Austin

By autoracinthiabasso

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Você acha sua vida difícil? É porque não tem Austin Hopper como Capitão. Ele é uma lenda entre os Capitães da... More

Sinopse!
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 38
FINAL
Epílogo
AGRADECIMENTOS

Capítulo 37

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By autoracinthiabasso

POV Hopper

- Sinto muito. – Senhor Walker carregava uma feição completamente desolada na face e não conseguia de forma nenhuma me encarar nos olhos.

- Não pode ser! A minha menina era esperta demais para se deixar ser pega, me recuso a acreditar nessa sandice que você teve a cara de pau de vir jogar na minha cara!

Eu também não queria acreditar, mas o corpo dela veio durante todo o tempo me assombrando no voo. Apenas deixando claro que deveríamos ter feito tudo enquanto podíamos, porque literalmente o amanhã poderia não chegar. Meus pensamentos foram desde as coisas mais absurdas até as mais depressivas, pensando que nunca mais veria seu sorriso e a dor que eu estava sentindo não era pelos dois tiros que tinham me acertado, com o machucado ainda em cicatrização; era por sentir uma saudade que nunca se acabaria.

- O senhor precisa liberar o corpo. – Falei e notei o quanto aquilo estava sendo difícil pra ele.

Mas, infelizmente, eu não tinha qualquer ligação com ela, oficialmente. Apenas sua família poderia fazer o que era necessário para que Em tivesse um funeral e enterro dignos de uma pessoa que serviu por vários anos seu país. E o pior de tudo, morreu por ele. E nesse caso, nenhuma menção honrosa poderia trazê-la de volta.

Levantei da cadeira, antes que toda a dor que eu estava sentindo, saísse de mim e me fizesse desabar sob minhas pernas, assim como eu via seu pai fazer na mesa do escritório.

Eu sabia exatamente como ele se sentia e se fosse tão grande quanto eu imaginava, deixa-lo um pouco sozinho poderia amenizar todas as coisas que queria fazer consigo mesmo.

******

Minha casa estava quieta, totalmente escura e eu mancava consideravelmente, tentando subir as escadas para o segundo andar. Não aguentava mais ficar na sala, onde eu podia ouvir a sua risada ecoando em todas as paredes do ambiente e a via nitidamente jogando vídeo game ao meu lado, tirando sarro das minhas habilidades horríveis no jogo.

Nunca, desde quando comprei essa casa, tive a vontade de vende-la, mas essa ideia estava passando pela minha cabeça, ainda mais quando eu pensava que no quarto as lembranças seriam muito mais fortes e dolorosas.

Como eu poderia sequer continuar achando que tudo ficaria bem, quando eu sabia exatamente que não?

Seria impossível deixa-la ir, todas as vezes que eu olhasse no meu closet e notasse as suas poucas roupas penduradas e arrumadas em um canto à parte, tudo em mim se lembraria e entraria em choque com a realidade.

Em tinha ficado comigo uns dois meses aqui em casa e foram os melhores dois meses da minha vida.

Como esquecer algo assim?

Eu tomei aqueles tiros por ela e não me arrependi em momento nenhum por tê-lo feito, se repetir isso pudesse trazê-la de volta aos meus braços, eu faria em um piscar de olhos e sem sombra de dúvidas, sorrindo como um idiota. Nunca senti o que nutria por ela, por outra pessoa e qualquer coisa que eu pudesse fazer, eu faria. Já tinha decidido abandonar tudo e esperava que ela fizesse o mesmo, mas a notícia do seu desaparecimento e logo depois da sua morte, foi como uma faca sendo cravada aos poucos no meu peito. Onde eu sentia que qualquer chance que eu tinha de ser feliz, havia acabado de dar o fora, me deixando para lidar com meus medos sozinho.

Debati e briguei com todos que queriam que eu ficasse internado, para monitorar os ferimentos. Não entendiam que o pior era dentro de mim e que o superficial se curaria rapidamente. O melhor era ficar na minha casa, ou a minha raiva por estar impotente em uma cama de hospital, tomaria conta de tudo e eles não queriam ver essa parte minha.

Acabou que saí de lá, prometendo que regressaria toda semana para acompanhar a cicatrização e para fazer a fisioterapia que seria necessária.

Ouvi batidas na porta da frente e não fazia a menor ideia de quem seria. Eu não havia contado para ninguém o meu regresso e isso por escolha própria. Preferia ficar sozinho e corroendo a dor do luto à minha maneira e não com todos perguntando como tudo ocorreu e por qual motivo eu estava fora dos SEALs. Claro que se eu andasse na frente deles, notariam, ainda me recuperava dos ferimentos, mas voltar a como era antes, praticamente impossível, e a equipe necessitava apenas dos melhores e dos "inteiros".

Eu literalmente não era mais um cara inteiro e não pela minha perna que agora falhava ocasionalmente, ou pela minha cabeça que vivia vendo conflitos e ouvindo tiros onde não existiam, mas sim por sentir mais falta dela do que o ar que eu precisava para sobreviver.

Terminei de subir até o quarto e fui na direção da sacada, onde conseguiria ver quem era a pessoa que estava na porta da frente, esperando para falar comigo e a qual eu mandaria embora sem nem me dar ao trabalho de abrir a porta. Gritar daqui de cima era a melhor das opções ao meu ver.

Quando apoiei minhas mãos e olhei para baixo, avistei cabelos loiros completamente revoltos com o vento gelado que fazia.

Andrea.

Quando terminamos nosso relacionamento, cada um foi para seu lado e nunca mais a vi. Nem mesmo fui buscar algumas coisas minhas que tinham ficado na sua casa, preferia evitar o contato e deixar que a poeira abaixasse para tomar qualquer iniciativa. E ela muito menos me ligou para qualquer coisa, ambos éramos adultos e sabíamos que um rompimento acabaria ocasionando nessa perda de contato.

Nunca fomos amigos, eu estava apenas deslumbrado com a sua beleza quando a vi em um evento oficial. Acabou que saímos algumas vezes e um tempo depois as coisas foram evoluindo, e quando percebi, já estava noivo de uma mulher que eu gostava, mas não amava. Ela era maravilhosa, dos dois lados, mas não tinha me conquistado como uma morena o tinha feito.

Desejava tudo de bom pra ela e que seguisse a vida com alguém que realmente a colocasse em primeiro lugar. Merecia e muito.

- Austin, eu sei que está ai! – Ela gritou e nem percebeu que eu estava em cima, a encarando e pensando o que fazia ali.

- Pode falar Andrea.

Agora sim, eu tinha a sua atenção e não vi nada do que eu imaginei ver nos seus olhos. Podia até mesmo dizer que via empatia e saudade. Maluco de se pensar, mas se ela achava que agora que eu estava fora, voltaria para ela, estava muito enganada. Eu precisava ficar sozinho ou poderia contaminar todas as pessoas que chegassem perto de mim com raiva e mágoa por ter perdido a felicidade quando ela estava a um palmo de distância de mim.

- Abre aqui, por favor? Trouxe suas coisas e queria conversar um pouco.

- Tudo bem.

Eu era ignorante, mas não tanto e seria apenas abrir a porta, pegar minhas coisas e manda-la embora logo de uma vez.

Demorei um tempo para descer as escadas e combater a dor aguda que vinha com o esforço do movimento, quando eu deveria apenas me manter em repouso para uma recuperação mais rápida e indolor.

O problema é que eu nunca fui um homem que sentava e esperava.

Abri a porta e a beleza dela permanecia da mesma forma que eu me lembrava, mas dessa vez eu não me sentia atraído, sentia apenas indiferença.

- Meu pai contou o que fez. – Ela levantou a pequena mala que carregava e entregou-a pra mim.

- O que eu fiz?

Realmente não sabia o que tinha feito. Pelo menos nada que fosse digno de nota. Eu abandonei o serviço, alegando incapacidade, o que era verdade; e retornei para casa, querendo passar o resto da minha vida fazendo dos meus hobbies os meus melhores amigos. Dizer que tudo voltaria ao normal seria um eufemismo, até porque eu suspeitava que isso nunca aconteceria, então ficar em paz e sozinho era o mínimo que eu podia esperar.

- Segundo meu pai, descobriu algumas coisas que estavam enraizadas há muito tempo. Erradas e completamente decisivas. Ele não quis entrar em detalhes, mas muitas pessoas foram exoneradas de seus cargos por ter ligação direta com os problemas, inclusive o novo Capitão do JP Jones. Papai disse que chegaram até ele depois de descobrirem a teia de pessoas que faziam parte e sua escalada para Capitão era parte de um dos acordos. – Fiquei quieto, mudo com a revelação de que as coisas eram ainda mais piores do que eu havia imaginado no começo. – A missão a qual foram designados era uma emboscada, para acabar com uma das melhores equipes SEAL capaz de confrontar a verdade. E fico feliz que tenham provado o quanto são bons e voltado vivos de lá.

- Nem todos.

Murmurei amargamente, sentindo que entraríamos em um assunto o qual eu não queria enfrentar.

- Por isso está dessa forma?

- Que forma? – Perguntei mesmo sabendo a resposta.

- Perdido.

- Você só tinha isso pra falar? – Não queria soar grosso, mas eu precisava de um tempo sozinho e nesse exato momento ela estava atrapalhando completamente essa necessidade.

- Sim e dizer que quero que seja feliz, Hopper. Não era para ficarmos juntos, mas acredito que nós dois ainda temos um caminho pela frente e que vamos encontrar quem nos faça feliz.

- Já encontrei e perdi; mas aprecio a sua delicadeza e espero o mesmo quanto a você, Andrea!

- Sou eu? – Soou esperançosa e eu comecei a me odiar pela forma com a qual falei e pelo que teria que esclarecer, sentindo que essas palavras talvez fossem tudo o que ela queria ouvir. Infelizmente.

- Não, Andrea. Eu adorei nossos momentos, não me leve a mal. Mas você não era quem eu sempre procurei, vai encontrar alguém que a ame inteiramente e então entenderá o que quero dizer.

- Acha? – Ela estava em dúvida e como eu tinha conseguido deixar uma mulher deslumbrante como ela em dúvida? Será que havia sido assim tão relapso na nossa relação? Não me lembrava de ter feito nada que pudesse deixa-la para baixo, eu apenas focava demais em algo porque não via sentido para não o fazer. Apenas quando tudo acabou entre a gente, notei o quanto priorizei o serviço ao invés dela, mas não achava que era por sua culpa, muito menos por falta de qualidades que chamassem a minha atenção.

Eu apenas era focado demais para entender tudo o que acontecia.

E quando olhei para Emily, perdida no balcão do bar. Um sentimento que eu não sabia identificar cresceu em mim e pouco tempo depois eu já estava pensando o quão idiota fui por não perceber que não conseguia me encontrar ao lado de outra mulher, porque ela sempre esteve ali.

Jamais havia reparado nela. Eu nem sequer me importava com isso.

Mas as coisas mudavam mais rápido do que a força da maré e mesmo que eu sentisse meu peito se rasgando com a falta que ela sempre traria, era isso que me provava que eu era capaz de amar alguém.

- Sim.

- Adeus Hopper.

Balancei a cabeça, despedindo-me de uma parte do meu passado que eu deixava ir embora sabendo que era o certo a se fazer. Nada seria mais a mesma coisa e voltar para Andrea sabendo que meu coração nunca seria completamente dela era a mesma coisa que assinar seu atestado de infelicidade.

E eu não mentiria para a enganar. Nunca tinha mentido para ninguém, e não começaria agora.

Fechei a porta, enquanto ouvia a risada da mulher que eu tinha perdido, ecoando na sala. Me deixei cair até o chão, encostado na porta e chorei desesperado, sentindo a tristeza tomar conta de mim aos poucos.

*********

Oie gente linda, tudo bem??? 

Bom, a história já está mesmo acabando e deixo aqui o convite para adicionarem na biblioteca de vocês, o livro Te farei Minha, e Louca por Emmett... Irei começar as postagens dessas duas em breve e vou adorar ver você por lá também!!

Beiijosss e até Quarta!

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