Fiquei tanto tempo esperando notícias de Peter, que acabei adormecendo em uma das cadeiras que ficavam ao lado da sala onde ele estava.
Mas logo despertei quando ouvi a voz do Sr.Stark me chamando.
— Hm... O que...? — Disse sonolenta.
Foi nesse instante que eu percebi que minha cabeça estava no ombro de Tony.
— M-me desculpe, Sr.Stark. — Digo um tanto envergonhada.
Tony me olhou com um pequeno sorriso, mas logo voltou sua atenção para o celular, que, só agora eu tinha percebido que estava ligado em uma chamada de vídeo.
— Esse é o Happy. — Disse Tony o olhando.
— Oi, Happy. — Sorri.
— Oi, Gwen. Como está?
— Bem, eu acho.
— Happy vai cuidar de você a partir de agora — Tony olhou brevemente para mim — Só não encha ele de relatórios diários como o pirralho fazia.
— Relatórios diários?
Tony desligou a chamada de vídeo e foi até sua pasta de áudios, colocando para tocar uma gravação feita por Peter.
— “Eu impedi o roubo de uma bicicleta, mas como não achei o dono eu deixei um bilhete. Eu também ajudei uma velhinha dominicana perdida e como fui bonzinho, ganhei um churros por isso".
Quanto mais eu ouvia a gravação, mais eu sentia meu coração apertado e meus olhos se encherem de lágrimas. Enquanto eu patrulhava a cidade, eu ouvia os relatórios diários de Peter, mas sempre estava ocupada para ouvi-los.
— “Sabe, Sr.Stark, eu acho que poderia estar fazendo algo a mais. Quando vai ser nossa próxima missão? Se precisar de mim é só me ligar. É o Peter... Parker".
No mesmo instante em que o áudio terminou, acabei soltei um soluço por este segurando o meu choro. Sr.Stark também me mostrou o vídeo que Peter gravou quando foi lutar com ele e com o Capitão América.
Vê-lo feliz por ter conhecido seus heróis só fez piorar ainda mais a minha aflição.
— Ei, não chore — Disse Tony desligando o celular — Pensei que se visse algo do pirralho, iria te deixar mais calma.
— Meu Deus, eu só quero ver o Peter! — Digo em um tom alto colocando minhas mãos em meu rosto.
Senti a mão de Stark pousar em minhas costas e dar uns tapinhas logo em seguida. Esse era o jeito do Stark consolar alguém que não era muito próximo.
Depois de ter me acalmado e ter comido menos da metade de um hambúrguer que Pepper trouxe para mim — a pedido de Tony — fui informada de que Dr.Connors queria me ver.
Deixei a cafeteria rapidamente e fui em direção a sala de Peter, onde vi Dr.Connors, Fury, Stark e Pepper na porta já me esperando. Me aproximei deles cautelosamente, pois suas expressões não eram das melhores.
— Oi... — Digo em um tom baixo de voz.
— Olá, Gwen — Disse Dr.Connors — Agora podemos começar. Bom, a boa notícia é que Peter vai sobreviver.
Senti um alívio em saber disso, é verdade, mas outra parte de mim estava me dizendo que não viria coisa boa.
— E a má notícia? — Perguntou Pepper.
— Peter está em um coma, do qual não se sabe quando vai acordar. A pancada forte na cabeça o levou a um traumatismo craniano. Quando ele acordar, terá uma parte da memória esquecida, que, aos poucos irão retornar.
Senti o chão sumir sob meus pés. É como se eu não pudesse mais respirar, tudo a minha volta começou a ficar confuso e as palavras de Connors não paravam de se repetir na minha cabeça.
— Gwen? — Ouvi Stark me chamar.
— É minha culpa...
— O que? Claro que não!
— É minha culpa, sim!
— Presta atenção, você não é a culpada de Peter estar assim. Você tentou salvar ele, lembra?
Desolada, saí correndo o mais rápido que pude sem me importar com os olhares confusos e preocupados de Tony e Dr.Connors, e os gritos de Pepper.
Corri, saltei e atirei teias por toda a cidade até chegar em um prédio alto, onde fiquei em pé logo na beirada olhando para a cidade abaixo de mim.
Eu não conseguia pensar em mais nada que não fosse em Peter inconsciente em meus braços e o fato de que poderei ficar sem ele por muito tempo.
— Gwen? — Ouvi uma voz familiar logo atrás de mim.