Brenda Walker
Sábado
Quando a campanhia tocou pela primeira vez, levantei-me apressadamente para atender a porta. Do outro lado dela estava Angélica com seu celular na mão.
— Você chegou! — Falei animada, dando um pequeno beijo em sua bochecha.
Ela fez um pequeno aceno de mão para o carro que lhe aguardava estacionado em frente à minha casa, provavelmente seu pai ou sua mãe, não conseguia enxergar já que o vidro estava fechado e era escuro.
— Já chegou alguém? — Ela perguntou adentrando a casa.
— Você é a primeira. — Respondi.
— Não sabia se era para trazer algo, mas caso precise eu trouxe dinheiro para ajudar na pizza. — Explicou.
Não era necessário trazer algo, tudo estava programado para poucas pessoas, apenas as essenciais.
Mostrei para ela o local onde iríamos ficar e ela me ajudou a organizar os copos em cima da mesa e colocou o refrigerante.
— Eu não comprei bebidas para vocês, não quero que fique chateada mas não posso oferecer bebidas para menores. — Mamãe falou encostada na porta, olhando para nós duas.
— Prazer senhora, eu me chamo Angélica Moura. — Minha mais nova amiga se apresentou animada, recebendo um grande abraço de mamãe.
— Que isso, eu fico muito animada em conhecer os novos amigos da Brenda. — Mamãe falou rindo, voltando a abraçá-la.
Mãe cadê a promessa que a senhora me fez? Pensei comigo. Larga logo ela antes que Angélica queira ir embora correndo.
Olhei para ela com aquele olhar, para tentar fazê-la soltá-la.
Aos poucos enquanto conversávamos um pouco sobre as aulas, ouvimos a campainha tocar novamente, mas dessa vez mamãe foi atender a porta para que eu continuasse organizando as coisas lá atrás.
— Fiquem à vontade meninos, elas estão lá atrás. — Mamãe falou indicando a porta dos fundos.
Os meninos chegaram sorridentes, não posso deixar de citar a troca de olhares entre Henrique e Angélica. Não era porque o relacionamento havia terminado que não poderia existir ali uma amizade. Ambos precisavam ser maduros o suficiente para entender que algumas coisas acabam por diversos motivos e também pode ser que com o tempo as coisas se resolvam.
Muitas vezes a única coisa da qual necessitamos é de um tempo. Não que eu fosse a pessoa mais experiente em falar sobre o assunto relacionamento, já que ainda não havia passado por nenhum, a grande questão é que nós víamos isso o tempo todo.
As coisas acontecem quando menos esperamos.
— Obrigada por virem. — Agradeci sorridente enquanto cumprimentava cada um deles.
— Fiquei até impressionado com o convite, nós havíamos recebidos vários para algumas festas. — Gabriel comentou.
— E vocês escolheram vir até aqui, fico muito agradecida por isso. — Afirmei.
Todos sentaram-se e encheram copos de refrigerante. No primeiro momento pensei que eles reclamariam por não haver bebidas ou que fariam alguma pergunta sobre, mas ninguém pareceu se preocupar, pareciam satisfeitos com o refrigerante.
— A Beatriz está voltando para o Brasil. — Henrique comentou olhando diretamente para sua ex-namorada que estava entretida em um jogo no celular.
— Sério? Quando? Sinto tanta a falta dela. — Angélica falou animada, provavelmente sendo alguma amiga em comum dos dois.
— Acho que chega domingo e iniciará as aulas conosco novamente. — Ele contou também animado.
Uma das coisas ruins de se chegar em um lugar totalmente novo para você é que às vezes as pessoas comentaram sobre algo que você não faz parte e fica totalmente fora do assunto.
Thais estava um pouco mais de trinta minutos atrasada quando a campainha tocou avisando que ela havia chegado.
— Vou lá buscar a Thais, volto em um minuto. — Avisei, indicando a porta.
Uau. Ela estava linda. Diferente do cabelo preso com um boné naquela lanchonete e diferente também do dia que a encontrei na biblioteca. Não que ela estivesse se produzido para uma festa ou algo assim, mas o simples lápis no olho e o cabelo solto realçaram a sua beleza.
— Finalmente você chegou. — Brinquei.
— Desculpe, infelizmente eu precisei passar na lanchonete antes de vir. — Desculpou-se.
Nós fomos lá para trás e quando ela chegou todos os meninos pararam o que estavam fazendo para olhá-la. Até mesmo Henrique não conseguiu esconder a curiosidade o que deixou Angélica com uma pitada de ciúmes, era possível ver isso em seus olhos.
Agora a minha única necessidade era que todos ajudassem a selecionar os sabores de pizza e a quantidade delas que seria necessário para nós.
— Que sabores de pizza vocês gostam? — Perguntei, pronta com o bloquinho que havia pego de mamãe.
— Calabresa. — Henrique e Angélica falaram juntos.
— Strogonoff de frango. — Gabriel opinou.
— Gosto de quatro queijos. — Pedro afirmou.
— Lombo com cheddar. — Fred falou, em seguida voltou toda a atenção para seu celular.
Olhei para Thais que olhava atenta, assim como eu, para todos eles. Esperava que ela pudesse ajudar com algum sabor também. Assim que percebeu a minha dúvida, sorriu sem graça e logo em seguida suas bochechas ficaram rosadas.
— Talvez pudéssemos pegar algum sabor doce, sei lá, sensação. — Opinou baixinho como se tivesse medo.
Balancei a cabeça positivamente em sinal de concordância e ao finalizar as minhas anotações, pedi que mamãe fizesse o pedido para mim. Outra coisa por final que eu detesto é ter que fazer pedidos pelo telefone, além de me embasbacar toda na hora de pedir, muitas vezes ficava confusa no meio do pedido e acabava demorando minutos.
Embora os meninos estivessem conversando sobre alguns assuntos que estavam relacionados a basquete e futebol, e as duas estarem mostrando fotos de roupas uma para a outra, nós precisávamos de mais.
— Como eu sou nova aqui nós poderíamos fazer um jogo? — Perguntei.
— Explique melhor. — Pedro pediu.
— Pensei em algo sobre cada um dizer algo que gosta, ou algo que faz, enfim, só para eu tentar entrar um pouquinho na vida de vocês e não ficar tão por fora. — Expliquei.
Todos balançaram a cabeça positivamente. Poderia não ser o jogo mais legal, afinal, isso nem era um jogo. Mas eu realmente não queria ficar tão por fora dos assuntos.
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O que acham que acontecerá nesse "jogo"?
O que estão achando da história? Querem mais capítulos?
Espero que gostem!