FANFIC - Shingeki No Kyojin...

By Erenzito_Ackerman

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(+18) Eren, está há espera de um transplante já algum tempo. Seu corpo é forte e tem suportado até agora por... More

Capítulo 1- Ah! Se Esse Quarto Falasse
Capítulo 2 - Será Que Ainda Há Esperança?
Capítulo 3 - A Decisão (Parte 1)

Capítulo 3 - A Decisão (Parte 2)

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By Erenzito_Ackerman

- Doutor Rivaille, por favor se dirija para a sua sala. - A voz no rádio alertou.
Retirando o rádio do cinto apertou o botão. - Estou ocupado.
- É de extrema urgência!
Bufou e continuou. - Estou há caminho. - Desligou o parelho e o colocou na cintura novamente.

De tanto afagar os cabelos, Eren acabou dormindo por causa do gostoso cafuné. Rivaille retirou a máscara de oxigênio, selou um beijo e a colocou novamente com cuidado.
Saiu em disparada para voltar o mais rápido possível.
Chegando em sua sala entrou e a porta em suas costas se fechou bruscamente.

Se virando viu a enfermeira Petra com um semblante sério e um pacote nas mãos… observou o pacote por alguns segundos.

"Os pertences do Eren." Pensou. - Já sabe de tudo. - A ironia era perceptível.
-  Por isso sempre estava com ele… e o encontrei na sua casa quando fui te visitar… ELE É UM PACIENTE! Está arriscando sua carreira…
- PETRA!

Ela se calou depois da voz potente.

- Vou doar o meu coração para ele.
- O quê? - Mal podia se ouvir a voz.
- Só aguardo os exames de compatibilidade.
- NÃO!? Não pode fazer isso! - Largou a sacola no chão e segurou bruscamente o avental dele.
- Você me ama?

A cabeça dela afirmou que sim.

- Então… você morreria por mim?
Petra o soltou e deu um passo para trás. - Morrer?
- Se não é capaz de responder essa pergunta, não sabe o que é amar de verdade. O verdadeiro amor exige sacrifícios. Se você não é capaz de sacrificar nada, não sabe o que é o amor.

Petra colocou as mãos sobre a boca e começou a chorar. Ele á puchou para si e deu um abraço.

- Sempre tive um grande respeito por você. Gostaria que auxiliasse Erwin na cirurgia. - Sussurrou no ouvido dela.
- Vou sentir… sua falta.
Um sorriso debochado saiu dos lábios de Rivaille. - Da minha maneira… mas, de certa forma também sentirei falta de tudo e de todos.

[…]

A discussão na sala do Diretor do hospital Maria durou cerca de uma hora e meia.
O diretor não se importava com a vida de Levi; na verdade sempre odiou, só não queria que o hospital caísse em ruína por causa de uma atitude inconsequente. Erwin explicou a situação, revelou que para não haver processos o doutor Rivaille deveria assinar vários termos que diziam ser de sua inteira responsabilidade aquela ação e que o hospital estaria ileso de qualquer responsabilidade que viesse "cair" sobre ele. O diretor acariciava sua barba branca com o semblante sério, não tirando os olhos de Erwin em momento algum. Bufou. Concordou. Erwin entregou vários papéis para o Diretor assinar e em seguida entregou uma caneta que estava em seu bolso.

Rivaille depois da discussão com a enfermeira Petra, ficou o tempo todo na UTI ao lado de Eren que dormiu o tempo todo. Estavam de mãos dadas e os dedos entrelaçados. A mão de Eren parecia uma pedra de gelo de tão gélida que estava.
Foi chamado pelo rádio. Já estava na hora dos exames.
Demorou para soltar a mão do outro, aquela sensação de nunca mais poder vê-lo novamente o matava pouco há pouco, seu peito doía. Sem olhar para trás soltou a mão e seguiu para para a sala de exames.
Eren despertou por alguns segundos e viu quando seu amado saía dali, seu corpo estava tão cheio de medicamentos que os olhos voltaram a ficar pesados e adormeceu novamente.
O hospital Maria era reconhecido por sua tecnologia e seus médicos eram os melhores!
Já na sala de exames foram feitos todos os exames necessários de compatibilidade e se a saúde de Rivaille estava em ótimo estado; porque isso também poderia afetar de algum modo,  o processo foi um pouco demorado e ainda havia as duas horas de espera para os exames ficarem prontos.
Dispensado, voltou para sua sala e esperou até que os exames ficassem prontos.
Enquanto o tempo não passava, Rivaille retirou da gaveta de sua mesa um papel, envelope e uma caneta, se sentou na cadeira acomodando-se, soltou um suspiro e com a caneta na mão começou a escrever na folha de papel.

Duas horas depois.

O dedo batia sem parar na mesa impaciente. Dois envelopes se encontravam na mesa, uma com o nome Eren e outro em branco mas, estava bem volumoso. O celular de Eren estava ao lado; ele havia pego para si depois da última visita.
Uma batida na porta fez seu dedo parar.

- Entre.

A porta se abriu e Petra entrou com uma pilha de papéis que segurava entre seu braço.

- Os resultados estão prontos. Antes de entregar para o vice diretor, resolvi avisar. - Estava cabisbaixa.
Ele se levantou pegando os pertences em cima da mesa e os enfiou no bolso do jaleco. - Deixa que eu levo. - Ficou na sua frente e estendeu a mão. - Preciso falar com Erwin.

A enfermeira nem contestou e entregou os papéis, o mesmo colocou a pilha de baixo do braço e saiu da sala com Petra logo atrás. Andaram até a sala de Erwin sem pronunciar uma palavra.
Chegando lá… Petra acenou e continuo o caminho para continuar seus afazeres, Rivaille deu uma batida na porta com o punho e entrou.
Fechou a porta.
Erwin estava tomando café e vendo quem havia chegado pegou um copo descartável da bandeja e colocou o café da garrafa térmica nele. Rivaille se sentou na cadeira e o outro o serviu. Retirou os papéis do braço, colocou na mesa e empurrou para frente com a mão.

- Os resultados. - Pegava o copo e assoprava o líquido quente.

Erwin colocou o copo de lado e começou a ler as inúmeras páginas, analisando seriamente.
Rivaille aguardava uma resposta enquanto bebericava seu café.
As folhas lidas formavam uma outra pilha ao lado, Erwin balançava a cabeça positivamente para cada página que lia.

Terminando a última página apoiou o queixo na mão aberta. - Positivo.
Rivaille suspirou aliviado.Terminou o café em um só gole e o colocou de lado. - Quero te pedir um último favor. - Retirou os pertences do bolso e estregou nas mãos de Erwin. - Quero que entregue a carta para Eren antes dele sair do hospital.
- Entregarei. - Erwin balançou a cabeça positivamente.
- O celular também. Tomei a liberdade de ligar para Armin Arlelt, é o melhor amigo dele; Eren é cabeça dura demais para pedir ajuda, ele é sensível para aguentar tudo isso sozinho.
- O jovem de cabelos loiros?
- Exato. Em breve estará chegando aqui.
E…
O outro entregue nas mãos do meu advogado.
Quero que você leia e assine como minha testemunha.

Erwin colocou as coisas na mesa ficando somente com o envelope em branco nas mãos. Retirou as folhas dobradas, abriu e começou a ler.

- Mesmo depois de morto você continuará cuidando dele, não? - Abriu a gaveta, pegou uma caneta e começou a assinar cada página.
- Sim. Estou deixando todos os meus bens no nome dele.
Não haverá problemas pois, escrevi há punho e meu advogado sabe que não entrego esse tipo de documento a qualquer um… Basta entregar para ele e o mesmo saberá o que fazer.
O endereço está em uma das folhas.
- Sim.
Não se preocupe que farei tudo corretamente, Levi. - Terminava de assinar o último papel e os guardou novamente no envelope, ajuntou os outros pertences guardando na gaveta e a fechou. - Espero que não tenha sido duro demais na carta.
- Tsc! O fedelho aguenta. - Virava o rosto para o lado.
- Levi…
É normal sentir medo. Não precisa ser forte a todo momento.
Encarou Erwin erguendo uma das sobrancelhas. - Siga o próprio conselho, Erwin!

Erwin soltou o ar pelas narinas e deu um sorriso meio de lado.

- Bem… Com tudo pronto, acho que já podemos começar os procedimentos.

Ambos levantaram da cadeira. Erwin seguiu até Rivaille e deu uma palmada de leve em seu ombro.

- Vá se despedir.
Rivaille suspirou. - Irei.

Rivaille saiu da sala cabisbaixo com o semblante sério.
A cada lugar que passava surgia uma lembrança, visualizava-se fazendo sua rotina diária e as pessoas com quem passava o dia, sorrindo ao lado de seu fantasma, voltou a olhar para frente e um sorriso brotou em seus lábios fechados.

"É essa a sensação de ver a vida passar em um segundo, quando se está diante da morte?" Pensou consigo.

As lembranças se tornavam pó e desapareciam conforme ele continuava seguindo em frente.
O corredor parecia cada vez mais longo.
Chegou na porta do elevador, entrou e apertou o botão. Quando a porta se fechou, colocou a mão em sua boca e não pôde conter o choro.

"Droga, Jaeger!
Não temo a morte… o meu maior temor é ficar sem você. " As lágrima caíam sem parar e ele apertava sua mão contra a boca para não gritar.

Com o punho fechado apertou o botão vermelho para o elevador parar. Num solavanco o elevador parou.
Se encostou na parede e olhava para o teto espelhado o seu estado deplorável.
O rosto de Eren passava pela sua mente, cada detalhe, ele começou a se lembrar… Os momentos que passaram juntos. As lembranças pareciam quebrar seu coração em mil pedaços.
Com a outra mão colocou a mão no peito e fechou em punho segurando a camisa fortemente.

"Sinto muito… mas, eu não consigo… dizer 'adeus'." Respirou fundo e enxugou as lágrimas.

Apertou o botão vermelho novamente e o elevador voltou a funcionar. Clicou no andar em que estava antes.
Voltou ao seu estado normal e cruzou os braços.
A porta do elevador abriu quando chegou na UTI, ele apenas virou a cabeça para o lado e deixou a porta se fechar.

[…]

Na sala de cirurgia.
Eren estava em uma mesa cirúrgica e Rivaille em outra.
Os olhares de Erwin e os demais enfermeiros eram de assombro, ninguém conseguia pronunciar uma palavra e aguentavam firmes para não chorar; o profissionalismo estava acima de tudo.
Rivaille apenas encarava a luz que estava voltada para si, não tinha coragem de olhar para o lado.

- Está pronto, Levi?
- Faça logo!

Erwin acenou com a cabeça para a enfermeira Petra; que estava encarregada de fazer os pacientes dormirem.

- Enfermeira Ral!
- Sim?
- Também esteja encarregada de anotar a hora da morte.
- S-sim…

Rivaille sentia o líquido gélido entrar em sua veia e aos poucos seus olhos pesados, tudo ficará embassado e depois a escuridão o dominou.
A cirurgia durou quatorze horas e quarenta e cinco minutos.
A cirurgia foi mais uma vez um sucesso, mas, não era isso que parecia. Os que saiam da sala tinham um olhar vago e descrente, era inacreditável o que havia acontecido.
Petra saiu e se recostou na parede abaixando sua máscara. Sua boca estava entre aberta mas, não produzia nenhum som.

"Ele… se foi…" Pensava sem conseguir acreditar no ocorrido.

[…]

Os olhos de Eren se abriram devagar, em meio a visão embassada via uma pessoa de cabelos loiros, a visão ficou clara… era Armin.

- Graças á Deus, Eren! - Esboçava um enorme sorriso e com lágrima nos olhos. - ENFERMEIRA!? - Armin correu para o corredor e gritava desesperado.

Eren observava confuso.
Respirou profundamente e viu que agora não doía mais fazer isso.
Armin conversava com uma enfermeira do lado de fora e a mesma saiu correndo depois dele terminar de falar. Voltou para a sala e se sentou na cadeira do lado da cama.

- O que faz aqui, Armin? - Se ajeitava na cama para se sentar.
Tentou disfarçar; pois já sabia de tudo depois que conversou com Erwin. - O doutor Rivaille me ligou. Disse que você precisava de mim.
- Maldito!? - Eren fechou a cara.
- Não contou nada a Mikasa, né?
- Não. Mas, ela sempre pergunta de você… Porém, você nunca me deu autorização para falar, por isso ela não sabe.
- Ela mudou?
- Não. Continua tão louca quanto antes.
- Então, é melhor que eu não a veja mais. - Desviou o olhar.
Armin escondeu um sorriso com uma das mãos. - Perdão. Mas bem se vê o quanto vocês são ligados um com o outro.
- O quê? - Eren olhava com uma cara de desentendido.
- O doutor Rivaille me fez a mesma pergunta. Quando terminei de falar… a resposta dele foi a mesma que a sua.

Eren olhou para frente e sorriu docemente. Ao olhar aquilo o sorrido de Armin desapareceu e seu semblante se tornou angustiante.

- Eren! - Erwin e a enfermeira Petra entravam e seguiam em sua direção.

Armin se levantou e os cumprimentou com um aceno de cabeça.
A enfermeira começou a examiná-lo para ver se estava bem e Erwin se colocou ao lado de Armin.

- Desculpe por dar tanto trabalho. - Eren sorria sem graça.
- Dessa vez tenho certeza que o coração será compatível.
- Por que tanta certeza?
-  Porque esse é um coração muito especial, Eren. - Erwin retirou um envelope do bolso e o celular e os entregou nas mãos dele. - Levi, com certeza não se desculparia por ter chamado seu amigo.
- E onde ele está? - Eren olhava para trás de Erwin esperando que Rivaille estivesse ali.
- Leia a carta.

Petra parou o que estava fazendo e foi para o lado de Erwin. Armin não aguentou mais e foi para fora. Eren olhou curioso mas, deu de ombros e começou a abrir o envelope que estava o seu nome escrito.

"Eren.
Venho por meio desta carta lhe explicar o que está ocorrendo; porque sei que o maldito do Erwin já deve ter lido e não dirá nada a você.
O seu estado era grave quando você adentrou no hospital novamente; não se esqueça de agradecer a Petra porque foi ela quem o salvou. Você estava entre a vida e a morte… eu NUNCA o deixaria morrer!
Por isso…
Eu lhe doei meu coração Eren…"

As lágrimas corriam mas, ele ainda não entendia o que acontecia. Observou os dois na sua frente que desviavam o olhar. Voltou a ler.

" Fiz vários testes de compatibilidade e deu positivo.
Como seu cérebro é meio lento, vou tentar ser o mais claro possível! Sim, estou morto e o coração acoplado em seu peito é o meu.
Eu só queria…
Lhe agradecer. Obrigado pelos momentos felizes que pude estar ao seu lado.
Tinha planos de nos casarmos mas, a maldita vida foi estraga prazeres e arruinou tudo!
Não faça a idiotice de se matar, fedelho maldito! Não faça meu sacrifício ter sido em vão!
Viva… por mim.
Eu te amo, Eren.

Daquele que será sempre seu, Levi."

Eren amassou a carta com as mãos e teve uma crise de choro e gritos estridentes.

- SEU EGOÍSTA!? MALDITO É VOCÊ!? COMO PÔDE…

De dentro do envelope caiu uma aliança no chão. Petra a pegou, estava escrito Eren; a aliança de Rivaille. Petra se aproximou e deu um tapa no rosto de Eren.

- O QUE ESTÁ FAZENDO? ME DEIXA! EU QUERO MORRER!? - Eren gritava entre soluços.
- SE VOCÊ NÃO É CAPAZ DE SACRIFICAR NADA, NÃO SABE O QUE É O AMOR! - A enfermeira gritou com os olhos cheios de lágrimas.

Eren se calou.

- Ele sacrificou a vida em nome do amor de vocês… O mínimo que você deve fazer é sacrificar sua dor, Eren.
Se não fizer isso… você não... O amava. - Petra começou a chorar.
- Eu… sinto a falta dele… - Eren colocou as mãos no rosto e Petra o abraçou.
- Também sinto.
- Vou deixá-los á sós. - Erwin se retirou da sala e viu Armin encostado na parede chorando. Ficou ao seu lado e acariciou a cabeça dele para consolá-lo.
- O mundo… é tão cruel. - Armin falava em meio ao choro.
- Sim, Arlelt. Você não sabe o quanto.

[…]

Erwin levou Eren até o advogado que os entregou os bens de Rivaille.
Eren passou a morar na casa que seria dos dois e não mexeu em nada para permanecer á lembrança de seu amado.
Ele seguiu em frente, vivendo por aquele que o salvou. Armin o ajudou nos momentos mais difíceis.
Visitava o túmulo de Rivaille todos os dias e dizia "o quanto sentia sua falta."
Eren viveu… sacrificou sua dor para que o sacrifício de Rivaille não fosse em vão.

Muito tempo se passou, um tempo do qual você nunca conseguirá contar ou imaginar o quanto foi.

Em uma sala de aula, um garoto de cabelos castanhos claros se aproximou de uma carteira dupla; do qual em um dos lados estava vazio e do outro estava um jovem rapaz de cabelos negros com fones de ouvido.

- Com licença. - O jovem acenava para o outro prestar atenção.

O rapaz retirou os fones e tinha um semblante sério, olhou para o outro o encarando.

- T-Tem alguém sentado aqui? - Tentava disfarçar o medo.
O jovem de cabelos escuros esticou a cadeira do lado. - Não. - Estendeu a mão indicando para o outro se sentar.
Sentando-se observava sem parar o novo colega. - Sou Eren!
- Levi.

Ambos apertaram as mãos.

- Sabe… parece que te conheço de algum lugar! - Eren soltava a mão e continuava a analisá-lo.
- Quem sabe… de outra vida. - Colocou seus fones novamente e se virou para a janela sorrindo.

As vezes a vida entende os sacrifícios e resolve nos dar uma nova oportunidade.

- FIM -

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