Ilusão (Fanfic de Guns N' Ros...

By veronicuslaxl

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"A ilusão é uma confusão dos sentidos que provoca uma distorção da percepção..." More

I- O Início
II- Kissing in the dark
III- Pecado
IV- Oh, Axl...
VI- Ciúmes
VII- Love & Pain
VIII- On Fire
IX-Monstro
X- Goner
XI-Heroin
XII-Anjo da guarda
XIII-O Caminho para o Desastre
XIV-O Fundo do Poço
XV- A Hell Tour (Parte I)

V- Anjo

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By veronicuslaxl

Nota inicial

Sobre a música, apenas confiem em mim e ouçam durante o capítulo, garanto-vos que não se vão arrepender.

--Ponto de vista do Izzy--

     Eu sabia o que Slash estava a fazer com Axl. 

     Eu sabia que Slash se tinha aproveitado dele. 

     Eu consegui ouvir tudo.

     Os gemidos, os pedidos.

     Se eu me esforçasse mais, talvez conseguisse ouvir os pensamentos.

     Estendi as pernas, respirando pesadamente. Slash ia ganhar, não eu. Porque eu nunca ficava com ninguém no fim, não é? 

     Uma nuvem de fumo escapou dos meus lábios.

     Então ouvi pancadas. E não vinham do quarto. 

     Eram na porta. Pancadas fortes, que não paravam.

     -Mas que porra querem?-gritei, irritado, antes de abrir a porta, mas o que vi a seguir foi tudo preto, e o chão frio a chocar contra as minhas costas.

--Ponto de vista do Slash--

     Acariciava os cabelos de Axl, que tinha adormecido profundamente. A sua mão acariciava a minha barriga. Peguei nela, entrelaçando os nossos dedos. Era um choque de peles, leite a escorrer sobre chocolate. Diferente, mas que combinava bem.

     Parecia tudo tão bem, eu estava tão feliz...que era demasiado bom para ser verdade.

     E eu sabia disso quando ouvi barulhos vindos da sala. 

     E um grito de dor abafado.

     Deixei Axl na cama, pousando a sua cabeça sobre a almofada, e vesti as minhas roupas o mais rápido que pude. Mas no momento em que fechei a porta, estagnei no tempo. Vi Izzy a arrastar-se no chão, Duff e Steven a sair do quarto repentinamente, as suas caras não muito diferentes das minhas. 

     Corremos até Izzy, que estava profundamente magoado, quase numa poça de sangue. Duff pousou a sua cabeça nos seus joelhos, enquanto Steven o tentava reanimar. Mas eu consegui descobrir a pequena mensagem no bolso das suas calças.

     "Isto é o que acontece a quem não nos paga o devido"-dizia.

     Levantei o papel, a minha mão a tremer. Estava tudo a acontecer tão depressa que nenhum de nós sabia ainda como reagir. Estávamos com medo.

     -Ele estava a dever dinheiro a um traficante-afirmei, olhando para Duff e Steven-Mais algum de vocês está?

     -Eu estou-admitiu Stevem baixando a cabeça.

     -Nós...nós...temos de ser...mais cuidadosos-disse, sem conseguir raciocinar, praticamente a gaguejar. Levei as minhas mãos ao rosto de Izzy, apertando-o-Iz, consegues-me ouvir? Por fa-

     Não tive tempo de acabar a frase, porque no mesmo instante senti uma dor forte na cabeça e nas costas, e o meu corpo a cair. Vi tudo turvo quando o meu queixo atingiu o chão. Tentei levantar-me o mais rápido que pude, mas não consegui. Havia alguém a impedir-me. Steven e Duff afastaram-se rapidamente, assustados com algo que eu não conseguia ver.

     Ouvi vozes que não conhecia, e mais passos. Mais pessoas. Homens. Maiores que nós, a julgar pela sombra. Treinados, pensei.

     -Ainda bem que receberam a nossa mensagem-disse um deles, o que me pressionava contra o chão. Tentei debater-me, mas foi em vão. Eu não tinha a força dele-Porque agora teremos muito gosto em acabar com vocês.

     Vi os pés de Steven e Duff a recuar, e também os observei a serem cercados. Contando com o que me segurava, eram pelo menos três. Desejei mentalmente boa sorte a Steven e a Duff, porque neste momento eram a nossa única esperança.

     Lancei um olhar rápido a Izzy, mas ele ainda estava no chão, sem dar sinais de vida.

     Estávamos condenados.

---Narrador on----

     Duff e Steven recuavam para trás, enquanto dois dos homens os cercavam. Um deles desferiu o primeiro golpe em Steven, golpe esse que felizmente ocorreu sem sucesso, pois este conseguiu desviar-se a tempo. Enquanto isso, o outro já tinha apanhado Duff, fazendo-lhe uma rasteira que o atirou ao chão em poucos segundos.

     Steven conseguiu aguentar-se durante algum tempo defendendo-se, mas sabia que não iria durar muito. Duff já estava no chão, com problemas para se levantar. Então Steven conseguiu empurrar um dos homens para a pequena mesa de vidro da sala, partindo-a em mil. Descontou a sua fúria rapidamente, desferindo vários murros na cara do indivíduo, que estava atordoado por conta da queda e da dor dos cacos de vidro que perfuravam a sua pele. Mas essa fúria não durou muito tempo.

      Duff fingiu-se inconsciente, por isso o tipo que o atacava acabou por desistir, julgando-o já desmaiado, e dirigiu-se a Steven, agarrando-o pelo pescoço, numa tentativa de o sufocar. Mas o que eles não sabiam era que Duff tinha um plano. Pegou numa lâmina que um dos homens deixara cair do bolso, e fez um sinal a Steven, que entendeu rapidamente. Percebia que era um gesto arriscado, mas a situação era urgente.

     Então Duff atirou a lâmina pelo ar e cortou o fio que prendia o candeeiro, que caiu em cima dos homens que atacavam Steven, que já se tinha afastado suficiente para não ser atingido. Como dizem, matou dois coelhos de uma cajadada só.

     Mas ainda havia um problema. 

     Izzy e Slash estavam no chão, ninguém sabia se estavam inconscientes ou não, e eram agarrados por outro homem, armado. 

     E eles não tinham nada com que lutar.

     Ou...se calhar tinham. Não precisavam necessariamente de algo quando tinham...Alguém.

     O som de um viro a partir-se.

     Um homem ao chão.

     E Axl a surgir por trás, enrolado numa manta, mas com um sorriso vitorioso enquanto sustinha na mão o resto da garrafa que usara para atingir o seu alvo.

--Ponto de vista de Slash--

    Levantei-me rapidamente assim que me senti solto, com alívio. Vi Steven e Duff, com um sorriso, mas depois percebi que não era exatamente para mim, mas sim para Axl, que estava atrás de mim, fitando-me. Ele tinha atingido o homem que me segurava. 

     Estava tudo acabado. Tínhamos conseguido.

     Agora era só cuidarmos de Izzy e...

     Merda. 

     -Olha só o que temos aqui-disse outro vulto, que entrou pela porta como se a casa fosse dele. Segurava uma arma na mão, que encostou sem piedade à nuca de Axl. O homem agarrou-o bruscamente pela barriga, com a outra mão.-Parece que já nos conhecemos, não é?

     E foi aí que percebi. Percebi tudo. 

     Precisava de saltar para cima do filho da puta naquele momento e espancá-lo até à morte mas...ele tinha a arma. 

     E quem tem a arma ganha sempre.

     Olhei para Duff e Steven. O medo e a confusão reinavam nas suas caras. As suas pernas tremiam. As minhas também.

     -Calma, por favor-pedi, tentando conter a raiva que tinha em mim ao amainar a situação. Engoli em seco ao olhar para Axl, indefeso nos braços daquele monstro-O que é que queres de nós?

     -Como não nos pagaram o devido a tempo-disse, sussurando no ouvido de Axl-agora o preço será mais elevado...

     Num movimento brusco, levantou o queixo de Axl, expondo-o, e arrancando um pequeno soluço deste.

     -Gostaste da última vez, não foi?-perguntou, os seus lábios a roçarem pela bochecha de Axl, que tentava virar a cara-RESPONDE-ME!

     Axl não respondeu, o que fez com que o homem o atirasse ao chão, a sua barriga a chocar contra a madeira. A manta de Axl caiu, expondo-o. Ele apenas usava uns boxers brancos e uma t-shirt larga para além da manta, o que me preocupou. O homem abaixou-se, agarrou na manta caída no chão e rasgou-a ao meio. Aproximou-se mais de Axl, e rasgou-lhe também a t-shirt pelas costas num acto bárbaro, deixando-o quase despido. Atirou as suas roupas desfeitas para longe, expondo o corpo dele quase por completo.

     Sem aguentar mais, corri e ajoelhei-me no chão, tentando chegar a Axl para o ajudar. Axl conseguiu esticar a sua mão até roçar de leve na minha, o seu olhar suplicava por ajuda, mas aquele monstro estuprador em forma de homem acabou por me empurrar ao chão.

     -Defendendo a namoradinha, hein?-grunhiu-me-Boa tentativa. Mas eu vou ensiná-la a ser um homem.

     Dito isto, ele pegou nos cabelos ruivos de Axl, com força, e puxou-os, arrastando-o pelo chão da sala, enquanto o insultava. 

     Olhei para Steven, que gritava desesperadamente, insultando-o também e pedindo-lhe que parasse, mas o filho da puta ignorou. Duff acolheu-nos seus braços, tentando acalmá-lo, porém ele próprio estava em pânico. 

     Eu tinha os punhos cerrados, nunca me tinha custado tanto esconder a raiva. O homem decidiu parar, talvez satisfeito com o caos que tinha causado. Apontou a arma novamente à nuca de Axl, obrigando-o a repetir que tinha gostado do que acontecera.

     -Por favor, nós faremos qualquer coisa...-suplicou Duff, quase a chorar, por entre os gritos de Steven.

     O homem tirou os olhos de Axl, que já estava a ficar ferido, e olhou para Duff.

     -Então vão começar por me dar todo o dinheiro que têm-disse, enquanto se abaixava e puxava Axl pelo braço, forçando-o a levantar-se-E depois vão me observar a foder o vosso amigo como a linda vadiazinha que ele é-sussurou ao ouvido de Axl, que se encolheu, contendo as lágrimas que se misturavam com um olhar de raiva.

     Eu estive perto de explodir ao ouvir isto. Mas nós não podíamos estragar tudo, tínhamos de arranjar um plano até lá. Olhei para Steven e Duff, que respiravam de maneira ofegante, chocados com a situação.

     -MEXAM-SE!-berrou, fúria a rugir-lhe por palavras, encostando novamente a arma à cabeça de Axl, que fechou os olhos com força-NÃO TENHO O DIA TODO!

     Comecei a andar lentamente, seguido de Duff e Steven. Estávamos aterrorizados, tentando dar a volta à situação, primeiro porque nós tínhamos pouco dinheiro e o que tínhamos mal chegava para comermos. Segundo, se o filho da puta tocar com mais um dedo que seja no Axl eu arranco-lhe as tripas. 

     Quer ele tenha a arma ou não.

     Quer isso ponha em risco a minha própria vida ou não. 

     Axl é simplesmente tão...diferente da imagem que têm dele. Ele tem os seus momentos, mas é apenas sensível, o mais doce dos anjos. E ele não merece isto. Ele não merece ser mais um anjo caído.

    -Rápido, ou o vosso amigo acaba pior do que da última vez-disse o homem, deslizando a mão pela coxa de Axl que...gritou.

     Axl gritou? Não, não, não! Olhei para Axl, assustado. Isso só iria piorar...

     -Cala a boca, vadia-disse o homem levando a mão à nádega de Axl. Apertou-a com força, tentando forçá-lo a calar-se, mas Axl gritou novamente, ignorando qualquer ameaça. Eu tinha lágrimas nos olhos.

     -É melhor calares-te agora, se não eu mesmo o farei e garanto-te que não vais gostar-disse, de maneira ríspida, antes de olhar para nós-E vocês, é melhor despacharem-se.

     -Axl, por favor...-sussurrei baixinho, implorando-lhe, mas acho que ninguém me ouviu.  

     Axl gritou, agora com mais alto, quase a plenos pulmões, fazendo com que o homem lhe pressionasse a arma com mais força contra a cabeça.

     E foi aí que percebi o jogo dele. Axl não era estúpido. Nunca foi. Ele só estava a fazer aquilo porque na realidade já tinha algo planeado.

     -Eu...eu não me lembro onde escondi o dinheiro...-disse eu, entrando no jogo, respirando fundo e rezando para que o plano corresse bem.

     -MENTIRA-grunhiu o filho da puta, olhando-me-Mas tratamos disso depois, não é?

     A sua mão começou a adentrar os boxers de Axl, de lado. E Axl gritou outra vez.

     -CALA A PORRA DA BOCA-disse, levando a mão à boca de Axl, praticamente introduzindo dois dos seus dedos pela sua garganta.

     E esse foi o momento de Axl. Ele aproveitou a sua oportunidade o mais rápido possível, mordendo-lhe o dedo até fazer sangue, e arrancando um grito agudo ao homem.

     Este caíu no chão, sem reação por conta da dor que lhe apanhara de surpresa. Axl não perdeu tempo. Chutou a sua cara, a sua barriga e socou-o até fazer sangue, enquanto o insultava. Eu conseguia ver a raiva, a dor, as lágrimas a escorrem-lhe pelos olhos. Mas ele já tinha ido longe demais, embora estivesse a fazer justiça.

     Olhei para Duff e Steven, tentando que eles entendessem o meu olhar, só que quando reparei Duff já trazia uma frigideira na mão e já dava com toda a força na barriga do homem, assim como o Steven, que lhe chutava as pernas. Não que eu não o que eles estavam a fazer, era justiça merecida, só que...Nós não iríamos conseguir lidar com um corpo morto. 

     -Axl...-chamei, aproximando-me dele.

     Peguei-lhe na mão, mas Axl tinha de dar as palavras finais.

     -IMBECIL ESTUPRADOR DE MERDA-gritou, antes de lhe cuspir na cara-NINGUÉM MEXE COM OS GUNS N' ROSES, FILHO DA PUTA!

      Apesar da situação toda, não pude deixar de sorrir com as suas últimas palavras. Seguido por ele, Duff e Steven também lhe cuspiram na cara, enojados com o que ele tinha feito a Axl. Fiz o mesmo. Ele merecia aquilo e muito mais.

      -Hey-disse, levando as mãos aos ombros despidos de Axl, tentando consolá-lo-Ele já não te vai tocar agora, ok?

     -Mas podia ter tocado-disse, rispidamente. Baixei a cabeça. Ele tinha razão.

     -Ele...ele disse que te conhecia-disse Duff, cortando o meu silêncio-E disse que tu ias acabar pior do que da última vez? O que é que isso quis dizer?

     Era claro, Duff e Steven nunca souberam exatamente o que acontecera nos dias em que Axl desaparecera. Só eu e Izzy guardávamos esse segredo.

     -Longa história-disse eu, tentando evitar o assunto.

     -Não, Slash, eles têm o direito de saber-afirmou Axl, virando-se para eles-Nos dias em que eu desapareci, eu fui procurar por heroína e acabei estuprado por ele mesmo-apontou para o homem, que agora mais parecia uma poça de sangue-E por todos os outros filhos da puta naquela sala.

     Dito isto, abaixou-se perante o corpo que estava no chão, tirando-lhe a arma, numa tentativa de disfarçar as lágrimas. Steven e Duff olharam-no, chocados, porém com tristeza no olhar.

     -Axl, eu lamento-disse Steven, seguido por Duff, que lhe passavam as mãos pelo braço, num gesto de consolo.

     -Não lamentem-disse, olhando para o homem, estendido no chão-Eles já tiveram o que mereceram.

     Duff, Steven e eu encarámos Axl em silêncio. Não sabíamos o que dizer. Éramos homens, não estávamos habituados a lidar com situações assim. No sítio de onde eu vinha, homens não violavam mulheres, muito menos homens. Mesmo que não nos déssemos uns com os outros, respeitávamo-nos. Agora isto? Isto era desumano.

     -Nós...Nós devíamos ver do Izzy, man-disse Duff, cortando o silêncio-Ele parecia...inconsciente.

     -Eu trato disso-disse Axl, prontamente.

     Seguimo-lo, até à sala, onde estava Izzy, perto da porta, caído no chão. Axl abaixou-se à sua frente, e tocou no seu corpo delicadamente, analisando o seu peito, as suas costelas, e finalmente a sua cara.

     -Nada partido-concluíu, olhando para nós-Só precisa de descansar um pouco, ele há de acordar.

     -Como é que sabes?-questionei-o. Quero dizer, ele até podia estar a falar a verdade, mas Axl não era nenhum médico, até onde eu sabia.

     -Eu levei porrada várias vezes em criança-admitiu, olhando-nos-Aprendi com o tempo. Tinha de me desenrrascar sozinho, porque ninguém iria fazer isso por mim. Exceto Izzy-Axl olhou novamente para o amigo, que ainda estava no chão-Izzy preocupou-se sempre comigo. Nós aprendemos a olhar um pelo outro.

      Era trágico, mas acho que todos podíamos concordar que eles sempre foram bastante unidos. Às vezes acho que Izzy devia ficar com Axl, não eu.

     E nesse momento Izzy tossicou, deixando-nos uma sensação de alívio. Axl e Duff ajudaram-no a levantar-se, levando-no para o nosso quarto. Eu fui buscar um copo de água rapidamente e dirigi-me até eles, que olhavam para Izzy, já estendido na sua cama.

     -Não te preocupes com nada, ok Iz?-disse Axl, acariciando-lhe os cabelos-Nós já tratámos de tudo.

     Não era bem verdade, mas ok, tudo bem, eu percebia a situação. Estendi o copo a Axl, que o pousou em cima da mesa de cabeceira. Izzy sussurrou-lhe qualquer coisa ao ouvido, não consegui perceber exatamente o quê.

     -Nós já te trazemos comida-respondeu Axl-Descansa.

     Axl aproximou-se de Izzy, beijando-lhe a testa, num gesto carinhoso.

     Dito isto, saímos, entrando novamente na sala. Tínhamos um problema maior para tratar agora.

     -Vocês...acham que eles estão vivos?-perguntei, meio a medo, enquanto tentava levantar o braço mole de um dos homens que estava em cima da mesa partida, que Duff tinha atingido com o candeeiro. Axl aproximou-se, tocando-lhe no pulso. Depois de verificar mais um vez, fez o mesmo com o outro homem. Virou-se para nós, abanando a cabeça.

     Steven estava praticamente a entrar em pânico.

     -E...o que fazemos agora?-perguntou Duff.

     -Não sei, não tirei curso superior de assassino!-disse Axl, levantando-se.

     -Oh deus, oh deus...-murmurei, roendo as unhas, enquanto fitava a cena. 

     -Porque é que não os enterramos no quintal?-perguntou Duff, meio ingenuamente. Demasiados filmes, digo.

     -Não...Não!-disse Axl-Eles têm amigos, quando derem conta que eles desapareceram virão atrás de nós!

     -Podemos deixá-los na rua, ligar para a polícia a dizer que os encontrámos e que não sabemos de nada.

     -Eles têm várias marcas de luta no corpo. E além disso a polícia já desconfia de nós-respondeu Axl, pálido, mas pensativo-Temos...podemos...

     Pareceu parar abrutamente, ele tinha algo que não queria propriamente dizer.

     -Diz, Axl-disse, olhando-o.

     Ele respirou fundo.

     -Damos um tiro neste-disse, apontando para o que estava mais perto de nós-Depois no outro, e deixamos a arma na mão dele. Deixamos os dois num sítio abandonado, ninguém vai adivinhar. Vai parecer suicídio.

     -E quem fará isso?-perguntei. Afastámo-nos todos, um pouco com medo.

     -Eu farei-disse Duff, engolindo em seco-A culpa disto foi minha.

     -Nossa-disse Steven, pousando-lhe a mão no ombro.

     Olhei para eles. Isto era real. Pessoas tinham morrido, e eu não queria acreditar.

     -Tratem dos outros, não sei quanto tempo iremos demorar-disse Duff, ajudando Steven a levantar os corpos. Steven foi buscar 2 sacos grandes, onde deixou os corpos. Eles estavam bastante incomodados a fazer aquilo, todos nós estávamos. Não deixavam de ser corpos humanos, fazia-me confusão. Eram vidas, vidas que simplesmente acabaram. Ali.

     Como era de noite, seria mais fácil para Steven e Duff levarem os corpos para o carro. Oh deus...deus...Eu nunca me imaginei a fazer isto, nunca estive estão aterrorizado! Quero dizer, ninguém espera ver...corpos à sua frente! Especialmente quando quem os matou foram os teus melhores amigos, embora eles não tivessem culpa. É só que...merda, eram vidas! As minhas mãos tremiam à medida que Axl se aproximava dos outros dois para verificar a pulsação deles.

     -Vivos, mas inconscientes-disse Axl, da casa-de-banho-Eu desejava que este estivesse morto-levantou o braço mole do homem estendido no chão, homem esse que Axl tinha espancado quase até à morte.

      -E...o que vamos fazer com eles?-perguntei.

     Axl sentou-se no chão, respirando fundo e levando as mãos à cara.

     -Eu não sei, eu não sei porra!-gritou, completamente perdido. 

     -Lembras-te onde era o armazém deles, dos...traficantes?-perguntei, ao que Axl assentiu com a cabeça-Levámo-los lá, deixamos à porta e saímos o mais rápido que pudermos.

     O meu coração nunca bateu tão rápido. Axl ficou um pouco em silêncio, pensativo, mas acabou por se levantar.

     -Vamos-disse, vestindo uma camisa quadriculada que estava em cima de uma cadeira. Depois, pegou nas pernas do homem, enquanto eu lhe pegava nos braços. O nosso prédio estava praticamente abandonado, só nós vivíamos ali, por isso não tínhamos quem nos fosse flagrar. Descemos as escadas, e andámos um pouco pela rua, devagar porque ele não era propriamente leve, e deixámo-los no porta-bagagens do meu carro. Fizemos o mesmo com o outro, o mais rápido que pudemos, e depois entrámos no carro. 

     Eu estava a conduzir, enquanto Axl me indicava o caminho. Não demorou muito, cerca de 5 minutos e já estávamos lá. Afastámo-nos um pouco do armazém, porque tinha lá pessoas à porta, guardando o lugar, e várias vozes, por isso combinámos que seria seguro deixá-los ligeiramente afastados. Eu e Axl entreolhámo-nos, as nossas respirações  aceleradas. Respirámos fundo.

     -1...2...3-contámos, e saímos do carro, o mais silenciosamente que pudemos. Abrimos o porta-bagagens, e deixámos os dois inconscientes no chão de terra, cautelosamente. 

     Entrámos novamente no carro, e eu arranquei no mesmo instante, saindo o mais rápido que pude dali. Sinceramente, perdi a conta de quantos sinais vermelhos passei. Só queria sair e entrar em casa rapidamente, Axl devia pensar exatamente o mesmo. 

     -Axl-chamei, quando entrámos em casa-Este dia nunca aconteceu, certo?

     -Este dia nunca aconteceu-repetiu.

     Suspirei, vagamente. Não sabia o que dizer. Steven e Duff ainda não tinham voltado, mas isso não me admirava. O que eles iriam fazer era muito mais complicado que nós, e eles disseram-nos que era provável que fossem demorar. Eu só esperava que tudo corresse bem e que a polícia nunca descobrisse a verdade. Que nós tínhamos matado pessoas. Foi em legítima defesa, mas mesmo assim foi.

     Nenhum de nós queria acabar na prisão, éramos demasiado jovens para isso. 

     Axl foi até ao frigorífico, antes de preparar um pão e um copo de leite, que levou até ao quarto. Segui-o, porque eu só me queria atirar para a capa e nunca mais acordar. Fora o pior dia da minha vida.

     Pousou a comida na mesa-de-cabeceira de Izzy, que estava acordado.

     -Como te sentes, man?-perguntei, aproximando-me dele.

     -Melhor-disse-Foi só do choque, acho. Não tenho dores, na realidade.

     Assenti com a cabeça, antes de lhe desejar boa noite. Axl já se tinha deitado na cama, sem dizer uma única palavra. Eu fiz o mesmo, mas não consegui adormecer tão depressa.

     Fiquei a olhar o teto, até...

     Até ouvir fungar. Assim que olhei para o lado, vi a luz de Izzy acesa, e Axl sentado na cama, abraçado aos seus joelhos, onde afundava a cabeça. Saí rapidamente da minha cama, e sentei-me ao lado de Axl. Izzy fez exatamente o mesmo.

      Axl começava a chorar. A minha mão percorreu as suas costas, chegando ao seu ombro. Puxei-o para mim, deixando a sua cabeça descansar no peito. Tinha sido um dia difícil, especialmente para ele. E nós estávamos sempre uns para os outros, acontecesse o que acontecer. O que significava que também iríamos estar ali para Axl.

     Izzy pegou-lhe na mão, e eu fiz o mesmo, pegando na outra. Mas Axl só chorava mais. 

     Acariciei-lhe a nuca, entrelaçando as minhas mãos nos seus cabelos, e sussurrei-lhe coisas doces ao ouvido. Izzy dava-lhe pequenos beijos na bochecha, limpando-lhe as lágrimas.

     -Ax, não chores, por favor...-pedi-Vai ficar tudo bem, prometo.

      Soluçava cada vez mais à medida que as minhas palavras surgiam na escuridão, apenas iluminada pelo pequeno candeeiro na mesa de Izzy. Puxei-o para o meu colo, e embalei-o, quase como se fosse um bebé. 

     -Sshhh-sussurrei, tentando acalmá-lo. Não resultou. Custava-me tanto ver o meu anjo assim a chorar, tão magoado. Custava-me mais do que a ele mesmo. 

     Olhei para Izzy. Ele roçava os seus lábios pela bochecha de Axl, provando as suas lágrimas. Começou a descer os seus lábios devagar, deslizando pelo pescoço de Axl. 

     Então olhei-o novamente. O que é que ele estava exatamente a fazer?

     Izzy começou a beijar o pescoço de Axl, desta vez a sério. Quando se separou dele, já tinha deixado uma marca. Axl estava confuso, mas também não o impediu. Soluçava contra o meu peito, agora mais lentamente.

     O que quer que fosse o plano de Izzy, estava a resultar. 

     Izzy começou a desabotoar-lhe os botões da sua camisa azul e branca, quadriculada, que lhe ficava um pouco grande. Axl olhou para baixo, num misto de sentimentos, mas decidiu deixá-lo continuar. 

     Limpei-lhe as lágrimas que ainda lhe saiam dos olhos verdes e tristes, sustendo-o. 

     Izzy pousou novamente os lábios no pescoço de Axl, e deslizou-os até ao seu peito, onde beijou devagar na sua pele branquinha, mostrando amor. Sim, amor. Delicadeza. Cuidado.

     Decidi seguir Izzy. Pousei a cabeça de Axl na almofada, e desapertei-lhe o resto dos botões, à medida que Izzy ia descendo pelo seu peito. Deixámos a camisa de Axl aberta, e eu aproximei-me do seu pescoço, lambendo-o. 

     Axl ainda respirava apressadamente, soluçando, mas eu ouvi um pequeno ruído, já diferente, da sua parte, por isso continuei a beijar o seu pescoço. Izzy depositou-lhe um beijo simples no seu pequeno mamilo, eriçando-o. 

     Foi quando ouvimos um pequeno "oh" a escapar dos lábios rosados de Axl, intercalado com soluços. Era tão bom ouvi-lo, mesmo que ainda fosse um pequeno gemido no meio das suas lágrimas. 

     Nós não nos estávamos a aproveitar dele. Nós estávamos a demonstrar-lhe que o amávamos. Que o queríamos proteger. 

     Segurei-lhe a mão quente e delicada, sugando na pele de leite, doce, entre as suas clavículas salientes. Pouco a pouco, fomos deixando pequenas marcas pelo seu corpo. Izzy beijava-lhe o mamilo, chupando nele.

     Axl deixou escapar um suave gemido, um pouco abafado pelas lágrimas que ainda lhe escorriam pela cara. Desci os meus lábios pelo seu peito, até chegar ao outro mamilo, onde chupei devagar, depositando um pouco de saliva nele. 

     Izzy já estava mais avançado, perto do seu abdómen. Axl virou a cara na almofada, deixando-a de lado. Fechou os olhos.

     -Hum...-gemeu baixinho. Sorri ao ouvi-lo. Os seus gemidos eram música para os meus ouvidos. Podia ouvi-los até ao fim dos meus dias, e nunca me iria cansar. Izzy deu-lhe pequenos beijos na barriga, provocando-lhe cócegas, o que fez Axl abrir os olhos e rir. 

     Voltei ao seu pescoço, continuando a dar-lhe prazer. Izzy beijava-lhe o abdómen, enquanto lhe começava a tirar os boxers brancos, devagar. Axl contorceu-se na cama, respondendo aos nossos gestos, e gemeu, agora um pouco mais alto. A sua respiração era muito acelerada, eu conseguia sentir enquanto lhe beijava o peito, que subia e descia rapidamente.

     Izzy tirou-lhe os boxers por completo, enquanto eu lhe tirava a camisa aberta, deixando-o despido. Parámos um pouco e afastámo-nos para o poder admirar. 

     Eu e Izzy entreolhámo-nos, antes de encararmos Axl, que respirava de maneira ofegante. Ele corou completamente quando viu que o olhávamos, o que foi extremamente fofo. Admirámos o seu corpo despido de cima a baixo, a sua perfeição. Axl baixou a cabeça, timidamente. 

     -Axl, o teu corpo é perfeito, sabias disso?-disse. Axl mordeu o lábio, inseguro, mas depois sorriu. Isto acabou comigo, a sério.

     Izzy posicionou-se entre as suas pernas, olhando-o nos olhos. 

     Deitei-me ao lado de Axl, observando a cena. Izzy desceu a cabeça, devagar. Os seus lábios tocaram a ponta da glande de Axl, que se contorceu um pouco mais, em resposta. Izzy começou a lamber a ponta do seu pénis delicadamente. Eu podia dizer que ele nunca tinha feito aquilo, mas a avaliar pelas reações de Axl devia fazê-lo bastante bem.

     Axl inclinou a cabeça para trás.

     -Aahh-gemeu, de olhos fechados. Segurei-lhe a mão, e aproximei-me da sua cara, deixando Axl a olhar-me nos olhos, extremamente perto. Eu queria sentir os seus gemidos contra os meus lábios. 

     Izzy chupou um pouco mais, arrancando um gemido arrastado de Axl. Eu estava tão perto dos seus lábios que senti a vibração deste. 

     Os nossos narizes roçaram, e Axl gemeu novamente contra os meus lábios, enquanto Izzy começava a investir nos seus movimentos. Segurou-lhe o seu membro pela base, e chupou mais intensamente, com movimentos de vai-vém.

     Peguei-lhe pelo pescoço e beijei-o, sentindo a vibração de todos os seus ruídos. Era extremamente sexy, podia dizer. Lambi-lhe toda a extensão dos seus lábios e, em resposta, Axl abriu-os, deixando-me aprofundar o beijo quando lhe invadi a boca com a minha língua habilidosa.

     Ouvi Izzy a engasgar-se, e senti as pernas de Axl a contorcerem-se mais. 

     Continueio beijo, deslizando as minhas mãos até aos seus mamilos, onde massagei com dois dedos em movimentos circulatórios. Entretanto,  acabei por nos separar, notando a crescente falta de ar de Axl, e os seus gemidos cada vez mais constantes.

     -Ele está perto-disse Izzy, olhando-me. Ele tinha os seus lábios brilhantes, devido ao pré-fluído de Axl. Voltou a inclinar a sua cabeça, e desta vez sugou toda a sua extensão.

     Beijei a testa a Axl, enquanto este inclinava a cabeça para trás, de olhos fechados.

     -Aahh...ahh...aah...AAAHHH, IZZY, AHH-soltou vários gemidos seguidos, antes de soltar um último, mais arrastado e prolongado, atingindo o orgasmo.

     Beijei-lhe a bochecha enquanto observava a cena pela segunda vez, e era surreal. Axl agarrava-se aos lençóis, contorcendo-se, enquanto Izzy engolia o que conseguia, acabando por deixar o resto sujar a sua cara, as coxas de Axl e os lençóis.

     Izzy levantou-se, observando-nos e deixando Axl a arfar, os seus olhos virados para o teto. Então, gatinhou sobre o corpo de Axl, até ficar sobre a sua cara. Inclinou-se um pouco, deixando os seus cabelos tocarem as bochechas de Axl, que tinha as suas madeixas, mais vivas do que nunca, espalhadas pela almofada.

--Ponto de vista de Izzy--

     Eu respirava intensamente, Axl também. Nunca tinha estado tão próximo dele. Deslizei a minha mão pelo seu corpo quente, pegando na sua mão. Levei-a ao seu peito, e pousei-a, deixando a minha sobre a dele. Sentimos os seus batimentos em conjunto enquanto nos olhávamos, cada vez mais interligados.

     Sem aguentar mais, Axl soltou a sua mão e levou-a ao meu pescoço, puxando-me para si. Vi a sua imagem a ficar cada vez mais turva, os nossos narizes a roçarem, e depois o choque com os seus lábios. Ao início foi estranho, porque eu nunca esperei que isto acontecesse, mas assim que Axl moveu o mais pequeno músculo dos seus lábios...foi maravilhoso. Era tão bom que eu nunca percebi como aguentara tanto. Sem que eu esperasse, a língua de Axl invadiu-me. A sua boca era doce, suave, mostrava o lado dele que só nós conseguíamos ver. Era como se eu estivesse a beijar pela primeira vez.

     Desci as minhas mãos até às suas ancas, ganhando apoio. Continuámos o beijo sem cessar durante mais alguns minutos, experimentando aquela sensação nova.

      Mas após algum tempo, eu acabei por me soltar. Tinha outros planos em mente.

     Axl olhou-me, ainda em êxtase por conta de tudo o que tinha acabado de acontecer.

     Então levantei-me, ficando de joelhos, e comecei a tirar as minhas roupas, porque ainda estava vestido. Axl sentou-se e ajudou-me, tirando a minha t-shirt. Slash estava sentado, encostado à trave da cama, enquanto acendia um cigarro. Podia dizer que ele estava super-excitado connosco, notava-se pelas suas calças. 

     Axl olhou-me de cima a baixo quando eu finalmente me encontrava despido, de joelhos, à sua frente, enquanto mordia o lábio. Então, sem mais, empurrou-me, deixando-me cair na cama.

     Gatinhou sobre mim. Entrelaçámos as nossas pernas e unimo-nos num beijo mais feroz, rebolando pela cama, os nossos corpos quentes e despidos a ligarem-se profundamente. Toquei o seu corpo, dos pés à cabeça, cada centímetro de pele que eu sempre quis possuir, várias vezes. Axl mordia-me o lábio de maneira obscena enquanto nos movimentávamos de um lado a outro, abanando a cama inteira, quase a pegar fogo. Suspirávamos e gememos várias vezes entre o beijo, ambos demonstrando que tínhamos esperado muito por aquilo, tínhamos fome um do outro. Eu tinha sonhado tantas vezes com isto, e nenhum dos sonhos sequer se aproximava do que estava a acontecer naquele momento. 

     Então parámos, olhando para Slash. O meu plano inicial era fazer esquecer Axl de tudo, distraindo-o e mostrando-lhe que me importava com ele mais do que ele poderia imaginar, mas agora estávamos praticamente a torturar Slash. 

     Trocámos então um olhar. Axl gatinhou até Slash, ficando sobre o seu colo, excitando-o, e começou a tirar-lhe também as roupas. Slash olhava-o enquanto Axl o fazia de maneira extremamente sedutora, sem reclamar. Ajudei-o também, atirando as suas roupas para longe.

     Eu não sei o que estava a acontecer, e também já não me importava. Eu amava Axl, mas naquele momento fiquei com uma puta vontade de beijar Slash, e foi o que fiz. 

--Ponto de vista do Slash--

     Porque raios é que Izzy me estava a beijar? Eu não fazia a mínima, mas o pior é que eu estava a gostar. Izzy beijava bem, mas nada comparado com beijar Axl. Era diferente, acho que ele poderia dizer o mesmo, porque não havia exatamente nada entre mim e Izzy, apenas puro impulso do momento. Fiquei hesitante no início, mas acabei por corresponder, deslizando as minhas mãos pelas suas costas.

     Eu já estava demasiado envolto naquele beijo quando senti dedos quentes a tactear a minha barriga, ancas, e depois o meu membro. Eram os dedos de Axl. Eu reconhecia pois ninguém tinha os dedos como ele, porque os dedos dele eram como o céu. Por isso gemi assim que os senti. Ele começou a masturbar-me, primeiro devagar, dando-me a provar a sensação. Eu e Izzy cortámos o beijo, observando-o. O braço de Izzy envolveu a cintura de Axl, que estava sentado exatamente à minha frente enquanto me tocava. 

     -Oh...Axl-gemi, à medida que ele ia aumentando a velocidade. Não sabia como ele conseguia ser tão ágil, mesmo sem ter tido qualquer tipo de experiência deste género. 

     Izzy começou a massagear os ombros a Axl, enquanto lhe ia beijando as costas e o pescoço por trás, e eu gemia só de os olhar e de saber que eram os dedos de Axl a tocar-me, não os meus. Vi-o a descer as mãos pela barriga de Axl, tocando o seu pénis e começando a masturbá-lo também.

     Nenhum de nós fazia a mínima ideia do que estava a acontecer, mas ambos sabíamos que era, de longe, a melhor noite de sexo das nossas vidas. 

     E nós nem tínhamos realmente tido sexo. 

     Os meus gemidos já se misturavam com os de Axl, e eu já estava extremamente perto ao sentir os movimentos obscenos da sua mão aumentarem.

     -Slash...aaah..Iz...-Axl já nem sabia que nome gemer, porque Izzy tocava-o cada vez mais rápido, tão rápido como os movimentos de Axl sobre mim. 

     -Slash...aah...ahhh, Izzy-gemeu-Eu vou...eu vou...

     Ele gemia, e eu não aguentava mais. Axl e eu explodimos ao mesmo tempo, enquanto gemíamos os nossos nomes de maneira arrastada. Rápidos splashes vindos de Axl sujaram o meu corpo, assim como a mão de Izzy, que ficou coberta com o esperma de Axl. Ele também não ficou melhor, depois de eu lhe sujar também a mão, que ainda estava sobre o meu membro, e a barriga.

     Axl levou rapidamente a boca ao meu pénis, ainda anestesiado por conta do seu orgasmo, e provou-me, sujando a sua boca e o seu queixo, tudo isto enquanto me olhava. Já tinha tido várias orgias na minha vida, e juro que nunca tinha experimentado algo assim tão obsceno.

     Merda, eu já podia ter um orgasmo outra vez só com a visão de Axl a fazer-me aquilo. Virou-se e pegou Izzy, pelo queixo, beijando-o lascivamente, sujando até os lábios de Izzy com o meu fluído. Soltaram-se e ficaram a encarar-se por uns momentos, ainda perto um do outro. Havia uma espécie de magia diferente entre eles, estavam a experimentar algo proibido.

     Então Axl gatinhou até mim e beijou-me também, beijou esse que eu correspondi rapidamente, à medida que ia deitando Axl sobre o meu peito. Parámos, a arfar. Izzy deitou-se, e Axl rebolou para o lado, ficando no meio de nós. Entreolhámo-nos os três, ainda a tentar perceber o que tinha acabado de acontecer. 

     Nenhum de nós estava disposto a avançar mais, pelo menos por enquanto. Porque nenhum de nós era gay, embora fosse um pouco difícil de provar isso depois do que tínhamos acabado de fazer. 

     Os meus caracóis castanhos misturavam-se com o fogo de Axl e com a escuridão dos cabelos lisos de Izzy. 

     A mão de Izzy envolveu a cintura de Axl, que se acomodou melhor no meio de nós. Aproximei-me também de Axl, encostando a minha cabeça a ele. Entrelaçámos as nossas pernas e as nossas mãos, enquanto Axl levantava agilmente a cabeça para dar um beijo rápido nos lábios a cada um de nós.

     Ele não demorou muito a adormecer. Era incrível, porque sempre que ele dormia sozinho ou passava a noite inteira em claro, ou entupia-se de comprimidos, ou tinha pesadelos. Mas quando ele adormecia comigo, não demorava mais de 2 minutos a cair no mais profundo dos sonos.

     Eu e Izzy ficámos a observá-lo enquanto ele o fazia, a sua respiração fraca contra nós. Era adorável.

     -Eu amo-te mais do que tu possas imaginar-sussurrei ao seu ouvido, afastando-lhe algumas mechas de cabelo dos olhos.

     -Eu também te amo, Ax...-disse Izzy, acariciando a sua cara-E nunca deixarei de o fazer.

     Então Axl sorriu, de olhos fechados.

     Como um anjo.

     O meu anjo.

-Nota final-

     HEY

     1-Não sei se repararam mas tenho uma capa nova, sem ter sequer mexido uma única palha xD Obrigada, @the_Shaforostov pela capa maravilhosa, beijos :*

     2-Eu não sei o que acabei de escrever neste cap :')

     3-Eles ainda vão ter sexo sim, só que eu ainda não sei quem vai ser a passiva HAHAHA #firstworldproblems

     4-Eu continuo sem saber o que escrevi aqui, mas foda-se, espero que tenham gostado xD

     Bjs









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