Murderer

By evolvelarry

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- Harry - ele se sobressalta. É Louis quem está falando com ele, uma expressão preocupada estampada em seu ro... More

00. Prólogo
01. Uni
02. Madeline Stayne
03. Jaxson Verona
04. Louis Tomlinson
05. Harry Styles
06. A Falha no Plano
07. Niall Horan
08. Zayn Malik, o Colar e o Anel
09. Liam Payne
10. A Arma
11. O Tiro
12. A Polícia
13. Interrogatório 01
14. Interrogatório 02
15. Interrogatório 03
16. Interrogatório 04
17. Interrogatório 05
18. Interrogatório 06
- 01. A Floresta
19. Interrogatório 07
20. Nicholas Bebris
21. Mentiras e Manipulações
22. Expostos
23. A Fuga
25. Preso
26. Julgamento
27. Epílogo
O que aconteceu depois
Agradecimentos

24. Aproximando-se da Verdade

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By evolvelarry

"E pouco a pouco os juramentos não ficam sendo mais do que uma simples formalidade sem consequências."

Localização: Universidade de Sheffield.
Data: segunda-feira, 27 de maio.
Dias Restantes: 2.

Josh fica um bom tempo em silêncio, encarando o vazio. Quando Niall tem certeza que ele não irá respondê-lo, decide ir embora. Não é grande coisa, Niall já estava esperando por aquilo, foi melhor do que o esperado na verdade, pois Josh poderia ter dito coisas maldosas.

Mas Niall descarta a ideia, Josh nunca faria aquilo, ele é gentil demais. De qualquer maneira, Niall decide que é hora de ir, logo as pessoas começarão a sair de seus dormitórios e Niall não quer estar lá para encarar ninguém. 

Suas mãos soltaram-se no momento em que Niall fez a pergunta, então ele apenas desce um degrau, de costas para a escada e de frente a Josh, temendo que ele perceba seus movimentos, se Niall pode evitar ser humilhado, ele irá.

Ele desce mais um degrau de costas antes de virar-se, rolar escada abaixo é a última coisa que Niall quer.

Quando ele atinge o último degrau, de uma descida longa e angustiante, sem que Josh tenha dito uma palavra sequer, Niall tenta ignorar a dor e as lágrimas, ele não quer chorar e, se o fizer, será sozinho em seu quarto. Talvez ele devesse ir para casa...

— Niall! — chama Josh. Ele se vira para encontrar o garoto de pé onde estava sentado até então. Niall não diz nada, apenas encara-o, aguardando, metade de si esperançoso e metade temeroso.

Josh o alcança em tão poucos segundos que quando suas bocas se encontram Niall ainda está perdido em expectativas do por que Josh o chamou. Niall já beijou uma quantidade considerável de pessoas, a maioria em festas, beijos cheios de desejo e outros desleixados, às vezes, dos dois jeitos ao mesmo tempo, mas nunca foi beijado como agora, nem das outras vezes que beijou Josh.

É um beijo épico, desses em que você se perde em onde você é e em onde a outra pessoa é, de tirar — literalmente — seus pés do chão. Faz Niall sentir-se amado e desejado, tira todo seu fôlego, afeta Niall de uma maneira tão peculiar que ele sabe que não será o mesmo quando eles se separarem.

Não importa a resposta de Josh, ele já está dizendo tudo pelo modo que seus dedos percorrem os braços de Niall. Mesmo que Josh diga que não quer mais namorar com ele, Niall sabe que eles não conseguiriam ficar longe um do outro depois de perceberem seus sentimentos e a necessidade de ficarem próximos. 

Niall sorri entre o beijo, percebendo que finalmente teve o que deseja.

Mais rápido que o esperado, eles separam-se, colando suas testas e respirando pesadamente. Niall não quer que Josh perceba seu sorriso, por medo de ser mal interpretado, então ele se concentra no som da sua respiração.

— Eu... — começa Josh, ainda próximo de Niall, respirando fundo antes de continuar. — Eu preciso de um tempo para... pensar — diz ele, em seguida, afasta-se de Niall como se tivesse levado um choque.

— Certo — responde ele um pouco decepcionado e odiando a si mesmo por isso. 

— Certo — diz Josh dando um passo para trás antes de dar as costas a Niall e voltar para o seu dormitório.

Josh sobe as escadas rapidamente, abre a porta do hall e, quando Niall acha que ele não olhará para trás, e que o beijo pode não ter afetado Josh da mesma maneira que o afetou, Josh vira-se, encarando Niall enquanto fecha a porta lentamente. 

Localização: Delegacia de Sheffield.
Data: segunda-feira, 27 de maio.
Dias Restantes: 2.

Martin chega de bom humor segunda-feira de manhã. A delegacia está um caos com os recentes acontecimentos no caso de Jaxson Verona, mas ele não está estressado, mesmo sabendo que nunca alcançará o cargo dos sonhos depois de Ferris e Cassel deixarem Liam Payne escapar.

— Perdi alguma coisa? — pergunta ele assim que entra na delegacia, seus amigos estão tomando café perto do corredor onde os estudantes foram interrogados. 

— Enquanto passeava com a sua criança? — pergunta Ferris fingindo pensar. — Acho que não — responde ele bebendo um gole de seu café —, na verdade, sim, mas não é nada demais, apenas descobrimos que a arma realmente pertence à família Payne.

— Aparentemente o garoto ganhou de aniversário ou sei lá — diz Cassel passando seu copo de uma mão para a outra. 

— Mas que diabos... — começa Martin pasmo, que tipo de pessoa dá uma arma ao filho de aniversário?

— Pois é — concorda Ferris —, essas pessoas acham que estamos nos Estados Unidos? 

Martin aperta sua testa com as pontas dos dedos, eles provavelmente terão que indiciar os Payne por isso, mas não resultará em nada, porque eles são ridiculamente ricos. Bom, talvez resulte em uma coisa: uma dor de cabeça infernal.

— Alguma notícia dos federais? — pergunta Coates.

Agora que Liam Payne e, talvez, seu namorado, Zayn Malik, são fugitivos, não cabe mais a eles irem atrás, o país inteiro está ciente da situação e procurando por eles, mas é difícil quando tudo tem que acontecer por debaixo dos panos. A família de Liam tem dificultado as coisas devido a sua influência. Pelo menos Martin conseguiu uma folga.

Mesmo que agora outras pessoas estão atrás de Payne e Malik, Martin ainda tem que descobrir tudo o que aconteceu na noite do crime.

— Parece que eles pararam em uma cidade próxima a Manchester, mas não temos filmagens e ninguém parecido com o Payne entrou na loja. 

— Certo — responde ele apoiando as mãos no quadril —, bom, merda. Mas enfim, o que vocês estão esperando?

— Conseguimos as filmagens — responde Miles —, mas, inexplicavelmente, ninguém esteve no local do crime naquele dia, nem mesmo o próprio defunto.

— Puta merda — diz Martin. — Ele apagou as filmagens?

— Provavelmente, um técnico está tentando conseguir as verdadeiras filmagens, mas, segundo a empresa de vigilância, nada foi apagado — diz Garlic.

— É como se ele tivesse passado um corretivo nas imagens — diz Miles —, mas vamos conseguir reverter isso — continua ele, bebendo um grande gole de seu café. Martin suspira e passa as mãos pelos cabelos.

— Assim espero.

É preciso mais uma hora para que as imagens verdadeiras consigam ser recuperadas, durante esse tempo, Martin assistiu os interrogatórios de Liam, buscando por alguma dica de suas mentiras, no primeiro ele não encontrou nada, precisaria assistir mais algumas vezes, no segundo interrogatório, Liam demonstrava alguns sinais de nervosismo, tão sutis que Martin identificou eles apenas por saber que Payne é culpado e poderia demonstrar alguma coisa.

— Coates — chama o técnico, o qual Martin não consegue lembrar-se do nome. — Consegui as filmagens, você vai enlouquecer assistindo.

— Temos imagens de Payne atirando? — pergunta Martin levantando-se e seguindo-o até uma sala ao lado, onde os técnicos em informática trabalham. 

— Temos muito mais que isso.

Coates senta em uma cadeira de rodinhas e olha para a tela, onde um vídeo está pausado, na imagem, duas pessoas aparecem, Jaxson e um outro garoto que Martin não sabe dizer quem é.

— Tem som? — Pergunta ele.

— Não, mas acho que não será necessário — responde o técnico antes de dar play no vídeo.

Na tela os garotos brigam, aparentemente, Jaxson arrastou o outro até lá, ele não parece estar armado e não há mais ninguém ali, Martin conclui que não foi planejado. Finalmente Liam aparece, mais uma vez Martin supõe isso, pois Jaxson está agarrado ao garoto, mas logo o deixa ir e Liam aparece nas imagens, apontando uma arma para Jaxson, segundos depois.

Martin não consegue ver o rosto dos garotos direito, as imagens são muito ruins, mas Jaxson ergue os braços, um sinal claro de rendição, um segundo depois, Liam atira e Jaxson cai, logo depois, dois garotos passam ao lado do corpo.

Liam mira nos dois, provavelmente ameaçando-os, eles seguem para o bosque, Liam vai logo atrás, dizendo algo a Jaxson antes. Em seguida, Madeline aparece e Martin pausa, porque ele não quer ver algo tão triste. Mas é seu trabalho então ele continua assistindo. O interrogatório de Madeline bate com as imagens.

— Filho da puta — murmura Martin assistindo aos paramédicos levarem o corpo de Jaxson, ele pensa em Nicholas e em como ele dirá aquilo a ele, Martin pensa na família do garoto e pergunta-se pela milésima vez o que leva uma pessoa a tirar a vida de outra.

Localização: Sheffield — Residência dos Horan-Styles.
Data: terça-feira, 28 de maio.
Dias Restantes: 1.

Harry está animado. As chances de ele ou Louis serem presos estão abaixo dos dez por cento, seu irmão está na cidade e Harry está prestes a mostrar a sua irmã idiota seu namorado super lindo, Louis Tomlinson.

— Harry, não acho que seja uma boa ideia eu conhecer sua família — diz Louis seguindo Harry até a porta da frente da residência. Harry o ignora, obviamente, Louis tem essa mania de dizer bobagens, é claro que a família de Harry vai amá-lo. — Esqueci meu celular no carro, já volto — murmura ele nem ao menos percebendo que Harry não irá respondê-lo.

Harry ficou tão contente que Louis concordou em faltar em um dia de revisão — Louis não gosta de faltar e acha que grandes dicas das provas podem ser reveladas nessas ocasiões —, que nem ligou quando Louis disse que eles iriam de carro.

Louis caminha rapidamente até seu carro e Harry toca a campainha. Sua irmã, Gemma, é quem abre a porta, sorrindo artificialmente em um vestido vermelho horroroso. 

— Oh, Harry — diz ela olhando para o espaço vazio ao lado de Harry e sorrindo triste —, seu amigo imaginário, digo, namorado, não pode vir? Isso é triste, mas não se preocupe, ninguém está esperando realmente que você esteja em um...

— Oi, você deve ser a Gemma — diz Louis aparecendo atrás de Harry, silencioso como um gato e sorrindo tão artificialmente quanto Gemma segundos atrás, fingindo não a conhecer, Harry morde os lábios e segura o sorriso.

—... Relacionamento — finaliza a garota. Gemma aperta sua mão roboticamente, ainda atordoada. — Oi — murmura ela olhando Louis da cabeça aos pés.

— Meu nome é Louis, eu sou...

—... Namorado do Harry — completa ela e Harry sorri vitorioso pensando em todas as vezes que Gemma disse a ele que não havia ninguém para Harry.

— Anne? — diz Louis por cima do ombro de Gemma, ele solta a mão da garota e entra na casa, abraçando a mãe deles e conversando animadamente com ela.

Gemma abre a boca, mas nenhum som sai. Harry encolhe os ombros. — Pois é — diz ele passando por sua irmã —, Louis é lindo, não é? Nós provavelmente iremos nos casar — continua ele, bem baixinho, sua mãe não irá gostar de vê-lo provocando Gemma. — Temos até tatuagens combinando — acrescenta ele antes de ir atrás de Greg.

Apesar de ser uma terça-feira, a mãe e o padrasto de Harry organizaram um almoço em família, porque Greg está na cidade, desocupada que é, Gemma obviamente marcou presença, Niall não tem escolha, afinal ele mora ali.

Harry segura a mão de Louis e o puxa em direção à sala, afastando-o de sua mãe. Seu namorado solta uma exclamação surpresa e despede-se de Anne, que apenas ri para eles.

— Greg! — diz Harry animado, soltando a mão de Louis para abraçar seu irmão postiço, afastando-se rapidamente, para que possa apresentar Louis — Esse é Louis, meu namorado — diz ele olhando para o garoto e sorrindo —, Louis, esse é Greg, meu irmão, e Bob, meu padrasto — continua ele, Louis aperta a mão de Greg educadamente enquanto Harry cumprimenta Bob, que está um pouco afastado deles.

— Fico feliz vendo seu namorado se juntar a nós — diz Bob antes de afastar-se de Harry e ir até Louis e Greg.

Harry observa os três conversando e sorri carinhosamente. — É, eu também — murmura ele antes de afastar-se sorrateiramente e sair da sala.

Ele vai até a cozinha, dizer oi a sua mãe. Harry para no batente da porta e espera sua mãe terminar de conversar com Gemma, dizendo a ela quais sabores de suco comprar, depois que ela passa por ele, dando um pequeno empurrão em seu ombro, Harry entra na cozinha e vai até sua mãe.

— Oi, mãe — diz Harry abraçando-a.

— Oi, querido — responde ela afagando seus cabelos. — Como você está? Você e Louis, hein? — Harry revira os olhos, ele já esperava que sua mãe perguntasse deles, mas não que fosse tão rápido, ela nem ao menos esperou ele responder que está bem.

— Nós estamos bem, mãe — responde ele. — O almoço vai demorar? — pergunta ele antes que sua mãe pergunte se ele está fazendo sexo seguro.

— Um pouco, vocês chegaram cedo hoje — responde ela mexendo em uma panela, Harry espia por cima do ombro dela e descobre ser purê de batatas. Ele encolhe os ombros em resposta a sua mãe.

— Nós teríamos que faltar de qualquer maneira, então resolvi vir mais cedo, para que vocês conhecessem Louis — responde ele pegando uma taça de vinho esquecida em cima da pia e bebendo um gole.

— Essa taça é de Gemma — diz sua mãe e Harry sente o líquido voltando pela sua garganta, ele corre até a janela da cozinha e cospe.

— Merda — murmura ele olhando o vinho cuspido e pensando que encostou a boca onde sua irmã havia encostado também. Harry afasta-se da janela e pega um pouco de água. — Niall está lá em cima? — Sua mãe assente contente.

— Fico feliz vendo que vocês estão mais próximos — diz ela afastando-se do fogão e indo cortar algumas cebolas.

— Eu também — concorda Harry colocando o copo na pia —, vou falar com ele e volto para ajudar você.

Sua mãe ri em resposta. Harry não gosta de ajudá-la a cozinhar, sua intenção provavelmente é impressionar Louis, mas ele não admitirá isso. 

Harry volta à sala para chamar Louis e encontra sua irmã sentada muito próxima ao seu namorado. Bob está sentado em uma poltrona em frente à Gemma e Louis, bebendo uma garrafa de cerveja. Greg está encostado na lareira, bebendo o mesmo que seu pai.

— Você não tinha que comprar alguma coisa ou algo do tipo? — pergunta Harry a Gemma, a qual está rindo exageradamente e tocando o braço de Louis desnecessariamente.

Louis parece extremamente desconfortável, tentando afastar-se de Gemma, mas não querendo demonstrar isso, o que é bem difícil com todos olhando para ele.

— Isso pode esperar, estamos ouvindo uma história engraçadíssima de Bob — diz ela docemente, mas Harry consegue ver o veneno escorrendo pelos cantos da boca dela. 

— Tanto faz — responde Harry entrando na sala e puxando Louis pela mão. Sua irmã solta uma exclamação indignada e Greg segura a risada. — Vamos conversar com Niall — anuncia enquanto deixa a sala com Louis em seu encalço.

— Deixe Louis aqui, vocês não são colados um no outro — resmunga Gemma.

— Não somos — concorda Louis —, mas eu também quero ver Niall — responde ele, tão ansioso quanto Harry para deixar o cômodo.

— Qual o problema com a sua irmã? Ela mal olhava na minha cara quando éramos amigos e agora fica se esfregando em mim, acho que ela nem lembra que nos conhecemos no ensino médio — murmura Louis enquanto eles sobem as escadas. 

— Ela faz isso para me irritar, já percebi que ela não é assim quando não estou por perto ou quando ela não está me vendo — responde Harry. — Gemma só está assim porque eu estou namorando você. Eventualmente ela irá cansar.

— Talvez ela esteja secretamente apaixonada por mim — sugere Louis.

— Pode ser — diz Harry considerando aquela teoria enquanto eles terminam de subir a escada e caminham até o quarto de Niall. — Mas nunca saberemos por que você é o primeiro e único, para sempre — acrescenta Harry batendo na porta de Niall com a mão livre, a outra ainda segurando a de Louis.

Harry olha para Louis e encontra seu namorado olhando para o chão e mordendo o lábio inferior, tentando conter o sorriso e Harry sabe que essa é a reação de Louis para "corado". 

— Pode entrar! — grita Niall e Harry desvia o olhar de Louis, girando a maçaneta. — Ah, oi — murmura ele quando Harry e Louis passam pela porta.

Niall está sentado na ponta na cama, com o celular em mãos, ainda está em seu pijama e seu cabelo castanho está despenteado e ensebado. Harry não sabe o que dizer, essa manhã ele tomou café da manhã com Josh em seu dormitório e eles conversaram sobre Niall. 

De um lado tem seu melhor amigo, miserável e sem saber o que fazer. Do outro está seu meio-irmão, aparentemente tão miserável e perdido quanto Josh.

— Está esperando Zayn te ligar? — pergunta Harry. Ele e Louis já estão cientes que Zayn foi para sabe-se lá onde com Liam e que Niall não consegue falar com ele. 

— Na verdade não — responde Niall —, Nicholas me avisou que ele esqueceu o celular no dormitório. Ele está preocupado com Zayn, os dois são melhores amigos ou sei lá, e agora que todos sabem que Liam matou Jaxson...

Harry assente, ele tem tentado não pensar muito sobre Liam e sua fuga. Uma parte dele teme que Liam os arraste junto para a cadeia, mas outra diz que Liam perdeu totalmente a credibilidade.

— Estou esperando uma ligação de Josh. Ou uma mensagem. Dei a ele as duas opções — explica Niall rindo nervoso. Até o momento que Harry esteve com Josh, seu amigo ainda não sabia sua resposta.

— Esperando o quê, exatamente? — pergunta Louis, alheio ao que tem acontecido entre os garotos. 

— Se ele me quer de volta ou não — responde Niall dando de ombros, como se aquilo não fosse nada, mas Harry sabe que ele está quase desabando. 

— Entendo — responde Louis desconfortável. 

Os três ficam em silêncio, não sabendo sobre o que conversar, até que finalmente o celular de Niall vibrar em sua mão. 

— É ele — responde ele sorrindo rapidamente, antes de ficar aflito de novo. — É ele — repete Niall, em choque.

— Vamos dar privacidade a vocês — responde Louis puxando Harry para fora do quarto contra sua vontade e batendo a porta atrás deles em seguida. 

— Você também está curioso? — pergunta Harry enquanto eles caminham até o seu quarto, ao lado do de Niall.

— Sim, definitivamente — concorda Louis —, depois você vai ter que me explicar tudo o que aconteceu entre eles. 

Harry assente enquanto procura a chave de seu quarto no bolso dos jeans. 

— Por que você tranca a porta? — pergunta Louis seguindo Harry para dentro do quarto e fechando a porta.

— Da última vez que deixei aberta, Gemma enfiou uma cabra aqui dentro — responde Harry indo até uma das janelas e abrindo-a.

Seu quarto, assim como todos na casa, é bem grande, o mais legal são as duas janelas e a pequena sacada. Ainda há caixas espalhadas e quadros no chão, esperando para serem colocados em seus devidos lugares. 

Louis passa por ele e se joga na cama, sorrindo satisfeito enquanto afunda nos travesseiros, abrindo os braços e as pernas.

— Se eu tivesse uma cama assim, nunca que eu dormiria naquela droga de dormitório — diz ele acomodando-se na cama. 

Harry sorri e caminha até a cama, deitando-se em cima de Louis e soltando todo o seu peso em cima do garoto. 

— Mas então você ficaria longe de mim — murmura ele bem próximo ao ouvido de Louis, deixando uma pequena mordida no lóbulo da orelha dele. Louis solta um gemido de contentamento.

— Vou correr o risco — responde ele sorrindo, ainda de olhos fechado. Harry revira os seus e beija Louis, impedindo que ele diga mais alguma bobagem. 

— Lembra quando estávamos jogando sinuca e você perdeu? — pergunta Harry e Louis bufa. — Quero meu prêmio agora — acrescenta Harry.

— Ou talvez nós pudéssemos transar nessa sua cama ridiculamente cara — sugere Louis.

— Minha família está no andar debaixo — diz Harry afastando-se de Louis para que o garoto consiga respirar, seu namorado não reclamou do peso em cima dele, mas Harry não é leve e nem bobo, é uma questão de tempo até Louis começar a gritar. Louis aproxima-se para que posso sussurrar no ouvido de Harry.

— Você pode ficar por cima — diz ele maliciosamente. Harry engole em seco, será que ele trancou a porta? — Mas não como você está pensando. 

Harry fecha os olhos e solta um gemido de dor. Ele quer tanto ficar por cima enquanto Louis está dentro dele, e aquela realmente é uma cama muito confortável, além do mais, sua mãe disse que o almoço irá demorar mais um pouco... 

— Foda-se — diz Harry levando-se da cama —, tem lubrificantes no banheiro, vá pegar — diz a Louis, e seu namorado corre em direção à suíte de Harry, numa velocidade impressionante.

Antes de pegar o preservativo em sua carteira, Harry tranca a porta, é melhor não dar sorte ao azar, pensa ele girando a chave. Ele tateia seus bolsos e pega sua carteira. 

— Seu banheiro é maior que o meu quarto — diz Louis lá de dentro, saindo um segundo depois, com o vidro de lubrificante em mãos.

— Não exagera — responde Harry jogando sua carteira no chão depois de pegar o que precisa.

— É sério, se compararmos meu quarto com outros quartos e o seu banheiro com outros banheiros, concluímos que meu quarto é bem menor que o seu banheiro.

— Isso não faz a porra de um sentido, Louis — diz Harry deitando-se em sua cama, e, deuses, Louis tem razão, aquela cama é mágica.

— Faz sentido sim — retruca Louis.

Harry não está mais prestando atenção, ele acordou muito cedo para tomar café da manhã com Josh antes de seu amigo ir para aula, será que dá tempo de tirar uma soneca antes de fazer sexo com Louis? 

Ele sente o colchão afundar ligeiramente ao seu lado antes de sentir as mãos de Louis percorrerem todo o seu corpo. Harry sorri satisfeito enquanto sente os dedos de Louis abrirem o botão e o zíper de sua calça, puxando-a para baixo junto com a cueca em seguida. 

— Mantenha seus olhos fechados, querido — murmura Louis enquanto puxa a camisa de Harry para tirá-la.

Harry permanece com os olhos fechados enquanto Louis empurra-o de volta na cama e coloca as mãos em sua cintura, puxando Harry um pouco mais para baixo. Harry quer saber se Louis está sem roupas assim como ele, para não ter que tatear o ar a procura de Louis, Harry abre os olhos. 

Louis está pairando em cima dele, olhando num misto de adoração e desejo, mas rapidamente seu olhar endurece e ele manda Harry fechar os olhos e manter suas mãos no colchão, é tão rápido que dá tempo apenas de ver que ele está sem camisa, mas Harry supõe que seu namorado também está nu. 

— Não tenho nada para evitar você de abrir os olhos — murmura Louis com os lábios colados a orelha de Harry, fazendo sua semi-ereção começar a se tornar algo mais. Louis passa os lábios por todo o pescoço de Harry antes de voltar a falar — vou marcar você mais embaixo, para que sua família não veja, tudo bem, babe?

Harry assente rapidamente, ansioso para descobrir o que Louis pretende. 

Primeiro ele deixa um chupão em seu pescoço, parece levar uma eternidade até ele acabar, e Harry sabe que aquilo deixará uma marca por dias. Depois ele brinca com um dos mamilos de Harry, e ele não consegue mais deixar suas mãos paradas, levando-as até os cabelos de Louis, o qual tira as mãos de Harry de seus cabelos e as leva até os travesseiros em cima da cabeça de Harry, segurando-as ali de modo a imobilizar Harry.

— Agora eu vou beijar você — anuncia Louis e isso seria muito inocente se ele não estivesse deitado sobre Harry pressionado suas ereções, fazendo ambos soltarem um gemido.

Harry poderia gozar apenas com os beijos de Louis e seu corpo em cima do dele movendo-se daquela maneira, mas Louis decide que ele teve o suficiente rápido demais, Harry quer argumentar dizendo que ele ainda não teve o suficiente, mas quando abre sua boca, a de Louis já está dizendo que está na hora da sua recompensa pelo jogo de sinuca.

Louis solta os braços de Harry e afasta-se por um segundo, enquanto abaixa-se quase para fora da cama para que consiga ficar na altura do membro de Harry, que o observa com olhos minimamente abertos, mas não consegue ver quase nada, apenas os cabelos castanhos ligeiramente bagunçados de Louis.

— Olhos fechados, Harry — diz Louis sem erguer sua cabeça.

— Como você... — começa a dizer, mas os lábios de Louis em sua glande fazem ele se calar.

Harry adora chupar Louis, ele adora ter seus cabelos agarrados com força e ouvir seu namorado dizendo como aquilo é bom, e como Harry é bom entre um gemido e outro. Harry adora quando Louis atinge o fundo de sua garganta. Ficar de joelhos por ele é tão bom que Harry até esquece como é estar na outra posição.

Louis está lembrando-o nesse momento e, céus, Harry poderia passar o resto dos seus dias com os lábios de Louis ao redor dele daquela forma. 

— Gema baixo para que não escutem você — instrui Louis com a voz rouca e Harry morde os lábios com força, segurando um gemido. Por que diabos aquilo é tão quente? — Você está pronto, babe? — pergunta Louis e Harry assente, incapaz de dizer "sim" verbalmente — então venha.

E, bem, Harry vem.

Ele vira a cabeça e tenta afundá-la na cama, mas não tem o efeito planejado e ele acaba gemendo alto demais. Louis deita-se ao seu lado e, após alguns minutos, pergunta se Harry está bem.

— Yeah — diz ele, não entendendo o motivo da pergunta, é claro que ele está bem —, não esperava ganhar minha recompensa, mas, uau, isso foi demais, Lou — diz ele finalmente abrindo os olhos e encarando os azuis de Louis.

— Mas quem disse que nós já acabamos? — pergunta Louis sorrindo malicioso para Harry, com lábios obscenamente vermelhos e cabelos bagunçados —, nós estamos apenas começando.

Harry ainda não se recuperou do orgasmo, sua família está alguns metros embaixo deles, mas nada disso importa depois de Louis dizer aquilo, seu corpo parece criar vontade própria e no mesmo segundo ele está em cima de Louis, beijando-o e voltando a esfregar seu corpo no dele.

Ele decide dar a Louis um chupão, por um instante Harry fica indeciso do lugar, mas acaba decidindo mordê-lo nos dois lugares que considerou primeiro: em sua clavícula — céus, Harry ama as clavículas de Louis —, depois em seu pescoço, de preferência em um lugar onde sua irmã conseguirá ver e saber que aquilo não estava ali quando eles chegaram.

O primeiro dedo de Louis vem sem aviso quando Harry ainda está no começo do segundo chupão, fazendo-o engasgar com um gemido e sentir uma fisgada em sua virilha.  Quando Louis fasta uma de suas nádegas para colocar mais um dedo, Harry desiste do chupão, concentrando-se apenas em morder seus lábios e evitar gemer muito alto.

O terceiro dedo vem mais rápido e se vai mais rápido também, Louis está tão impaciente quanto Harry, que continua com o rosto na curva do pescoço de Louis, inalando seu perfume e tentando não fazer muito barulho. 

Louis diz alguma coisa a Harry, mas este não consegue entender uma única palavra, mas acaba assentindo de qualquer maneira, confiando no que quer que seja que ele pretende agora. Louis tira seus dedos de Harry e com a outra mão passa os dedos pelos cabelos do mesmo, afagando-os lentamente.

— Eu amo você, Harry — murmura ele, bem próximo ao seu ouvido, suave e baixo, é um pouco aleatório, mas Harry sorri e murmura que o ama também.

Harry espera até Louis estar totalmente dentro dele antes de erguer o corpo e apoiar suas mãos no peito de Louis e, pelo seu olhar surpreso, ele definitivamente não estava esperando por isso.

— Vou manter meus olhos fechados — diz Harry ainda apoiado em Louis e inclinando-se um pouco para frente, deixando um beijo rápido nos lábios de Louis antes de afastar-se e empurrar seu quadril para baixo.

Louis estava tão estático que apenas lembrou-se de colocar as mãos na cintura de Harry depois que o garoto se moveu sozinho em cima dele novamente. Harry tira as mãos de Louis dali e as coloca próximas a sua bunda.

— Deixe-me — murmura ele, de olhos fechados e a cabeça inclinada para cima e para a direita, não querendo que Louis dite a velocidade e a intensidade.

E Louis deixa-o. O começo é lento, do jeito que Harry gosta, rebolando no colo de Louis sem pressa, porque naquele momento não existe nada além dos dois, nem mesmo o tempo ou a família de Harry. 

Os olhos de Harry permanecem fechados, pela sua boca saem pequenos gemidos e o nome de Louis, ele sente seu corpo cada vez mais quente e Harry está com uma ereção novamente. Ele sente o suor em suas costas e as mãos de Louis apertando sua lombar e então... ele encontra.

Harry sorri satisfeito e começa a empurrar seu corpo para baixo com mais força e velocidade, desesperado para sentir Louis atingir sua próstata até que ele goze novamente.

Louis coloca uma mão em sua nuca e a outra em seu ombro, empurrando Harry em direção a ele, para que possa colar seus lábios na orelha de Harry e murmurar coisas sujas para ele, antes de gentilmente soltá-lo e o empurrar de volta para cima.

— Venha, babe — diz ele por fim, masturbando Harry com uma mão e com a outra apertando sua bunda.

Harry só se preocupa que pode ter gemido muito alto depois de gozar por toda a mão de Louis, depois deste gozar dentro dele e depois de ele cair no colchão exausto. A preocupação dura apenas uma fração de segundo, depois que Harry abre os olhos lentamente e encontra Louis de costas para ele, nu e jogando um preservativo usado no lixo.

— Quando que você colocou uma camisinha? — pergunta Harry, sua voz mais lenta que o normal. Louis dá de ombros de deita ao seu lado de novo.

— Depois do seu primeiro orgasmo — responde ele encarando Harry. — Ei, sabe o que eu estava pensando?

Antes que Harry possa responder que não, pois ele não lê mentes, sua mãe bate na porta. Por sorte ela bate na porta do quarto ao lado, mas é o suficiente para Louis entrar em pânico e levantar-se desesperado da cama, enrolando seus pés no lençol e caindo de cara no chão.

E Harry se orgulha em dizer que conseguiu segurar o riso, dizendo a si mesmo que depois que sua mãe for embora, ele poderá rir até fazer xixi nas calças. Pensar que a porta estava fechada e mesmo assim Louis caiu para fechá-la vai alegrá-lo pelo resto de seus dias.

— A porta está trancada — murmura Harry e um segundo depois sua mãe está girando a maçaneta. 

— Harry? — chama ela. — Está aqui, querido? — pergunta, mas Harry nem ao menos respira, se ela não souber que eles estão ali...

— Harry e Louis estão lá no quintal — diz Niall fazendo o coração de Harry falhar uma batida antes de ele conseguir suspirar aliviado.

— Tem certeza, meu bem? Parece que ouvi um barulho de dentro do quarto, parecia algo caindo.

Harry lança a Louis seu olhar de "está vendo o que você fez seu idiota?" e Louis mostra seu dedo do meio.

— Deve ter sido alguma caixa, Harry veio aqui para mostrar alguma coisa a Louis e deve ter deixado a janela aberta depois que eles desceram — diz Niall, a mentira tão óbvia em suas frases, ele melhorou, fato, mas ainda é péssimo, com sorte, a mãe de Harry é lerda e inocente. 

— Deve ser — conclui ela —, vou lá chamá-los, e se Harry pensa que vai embora dessa casa sem arrumar esse quarto, ele está redondamente enganado! — Diz sua mãe um pouco mais alto, como se soubesse que Harry está ali e estivesse se certificando que ele está ouvindo.

Louis lança a ele seu olhar de "se ferrou" e Harry mostra o dedo do meio a ele.

Depois que a mãe de Harry desce todos os degraus, os dois começam a respirar de verdade.

— Acho que machuquei o joelho — murmura Louis e isso é a cereja do bolo. 

Harry ri tanto que sua barriga dói. Ele não consegue segurar a risada quando as pessoas caem. Ver seu namorado cair, pelado, enquanto tenta trancar uma porta — que já estava trancada —, para que sua mãe não os pegue cobertos de gozo é a segunda melhor coisa que já aconteceu na vida de Harry depois de voltar a namorar com Louis.

Louis não pede ajuda a Harry para se levantar, mas faz gestos exagerados durante o processo e manca artificialmente até o banheiro.

— Ande logo, Harry, temos cinco minutos para tomarmos banho e descer antes que sua mãe perceba que nunca estivemos no quintal — diz ele do banheiro, já com o chuveiro ligado.

— Do jeito que minha mãe é, podemos demorar meia hora aqui — diz Harry caminhando em direção ao banheiro.

— Cuidado para não molhar o cabelo — diz Louis quando Harry está prestes a entrar no box e enfiar sua cabeça na água morna. 

Harry pensa e considera as palavras. — Faz sentido — conclui ele.

— É claro que faz — resmunga Louis —, assim como o tamanho...

— Louis, não abuse.

— Ok, certo — diz ele afastando-se do chuveiro e pegando uma toalha. — Precisamos dar um fim na sua roupa de cama. — Louis para em frente ao espelho e começa a ajeitar seu cabelo.

— Não precisa se preocupar, minha mãe não limpa a casa e eu duvido que algum de seus empregados vá dizer algo sobre isso — diz Harry deixando a água cair em suas costas e sorrindo contente. — Pode me passar uma toalha?

— Primeiro: — começa Louis virando-se para Harry, apoiado na pia — eu sujei seu carpete de gozo, Harry, e se isso manchar? Sua mãe vai perguntar o que aconteceu e quem quer que seja que limpou vai dizer "não fui eu, foi o Louis".

Harry revira os olhos.

— Segundo: sua porta não fica trancada? Terceiro: só tem uma toalha.

— Então você vai ficar pelado enquanto eu me seco? — pergunta Harry maliciosamente, deixando as palavras saírem lentamente, como se saboreasse cada uma delas, desligando o chuveiro em seguida, quando vira a cabeça em direção a Louis, sua visão é coberta pela toalha atingindo seu rosto, quando ele a retira, Louis não está mais ali. — Droga.

Assim que Harry termina de enxugar-se, ele deixa o banheiro. Louis já está de camisa e cueca, passando as calças pelo tornozelo. Harry observa com pesar as coxas de Louis serem espremidas nos jeans apertados.

— Não se preocupe com a limpeza — murmura Harry parando na frente dele e deixando um beijinho em sua bochecha antes de pegar suas roupas do chão e começar a vesti-las.

Quando eles deixam o quarto, Niall está esperando por eles em frente seu quarto, com braços cruzados e uma expressão de pouco amigos no rosto.

— Finalmente — murmura ele afastando-se da porta e indo até eles. — Harry, posso falar com você um instante? — pergunta Niall enquanto eles caminham até as escadas, parando em frente a ela.

Harry abre a boca para dizer que, qualquer coisa dita a ele, pode ser dita a Louis também, mas antes que as palavras saiam, Louis já está descendo as escadas. Harry bufa frustrado ao ter seu momento de confiança arruinado. 

— Sim, vá em frente — murmura ele observando a bunda de Louis enquanto ele desce a escada. 

— Com nossos pais aqui, sério? — diz Niall bravo. — Sorte que sua mãe não vê malicias nas coisas — continua ele e Harry desvia o olhar de Louis para encará-lo, suspirando sonhador e pensando nos lábios obscenos de seu namorado.

— Eu juro que tentei resistir. 

— Vai se foder, Harry — diz Niall deixando-o para trás e descendo as escadas sozinhos.

— Ei, o que o Josh disse? — Pergunta Harry e Niall para no meio da escada, dando de ombros.

— Disse que quer conversar pessoalmente, ou seja, não quis terminar comigo por telefone, o que é ótimo, certo? — diz ele tentando sorrir, como se aquilo não fosse nada demais.

— Eu não teria tanta certeza se fosse você — diz Harry quando passa por ele. Niall não responde, apenas fica parado na escada, com o olhar desfocado e sem expressão.

- - -

Durante todo o almoço, Gemma tenta provar que Louis e Harry não estão namorando de verdade, que Harry está pagando Louis por isso ou algo do tipo, antes de sentarem-se, ela se aproxima de Harry e avisa o que irá fazer, tudo que ele faz é rir e desejar boa sorte.

Ele pensa em dizer que, enquanto ela comprava suco de laranja, Harry gozou duas vezes no andar de cima, mas ele resolve deixar esse detalhe de lado, pois, se ela acreditasse — o que é mais improvável —, contaria a mãe deles e qual o propósito de dizer aquilo se ela não vai acreditar?

— Então, Louis — começa ela antes mesmo que alguém na mesa consiga colocar algo na boca —, quando você e Harry se conheceram? — diz virando-se em sua cadeira para encarar o perfil de Louis.

Gemma deu um jeito de sentar-se ao lado de Louis, roubando o lugar de Harry, tudo porque ele esqueceu seu garfo estúpido, deixando-o com o lugar entre seu padrasto e Greg e de frente a Louis.

— No ensino médio — responde Louis olhando para Harry e sorrindo. Ele parece mais confiante agora, menos aterrorizado com a ideia de almoçar com a família de Harry.

— Você é de Doncaster? — pergunta a mãe de Harry da cabeceira da mesa, sorrindo animadamente. Louis assente enquanto toma um gole de seu vinho. — Uma cidade adorável, devo dizer. 

— Vocês deveriam mudar-se de volta para lá — resmunga Harry cortando um pedaço de uma de suas batatas assadas. 

— Não seja rude, Harry, e quanto a Niall? — pergunta sua mãe. — Não podemos simplesmente deixá-lo aqui.

— Eu não ligo — diz Niall, sentado ao lado de Louis, mas ele é ignorado pela próxima pergunta de Gemma.

— E começaram a namorar só na faculdade? Estranho... — diz sorrindo cínica para Harry como se dissesse "há, peguei você". Harry quer pergunta por qual razão aquilo seria "estranho", mas é exatamente o que Gemma quer, irritá-lo, então ele vira sua taça de vinho.

Louis nega com a cabeça e explica que eles têm estado juntos desde aquela época, é claro que Gemma praticamente grita para a cidade inteira que Harry estava solteiro até antes das férias de primavera — antes deles começarem a ter um caso —, Louis sorri e explica que eles estavam "dando um tempo", mas estão juntos e felizes agora.

— Vocês dividem o dormitório? — pergunta Gemma enfiando um pedaço enorme de batata na boca.

— Não, eu divido com outro garoto e Harry não divide o dormitório — explica Louis. Anne ergue uma sobrancelha para ele e Gemma murmura um "é mesmo?". Louis engole em seco. — Nós não ficamos no mesmo dormitório — continua ele nervosamente, Harry sorri maliciosamente —, dormimos bem longe — acrescenta ele rindo de nervoso.

— Louis, eles sabem que a gente transa — diz Harry.

— Harry! — grita Louis em advertência ao mesmo tempo em que Niall está rindo alto, Greg tossindo para tentar disfarçar a risada, Bob engasgando, Gemma derrubando uma batata e Anne tomando um gole de vinho.

— Eu disse a você, querido — murmura Anne ao marido e Harry está desconfiado que eles apostaram isso. — Eles estão na faculdade, afinal de contas, é normal começarem a ter um contato mais físico. — Bob xinga baixinho e Harry conclui que eles definitivamente apostaram aquilo.

Harry até considera acrescentar que ele e Louis tem feito isso desde o ensino médio, mas o olhar de Louis faz ele mudar de ideia e apenas apreciar o caos.

Quando Harry finalmente acaba de comer, depois de todos os outros, sua mãe pede a ele para ir buscar a sobremesa. No instante em que ele se levanta, Louis faz o mesmo, seguindo-o até a cozinha sem dizer uma palavra.

— Muito obrigado por me envergonhar na frente da sua família, Harry — diz Louis bravo e apoiando na geladeira enquanto Harry pega a torta no forno.

— De nada — murmura ele equilibrando a torta e colocando-a em cima da mesa. — Eu precisava causar um pequeno tumulto no almoço — explica Harry.

— Você tem quanto anos mesmo? 

— Dezenove, agora me ajuda a levar os pratos e talheres. Deixe o garfo de Gemma aqui na cozinha, por favor.

Harry não está olhando para Louis, mas escuta-o suspirar alto e sabe que ele está revirando os olhos, enquanto afasta-se da geladeira e vai pega os pratos em cima do balcão, já deixados ali pela mãe de Harry.

— Você já calculou a pena de Liam? — pergunta Louis abruptamente, colocando as mãos nos pratos, mas deixando-os apoiados na mesa. Harry assente.

— Não consegui evitar, calculei as nossas também, caso algo de errado — diz Harry olhando para a torta e pensando neles sendo presos.

— Yeah, eu também — diz Louis. — Não queria ter feito isso, mas estou me sentindo meio paranoico ultimamente.

Harry quer brincar que ele está sempre se sentindo paranoico mas resolve deixar pra lá, nada tem graça em se tratando desse assunto.

Eles ficam um minuto em silêncio, Harry tenta afastar esses pensamentos e focar-se na torta e em sua família. Antes de pegar a sobremesa, beija Louis suavemente nos lábios e deixar a cozinha.

Quando eles chegam a sala de jantar, não há ninguém ali. Harry franze o cenho e deixa a torta em cima da mesa, seguindo as vozes até a porta da entrada. Niall está na frente, tenso, os outros quatro amontoados em cima dele. A porta está aberta e há um policial do lado de fora. 

— O que está acontecendo? — pergunta Harry tentando manter a voz firme, mas ele está aterrorizado. Isso não pode estar acontecendo...

— Acharam as filmagens — diz Niall ainda de costas segurando a maçaneta da porta. 

A mente de Harry começa a gritar "não, não, não" e "isso não pode estar acontecendo" em um terrível looping. Ele e Louis podem não estar nas filmagens, mas seu irmão sim.

— Quais filmagens? — pergunta Gemma confusa.

— Acharam as filmagens e terei que voltar a delegacia, dar outro depoimento — explica Niall.

Localização: Universidade de Sheffield — Refeitório.
Data: terça-feira, 28 de maio.
Dias Restantes: 1.

Nicholas está deixando o refeitório quando avista Martin, encostado em uma árvore alguns passos da entrada. Ele não está usando uniforme, apenas jeans e camiseta, misturando-se aos estudantes. 

Nicholas franze o cenho, Martin não avisou que vinha e, como está sem uniforme, é algo fora do caso de seu irmão. Nicholas questiona-se se pode ser algo relacionado a adoção ilegal de Jaxson.

— Hey — murmura Nicholas quando está perto de Martin, tentando não demonstrar sua apreensão e nervosismo.

— Oi — responde o policial sorrindo, seus cabelos ruivos estão um pouco bagunçados pelo vento e Nicholas acha aquilo adorável e o faz se questionar quantos anos Martin tem, ele parece mais jovem em roupas comuns.

— O que te traz aqui? — pergunta Nicholas sorrindo involuntariamente. Martin coloca as mãos no bolso e desvia o olhar.

— Nada em especial — responde ele, ainda olhando para sua esquerda, evitando encarar Nicholas. — Encontramos uma evidência hoje, Payne está realmente fodido. 

Nicholas quer perguntar o que é, mas Martin não poderá dizer a ele de qualquer maneira, então ele não diz nada, apenas assente, pensando que quando o julgamento de Liam chegar ele saberá.

Descobrir quem matou seu irmão deveria trazer algum conforto, mas mesmo assim Nicholas continua tendo dificuldade para dormir. Zayn ainda não voltou e ele está preocupado. 

Nicholas não acredita que Zayn estaria envolvido em algo assim e, como ele não se comunicou nem mesmo com Niall, Nicholas suspeita que ele foi sequestrado. Ele pensa em dizer aquilo a Martin, mas a polícia já está atrás dos dois, além do mais, uma parte dele está dizendo para não confiar cegamente em Zayn.

Mesmo sendo o mais próximo de melhor amigo que ele tem, Zayn também está saindo com o assassino de seu irmão.

Ele ergue o olhar da grama sob seus pés para encontrar Martin olhando para ele. Há um meio sorriso em seus lábios, ele parece envergonhado. O que ele foi fazer ali de fato?

— Nicholas, eu queria saber se... — Martin não consegue terminar a pergunta. Nicholas o beija antes.

Nicholas não sabe o que está fazendo, ele nunca havia beijado uma pessoa daquela maneira, ainda mais em público, mas haviam tantos pensamentos cruzando sua mente naquele momento que ele simplesmente... foi. 

É apenas um encostar de lábios, mas é o suficiente para os pensamentos de Nicholas focarem em apenas em Martin. Quando o beijo se aprofunda, a mente dele fica em branco.

Eventualmente eles se separam, com as roupas um pouco mais amassadas, lábios mais vermelhos, respirações ofegantes e cabelos ligeiramente mais bagunçados. 

Nicholas lembra-se do que Zayn disse a ele na noite da festa, poucas horas antes de seu irmão morrer, poucos minutos antes dele descobrir ter um irmão gêmeo. Ele lembra-se de sua resposta e segura um sorriso ao pensar que conheceu Martin naquela noite.

— O que você estava dizendo? — Pergunta Nicholas, tentando colocar os pensamentos em ordem e afastar as memórias daquela noite, lembrando-se que Martin estava prestes a dizer alguma coisa quando foi interrompido. 

— Eu estava convidando você para sair.

Localização: Inglaterra.
Data: quarta-feira, 29 de maio.
Dias Restantes: 0.

Zayn está convencido de que hoje é o dia. Faz pouco tempo que ele está saindo com Liam, mas ele está pronto. Os dois estão em algum lugar da Inglaterra, viajando de carro e dormindo em hotéis de beira de estrada. Não são como nos filmes americanos, são aconchegantes e arrumados, geralmente os hóspedes são idosos. 

É quarta-feira e Zayn está perdendo aula, mas, como Liam o convenceu, é semana de revisão, e Zayn não precisa disso necessariamente, além do mais, eles vão para Bristol à noite, skins foi gravado lá, não tinha como Zayn dizer não. Quem ele está querendo enganar? Liam o convenceria a ir a qualquer cidade desde que continuasse beijando-o daquele jeito.

Faz dois dias que eles estão em um hotel no meio da estrada, Zayn não faz ideia de onde estão, mas é um lugar agradável. Têm famílias por toda a parte e uma piscina aquecida, além de outras áreas de lazer que Zayn ainda nem viu.

É como se ele estivesse de férias, o clima está quente, falta menos de um mês para o verão e, se Zayn soubesse nadar, ele estaria fazendo isso agora mesmo. De qualquer maneira ele está contente em estar com Liam e comer uma quantidade absurda de comida no café da manhã. Pelo amor de Deus, eles têm até bacon.

No momento ele está jogado na cama, com o ar-condicionado ligado, olhando para o teto e esperando Liam voltar. Eles acabaram de almoçar e Liam foi atrás de alguns sorvetes, já que ele quebrou o interfone que havia ali deixando-os sem serviço de quarto.

À noite eles vão sair para jantar. Será o primeiro encontro deles. Na verdade, é o segundo, mas Zayn desconsidera o primeiro, pois eles saíram como amigos. Ok, as coisas tomaram um rumo diferente e eles se beijaram, mas não é como se Liam tivesse pensado que aquela era a intenção de Zayn.

Ele tenta afastar os pensamentos, já começando a ficar confuso, além do mais, ele quer um primeiro encontro perfeito. Agora que eles estão livres, Zayn quer aproveitar melhor a vida, deixar os fantasmas de seus pais e irmãs um pouco de lado. Assim como o fantasma de Jaxson.

Zayn pensa em Niall e Nicholas. Liam assegurou que falou com eles, mas Zayn realmente quer conversar com eles, a falta do celular já está começando a afetá-lo mais do que o esperado, mesmo ele não ligando muito para isso. O único livro que trouxe consigo, já havia terminado de ler dois dias atrás. Mesmo odiando, com o celular, Zayn poderia procurar alguma coisa e ler por ele mesmo.

Dez minutos depois de Liam sair, os quais parecem ter levado o dobro de tempo para passar, alguém bate em sua porta. Só pode ser Liam, e, se ele não abriu a porta, quer dizer que perdeu seu cartão, pois Zayn tem certeza que ele levou. De qualquer maneira ele se levanta.

No entanto, quando ele abre a porta, não é Liam. É um policial.

Localização: Inglaterra.
Data: quarta-feira, 29 de maio.
Dias Restantes: 0.

Martin observa Liam Payne em frente a uma máquina de doces e aperta os dedos com força ao redor da arma. Honestamente, ele não esperava ser a pessoa que prenderia Payne, mas quando eles receberam uma denúncia de um dos hóspedes, Coates e alguns policiais de Sheffield dirigiram a manhã toda até ali, antes que os federais pegassem Payne.

Ele queria ter ido sozinho, seria mais rápido, mas, é claro, Martin não foi autorizado. De qualquer maneira, ali estava ele, alguns metros de Liam Payne, assassino do irmão de Nicholas.

Martin corou ao pensar em Nicholas e sentiu-se bem idiota por isso. Ele é adulto e está prestes a prender alguém, não é o momento para pensar no beijo e no encontro deles. Ele então respira fundo e pega as algemas com sua mão livre, caminhando até Payne, o qual se encontra distraidamente olhando para a máquina.

A arma é colocada nas costelas de Liam, fazendo-o dar um pulo assustado, no mesmo instante em que Martin diz:

— Liam Payne, o senhor está preso pelo assassinato de Jaxson Verona.

- - -

oizinho, meus amores, primeiramenteDESCULPA EU JURAVA Q FAZIA POUCO TEMPO Q EU N ATT, fiquei correndo com o bônus de The Seven Secrets (vão ler rsrsrs)
e n deu tempo de acabar esse a tempo do meu aniversário (4/8), pq eu ia postar os dois, de qualquer maneira, a primeira versão nem smut tinha pq eu tava louca pra postar, mas foi melhor assim, aqui estamos com um puta capítulo q demorou 2,73 dias pra ser feito (n contando o tempo q o arquivo ficou aberto, apenas o tempo de edição) e falando nisso, um obrigada muito especial pra Cherrynobyl , que além de cobrar muito, betou o capítulo ❤️

a última cena foi um presente pra quem queria ver o tombo do liam rsrsrsrs

um beijao pra xará, adri, clara, thai, tamis e pra marley q é evangélica e ta lendo isso aqui por engano, e um beijao pra todo mundo q esperou e n desistiu, eu ate mereço uns votos ne rsrsrs

xoxo, a autora q promete n demorar tanto assim pra postar o próximo

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