fundo. Sorri.
-Como é?-perguntou, olhando-me.
-Quente...e apertado-sussurrei, aproximando-me da sua orelha.
-Merda, isso foi sexy-respondeu, antes de soltar outro gemido.
Aumentei a intensidade dos meus movimentos, fazendo com que Slash se contorcesse mais um pouco. Mordi o lábio, analisando as suas expressões.
-Ooohh-gemeu, esticando as pernas.
Aproximei-me um pouco mais dele, deixando as nossas caras próximas. Ironia, há umas horas atrás estava a dizer que era hetero e não queria ficar com ele ou com Izzy.
Seria mesmo? Eu acho que estava ainda mais confuso agora.
-P-pára-Slash segurou-me o pulso, impedindo-me de continuar com os movimentos. Olhei então para baixo, e percebi que se continuasse ele ia acabar por vir-se só com isso. Ele estava uma confusão, juro. Mas eu também não estava muito diferente.
Segurei as suas pernas, e levantei-as, separando bem as suas nádegas. O meu membro roçou a sua entrada devagar, apenas para o provocar. Slash fechou os olhos, e eu continuei a torturá-lo, apenas para ver a sua reação.
-Axl...por favor-sussurrou.
Sorri ao ouvi-lo, e comecei a entrar devagar dentro dele. Ele contorceu-se um pouco, e agarrou os meus braços de maneira nervosa, soltando um pequeno gemido de dor.
-Dói-suspirou.
-Eu sei, eu sei-respondi, dolorosamente. Estava a tentar controlar-me para não me lembrar disso-Continuo?
Slash assentiu com a cabeça, e tirou-me uma madeixa rebelde da cara, aproximando-se para me beijar a bochecha, à medida que eu entrava um pouco mais dentro dele. Eu estava a avançar devagar, à espera que ele se habituasse à sensação, porque a experiência que eu tinha de estar no lugar dele não era mais do que dor para mim.
Parei quando estava completamente dentro dele, e voltei a sair novamente, esperando alguma reação, mas a única coisa que ouvi foi um gemido, e senti as suas pernas a rodearem a minha cintura, então decidi continuar.
Slash largou os meus braços para se agarrar aos lençóis da minha cama, e eu comecei a ir mais rápido, sentindo-me cada vez mais perto. Mas desta vez Slash soltou um gemido alto, acho que eu tinha atingido a sua próstata.
-AAAHH, AXL! OUTRA VEZ!!-gritou, e eu obedeci-lhe, atingido-a novamente.
Deslizei também uma das minhas mãos pelo seu corpo. Toquei a sua ereção, dura como pedra, e comecei a masturbá-lo ao ritmo dos meus movimentos, continuando a antigi-lo sempre no mesmo local.
-Ah...aahhh-Slash gemia mais à medida que eu entrava e saia dele, fazendo com que a cama abanasse e batesse contra a parede. Eu nunca o tinha visto assim.
Então os nossos olhares cruzaram-se. A cara dele estava ligeiramente vermelha sobre o seu tom moreno, e os seus olhos transmitiam puro prazer. Eu não estava diferente.
Estávamos ambos perto de atingir o orgasmo, então eu estava a dar-lhe com toda a força que eu tinha descontroladamente, a minha visão a ficar turva e confusa. Apoiei a minha mão sobre a sua, e ambos gememos o nome um do outro, as nossas vozes roucas e arrastadas. Slash ejaculou sobre a minha barriga e sobre a minha mão, e eu explodi por completo dentro dele, atingindo o orgasmo.
Saí dele e deixei-me cair sobre o seu corpo, arfando, sem me importar se o magoava ou não. Observei como o peito de Slash subia e descia rapidamente, e como as gotas de suor caiam pela sua testa. Ele estava exausto, e eu tinha-o feito ficar assim. Eu e só eu.
Ele olhou para mim, fazendo com que os nossos olhares se cruzassem. Aproximei-me um pouco, ficando a alguns centímetros da sua cara. Slash cortou o espaço rapidamente e beijou-me, acariciando o meu pescoço e os meus cabelos. Eu viciei-me nos seus lábios, eram suaves, macios, e encaixavam nos meus perfeitamente. A mão dele brincava com o crucifixo no meu peito e com a minha pele.
Acho que ele também se tinha viciado em mim.
Separámo-nos por conta da falta de ar, e ficámos algum tempo a olhar-nos. Pousei a minha cabeça no seu ombro, enquanto o braço de Slash me envolvia a cintura.
-Como foi?-perguntei, acariciando o seu peito.
Slash olhou-me como se o que eu tivesse acabado de perguntar fosse crime.
-Como foi??-repetiu-Eu nem tenho palavras para descrever, Ax. Nunca ninguém me fez sentir assim. Nunca tive um orgasmo tão-
-Certo, certo, eu já percebi-ri-me, interrompendo-o.
Ficámos algum tempo em silêncio, então eu acabei por me esticar para pegar o comando e ligar a televisão, embora eu não estivesse realmente a prestar atenção.
-Slash...-sussurrei-Tu não me chegaste a explicar o porquê...tu sabes...Porque é que tu querias que eu o fizesse...
Slash ficou algum tempo calado, acho que a pensar na resposta, e depois olhou-me bem nos olhos.
-Eu queria mostrar-te que podes confiar em mim, Ax-murmurou-Que te quero proteger e que te amo, de verdade-Slash acariciou-me os cabelos-Não me importa que sejas um homem, podias ser até um alien-riu-se-e eu ia sentir o mesmo. Foi por isso que o fiz. Eu entreguei-me a ti, por completo, para que tu sintas que eu sou teu de verdade. Entendes agora?
Assenti com a cabeça.
-E...há mais-continuou-Eu sei que não tens experiências boas...com homens-acariciou-me a bochecha-Eu não sei o que te aconteceu no passado, mas sei o que te aconteceu no presente. Por isso eu sabia que seria doloroso para ti estar na minha posição, então eu apenas decidi inverter os papéis. Queria provar-te que o que nós fizemos não precisa de ser só dor. Eu queria que tu sentisses algo diferente, e que te sentisses bem comigo.
Uma lágrima escorreu-me pela bochecha ao ouvir as palavras dele. Abracei-o com força, sentindo os seus braços quentes a retribuírem o meu gesto.
Ele tinha razão. Eu sentia-me bem. Eu sentia-me protegido.
Ficámos só assim, abraçados, durante alguns minutos, até eu sentir a minha barriga roncar, fazendo um barulho estranho. Slash riu-se.
-Vou buscar comida-disse e levantou-se, soltando um gritinho de dor- PUTA QUE PARIU! Como é que é suposto eu andar agora?
-Bem, tu pediste-respondi, com um sorrisinho de canto-Mas eu posso ir se quiseres.
-Eu já estou em pé-disse, começando a andar de maneira estranha pelo quarto.
-Ah, e estás sem roupas-disse, rindo-me-Achei que deverias saber disso-
-Como se nunca ninguém nesta casa me tivesse visto como eu vim ao mundo-disse, saindo do quarto. Enfim, porque é que eu haveria de questionar?
Olhei para as horas. Eram 8 da noite, mas como estávamos no verão, ainda havia luz lá fora. Suspirei, afundando-me na cama. Não estava frio, mas sabia sempre bem estar aqui. Até porque agora eu tinha muito em que pensar.
Slash voltou a entrar no quarto, trazendo uma tigela com morangos.
-Morangos?-perguntei, observando-o deitar-se ao meu lado.
-Comprei ontem-disse, pegando um da taça-Eu sei que gostas.
-Eu...como sabes?-perguntei.
-Porque quando nós estávamos na casa da minha avó vi-te a roubar uns da fruteira-riu-se.
-Oh-respondi-Eu não me lembro disso. Mas sim, é provável que o tenha feito-ri-me também.
Tirei alguns da taça, e levei-os à boca, olhando para a televisão. Ia começar mais um filme-sem-graça-daqueles-que-o-Slash-gosta então apenas virei-me para o lado, tentando adormecer, já que não tinha tido grande oportunidade para isso a noite passada.
-Não vais ver?-perguntou.
Abanei a cabeça, bocejando.
-Bem, então estás SÓ a perder o MELHOR filme do ano-disse.
-Tanto faz-murmurei, aborrecido.
Tentei fechar os olhos, mas assim que o fiz senti cócegas na minha barriga.
-Slash, pára-murmurei, tentando conter-me para não rir-Isso não vai resultar.
-Espera só até eu descobrir o teu ponto fraco-disse, e aí destapou-nos e segurou-me pela barriga para que eu não fugisse, enquanto me virava e me fazia cócegas nos pés. Não aguentei mais e comecei-me a rir desesperadamente.
-Pára, pára, pára!!-gritei, enquanto me ria.
-Só se vires o filme comigo-respondeu, beijando-me o ombro.
-Ok, ok! Eu vejo, eu vejo!-supliquei.
-Agora sim-respondeu, com um sorriso, e puxou-me mais para si, deixando a minha cabeça sobre o seu ombro, enquanto me abraçava a cintura. De qualquer das maneiras, acabei por adormecer sem que ele notasse.
-2 horas depois-
-Hey-senti um toque no meu nariz-Bela adormecida.
-Urgh-suspirei, abrindo os olhos.
-Encomendei pizza para o jantar-disse, olhando-me-Ah, e a Vicky ligou. Temos um concerto dia 28, Stardust Ballroom.
-A sério?-a última frase despertou a minha atenção-Devíamos ensaiar. E trabalhar naquela música que o Iz me mostrou.
-Qual música?-perguntou, curioso.
-Think about you-respondi-Pede-lhe.
-Ele só volta daqui a bocado...Sabes, para jantar-disse, sentando-se na cama-Ele e o Duff arranjaram um emprego.
Um emprego. Por momentos, senti-me mal. Eu e Slash estávamos há horas deitados nesta cama sem fazer nada, enquanto eles estavam a trabalhar para conseguir trazer alguma porra de dinheiro para esta casa.
-E o Steven?-perguntei, curioso.
-Na casa da Adriana-retorquiu, rindo-se-É o novo passatempo dele.
Sentei-me em silêncio, pensativo, e olhei-o.
-Se calhar também devíamos arranjar um emprego, Slash-murmurei-Tu sabes que precisamos de mais dinheiro, e não é justo serem eles os únicos a tentar sustentar-nos a todos.
-No outro dia passei pela Tower Records-disse.
Encarei-o, confuso.
-E o que é que isso tem a ver?-perguntei.
-Vi um papel na porta a dizer que tinham duas vagas-disse-O que achas? Não é muito dinheiro, mas é melhor que nada.
-Podemos passar por lá amanhã-afirmei-E ver o que conseguimos.
-Hmhm-murmurou Slash, mudando de canal.
Levantei-me, fui até ao roupeiro que nós partilhávamos (sim, nós trocávamos as roupas todas) e peguei na primeira camisola de pijama que encontrei, até porque frio para se ficar nu durante horas.
-Não te vais vestir?-perguntei, ao que Slash respondeu negando. Ri-me, abanando a cabeça. Slash é louco.
Voltei para a cama, apenas com a camisola vestida, até porque era comprida e confortável.
Sentei-me, olhando-o.
-Então...hoje é dia de não fazer nada, huh?-perguntei.
-Como se tivesses vontade de fazer muito mais-empurrou-me, fazendo com que a minha cabeça caísse contra a almofada.
Aproximou-se de mim, beijando-me o pescoço.
-Hmm-suspirei ao sentir os seus lábios.
-Gostas?-perguntou, distribuindo beijos pelo meu pescoço e pelas minhas clavículas. Levantou levemente a minha camisola, acariciando-me as ancas e a barriga.
Assenti com a cabeça. Ele estava quente, ao contrário de mim, então o seu toque sabia-me simplesmente bem.
Ouvimos a porta do quarto a abrir-se, mas nenhum de nós se importou, era só Izzy. Não era como se ele nunca nos tivesse visto despidos antes.
-E o jantar?-perguntei, interrompendo o que quer que fosse que Slash estivesse a fazer no meu pescoço.
-O jantar pode esperar-respondeu, e inclinou-se para me beijar. Eu não podia explicar o quanto os seus lábios me estavam a enlouquecer naquele momento. Slash lambeu o meu lábio inferior, e eu abri a boca, cedendo-lhe a passagem. Era um beijo doce, delicado. Admito, ele conseguia beijar-me melhor do que todas as mulheres com que eu já estive. Juntas.
Com o tempo, Slash aprendeu a descobrir os meus pontos mais sensíveis para conseguir chegar mais facilmente até mim. Ele sabia onde me tocar, como me tratar, como me beijar, tudo para me conseguir satisfazer. E eram esses toques e essas simples atitudes que me atraíam. Ele sabe que tanto os meus sentimentos como o meu corpo são delicados, e por isso trata-me com cuidado, ao contrário de toda a gente que conheço. À exceção de Izzy, claro.
Deu-me pequenas mordidas, aproveitando cada segundo, enquanto me segurava delicadamente pelas ancas. Eu brincava com alguns caracóis do seu cabelo, era tão suave e cheirava sempre tão bem. Lembrava-me das minhas únicas memórias felizes de infância.
Desceu as mãos pelas minhas coxas, acariciando-as, e soltou-se dos meus lábios lentamente, para depois me olhar nos olhos. Olhei então para o lado, e reparei que Izzy nos olhava fixamente, embora estivesse a fingir ler um livro qualquer.
Acabei por esquecê-lo, até porque senti Slash a tirar-me uma madeixa rebelde da cara, pondo-a atrás da minha orelha. Olhei-o nos olhos.
-Como é possível seres tão bonito, Ax?-perguntou, acariciando-me a bochecha. Ouvi também um pequeno murmúrio que na realidade não veio de nenhum de nós os dois.
Encolhi os ombros e sorri, levemente corado.
Slash ia inclinar-se para me beijar outra vez, quando ouvimos a campainha tocar.
-Merda, tinha-me esquecido das pizzas-Slash olhou então para Izzy, coçando a cabeça-Podes ir tu?
Izzy suspirou, fechando o livro e deixou-o sobre a cama, levantando-se. Pude reparar também no volume que se formava sobre as suas calças, aquele filho da puta estava realmente a observar-nos.
-Onde é que nós íamos?-perguntou, levantando-me um pouco mais a camisola. Eu não usava nada além disso, então para Slash tornava-se muito mais fácil tocar-me Avançou com a mão para a parte de dentro das minhas coxas, e depois subiu para as minhas virilhas, tocando-as. Ele estava demasiado perto do meu pénis, embora não o tocasse, o que me fez gemer em desespero.
-Oh, queres que eu te toque?-murmurou ao meu ouvido. Acariciou-me muito de leve, o que me fez gemer novamente.
-Mhmm-murmurei, tocando a mão dele e tentando levá-la de uma vez por todas à minha ereção já grande e suplicante, mas ele impediu-me, segurando-me o pulso e prendendo-o delicadamente sobre a cama.
-Pede-sorriu.
Hesitei quando ele disse isso, e Slash pareceu aperceber-se, porque começou a torturar-me novamente com aqueles toques arrepiantes sobre o meu membro que me fizeram mudar rapidamente de ideias.
-Por favor...-murmurei, baixando a cabeça-Slash, toca-me.
Slash sorriu, e separou-me um pouco as pernas. E foi então que eu percebi o que ele realmente queria dizer.
-Slash, eu não sei se vou conseguir...-corei, nervosamente. Eu tinha medo. Medo de só sentir dor outra vez, de que as memórias me voltassem todas à cabeça, que Slash me estivesse só a enganar, como toda a gente fazia, e que eu acabasse sozinho.
-Não tem problema-murmurou, lambendo-me a orelha. Gemi-Vamos só tentar, ok?-acariciou-me os cabelos.
Pegou então no frasco de lubrificante que estava ainda sobre a mesa-de-cabeceira, e levantou as minhas pernas até aos seus ombros, expondo-me por completo. A minha camisola caía-me dos ombros, e o meu peito baixava e subia descontroladamente. Eu olhava o teto, esperando pela sensação familiar de dor.
Então ouvi a porta a abrir-se, e Izzy a entrar no quarto. Ele parou e olhou-nos em silêncio, mas continuou sem dizer nada. No entanto, nenhum de nós se mexeu.
Slash pegou no lubrificante, e espalhou-o pelos dedos. Virei a cara na almofada, observando Izzy. Ele parecia ligeiramente incomodado. Estendi a minha mão pelos lençóis, e pouco tempo depois senti outra mão agarrá-la. Izzy estava sentado na cama, ao meu lado.
Enquanto isso, os dedos de Slash percorriam a parte de dentro das minhas coxas. Eu trocava olhares entre o meu corpo e ele, nervosamente. Separou-me bem as nádegas, roçando um dos seus dedos na minha entrada e observando a minha reação. Eu e Izzy continuávamos de mãos dadas. Ele observava-nos, em silêncio, embora parecesse querer juntar-se.
Slash entrou então com um dedo dentro de mim, fazendo-me soltar um suspiro baixo.
-Apertado...-murmurou, pousando a outra mão na minha barriga, por debaixo da camisola-Hmm...-começou a movimentar seu dedo, embora eu me sentisse desconfortável-Eu não sei se consigo esperar muito mais...
E então a dor que eu sentia transformou-se em...prazer.
-Ohhh-gemi, cada vez mais excitado. Acho que isso também excitou Slash ainda mais.
Olhei para o lado, sentindo Slash a adicionar outro dedo, e gemi, fitando Izzy. Eu estava mesmo a gostar de sentir os dedos de Slash dentro de mim, eram quentes e grandes e...faziam-me sentir tãaoo bem. Inclinei-me um pouco mais, tentando consegui-los mais fundo, o que fez ambos gemer.
E foi então que ouvimos a porta da cozinha abrir-se.
-Merda-Izzy murmurou, e correu até à porta, fechando-a atrás de si. Eu e Slash ficámos em silêncio, estáticos, esperando que Izzy voltasse. Mas ele estava impaciente, então começou apenas a movimentar os dedos novamente, dentro e fora de mim.
Sem querer, um gemido escapou-me involuntariamente dos lábios, o que me fez corar instantemente.
Slash olhou-me nos olhos, nervoso.
-Axl, bebé, não-murmurou, levando-me a mão à boca e tirando os dedos, substituindo-os com o seu pénis, que roçou a minha entrada. Slash forçou a sua mão um pouco mais contra a minha boca à medida que ia entrando dentro de mim.
-MHMMM-gemi de dor, contorcendo as minhas pernas. Agarrei o peito de Slash, tentando impedi-lo de avançar-MMMMHHHHHM!!
-Hey, relaxa-Slash beijou-me a bochecha, e continuou a entrar até ficar completamente dentro de mim, mas eu estava a entrar em pânico.
E não era só isso. A minha visão turva e escura transformou-se em imagens há muito perdidas na minha memória. Cintos a desapartarem-se. A dor nas minhas pernas, no meu corpo, no meu coração misturavam-se agora com cada investida que eu sentia.
Supliquei a Slash que parasse, mas ele ignorou-me. E então vi mais pessoas. O meu corpo a bater contra o chão frio, as minhas roupas a serem rasgadas. Dei-lhe socos no peitos, enquanto as lágrimas me inundavam os olhos. Eu não sei o que aconteceu, mas a expressão na cara de Slash virou...escura. Estranha. Os seus olhos viraram pretos. Eu não conseguia definir, eu só queria que ele parasse, então mordi-lhe a mão com toda a força que tinha.
Slash tirou-a, olhando para a mão marcada e depois para mim, enojado. Eu sentei-me na cama, arfando, e ainda com lágrimas nos olhos.
-Slash...eu-tentei falar, mas fui cortado. Fui tudo tão rápido que eu mal consegui pestanejar, mas Slash tinha acabado de me dar uma estalada. Eu estava em choque. Ele tinha-me batido.
Levei a mão à minha bochecha roxa, acariciando-a, e baixei a cara, tristemente. Foi então que vi a sua mão a sangrar, não só por conta da minha mordida, mas por conta da intensidade da bofetada. Ele olhava-a, fixamente, e depois fitava-me, com raiva.
Eu não sabia o que fazer, então tentei levantar-me. Isto já tinha ido longe de mais. Porém, Slash segurou-me o pulso, impedindo-me de avançar.
-Onde vais?-perguntou, com um tom sombrio-Nós ainda não acabámos.
Slash puxou-me contra a cama, fazendo-me cair, e num movimento brusco entrou novamente dentro de mim, fazendo-me gritar. Eu soluçava de dor, mas acho que isso não lhe bastou.
Levou-me as mãos ao pescoço, evitando olhar-me nos olhos.
-N-não, não!-gritei, empurrando-o, só que Slash já me asfixiava com a mesma intensidade das suas investidas. Engasguei-me várias vezes e comecei a ver tudo desfocado, tomado pela dor. Agarrei os lençóis em desespero, mas acabei por perder força nos braços.
-P-pá..ra-murmurei, olhando-o, enquanto o ouvia gemer e o sentia a ejacular dentro de mim-P-por favoorr-chorei.
E então tudo começou a escurecer novamente, e eu já não conseguia respirar.
-A...aju-da-murmurei, deixando-me ir.
A última coisa que senti foi as suas mãos a largarem-me, e a sua expressão chocada.
-Ponto de vista do Izzy-
Bem, finalmente tinha despistado Duff. Tinha-o feito acreditar que Slash e Axl tinham saído de casa, o que foi difícil de explicar com os gemidos vindos do quarto, no entanto acabei por contornar a conversa, dizendo-lhe que estava a ver um filme porno.
De qualquer das maneiras, Duff não ligou muito e disse que ia sair para beber um pouco. Esperei que ele saísse, e dirigi-me então ao quarto, abrindo a porta.
Deparei-me com um Axl pálido e estendido na cama, manchado de sangue, e Slash de joelhos à sua frente, chocado e a chorar, tentando reanimá-lo.
-SLASH, QUE MERDA É QUE TU FOSTE FAZER????-gritei, avançando pelo quarto. Peguei-o pelo braço e forcei-o a levantar-se, empurrando-o contra a parede-DÁ-ME DUAS RAZÕES PARA NÃO TE MATAR AGORA MESMO!!
Eu estava furioso. Nunca, mas NUNCA o devia ter deixado a sós com ele
-E-eu...não sei o que me deu!-murmurou, baixando a cabeça e soluçando-Perdoa-me... perdoa-me, PERDOA-ME! Bate-me até à morte, faz o que quiseres! Eu não vou conseguir viver com o que fiz, Iz...-chorou, e então olhou-me nos olhos-BATE-ME, PORRA!
-Sai-disse, mas ele não se moveu-SAI!!-gritei, e empurrei-o para fora do quarto, guiando-o nu até à rua.
Ele ficou apenas parado e em silêncio, do lado de fora.
-Eu...eu mereço pior do que isto-murmurou. Fechei-lhe a porta na cara, sem demonstrar qualquer sentimento, e corri o mais rápido que pude até ao quarto, e fui até Axl, sentando-me ao seu lado na cama.
Ele tinha uma bochecha vermelha, o que me fez estremecer. Eu não acreditava que Slash tinha feito aquilo. Era o limite, era o limite de todos os limites. Pelo que me dependia, ele nunca mais ia voltar a tocá-lo com um único dedo. Pelo que me dependia, ele estava fora da banda.
Segurei-lhe nas mãos, beijando-as, e respirei pesadamente.
Ele não respirava, ele estava imóvel.
Tirei-lhe a camisola, atirando-a, e movi o seu corpo para o chão. Colocando-me de joelhos, tentei fazer-lhe compressões cardíacas. Observei o seu corpo mole a ir para baixo e para cima à medida que eu o fazia, mas não obtive nenhuma reação da sua parte.
Baixei então a cabeça, desesperado, e beijei-lhe os lábios. Afastei-me, e foi então que vi os seus olhos a abrirem-se, acompanhados de uma tosse forte e vários espasmos.
-Axl!-gritei-Olha para mim!-segurei-lhe a cara com duas mãos, e ele olhou-me-Fica comigo, por favor!
-I-Iz...-sussurrou-Á...gua
Assenti com a cabeça e corri até à cozinha, obedecendo. Voltei ao quarto, e ajudei-o a sentar-se novamente na cama, estendendo-o. Axl ia levar o copo à boca, mas nesse momento parou, estático, e fitou o vazio. Pouco tempo depois, observei lágrimas a caírem-lhe dos olhos como chuva, o seu corpo a tremer. Tirei-lhe o copo, pousando-o em cima da mesa, e abracei-o o mais forte que pude.
-Sshhh-murmurei, beijando-lhe a orelha-Ele não vai voltar, Ax.
-Eu confiei nele!-gritou-Eu deixei-o tocar-me, abraçar-me, beijar-me...consolar-me, exatamente como me estás a fazer agora. Ele disse que ia ser calmo, ter paciência, mas...ele...ele asfixiou-me!-afastou-se, mostrando-me as marcas no seu pescoço, enquanto me olhava com lágrimas nos olhos.
-Estás comigo-afirmei, acariciando-lhe os cabelos-Ele não se vai aproximar de ti.
Axl afastou-se, limpando as lágrimas, e então olhou-me, confuso.
-E...e se tu fizeres o mesmo comigo?-encarou-me, magoado-Como é que eu sei que posso confiar em ti? Se é que eu posso mesmo confiar em alguém.
-Como é que podes dizer isso?-perguntei, indignado-Ouve, eu sei que as palavras não valem muito, mas o que eu sinto vale-disse, apontando para o meu coração-Eu sei que te sentes magoado, abandonado, e eu nunca te conseguirei prometer que ficarei contigo para sempre, porque as promessas acabam em pó e voam como o vento. Mas eu acho que...-olhei para a minha mão fechada, e peguei na de Axl, que me ouvia atentamente-Devias ficar com isto.
O que eu dei a Axl era um crucifixo pequenino, de prata. Não nos trazia as melhores recordações, mas eu sabia que era importante para ele.
-Como...como conseguiste?-perguntou, segurando a pequenina peça nas mãos.
-Digamos que...deixaste uma vez na minha casa-respondi, coçando a cabeça.
-Eu...obrigado-murmurou, abraçando-me.
-Ponto de vista do Slash-
Sentei-me do lado de fora, escorregando pela parede. Eu queria desaparecer. Eu tinha-o magoado, eu tinha magoado Axl, tal como todos os outros lhe tinham feito.
Depois disto, eu sentia que não valia mais nada. Então não interessava o que acontecia comigo. E o pior é que...eu nem sabia como o tinha feito. Eu amava-o tanto que queria protegê-lo de tudo e todos. Mas agora ele nunca mais ia voltar a confiar em mim.
Porque é que eu tinha de estragar tudo?
Fiquei ali, deitado, e enrolei-me numa bola, adormecendo no chão.
-Nota-
Não me matem pls :')