Lauren Pov
Estava cozinhando enquanto Camila se ajeitava no andar de cima. A campainha tocou e eu corri para abrir a porta.
-Boa tarde, posso ajudar?. -Perguntei com um sorriso simpático vendo um casal na porta.
-Boa tarde, gostaríamos de falar com a Camila
-O homem disse segurando a cintura da mulher.
-Bom, ela está se arrumando, quem são vocês?. -Perguntei olhando para eles.
-Mamá, papá. -Ouvi Camila gritar e quando olhei para trás só foi o tempo dela correr e abraça-lós.
Fiquei ali na porta, parada, tentando entender quem eram aqueles.
-Oh meu Deus, por que não me avisaram que estavam em Seattle?. -Disse se separando.
-Queríamos fazer uma surpresa. -Disse a mulher sorrindo.
-Uma ótima surpresa. -Ela disse sorrindo, tossi forçado. -Oh, quase me esqueci, mamãe e papai. -Franzi o cenho. -Essa é Lauren, minha namorada. -Seus pais me olharam da cabeça aos pés.
-Onde está Normani?. -Seu pai perguntou olhando para Camila que suspirou.
-Entrem, conversamos aqui dentro. -Falei dando passagem. -Chegaram na hora do almoço. -Sorri e eles sorriram sem graça.
Eles sentaram à mesa e Camila conversava animada com eles, em espanhol. Me apoiei na pia e me virei para olhá-los.
-Me gustaría apreciar si pudieras hablar mi idioma. -Eles me olharam estáticos, principalmente Camila. -O que?Eu também falo em espanhol.
-Desculpe. -Camila disse. -É...É melhor a gente comer. -Sorriu sem graça.
Sentei ao lado de Camila e fiquei encarando o meu prato, mexendo na salada.
-Então Camila, você não me respondeu, onde está Normani?. -Respirei fundo.
-Normani e eu não estamos mais juntas papai, já tem um tempo. -Ela apertou minha coxa com sua mão esquerda.
-E por que se separaram?. -Sua mãe perguntou.
-Vocês sabem que nunca demos certo na verdade. -Suspirei e me levantei da mesa. -Lauren. -Camila me chamou.
-Acho melhor eu ficar no quarto, converse com seus pais. -Apertei seu ombro e sorri para eles. -Espero que tenham gostado do almoço. -Sorri mais uma vez e deixei a cozinha.
Droga de perguntas idiotas, até parece que essas perguntas não me afetam, droga.
Camila Pov
-Vocês sempre estragam tudo droga. -Disse cruzando os braços.
-Nós só queremos entender Karla. -Olhei para ela.
-Já disse para não me chamar assim. -Falei entre dentes.
-Esse é o seu nome. -Virei o rosto.
-Meu nome é Camila. -Trinquei o maxilar.
-Camila por favor, explique o que está acontecendo. -Papai pediu.
-Eu e Normani andamos brigando muito, eu pedi o divórcio e quer saber o que ela fez?Ela não aceitou e contratou um retardado para me sequestrar.
-Para com isso Camila. -Mamãe disse.
-Ele me estuprou mãe. -Papai se levantou da mesa. -Agora eu estou grávida.
-Chega, eu não admito que você minta dessa forma sobre uma garota tão maravilhosa como a Srta.Kordei. -Papai disse irritado e eu me levantei.
-Eu não estou mentindo, Lauren me encontrou na porra daquele porão que passei míseras semanas sofrendo na mão daquele retardado. -Mamãe enxugou as lágrimas. -Eu estou falando a verdade papai, eu estou grávida.
-Eu não vou ficar aqui. -Disse puxando mamãe pelo braço.
-Normani está presa. -Eu disse por fim e ele me olhou. -Ela confessou tudo e está presa. -Papai negou.
-Tchau Camila, conversamos outra hora. -Puxou mamãe e eu fui atrás.
-Por que estão fugindo do assunto?. -Gritei quando eles estavam na sala.
-Não estamos fugindo de assunto algum Camila. -Papai disse.
-Mamãe por favor, fale alguma coisa. -Pedi vendo ela olhar pro chão.
-Não tenho nada pra falar Camila. -Neguei.
-Vocês estão fugindo porque sabem que me forçaram a casar com ela, estão fugindo porque sabem que sempre fui infeliz com ela, que tudo que ela sentia por mim não passou de um desejo sexual, e de vocês interesse financeiro. -Papai se aproximou ficando perto de mim.
-Você não sabe do que está falando Camila, cale a boca. -Segurou meu braço com força.
-O que vai fazer?Me bater de novo como da última vez?Eu estou grávida papai, se você me agredir, dessa vez eu não vou ficar calada. -Ouvi o soluço de mamãe.
-Vamos Alejandro, não precisamos disso. -Disse puxando meu pai.
-Eu vou voltar Karla, não acabamos essa conversa. -Disse apertando o meu braço com mais força.
-Essa conversa acabou sim, e se vocês voltarem aqui eu irei pedir ordem de restrição para os dois. -Ouvi a voz de Lauren e quando olhei ela estava na ponta da escada nos olhando. -Saíam da minha casa, agora. -Disse indo até a porta e abrindo-à.
-Quem você pensa que é garota?. -Papai perguntou irritado.
-Lauren Jauregui ao seu dispor senhor, agente 009, e se você não sair eu serei obrigada a usar forças que eu não quero. -Trincou o maxilar.
Papai me olhou e eu virei o rosto tocando no meu braço esquerdo, estava doendo.
-Vamos. -Lauren gritou apontando para fora.
Eles me olharam uma última vez e saíram, Lauren fechou a porta com força e veio até mim.
-Ele te machucou?. -Perguntou preocupada, assenti. -Isso vai ficar roxo, seu pai é um grosso. -Falou irritada.
-Eu já estou acostumada. -Ela negou.
-Vamos subir, vou passar um remédio no seu braço pra não ficar roxo, já está vermelho o bastante. -Negou e me puxou para o quarto.
-Está doendo. -Choraminguei por ela estar puxando o mesmo braço.
-Oh céus, me desculpe. -Parou e segurou meu rosto. -Desculpe. -Assenti com um sorriso por ela estar tão preocupada.
Entramos no quarto e eu sentei na cama esperando ela voltar do banheiro.
-Acho que isso vai servir. -Disse com um potinho na mão e na outra algodão.
-O que é isso?. -Perguntei apontando para o potinho.
-É um remédio que eu usava quando estava no campo. -Assenti olhando ela agachada entre minhas pernas. -Você participou do acampamento de preparamento certo?.
-Não, nem sei do que se trata. -Ela me olhou.
-De que área do FBI você era?. -Ergui as sobrancelhas.
-Eu era do setor de informações, não tenho nada haver com as buscas. -Ela assentiu.
-O acampamento de preparamento é mais para quem é da guarda, como eu, então eu sempre acabava machucada no final dos testes, e usava isso. -Molhou o algodão.
-Dinah estava com você?. -Ela parou e me olhou.
-Estávamos juntas, porém ela não participava da guarda nesse período, ela fez dois meses depois que eu passei. -Assenti e suguei o ar quando ela passou no local vermelho.
-Você passava isso no ferimento?. -Assentiu. -Céus, isso arde em apenas estar vermelho, não quero imaginar no ferimento. -Ela riu.
-Acredite, eu chegava a desmaiar de dor quando passavam esse remédio em mim. -Sorri. -Mas valeu à pena. -Se inclinou e beijou o local. -Dizem que beijos curam. -Sorri.
-Estou com o lábio machucado também. -Falei divertida e ela riu fechando o potinho.
-Deixa eu dar um beijinho pra sarar então. -Apoiou as mãos em meus joelhos e se inclinou chupando meu lábio inferior e dando uma mordida no final. -Melhor?. -Sorriu.
-Melhor. -Soltei um riso divertido e meu telefone tocou. -Espera. -Levantei e caminhei até a cômoda pegando-o. -Alô?. -Falei ao atender.
-Por favor Camila, me ajuda. -Era a voz de Ariana, olhei pra Lauren e respirei fundo.