Perfeitamente Quebrados

By LucasBrasilS03

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[Vencedor do Wattys 2017] Capa by @anniectorres Uma infância traumatizante, uma adolescência a ser esquecid... More

Prólogo
Professor Pedro
Bruna
Quando o amor acaba
O grande dia
O início do meu fim
Eu e ele
Estou aqui
Problemas
Que horas são?
Família Garcez
*PERSONAGENS*
Reunião de pais
Segredo
Amigos
Olá Anônimo
Café da manhã
Convite
AVISO
Vende-se
O Baile - Parte I
O Baile - Parte II
AGRADECIMENTOS
Um Presente de Natal
NÃO É CAPÍTULO
Booktrailer! *Leia*
Casa de praia
*AVISO* Grupo Whats
*MAIS AVISOS*
Desespero
Acorde!
*ENTREVISTA*
Até mais
OBRIGADO
Lar doce lar
Sentiu minha falta?
Wattys 2017
Um Novo Tempo
A gente se vê
Eu voltei
Batman e Alfred
"Relembrar é Sofrer"
À Luta!
LEIA
Irmãos
Teo

Jantar

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By LucasBrasilS03

—Sam, a campainha! — gritei e em questão de segundos vi o mesmo correr até a porta.

—Naomi! Entra! — eu os ouvia de longe.

Naomi entrava, desacompanhada.

—Minhas irmãs não puderam vir, mas agradeceram pelo convite. — disse.

—Ah, que isso. Sem problemas! — disse fazendo um gesto de "deixa pra lá" com a mão.

—Amor! — chamei Larissa baixinho. —Naomi está aqui.

—Sozinha? — perguntou.

—Pelo visto, sim.

—Ah, uma pena. — respondeu.

—Ou talvez... não para Sam. — sorri.

—Será!? — disse pensativa. —Não acho que Naomi... Bem. Veremos.

Sam e Naomi vinham agora em nossa direção.

—Naomi! — Larissa falou abrindo os braços em sua direção. —Que bom que veio!

—Digo o mesmo. — falei.

Naomi sorria timidamente. Usava um vestido preto e seus cabelos como sempre, soltos.

—É um prazer gente. — ela sorriu.

Fomos em direção à mesa da sala de jantar. Sam e Naomi se sentaram enquanto eu e Larissa terminávamos de pôr a mesa.

Quando estávamos colocando os último pratos, lembrei de algo.

—Larissa. — chamei-a.

—Sim?

—Cadê o Leo? — perguntei.

—Boa pergunta. — disse agora mais séria. —Ele tinha ido se arrumar. Por que não vai lá procurar ele?

—Vou mesmo. — e assim fui em busca de Leo.

Bati na porta de seu quarto e depois de não ter uma resposta resolvi abri-la. Vazio.

Olhei os outros quartos, o banheiro...nada.

Quando por fim resolvi ir até a área de trás, na piscina.

A noite estava incrivelmente iluminada, a Luz da lua invadia cada canto da cada quase tornando desnecessário o uso de lâmpadas àquela hora.

—Não me diga que você veio aqui tomar um banho de piscina? — me surpreendi com a voz de Leo próxima de mim. Não tinha notado sua presença.

Ele estava sentado em uma dessas cadeiras próximas a piscina , bebendo algo no canudo e camuflado na escuridão.

—Que susto cara. — falei me juntando a cadeira próximo a em que ele estava sentado. Ele sorriu e continuou a tomar sua bebida. —O que faz aqui? — perguntei.

—Acho que é óbvio, não? — disse.

—Sinceramente, não. — respondi e ele suspirou permanecendo em silêncio. Quando percebi que ele não ia falar, eu mesmo o quebrei.
—Cara, se ainda é por causa do que aconteceu hoje você sab...

—Pedro. — me interrompeu. —O que te torna um professor diferente? — perguntou, sem me encarar diretamente.

—Ham? — indaguei.

—Ah, você sabe. O que você acha que faz os alunos te amarem tanto? — explicou. E eu não tinha uma resposta para isso.

—Deixa pra lá. É claro que eu sei. E você também sabe, mas não vai admitir. — agora ele me olhava. —Eu sinceramente, estou bem. Melhor do que eu imaginava, aliás. Só pra você saber. Achei que eu ia me culpar por mais um tempo, mas... Você me ajudou. — ele dizia.
—Você parece ter esse hábito incontrolável de salvar as pessoas ao seu redor, mesmo sem perceber e mesmo sendo a pessoa que mais precisa ser salva. — eu não entendia mais do que se tratava aquilo.

—Leo, eu... — tentei falar algo mas logo ele me interrompeu de novo.

—Hoje Sam quase morreu... e você o salvou. Hoje eu quase me perdi... e você me ajudou a me encontrar. Mas e você Pedro? — Leo me olhava como que tentando invadir meus pensamentos e descobrir os segredos obscuros de minha alma. —Onde você está? Quem vai te salvar? — ele me perguntava e a cada pergunta eu sentia um soco em meu estômago. Que conversa era essa e por quê agora tão de repente?

Leo enxugava algumas lágrimas. Não havia percebido que ele estava chorando.

—Você entrou em um lugar fundo demais. Sombrio demais... E por mais que você negue e acredite que está tudo bem, não está. Não ainda. Falta algo Pedro. Acho que de alguma forma, que não sei explicar, você ainda não encontrou o amor que te fará se sentir vivo. Infelizmente... Nem mesmo o nosso amor. — ele olhava para dentro na direção dos outros. —Mas eu entendo. Eu só espero que você o encontre e que quando isso acontecer... você deixe ele te salvar.

Eu olhava para Leo, completamente perdido e sem entender o que acabara de ouvir. Lágrimas rolavam em meu rosto a essa altura.

—Talvez vocês se encontrem... E se desencontrem... — ele sorriu. —Como no episódio de hoje. Afinal, a vida é cheia dessas... mas o que importa é que, no fim... ele vai te salvar. — Leo virou o copo em suas mãos sorrindo como se tivéssemos acabado de ter uma conversa normal. Levantou e me abraçou.

—Agora vem, que temos muita comida pra comer e no meu pobre caso... Muita vela pra segurar. — nós rimos e voltamos para dentro. Ainda estava sem entender o que tinha acabado de acontecer, mas senti que foi algo bom. Embora agora risse de nervoso.

—Olha quem resolveu aparecer! — irritou Sam. —Finalmente cara! Precisou de ajuda pra sair do vaso foi?

Leo apenas deu um tapa na cabeça de Sam ao passar pela mesa.

—Ai! — reclamou. —Você sabe que não vale usar a mão!

—Na verdade, não vale usar nenhum membro do corpo dele né, porque qualquer que seja tu tá em desvantagem. — Larissa falou e todos nós sorrimos. Inclusive Naomi que parecia, espero eu, estar gostando da nossa companhia.

—Entãaaao né... Bora arrochar na comida, que eu tô com fome! — disse Sam e assim todos nós começamos a jantar.

Devo admitir que a comida feita por Sam... Estava melhor que a de Larissa, para minha surpresa, mas claro que eu não falei nada.

Olhei para Leo ao provar o Strogonoff de carne feito por Sam e pelo seu olhar entendi que o sentimento era o mesmo.

Pobre eu.

Bem aventurada Naomi.

Sorri com as ideias idiotas que se passavam em minha mente.

—Então Naomi, essa casa é do seu pai? — perguntei.

—Sim, nós moramos aqui por um bom tempo quando eu e minhas irmãs ainda éramos crianças. — ela sorriu olhando em volta para o lugar. —Me traz boas memórias.

—Puxa, deve ter sido incrível morar num lugar como esse. — disse Sam.

—E foi. — Naomi respondeu com um olhar que expressava pura saudades.

—Seu pai parece ser um homem importante aqui na cidade. —Leo falou.

—É, pode-se dizer assim. — Naomi sorriu meio constrangida com a observação.

—E o que você faz Naomi? — perguntou Larissa.

—Nada ainda, mas... Pretendo entrar em uma faculdade de Artes nesse início de ano.

—Uau, sério? Que massa! — Sam exclamou surpreso.

—Muito sério. — sorriu. —Mas e vocês? Me falem um pouco das suas vidas.

—A Larissa é advogada em uma firma, eu e Leo somos professores de português e o Sam é perito da PF. — contei.

—Nossa, um grupo de amigos interessante né?

—Pode crer. — falou Leo.

—E vocês... Pedro e Larissa... Er... São noivos? Ou casados? Ou... Ai, me desculpa, me enrolei toda já. — ela sorriu e nós também não conseguimos disfarçar o embaraço.

—Relaxa Naomi! — falou Larissa. —A gente é bem... —Larissa olhou em minha direção.

—Namorados, melhores amigos, irmãos... Um pouco de tudo. — sorri pegando em sua mão.

—Ahh, eu sabia. Vocês são perfeitos juntos! — ela disse.

—É... — disse Larissa me olhando com brilho nos olhos.

—E você Naomi? — aproveitei a deixa de Larissa pra entrar num assunto de interesse de Sam. —Tem alguém?

Ela nos olhou confusa e meio envergonhada.

—Bem... Nã... não. É complicado. Eu tive alguém, mas... Não deu certo. Eu era jovem.

—Super entendo. — falei. —Não precisa esquentar, que atire a primeira pedra quem aqui nunca errou ou teve uma vida normal. — todos sorriram.

—Mas sério... Você se assustaria com as nossas histórias bizarras. Chega a ser triste demais pra ser verdade. — brincou Sam numa tentativa de deixá-la mais à vontade.

—Eu adoraria ouvir todas um dia. Se eu puder claro. — ela sorriu.

—Vixi. Pra isso vai ser preciso bem mais que um jantar... Aliás, vários. — falou Leo.

—Então vamos marcar vários! — disse Sam.

—Quem dera... Vocês são ótimos gente. — disse Naomi. —Nunca me envolvi pessoalmente com nenhuma das pessoas que alugaram essa casa, mas vocês... Uma pena que vão embora logo. — disse frustrada. E logo Sam e todos nós ficamos para baixo também.

—Vamos vir mais vezes, pode apostar! — falou Sam super convicto.

—Eu espero mesmo! — ela sorriu o olhando.

Continuamos a jogar conversa fora e degustar da comida até que Naomi recebeu uma ligação. Ela levantou e foi para fora atender.

—Gostei dela. — falou Larissa.

—Eu também. — disse Leo.

—Eu também... — falou Sam observando-a de longe no telefone.

Apenas sorri com a declaração indireta de Sam. Declaração que ele nem mesmo percebeu.

Cinco minutos depois Naomi volta meio séria.

—Gente, desculpa mesmo não poder ficar mais tempo, mas eu tenho que ir. — ela disse preocupada pegando sua bolsa.

—Mas já!? — indagou Sam, claramente decepcionado.

—Sim, desculpa mesmo gente...

—Aconteceu alguma coisa? — perguntei.

—Não​ não gente, só preciso ir logo, esqueci que eu tinha um compromisso essa noite.

—Bom, então deixa pelo menos eu te levar até a porta... — disse Sam levantando.

—Sim, claro... — Naomi respondeu agradecendo seu gesto. —Mais uma vez... Desculpa gente. Obrigado pela noite, pelo jantar, tudo.

Larissa a abraçou e nós também nos despedimos.

Sam a acompanhou até a porta e nós três fomos recolher a louça.

O jantar havia sido ótimo e podemos conhecer um pouco mais Naomi. Que se mostrou... Bem... Uma garota extremamente doce, tímida e misteriosa, como qualquer um de nós.

Sam ficara meio desapontado com a saída repentina de Naomi mas o fiz entender que com certeza ela deve ter tido uma boa razão.

Depois do jantar nós decidimos assistir a um filme juntos. Fizemos pipoca e devoramos potes de sorvete.

Teríamos apenas mais um dia de descanso nesse paraíso e eu o aproveitaria bem... Sabia exatamente para onde iria depois dessa viagem e isso me animava.

Ainda pensava nele... E também na conversa estranha que tivera com Leo. Porém, o mesmo não tocou no assunto, pelo contrário, agiu como se nunca tivesse acontecido nada.

Resolvi ignorar.

Ah, e sei que parece até estúpido falar, mas naquela noite, nós dormimos acocados no carpete da sala, com a TV ligada e baldes de pipoca largados pelo chão.

Como sempre, quatro crianças em corpos de velhos.

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Maiss uma vezz, desculpa a demoraaaa gente. Nunca atrasei tantooo, perdão. Enfim, retomei o rumo da história, a inspiração desceu e novas surpresas vem por aí...
Um abraço do Brasil, e não esqueçam de deixar sua estrelinha e comentar o que acharam do cap!
S2














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