[Degustação] Amigos com Benef...

By MaaMarche

318K 6K 1K

College Friends to Lovers | Medium Burn | Opposites Attract | Forbbiden Love Marcos tem um grande segredo, ma... More

?️ ELENCO ?️
?️ PLAYLIST ?️
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
PUBLICAÇÃO

CAPÍTULO 5

6.1K 528 132
By MaaMarche

28 de Março, 15h44, Dormitório 489

Mariah não escondia de ninguém sua paixão pelas festas universitárias. Na verdade, a quem interessasse ela contava que aquele era um dos motivos pelos quais ela havia aceitado o pedido da mãe de fazer faculdade, ainda que não achasse necessário um diploma para um artista. Na sua opinião, era muito mais questão de talento e contatos.

Mas, as famosas cervejadas da faculdade eram, sem dúvida, uma vantagem de se frequentar tal ambiente. A grande maioria das pessoas ficava bêbada, e aquilo significava que agiam tal qual ela sempre agia no dia-a-dia: movidas pelos sentimentos.

Até a mais recatada das mulheres e o mais comportado dos homens não hesitava em tascar um beijo caloroso em algum desavisado, dançar em cima de uma mesa ou gritar verdades que nunca teve coragem antes na cara do ex ou da amiga falsa. Era libertador para a artista ver as pessoas se permitirem aquele tipo de atitude impulsiva e impensada a que ela tinha tanta afinidade.

Só não era legal quando alguém passava do ponto e vomitava, mas isso eram outros quinhentos.

Por isso, naquela sexta-feira de festa, a garota não estava cabendo em si de animação, e já havia obrigado todos os conhecidos a confirmarem presença no evento que a entidade responsável tinha criado. Tinha falado no ouvido de Marcos, que não costumava comparecer, o dia todo a respeito, até ele prometer a ela que chegaria cedo e sairia tarde. Ainda o obrigou a passar no dormitório de Hugo para que ele também fosse convencido, e fez ela mesma o caminho para o quarto de Sabrina para fazer o mesmo.

Bateu três vezes na porta chamando o nome da amiga, que respondeu com um abafado e esganiçado "já vou". Mariah admirou as unhas de francesinhas manchadas pela tinta azul que havia usado em uma tela mais cedo enquanto esperava ao som de coisas sendo reviradas ou derrubadas do lado de dentro. Franziu as sobrancelhas, intrigada com o motivo da demora, quando Sabrina abriu uma fresta que deixava transparecer apenas metade do seu corpo.

A loirinha vestia uma camisola branca em plena luz do dia e seus cabeços estavam bagunçados como só uma boa sessão de amassos pode deixar. A artista não precisou de mais nada para pegar a dica.

- Coloca uma roupa decente, faz o bofe que tá aí dentro tomar um banho e eu te espero na cervejada da faculdade às dezoito horas em ponto. Se você não aparecer, vou te taxar como ninfomaníaca, subornar alguém do prédio de medicina e enviar o atestado para a sua mãe em Aracaju.

Mariah disse tudo em um só fôlego, para o desespero da outra que a encarava boquiaberta e levemente ofegante. Quando terminou, com um sorriso esperto de quem sabia que não havia deixado opção, ela mesma puxou a maçaneta em sua direção e fechou a porta, dirigindo-se ao próprio dormitório para se aprontar para a festa.


28 de Março, 17h50, Dormitório 522

A música estava alta o suficiente para as vizinhas de dormitório reclamarem, mas o gosto musical de Mariah parecia agradá-las, visto que ainda não tinha recebido gritos irritados através das paredes.

Ela já estava atrasada, a festa já estava acontecendo e, mesmo que tivesse marcado de só estar lá as 18h, ainda lhe faltava a pior parte de se arrumar que era: escolher a roupa.

Já estava sentada na cama de frente para o guarda-roupa por quase metade do álbum sem saber o que fazer e sem sentir vontade de ligar pra Sabrina – que além de estar bastante afastada dela há algum tempo, ainda poderia estar acompanhada -, quando abriram a porta do seu quarto sem mais nem menos.

Ela se virou, alarmada, apertando a toalha em volta do corpo, até perceber que era Marcos.

- Desde quando você é um invasor de privacidades alheias? – ela esganiçou, ainda com uma mão firme nos nós que seguravam a toalha no corpo, enquanto com a outra abaixava o som o suficiente para que eles pudessem se ouvir.

- A gente tem intimidade para isso e eu estava torcendo para te pegar pelada. – o engenheiro deu de ombros, se jogando na cama da menina em seguida, no maior conforto.

- Bom, eu sinto muito, engenheiro.

- Por superestimar nossa amizade ou por você estar vestida? – indagou, os olhos claros passeando sem restrição pelas pernas expostas dela. - Porque deixa eu te dizer, um pedaço de pano desse tamanho deixa pouco à imaginação. – ele passeou a ponta da língua pelo lábio inferior, conseguindo com sucesso deixá-la corada.

- Você é um tarado. – resmungando, Mariah achou um blusão masculino da faculdade que tinha comprado para dormir, e o vestiu por cima da toalha, que logo depois pôde ser descartada com segurança. Ela estava um pouco mais coberta agora, ao menos na parte do colo.

- E você adora. Escuta, porque você ainda não tá pronta e tá ouvindo música de fossa? Eu nem te dei um fora...

Não conseguindo conter o riso, a artista deixou um tapa no ombro do garoto que, agora ela percebia, estava impecável em uma calça jeans justa e cheia de rasgos e uma camiseta preta de gola em V. Ela se recusava a encarar Shawn Mendes como "música de fossa" então preferiu ignorar aquela parte do comentário.

- Eu me atrasei, a música me distraiu, e agora eu não sei que roupa usar. – explicou, voltando-se ao dilema tipicamente feminino do "eu não tenho roupa pra vestir".

Em um impulso rápido, Marcos estava de pé e analisando o armário aberto da mesma forma como ela fazia há segundos.

Quando os olhos azuis cravaram em algo que lhe chamou atenção, ele pescou a peça com os dedos e a estendeu à amiga, com um sorriso galante. Era uma saia preta e branca de desenhos fortes e abstratos que deixavam a bunda dela maior do que era realmente, e por isso mesmo ela só usava quando estava à caça.

- Eu não sei...

- Você vai ficar horrorosa em qualquer roupa. Essa aqui tá ótima. Anda, vai vestir.

Era engraçado como aquela heresia óbvia podia soar tanto como o melhor dos elogios quando proferido pela boca desenhada do loiro. Revirando os olhos em aceitação, ela tirou o pedaço de tecido de bandage da mão dele e agarrou uma blusa cropped preta que combinava, indo para o banheiro da suíte.

Enquanto se vestia e finalizava a maquiagem - que incluía seu inseparável batom vinho -, ouviu Marcos aumentar novamente a música e cantarolar desafinado de propósito para fazê-la rir e borrar o rímel.

Destrancou a porta até pra mostrar pra ele o estrago, rindo da própria desgraça, e ele foi até a amiga, ameaçando piorar a situação. Mas Mariah virou-se de costas para ele antes que corresse os dedos grandes pelas poucas manchas pretas, já embebendo um cotonete no demaquilante para consertar a bagunça.

Aproveitando-se de estar ali, Marcos inclinou-se sobre o corpo da morena para alcançar um pente abandonado na pia e, com o peitoral inteiramente encostado ao dela, a distraindo, colocou-se a ajeitar os fios curtos de cabelos sem salvação – eles nunca parariam no lugar.

Mariah mordeu a boca, esforçando-se para não xingá-lo, e em uma troca de olhares raivosa, acabou de se arrumar sentindo os músculos do peitoral dele mexerem-se conforme o movimento e a respiração do engenheiro lhe tentando a nuca.

28 de Março, 18h26, Quadra da Universidade

Quando pisaram nos arredores da grande quadra da Universidade onde todas as festas daquele porte ocorriam, Mariah percebeu no rosto das pessoas que cumprimentava certa curiosidade mal contida. Sem entender, ela olhou para a própria roupa e checou o visual brevemente no reflexo do celular, não achando nada alarmante. Só quando virou-se para o lado para dividir a desconfiança com o amigo que se deu conta do motivo dos olhares.

Marcos tinha um braço ao redor dela, não de maneira possessiva, apenas a guiando entre a multidão, seus corpos bastante próximos devido à lotação do lugar. Ele estava cheiroso e mais bonito que o normal, e seus olhos claros sempre pareciam mais iluminados quando abria um sorriso provocante que era pensado na medida para tirá-la dos eixos.

Qualquer um que visse a cena não demoraria a achar que eles eram um casal.

Mariah simplesmente não tinha pensado no peso que teria de estar indo àquela festa acompanhada com o engenheiro – não era bem assim para nenhum dos dois. Eles só iam curtir a companhia um do outro, como amigos. Era cômodo chegarem juntos ao invés de separados e terem que se procurar pelo mar de outros estudantes, independentemente do que o resto das pessoas fosse pensar.

Naquela altura do campeonato, na verdade, já estava claro que pensar não era o forte da artista. Ela fazia as coisas conforme queria, e ela queria aproveitar a cerveja gelada e as músicas animadas ao lado do seu mais novo amigo, rindo das suas piadas e se permitindo arrepiar com as brincadeirinhas provocativas que ele insistia em fazer, além de ter como objetivo secreto ensiná-lo a dançar – ela suspeitava que o senhor atitudes lógicas nunca tinha se dado ao trabalho de se soltar àquele ponto.

E ela esperava que pudesse curtir também com Sabrina e Hugo - e que um pouco de álcool pudesse ajudá-los a resolver seus problemas.

Então, por mais que tivesse conseguido ligar 2 + 2 e descoberto o porquê das pessoas a olharem como a mais nova fonte de babados da Universidade – uma artista e um engenheiro juntos era realmente algo digno de nota -, Mariah deu de ombros e se apertou mais ao loiro enquanto ele os guiava para o bar mais próximo.

- Uma para mim e uma para a minha namorada, por favor. – Marcos pediu ao cara atrás do balcão e Mariah imediatamente arregalou os olhos para ele, pegando no flagra quando ele ria de sua face assustada. – É o que todo mundo tá achando! - deu de ombros, indicando algumas pessoas ao redor dos dois que ainda encaravam de forma descarada.

- Mas a gente não tá junto, besta! – a artista protestou, incrédula da cara de pau dele.

- Não fala assim que eu gamo. – ronronou, manhoso, beliscando-a na altura do quadril até que ela risse.

- Você tem problemas mentais muito sérios. – constatou, séria, já dando um gole de sua caneca extremamente gelada. Mesmo que não fosse chegada a bebidas alcoólicas, o tempo quente pedia aquele alívio.

- Devo estar no curso errado então...

- Definitivamente. – concordou, sem mais.

- Deveria fazer Bacharelado em Como Lidar com a Mariah, ia ser mais útil.

- Esse curso não existe porque não tem fórmula para isso, bonito. – desdenhou, mostrando a língua.

- Me dê algumas semanas e eu quem vou lecionar. – Marcos a olhou de cima, batendo no peito, orgulhoso. Mariah riu, negando com a cabeça.

- Convencido...

- Só quando se trata de você, namorada. – piscou.

- Para com isso! – ela esganiçou, a voz desafinando com o riso preso.

- Pede com jeitinho que eu faço o que você quiser.

Fechando os olhos em fendas, Mariah avaliou o rosto do mais velho com cuidado cirúrgico. Sua mente tinha associado àquela frase a hora perfeita para colocar seu plano em ação.

Dando um último gole farto no líquido mostarda e deixando o recipiente no balcão mesmo, ela pegou a mão grande do amigo das suas e começou a guiá-lo para o meio da multidão.

- Dança comigo. - pediu com jeitinho, como ele tinha sugerido.

- O quê? – ele praticamente engasgou, mirando-a com o cenho inclinado.

- Vem, deixa de ser chato. Vou te ensinar a se divertir.

Puxando-o sem mais protestos para o meio de uma pista improvisada onde as pessoas se movimentavam ao som de algum sertanejo suave, Mariah tinha um sorriso arteiro no rosto, divertindo-se com a expressão claramente contrariada do amigo.

Se colocou de frente a ele e começou a balançar os quadris e os cabelos no ritmo da melodia, sibilando algumas passagens que identificava da letra.

Ela adorava dançar daquele jeito, descompromissada e só sentindo a batida. Chegou a fechar os olhos brevemente, soltando também os braços para se movimentarem de acordo. Porém, quando abriu os olhos e furou sua bolha particular, percebeu os olhos claros do loiro excessivamente grudados a ela.

Ele parecia hipnotizado, vidrado, como se assistisse ao melhor reality show do mundo em uma televisão de tela plana. Mas, apesar da contemplação para lá de encantadora, Marcos não havia dado sequer um passo para o lado durante os quatro minutos de duração da música.

- Tenho certeza que você consegue fazer melhor do que isso. – Mariah riu, convidando-o com um gesto a realmente se esforçar um pouquinho mais.

- Mas qual o ponto de ficar aqui se mexendo de um lado pro outro? – ele ia começar a reclamar, rabugento, até ela dar um passo para frente e unir seus corpos sem demora. O que quer que fosse sair das cordas vocais dele foi imediatamente calado. Mariah passou os braços pelo pescoço do rapaz, e ele a segurou firme pela cintura firme, o calor do corpo de um passando com totalidade para o outro.

- Agora eu vi vantagem.

Rindo, eles começam a dançar de verdade, primeiro dando pequenos passos para um lado e para o outro, para frente e para trás, no ritmo da nova música ligeiramente mais romântica que invadia a quadra. Então, Marcos se aventurou por girar a morena pela mão algumas vezes, sendo bem-sucedido em poucas delas, e provocando encontrões e desequilíbrios nas outras que só eram capazes de arrancar mais risadas do casal.

Desistindo de inventar moda, ele a abraçou mais apertado e balançou calmamente em volta do mesmo lugar, o rosto apoiado nos cabelos dela. Mariah sorriu secretamente na privacidade que tinha com a face escondida no ombro dele pelo conforto que ele agora parecia demonstrar com uma atividade que apenas há alguns minutos o deixava deslocado e sem graça. Ela parecia ser a motivação que faltava a ele.

Se aconchegando no cheiro já absurdamente familiar do amigo, a morena inspirou com vontade, roçando as unhas pelos cabelos da nuca dele de forma a levantar mais a fragrância do shampoo masculino. Marcos não pôde evitar ficar levemente arrepiado, sem saber se ela tinha tido aquela intenção, mas sem conseguir se conter.

Assim, soltou todo o ar de uma só vez, fazendo a própria respiração esquentar o pescoço da garota, que se encolheu em um espasmo de prazer. Quando perceberam, estavam bem mais próximos, o nariz do engenheiro roçando a pele fina da bochecha de Mariah, os rostos se inclinando sem permissão.

Ela olha pra boca dele, sem se conter, e ele, seguindo seu olhar, sorri cafajeste.

- Achei que a gente era amigo. – comentou, esperto.

- Nós somos. – ela sussurrou, sem entender a afirmação, ainda bastante inebriada.

- Então porque parece tanto que você está desesperada para que eu te beije?

- Quê? - a bolha tendo sido furada pelo comentário ácido do garoto, Mariah finalmente caiu em si sobre o que fazia. - Eu não to desesperada! – ela subiu com pressa o olhar para as orbes claras dele, seus próprios olhos arregalados.

- Mas não negou a parte do beijo...

Ela sorriu sem jeito e abriu a boca para retrucar, embora ele esteja perto demais para que consiga se comunicar com propriedade, quando, em um revirar de olhos, avista Sabrina encostada distraída no mesmo bar de antes.

- Sabrina... – ela sussurra, identificando uma expressão estranha no rosto da amiga. Marcos, que estava pronto para unir suas bocas de uma vez, quem sabe, ou ainda provocá-la mais um bom tanto de vezes, franze a sobrancelha.

- Não, eu sou o Marcos. – rindo da idiotice de uma pessoa supostamente tão inteligente, Mariah conseguiu recuperar o equilíbrio sobre as próprias pernas.

- Eu sei, bobo, a bruxinha tá ali, ela chegou. Vem, vamos dar oi.

- Tudo bem, dessa vez eu vou deixar você fingir que... Ah, olha o Hugo ali também!

Hugo está caminhando apressado por entre o mar de gente, com sua barba bem cheia e um olhar determinado. Ele vai em direção à Sabrina e o casal de amigos se movimenta com a intenção de também encontrá-los no mesmo lugar.

Mas, quando chegam um pouco mais perto, assistem de camarote o economista segurar os dois lados da cabeça da loira e tascar-lhe um beijo de tirar o fôlego, sem espaço para contestação. 

Nota da Autora: Atualização rápida como nunca, hein? Agora acreditam que eu vim para ficar? hahahahaha
Fiquei muito feliz de saber que você têm gostado dessa reescrita, pessoal! Espero continuar no caminho certo <3
Deixem seus comentários que logo eu volto com mais ;)

Continue Reading

You'll Also Like

1.2M 129K 167
Paola. Personalidade forte, instinto feroz e um olhar devastador. Dona de um belo sorriso e uma boa lábia. Forte, intocável e verdadeiramente sensata...
17.7K 1.4K 23
No caminho do sua lua de mel, Any Gabrielly sofre um terrível acidente de carro e fica em coma. Com a esposa entre a vida e a morte, Josh Beauchamp s...
281K 20K 120
Alex Fox é filha de um mafioso perdedor que acha que sua filha e irmãos devem a ele, Ele acha que eles tem que apanhar se acaso algo estiver errado...
480K 31.2K 64
Jeff é frio, obscuro, antissocial, matador cruel.... sempre observava Maya andando pela floresta, ela o intrigava de um jeito que ele mesmo não conse...