Medida Certa | camren [Conclu...

By jennie_xp

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Camila tem seu coração completamente protegido atrás de um parede de puro concreto e aqueles que tentarem se... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capitulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56-Final

Capítulo 13

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By jennie_xp

Capítulo 13

Com a instrução do médico, Camila começou rapidamente a fisioterapia. Dinah ficou encarregada de ligar para marcar as sessões. As primeiras seriam feitas na clínica.  
  
- Você está com uma carinha. – Dinah olhou mais atentamente pra amiga.  
- Cara nenhuma, estou normal. Talvez empolgada com a fisioterapia, espero que eu volte a andar normalmente em pouco tempo.  
- Não desconversa! Essa cara aí é de quem fez… – Dinah arregalou os olhos. – Não acredito! Aconteceu?!  
- Que isso Dinah, ta parecendo minha mãe espalhando pras amigas o dia que eu fiquei menstruada pela primeira vez.  
  
Dinah riu, mas não desistiu de perguntar.  
  
- Vai, me conta, quero saber de tudo. Como foi?  
- Nossa, se eu não falar você vai me perturbar o dia todo. Foi muito bom, ela é carinhosa, eu gostei e ponto.  
- Só isso? - Dinah olhava incrédula, queria mais detalhes. – Quero os detalhes.  
- Não tem detalhes. A que horas será minha fisioterapia?  
- Ao menos me diz se você gostou, poxa.  
- Claro que gostei. – a voz saiu mais entusiasmada do que ela queria.  
  
Dinah olhou querendo rir, mas se conteve, sabia que estava pisando em terreno perigoso.  
  
- Ta me dei por satisfeita com essa resposta. Seu fisioterapeuta é daqui a pouco. Marquei para todas as manhãs, achei que era melhor pra você.  
  
E assim foi. Todos os dias ela ia e ficava por quase duas horas e sua condição física evoluía bem. Com dez sessões ela já conseguia andar somente com uma muleta. Seu fisioterapeuta se chamava Austin Mahone, era muito simpático. Moreno, olhos verdes, não era forte, mas tinha um corpo definido, além de fisioterapeuta, era personal em uma academia e ficou todo animado com Camila.  
  
- Você está indo muito bem. Pelas radiografias que vi do seu pé, achei que ia ficar mais tempo imobilizada.  
- Graças a Deus que melhorei, estou doida pra voltar ao meu dia a dia, ainda não me sinto cem por cento. Ainda bem que tenho ajuda de amigos, nem em casa tenho ficado.  
- Vai ficar em forma e com menos sessões do que propus no início, o que é uma pena, estou adorando te ver todo dia. – disparou sem a menor vergonha uma cantada barata.  
  
Camila ficou totalmente desconsertada, não sabia se ria ou se despistava o assunto. Acabou rindo, mas de vergonha.  
  
- Imagina, o que mais você tem são mulheres bonitas perto de você, fica numa academia o dia todo.  
- Ter tem né, mas como você, nunca vi. – falou dando um sorriso estonteante. – Você é educada, conversa legal, existem poucas mulheres assim. Sem contar que mesmo sendo quem é, sabe ser simples.  
  
Camila ficou lisonjeada pelas palavras, mas nada sentiu; olhava pra ele e lembrava de Lauren. Realmente a morena já tomava conta de seus pensamentos, mais que isso, do seu coração.  
  - Você já pode retirar a bota e ficar só com a muleta pra dar firmeza e toda noite antes de deitar passe esse gel, vai ajudar. – estendeu um tubo de gel pra ela. – E não precisa mais depender de ninguém, pode ficar na sua casa, já sobe escadas numa boa.  
- Obrigada, neste caso teria como eu fazer a fisioterapia lá?  
- Claro! No mesmo horário?  
- Isso, combinado então.  
  
Ela se levantou pra sair e ele deu um beijo de despedida nela, mas que pra Camila não significou nada. Chegou de táxi no café e subiu para o escritório, teve uma ótima surpresa, pois Lauren a esperava lá dentro.  
  
- Oi! – sorriu e foi em direção a ela.  
- Como foi hoje? – beijaram-se.  
- Estou indo bem, ele disse que já posso ter vida normal e estou liberada dessa bota. Só não tirei porque não trouxe o outro sapato. Falou que já posso ir pra casa e que posso fazer as fisioterapias lá.  
- Adorei até a parte que vai pra casa e dele fazer essas sessões lá; por que não na clínica?  
- Num sei, mais cômodo em casa, eu que sugeri.  
- Hum… – fechou o cenho. – E ele é bonito?  
- Um gato, moreno, olhos verdes e quando eu olho pra ele…  
  
Lauren estava visivelmente contrariada.  
  
- …Só consigo me lembrar de você, mas não com essa cara feia me olhando. É com aquele sorriso lindo que me dá todos os dias de manhã. – falou bem próxima a boca dela.  
- Você merece um beijo por isso. – beijaram-se demoradamente.  
  
Dinah entrou, as interrompendo e gostou do que viu, sorriu e falou calmamente.  
  
- Bom dia para as duas, aqui não é lugar de namorar.  
  
Elas se separaram e Lauren abraçou Camila.  
  
- Só um pouquinho, vim aqui pra chamar minha namorada pra almoçar.  
- E não pode convidar a secretária dela também?  
- Claro. – Camila respondeu. – Precisamos mesmo de uma vela.  
- Ah, isso vai ter troco.  
- Vamos! Você anda muito dramática. – Camila falou.  
  
Durante o almoço Dinah percebeu que Camila havia mudado o tratamento com Lauren, estava mais próxima e retribuía sorrisos e olhares pra namorada. Depois de terminarem Camila teve de ir primeiro, uma cozinheira havia chamado lá dentro no buffet.  
  
- Você me pega? – perguntou a Lauren.  
- Pode deixar, passo aqui.  

Depois que ela saiu a morena olhou pra Dinah.  
  
- Mulher, quanto tempo! – a secretária falou. – Desde antes dela começar a fisioterapia não te vejo.  
- É, só deixo ela aqui e vou pro escritório, trabalhar em casa foi ótimo, mas lá eu gosto de ficar atenta aos detalhes de produção e isso acumulou, mas está tudo bem.  
- Ta feliz?  
- Muito e acho que ela também. Estamos nos ajeitando.  
- Ela me contou que vocês… – fez um sinal de que a palavra era sexo.  
- Não acredito que ela contou.  
- Calma, foi sem detalhes, sabe como ela é né? Estou feliz por vocês e espero que agora a coisa engrene. Ela gosta de você, consigo ver isso, só não sabe demonstrar claramente.  
  
Lauren saiu animada e foi trabalhar cheia de gás. Na agência tudo ia às mil maravilhas, mas muito trabalho fez com que ela se atrasasse um pouco pra sair e pra compensar passou em uma floricultura, comprou flores pra namorada. Chegou ao café por volta das sete da noite. Entrou e subiu direto ao escritório, Dinah já tinha saído e Camila estava desenvolvendo um cardápio para uma festa.  
  
- Oi querida, desculpe o atraso. – a morena entrou. – Trouxe pra você. – estendeu as flores.  
- Pra compensar pela hora? – a chef olhou sério pra ela.  
- Ah… mais ou menos… – falou um tanto sem graça.  
  
Camila se levantou e foi até ela pegar as flores. 

- Então saiba que eu adorei. – sorriu e a beijou. – Me dá um minutinho que já estou saindo. Como você não vinha eu comecei a sequenciar um cardápio e agora quero terminar.  
- Sem pressa. – Lauren se sentou, ficou olhando Camila colocar as flores no vaso. Ela era linda! Os cabelos estavam longos e a franja um pouco maior, usava um vestido branco e salto. Ficava babando ao vê-la andando, tinha um ar sensual, mas não era vulgar. Depois reparou na sala dela, contrastava com a beleza da chef. Era tudo muito sério, monocromático e ela merecia um escritório mais moderno. – Meu anjo, quem montou esse escritório pra você?  
- Como, quem? Eu mesma ué. – Camila olhou intrigada. – Algum problema nele?  
- Não, estava pensando se você não merecia um escritório mais a sua cara.  
- Como assim? – Camila já esboçava um ar mal humorado. – A minha cara?  
- Lindo como você. – lhe sorriu.  
  
Camila ficou sem graça, não esperava tal comentário.  
  
- Eu gosto de coisas simples, senão posso enjoar. – falou olhando em volta do lugar.  
- Posso fazer um esboço pra você? Estou com umas ideias. Não sou designer, mas na agência tenho ótimos profissionais e trabalho junto com eles.  
  
Camila pensou um pouco, estava naquele escritório há um certo tempo e já havia se acostumado. Não gostava de fazer mudanças, mas resolveu arriscar, Lauren parecia empolgada.  
  
- Ta bom vai. Só não prometo mudar agora, certo?  
- Certo amor! – a morena sorriu.  
  
Saíram do escritório e ainda comeram alguma coisa no café. Depois de entrar no carro Camila falou que voltaria pra casa. Lauren protestou imediatamente.  
  
- Já? Fica mais uma semana!  
- Não dá, preciso voltar pra casa, ajeitar minhas coisas. – colocava sua bolsa em cima do sofá. – E outra, eu gosto de ficar no meu cantinho, você não?  
  
Lauren achava inacreditável as opiniões que a namorada tinha. Era como se não fizesse diferença estar acompanhada ou não. Camila gostava de ficar em seu canto, muitas vezes só, era estranho, principalmente em início de namoro quando tudo é muito lindo e os casais querem ficar sempre juntos. Sabia que Camila curtia sua presença, mas tinha a sensação de que ela não ligava se Lauren estivesse perto ou não.  
  
- Hoje você ainda fica aqui? – perguntou chateada.  
- Claro. – Camila percebeu a chateação de Lauren e quis aliviar um pouco. – Preciso ir pra casa, faz tempo que só vou lá pra pegar minhas roupas, daqui a pouco vou morar aqui. – sorriu e mexeu nos cabelos dela.  
- Não seria má ideia. – Lauren sorriu.  
- Eu gosto da minha casa, gosto de ficar na minha cozinha, preciso desse espaço. Você também não gosta?  
- Nos últimos meses, o lugar que mais tenho gostado de ficar, é onde você está. – Lauren respondeu seriamente e saiu a deixando sem palavras.  
  
Foi para o quarto e tirou a roupa, quis tomar um banho pra espairecer. Estava com raiva e triste ao mesmo tempo. Queria ter paciência e realmente tinha, mas às vezes era difícil. Deixou a cabeça embaixo d’água e fechou os olhos. Nem soube precisar quanto tempo ficou ali perdida em pensamentos. Eles só foram interrompidos por um abraço. Camila havia chegado por trás e envolvido seus braços nela, repousando a cabeça em suas costas. O contato do seu corpo nu amoleceu o coração de Lauren.  
  
- Por que não me chamou? – a mais nova falou carinhosamente.  
- Estava no meu espaço. – falou num tom quase debochado.  
  
Camila sorriu frente a leve pirraça da namorada.  
  
- Não seja boba. – beijou-lhe as costas. – Todo mundo gosta de ter seu canto, seus momentos, eu sou assim e tenho certeza que você também é.  
- Entendo você, mas às vezes parece que não faz questão da minha companhia.  
- Claro que faço.  
- Não demonstra. – olhava nos olhos dela.  
  
Camila baixou o olhar, não conseguiu sustentar o peso daqueles olhos verdes. Tinha vergonha de admitir que não demonstrava por falta de hábito, por medo de ser ridícula.  
  
- Certas coisas são tão difíceis. – respondeu triste.  
  
Lauren levantou o rosto dela segurando pelo queixo.  
  
- Não deve ser mais difícil que amar e não ser correspondida.  
- Você é correspondida.  
- Tem certeza? – Lauren desfez o abraço e saiu do banheiro. Se enxugou, vestiu apenas uma calcinha, um top e foi deitar. Naquela noite não tinha clima pra mais nada.  
  
Camila dormiu mal, se sentiu péssima com a situação e não sabia o que fazer. Mil coisas passavam em sua cabeça, mas a coragem nunca vinha na hora certa. No dia seguinte acordou mais cedo, pegou suas coisas e se preparou pra ir embora. A sensação que tinha era de que estava se mudando pra outro país. Lauren apareceu na sala já pronta pra trabalhar.  
  
- Podia ter pedido ajuda pra descer com as suas coisas.  
- Não precisava, nem era tanto assim. Você estava dormindo tão bonitinha que não quis te acordar.  
- Vamos? Podemos comer no café?  
- Claro.  

Saíram e no carro o silêncio imperou até chegarem ao café. Encontraram com Dinah e Cristina, depois sentaram as quatro juntas. Entre uma conversa e outra o clima entre Lauren e Camila melhorou. A publicitária se despediu e foi para o trabalho. Camila atendeu um cliente e depois pegou um táxi pra ir pra casa, seu fisioterapeuta já a esperava. Como de costume, fizeram os exercícios e ele se foi. Ela passou o dia colocando suas coisas no lugar e não voltou ao escritório. Lauren aproveitou a ausência dela e conversou com Dinah sobre um novo escritório.  
  
- Não vou mudar a estrutura, somente os móveis. Olha como vai ficar. – mostrou a planta.  
- Que lindo! Dá até a impressão de que é maior.  
- Não é? – falou animada. – Gostei muito da cor e acho que remete ao trabalho dela. E não vai demorar mais que dois dias pra mudar. O pessoal é rápido e como não vamos quebrar nada, ficaria pronto rapidamente.  
- Da minha parte já podia fazer, mas tem que conversar com ela.  
- Isso é que é difícil; convencê-la a mudar.  
- Você é publicitária, venda seu peixe. – Dinah sorriu.  

Lauren voltou pra agência, trabalhou até tarde novamente. Vez ou outra se lembrava do projeto para o escritório e se animava. Decidiu fazer mesmo sem autorização da namorada. Como o serviço era terceirizado, ela precisava agendar uma data. Escolheu um início de semana, pois sabia que quinta e sexta eram dias tumultuados para Camila. No fundo sentiu uma pontinha de preocupação, mas arriscou assim mesmo. Passou na casa dela e conversou sobre o projeto, mostrou a planta, achou até que ela gostou, mas como sempre colocou empecilho por conta do transtorno que iria causar.  
  
- Nem vai atrapalhar. Todos os seus arquivos estão no computador, o que você tem de móveis pode passar pra sala de Dinah, já até pensei numa reforma para a sala dela com seus móveis mesmo e os dela você vende, doa, faz o que achar melhor.  
  
Camila ficou pensativa, a ideia não era ruim.  
  
- Vou pensar e te falo, ok?  
- Ok. – Lauren desanimou novamente.  
- Ei, não disse que não quero, disse que vou pensar numa data legal pra fazer, ta bom? – disse carinhosamente. – Adorei o projeto. – sorriu.  
- Mesmo? – perguntou insegura.  
- Claro, o que você faz que eu não gosto?  
- Ah num sei, você pouco me elogia. – Lauren fez um drama.  
- Oh tadinha! – beijou seu rosto. – Sabe… – levantou-se e foi andando sensualmente. – Comprei uma coisinha para você, aliás, para nós. – entrou na cozinha. – Como está fazendo calor, acho que vai adorar. – voltou com um pote de sorvete nas mãos.  
- Sorvete? – olhou meio desconfiada.  
- Ahan. – abriu a tampa do pote e colocou em cima da mesinha de centro. – Esse sorvete é muito bom. – ajoelhou no chão, ficando entre as pernas de Lauren. Ela usava uma blusa de botão e foi desabotoando um a um. Pra sua sorte o sutiã tinha abertura na frente e isso facilitou as coisas. – E ele fica melhor ainda se saboreado assim. – encheu a colher e passou nos seios de Lauren, que se arrepiou imediatamente. – Olha que delícia. – falou olhando pra ela.  
- Você quer me matar? – Lauren já estava em brasa. – Estou… ahh… queimando por dentro. – sentia a língua da namorada passar pelos bicos dos seios.  
- Mas eu quero é te refrescar. – Camila sorriu maliciosamente e continuou o que estava fazendo. Puxou a calça da morena com calcinha e tudo. Estava excitada com a visão da namorada completamente nua e a mercê de seus toques. Ia passando o sorvete e chupando com vontade cada pedaço daquele corpo. Chegou ao sexo dela, mas não o tocou, ficou rodeando com beijos na virilha, desceu pelas coxas e foi beijando até os pés.  
  
Lauren se abria toda, mas em vão, porque Camila não tinha pressa, estava gostando de ver a morena se contorcendo.  
  
- Amor… por favor… – gemeu baixinho.  
- Que foi? Não está gostando?  
 

Lauren não respondeu, pois o que Camila fazia com as mãos em seus seios a estava deixando praticamente sem ar.  
  
- Acho que você quer que eu pare. – parou com os movimentos.  
- Não…  
  
Camila recomeçou, mas dessa vez uma das mãos desceu para o sexo da morena. Passou o dedo bem devagar e a sentiu encharcada. Pegou novamente o pote de sorvete e fez uma covardia, passou uma colher generosa de sorvete na língua e foi direto ao clitóris dela. Lauren arqueou o corpo e gritou alto. Camila se deliciava com o prazer dela e quanto sentiu seu corpo tremer, enfiou os dedos em sua vagina e a penetrou selando aquele momento.  
  
Esperou um pouco até que a morena abrisse os olhos, sorriu ao vê-los semicerrados, mais escuros. Pra ela, Lauren era a personificação de uma deusa, só não sabia dizer isso. Acariciou seus cabelos, passou o dedo indicador contornando seu rosto e parando nos lábios. Ganhou um beijo delicado na ponta do dedo.  
  
- Você acabou comigo. – respondeu a morena ainda cansada.  
- Cansou muito?  
  
Lauren abriu os olhos e olhou de soslaio, como que desconfiada.  
  
- Por quê?  
- Tem força pra chegar até meu quarto?  
  
A morena riu e se levantou tão rápido que Camila levou susto. Pegou-a no colo e foi subindo para o segundo andar. Camila sorria com os beijos e as cócegas que a morena fazia nela. Entraram no quarto e como Lauren já estava sem roupa, tirar a de Camila foi questão de segundo. Deitou por cima dela e a olhou com uma cara safada.  
  
- Que cara é essa? – a chef sorria.  
- Cara de quem vai te pegar de jeito. – seu olhar era tão malicioso e ao mesmo tempo sexy que só isso bastou para fazer o sexo de Camila latejar.  
  
Ficaram horas fazendo amor, Lauren estava insaciável e se mostrava carinhosa e exigente ao mesmo tempo. Queria arrancar gemidos da namorada e quando isso acontecia, ela a cobria de beijos com leves mordidas. Altas horas da madrugada, Camila estava enroscada no corpo de Lauren ouvindo seu coração bater.  
  
- Parece até que você é calma. – riu.  
- O que? – Lauren não entendeu o comentário.  
- Seu coração bate tão tranquilo.  
- Que bom né, meu médico elogia todo ano. – riu também.  
- Boba. – deu um beliscão na barriga dela. – Quando te vi a primeira vez, tive a impressão de que era agitada, impulsiva. Tinha um leve ar arrogante nos olhos.  
- Você não é a primeira pessoa que fala isso, sou facilmente irritável, mas sei ser gentil com quem eu quero. – falou olhando para o lado da porta de vidro.  
- Comigo você sempre é…  
- Eu disse com quem eu quero.  
- Posso me considerar privilegiada? – riu.  
- Você quem sabe se isso é um privilégio ou não. – a resposta veio de imediato.  
  
Assunto encerrado por aquela noite.  

- Talvez você precise é disso, tomar na cara. – Dinah falava com a chef.  
- Ela nunca falou comigo daquele jeito comigo.  
- Mas também, você foi debochada, mereceu levar a resposta. Num momento romântico, vocês me vêm com gracinhas.  
  
Camila sentou em sua cadeira ainda olhando para Dinah.  
  
- Que foi? – perguntou a secretária.  
- Estou pensando se fui insensível.  
- Não vou dar minha opinião, porque você sempre acha que pego no seu pé. – sorriu debochando. – Você é chef, mas deixe de fazer tanto doce, Lauren deu a dica; é facilmente irritável. Conselho dado, agora vou me recolher à minha insignificância. - saiu rindo do próprio comentário.  
  
Camila sentiu culpa pela situação, várias vezes deixava Lauren desconsertada e não fazia nada pra aliviar. No entanto a namorada era sempre educada e paciente com ela. Trabalhou o dia todo, mas seus pensamentos iam e voltavam na frase de Lauren.  
  
À noite foi supervisionar uma festa em que seu Buffet estava trabalhando, ficou algumas horas no local e depois foi pra casa. Tinha tentado falar com Lauren, mas ela não atendeu, só recebeu uma mensagem da própria falando que estava em reunião. Na manhã seguinte, na hora da fisioterapia de Camila é que a morena apareceu.  
  
- Bom dia. – sorriu para ela e o fisioterapeuta.  
- Bom dia. Tentei falar com você ontem, a reunião acabou tarde, não? – o tom da mais nova foi quase exigente.  
- Sim, Derek quer que eu vá a uma premiação na próxima semana. A agência vai concorrer a melhor empresa de publicidade.  
- Isso não é novidade pra vocês. – Camila sorriu.  
- Esse é, porque é a nível mundial.  
- Nossa! Que maravilha e onde vai ser?  
- Em Londres. – sorriu. – Adoro aquela cidade!  
- Que longe, achei que seria no Brasil.  
- Claro que não, uma festa dessas raramente é feita por aqui.  
- E quando vai?  
- Acho que na próxima segunda.  
  
Camila ficou irritada, não entendeu direito o motivo, no fundo sabia que sentiria falta da morena. Seus sentimentos se contradiziam, hora queria abraçar Lauren e no instante seguinte dar-lhe uma resposta atravessada. Era a imaturidade gritando e ela sem saber lidar com tudo aquilo.  
  
O fisioterapeuta fazia uma leve massagem no pé de Camila, já estava no final da sessão.  
  
- Acho que você gosta dessa massagem. – sorriu para a chef.  
- De fato é muito boa. – sorriu para ele, quase tentando ser implicante com Lauren.  
- Me especializei em massagem chinesa, são pontos que chamamos de chakram e ao serem tocados podem até curar algumas doenças. Ou simplesmente relaxar e trazer mais harmonia ao corpo. – falava todo orgulhoso.  
- Interessante! Você deve fazer sucesso com essas massagens. – sorria toda educada.  
  
A morena sentou ao lado deles e ficou observando a cena romântica.  
  
- Posso dizer que ninguém nunca reclamou das minhas massagens. – ele riu e tocou levemente o joelho da chef. – Se quiser podemos marcar qualquer dia, vai ver como relaxa. Seu dia fica diferente e você tem até mais disposição pra trabalhar.  
- Isso é ótimo, podemos marcar sim.  
- Vai ficar viciada em minhas mãos. – foi mais ousado.  
  
Lauren estreitou os olhos encarando os dois e Camila pode sentir a fúria daqueles olhos verdes. O tom de reprovação era tão grande que baixou a cabeça envergonhada.  
  
- O papo ta bom, mas eu preciso ir. Camila se precisar de alguma coisa me ligue, estarei na agência.  
- Não quer me esperar pra irmos juntas para o…  
- Não posso e pelo visto você está ocupada.  
  
Saiu sem nem fechar a porta da casa. Mais que depressa Camila se livrou do fisioterapeuta.  
  
- Preciso ir. Não posso me atrasar para o trabalho.  
- Ainda faltam alguns minutos, pensei em fazer…  
- Não precisa. E hoje vou ligar para o médico, acho que ele já me libera das sessões com você.  
- Tudo bem, assim ficamos só com a massagem.  
- Ta bom, obrigada e qualquer coisa eu te ligo. – falou apressada e despachou o Rapaz.  
  
Correu para tomar banho e saiu de casa a toda, ao mesmo tempo em que ligava para Lauren. Colocou o celular no viva voz e repetidas vezes ouvia cair a ligação na caixa de mensagens. Sabia que ela tinha desligado o celular.

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