Depois de longos segundos observar Tony mexer em meu uniforme, senti que deveria dizer alguma coisa, para quebrar o silêncio que havia entre nós.
— Sr.Stark?
— Hm...?
— Por que a inteligência artificial que está no meu traje não tem um nome?
— Porque ela não deveria nem estar ligada — Ele me lança um olhar sérioo — Mas pode escolher um nome.
— Eu não sei o que colocar.
Sr.Stark, como se chama a sua?
— Sexta-feira. O antigo se chamava J.A.R.V.I.S.
Eu sabia do que tinha acontecido com o antigo. Acho que Tony sente falta de seu amiguinho.
— Sr.Stark, se você permitir... Eu gostaria de chamar o meu de J.A.R.V.I.S.
Tony me olhou surpreso.
— É só uma pequena homenagem. Eu soube o que aconteceu com sua inteligência artificial antiga. Mas se você não quiser...
— Pode chamá-lo assim. — Diz ele com um sorriso.
— Sério?
— Claro. Agora me deixe trabalhar.
Sorri, animada.
— E só pra constar, o do pirralho se chama Karen.
Caí na risada quando Stark disse isso. Fiquei imaginando a cena em que Peter chamou a inteligência artificial de Karen. Deve ter sido hilário.
Percebi que Tony iria demorar um pouco, então abaixei minha cabeça de encontro a mesa e tentei tirar um cochilo.
Acordei assustada com um barulhinho de algo caindo no chão, seguido de um gemido de dor. Tony tinha deixado uma peça do braço de sua armadura cair, mas nem se preocupou em pegar de volta.
— Você ficou aqui a noite toda?
Tony não respondeu. Vi as várias latinhas de energéticos espalhados pelo chão e um punhado delas na lixeira.
Ele tem que descansar um pouco, pensei preocupada.
Fui até a cozinha onde, por sorte, encontrei com Pepper preparando algo para comer. Assim que notou minha presença, Pepper me dirigiu um sorriso doce.
— Bom dia, Gwen!
— Bom dia.
— Quer panquecas? Fiz agora.
— Não, obrigada — Sorri levemente — É normal o Sr.Stark ficar tanto tempo sem dormir?
— É. Ele adora ficar mexendo com esse tipo de coisa. Por quê?
— Por nada. Eu queria levar algo para ele comer, mas não sei se levo o café da manhã ou um copo de leite quente para ele dormir um pouco.
Pepper me olhou pensativa.
— E se você levasse o café da manhã e o copo de leite quente? Assim ele não dorme de barriga vazia.
— Boa ideia!
— Vou preparar o leite.
Enquanto Pepper estava com o leite no microondas, aproveitei para mordiscar uma panqueca. Quando ficou pronto, coloquei tudo em uma bandeja e voltei para a oficina dele onde o encontrei do mesmo jeito que o deixei.
Depositei o prato com panquecas em sua frente e sorri quando ele olhou o prato surpreso.
— Bom dia, Sr.Stark.
— O que é isso?
— Seu café da manhã.
Sentei-me na cadeira ao seu lado, acompanhada do olhar confuso dele.
— Você ficou aqui a noite toda trabalhando. Fiquei preocupada.
— Parece a Pepper falando.
— Saiba que foi ela quem fez essas panquecas.
Tony voltou a olhá-las, mas dessa vez com um brilho estranho em seus olhos. Sorri quando ele começou a comê-las. Ele devia estar com muita fome.
Quando Tony terminou de comer, tirei o prato de sua frente dando lugar ao copo de leite.
— Que isso? Agora eu tenho uma babá?
— Só beba o leite, Stark, está bem? — Dei alguns tapinhas em seu ombro, vendo-o revirar os olhos com um sorriso.